Pessoal, muito obrigado pelos comentários são eles que me motivam a continuar escrevendo.
Mauro Realmente, mas quando somos jovens tudo parece que é mais intenso.
Luuuh, como é bom ter você de volta acompanhando a historia fico muito feliz de verdade e não economize nos comentários adoro interagir com vocês, o Matheus é mesmo misterioso mais não vou da Spoiler.
Guilherme Lippi, Obrigado por acompanhar o conto espero que esteja gostando.
Geomateus: Também é bom ter você acompanhando a historia novamente, realmente muitas vezes terminar é o caminho correto mais é difícil o cérebro acompanhar o coração.
Pessoal continuem comentando quero muito saber a opinião de vocês e se quiserem podemos fazer um grupo no Telegram para trocarmos ideias e historias.
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Lucas
Voltei Para o Quarto meio que em modo automático, iria sair para almoçar com alguém mais não tinha nenhum prazer em fazer isso, era como cumprir um protocolo para tentar manter a mente ocupada, quer dizer quem sabe se eu tentar me divertir eu realmente acabe me divertindo. Entrei pela porta do quarto e o Danilo não estava ali, dei graças a Deus por não precisar me explicar para ninguém, misteriosamente eu não tinha encontrado nenhum dos meus amigos, acho que meio que eles entenderam que eu queria ficar sozinho no momento, entrei para o chuveiro e a triste recordação de que ele não me pediria para esfregar suas costas me acertou como um soco no estomatite, nessa hora foi inevitável os olhos se encherem de lágrimas, mas fui forte, enxuguei as lágrimas e terminei meu banho o mais rápido possível para tentar conter as lembranças dos nossos banhos me traziam eram por demais doloridas, não escolhi nenhuma roupa em especifico pois não queria impressionar ninguém, olhei no espelho antes de sair do quarto e estava satisfeito, não ganharia um concurso de beleza mais estava satisfeito, desviei meu olhar do espelho e virei-me em direção a porta do quarto e lá estava ele, como um troféu de tempos memoráveis, uma lembrança dos nossos dias de gloria, o maldito boné estava em cima da minha mala fui até ele e o segurei, um turbilhão de emoções tomaram conta de mim, abri a mala e o joguei lá dentro, “ Trato de Você mais tarde” foi o pensamento que forcei por cima de todas as emoções, sai apressado pela porta enquanto ainda tinha forças para me obrigar a isso, sentei-me em uma poltrona no saguão de entrada e enquanto espera a chegada dele, era inevitável minhas críticas internas “ não tem nem 4 horas que você terminou e já vai sair com outro”, “vai usar um para esquecer o outro é esse o seu plano” não, eu não estou tentando esquecer eu só quero me distrair um pouco para não me afogar nas lembranças, por fim o telefone tocou.
- Eu: Alo?
- Matheus: Lucas, estou na porta.
- Eu: Tá legal, estou saindo.
Do lado de fora do hotel encontrei um Jipe Troller T4 e um rapaz acenando feito doido, o desespero me causou risada e ele pareceu satisfeito ao me ver sorrindo.
- Eu: Oi.
- Matheus: Pronto?
- Eu: Pronto.
Ele acelerou o carro cantando pneu, instintivamente olhei para ele em sinal de protesto, ele apenas abri um sorriso pra mim e ligou o rádio, tocava uma das minhas músicas preferidas do linkin park Numb.
- Matheus: Gosta da música?
-Eu: É uma das minhas preferidas, você tem carteira?
Ele sorriu para mim e fez cara de travesso. – E eu lá tenho idade para dirigir.
Agarrei-me no banco do Jipe o que claramente o fez gargalha.
- Matheus: Relaxa, dirijo a mais de 4 anos, meu pai e policial federal o que me concede alguns benefícios em relação a direção, mas você está seguro comigo.
Continuei agarrado no banco sem me desgrudar e graças a Deus pouco mais de 5 minutos chegamos no restaurante, era um local bonito possuía uma bela vista para o mar, música ao vivo e uma bela varanda, enquanto Matheus falava com uma atendente eu observava os detalhes do local e todos os indícios indicavam que era um local caro em uma cidade turística eu já começava a me arrepender de ter aceito o convite, estava perdido em pensamentos quando escuto meu nome:
- Matheus: Lucas, tudo bem? Vamos?
- Eu: Desculpa, vamos sim.
E ele começou a me conduzir por uma escadaria que levava ao andar de cima onde era mais reservado, sentamos um de frente para o outro, ele sorriu para mim e me encarou com aqueles profundos olhos verdes que se destacava pela camisa polo azul que ele usava.
- Matheus: Então?
Olhei para ele sem entender. – Então o que?
Ele me olhou confuso. – O porque você não seria uma boa companhia?
Suspirei fundo e olhei para ele o avaliando. – É complicado.
Ele aproximou seu rosto um pouco mais para mim e continuou olhando fixamente em meus olhos, “droga, o que ele acha que está fazendo? Será que ele e uma espécie de bruxo?”, não aguentei meus próprios pensamentos e sorri.
- Matheus: Eu acho que posso compreender.
- Eu: Ai é que esta, não tem o que compreender eu acabei de terminar um namoro com meu melhor amigo, ou ao menos era meu melhor amigo não sei como as coisas vão ser de agora em diante, e como se eu tivesse perdido duas , eu não sei se é possível mais é o sentimento que eu tenho.
- Matheus: Você sabe que eu tenho um milhão de pergunta ne? A primeira é você realmente é gay?
Pronto acho que acabei falando demais, agora vou ter que bater no filho de um policial play boy por ser um babaca.
- Eu: Acho que sim. Em um tom meio ríspido.
Ele abriu um sorriso.
- Matheus: Que bom, quer dizer eu também sou gay apensar de você não ter certeza que é porem ter acabado de terminar com um cara.
Ele colocava a situação de uma forma engraçada e eu não resisti e acabei gargalhando com as considerações que ele fez, ele pareceu satisfeito com a minha gargalhada.
- Matheus: Sabe, você fica muito mais bonito quando sorri.
Aquela frase acendeu uma luz vermelha de alerta em minha mente.
-Eu: Matheus, olha eu acabei de sair de um relacionamento e não quero alimentar suas esperanças em relação a mim quer dizer caso existe alguma esperança, eu fui apaixonado por apenas um cara na vida e nunca senti atração por nenhum outro, então não quero machucar ninguém nem usar alguém como muleta para curar minha dor, acho que foi um erro eu vir até aqui, me desculpe.
Levantei da cadeira e me direcionei para a escadaria quando a mão forte dele fechou-se entorno do meu braço, olhei para ele em um tom de desafio porem ele sustentava um sorriso no rosto e no olhar, fez uma cara de menino travesso.
- Matheus: Lucas, sou eu quem deve se desculpar, não era a intenção te ofender nem te colocar em uma situação desconfortável, eu fui um babaca. Por favor me deixe compensar você pagando o almoço eu prometo te chamar de feio mesmo você não sendo, o que me diz?
Pensei por um momento. – Tudo bem, mais sem indiretas apenas bons amigos almoçando.
- Matheus: Você quem manda.
Sentei-me novamente na mesa sem saber como puxar assunto, ele apenas me olhou esperando.
- Matheus: quer me conta a história desde o começo?
Avaliei por um momento se deveria realmente abrir minha história para um completo desconhecido, porem uma vontade avassaladora de contar a história tomou cota de mim e as palavras saíram sem que eu pudesse controlar. – Bom eu e o Vitor somos bons amigos e tudo nasceu ai, um dia um amigo que era muito afim do Vitor veio conversar comigo em relação a ser apaixonado por ele e eu acabei transando com ele, nada de sentimentos apenas sexo mesmo, no dia seguinte conversei com o Vitor e contei o que tinha feito e no lugar de me julgar ele me falou que não ficaria atrás e que também queria experimentar mais com a condição de que eu estivesse junto, então fizemos e uma coisa puxou a outra e começamos a namorar e apesar da interferência de alguns familiares dele conseguimos ser felizes até chegarmos aqui, onde outro “amigo” acabou beijando ele e despertando sentimentos controversos e eu decidi que não ficaria com ele enquanto ele não tivesse certeza do que quer, na realidade somos jovens para não aproveitarmos a vida.
- Matheus: Essa é a frase que você usa para justificar o que ele fez?
Poxa, não precisava pegar pesado assim. Olhei pra ele meio confuso.
- Matheus: Desculpa, eu não queria ser tão sincero assim.
- Eu: não, e até bom ouvir isso.
- Matheus: Sinto muito por você, parece que você ainda gosta muito dele.
- Eu: Sim, eu gosto e acho que uma parte minha sempre vai gostar dele.
- Matheus: Não sabia que poderia existir um sentimento tão forte em nossa idade.
- Eu: Também não, tipo quando saia com mulheres sentia a adrenalina da conquista e o prazer do sexo mais tudo era muito passageiro, com ele experimentei sentimentos mais profundos.
- Matheus: que sorte você tem por ter vivido isso.
- Eu: Ou não, quer dizer era tudo mais simples antes.
- Matheus: Eu entendo, mas você tem que seguir em frente.
- Eu: Eu sei, mais tudo me lembra ele até meus amigos me lembram ele.
Ele me olhou como se tivesse feito a descoberta do século, abriu um sorriso enorme.
- Matheus: Tenho uma ideia, eu não trago lembranças dele pra você então podemos sair como amigos.
Era um fato ele não me lembrava o Vitor, mais o que ele vai ganhar com isso, como se adivinhasse meus pensamentos ele respondeu.
- Matheus: Olha eu estou com meus pais aqui e eles são chatos pra caralho e eu preciso de alguém pra sair e me divertir, você precisa de alguém para te puxar para alguma diversão para parar de se lamentar pela sua perda, consegui ver e bom para nós dois.
Abri a boca para responder, porem eu não sabia o que responder, fui salvo pela aproximação da atendente com a comida que o Matheus havia pedido, ela se aproximou e colocou os pratos na mesa nos desejando um bom apetite, comemos em silencio e eu consegui ordenar meus pensamentos, “não há motivos para você não tentar”, mais e o que o Vitor vai pensar de eu sair com um cara no dia em que terminamos? “isso é um problema dele, não estaríamos nessa situação se ele conseguisse se controlar, lembre-se foi ele quem começou”. Meu lado vingativo está enfurecido com o Vitor, mas eu ainda tinha sentimentos por ele, porem eu já tinha me decidido.
- Eu: Então, o que você tem em mente?
Ele sorriu novamente de forma travessa. – Tem uma boate que eu estou querendo conhecer, quer sair pra dançar hoje anoite?
- Eu: Como você sabia que eu gosto de dançar?
- Matheus: eu não sabia mais eu adoro dançar, então estamos combinados? Posso te buscar as 08?
- Eu: Ok, vamos dançar então.
Conversamos um pouco durante o caminho de volta para o hotel nos despedimos e fui de encontro ao elevador, quando a porta abriu dei de cara com a Valeria, por um momento foi constrangedor, nós olhamos sem dizer nada e então nos abraçamos.
- Ambos: Você está bem?
- Ambos: Sim, mas você não parece bem.
Gargalhamos com a situação.
- Eu: Você tem um minuto para conversarmos?
- Valeira: Sim, precisamos mesmo conversar estive com o Vitor hoje cedo e fiquei sabendo que vocês terminaram.
- Eu: Sim, mas não é isso que eu queria falar com você, ou melhor não é só isso.
- Valeria: Vamos para praia e lá conversamos embaixo de um guarda Sol?
- Eu: Claro.
Misteriosamente Valeria estava melhor do que eu poderia imaginar, não compreendia como e nem porque ela estava falando com o Vitor. Caminhamos em silencio até chegarmos a praia encontramos um guarda sol e nos alojamos.
- Eu: Então, o que aconteceu entre você e o Cauan, porque você não está revoltada como eu esperava encontrar você.
- Valeria: Então, logo após o jogo de vôlei ele terminou comigo de forma amigável, falando que não poderia me enganar pois ele estava apaixonado por outra pessoa, uma pessoa que não sabia dos sentimentos dele porem ele não queria me enganar e por isso queria terminar, eu fiquei triste por isso, mas como ele foi honesto concordamos em dividir o quarto por mais uma noite, eu não fazia ideia que o Cauan estava atrás do Vitor me sinto muito mal com isso.
- Eu: Bom, eu sabia que tinha alguma coisa de errado com ele eu tinha muitos ciúmes dele em relação ao Vitor, ele sempre dava um jeito de estar perto dele. É talvez o relacionamento com o Vitor fosse bom apenas pra mim.
- Valeria: Não seja tolo, o Vitor está sofrendo com a sua falta ele mesmo me falou isso hoje. Mas o Cauan não jogou limpo, ele me convenceu que o Vitor não era bom pra você que ele te colocava pra baixo e não deixava você alcançar seu potencial acho que ele me usou na tentativa de separar vocês.
-Eu: Sim, ele também manipulou o Vitor dizendo que eu sou controlado e abusivo, e isso deixou o Vitor em dúvida.
- Valeria: Quando eu soube o que ele fez coloquei ele pra fora do quarto e falei que seria melhor ele ir embora porque você iria acabar com ele quando voltasse para o hotel.
- Eu: Apesar de querer muito fazer isso eu não poderia, o Vitor consentiu com o beijo e eu sei que ele jogou sujo, mas ele aproveitou das falhas que tivemos para ganhar espaço, eu também já fiz isso.
- Valeria: Foi diferente, você não namorou alguém para estragar um namoro, no máximo se fez presente para conquistar a pessoa.
Valeria tinha razão eu nunca tinha jogado tão sujo quanto o Cauan, para conseguir ficar com alguém.
- Valeria: O que você vai fazer agora?
- Eu: não sei, vou sair pra dançar hoje anoite com um cara que eu conheci na praia.
- Valeria: Mais já?
Ela não escondeu a surpresa em sua voz, sorri com a espontaneidade dela.
- Eu: Não estou tendo nada com ele, ele simplesmente me chamou para dançar e eu não quero ficar pensando no Vitor o resto da viagem e ele está só com a família, em fim uma troca de favores.
- Valeria: Entendi, mas você o acha bonito?
- Eu: Ele é bonito, mas eu não estou interessado, quer dizer eu não sei se quero ficar com outro cara, só senti atração pelo Vitor.
- Valeria: Entendi, mais não se prive de nada por conta do Vitor.
Passei o resto do dia com a Valeria na praia, era fácil estar com ela rimos muito e brincamos bastante era quase 18 horas quando tivemos que voltar para o hotel por conta da subida da maré.
- Valeria: Bom, espero que você se divirta muito hoje.
- Eu: Uai, podemos nos encontrar lá, o que você acha?
- Valeria: Se o pessoal animar nós vamos também, então até mais tarde.
- Eu: Até mais tarde.
Fui para o quarto e o Danilo não estava lá, será que ele estava me evitando? Acho pouco provável, enfim fui para o banheiro tomar banho, a água quente lavou a areia e o suor do dia e eu ainda me perguntava como a areia conseguia chegar em algumas partes do corpo, sorri com esse pensamento infantil e consegui sentir um pouco de alegria em saber que em pouco tempo estaria dançando com meus amigos. Sai do banheiro enrolado na toalha e olhei para o Danilo meio envergonhado.
- Eu: Desculpa Danilo, eu não sabia que você tinha voltado e não estou acostumado a dividir o quarto.
Ele me olhou e sorriu. – Não se preocupe pode ficar à vontade eu prometo não olhar.
- Eu: se você está dizendo.
Fiquei de costas para o Danilo e vesti minha roupa, tive a impressão de que ele estava discretamente me olhando mais não me importei afinal ele era meu amigo e o quarto era dele.
- Eu: Danilo, vou sair para uma boate a Valeria vai com o pessoal acho que seria legal você ir também, o que me diz?
-Danilo: eu não sei, não acho que me daria bem lá.
- Eu: Não seja bobo, você estará entre amigos, então estará bem.
Ele estava me olhando de forma intrigante, sorri para ele. – O que foi, não está bom?
- Danilo: pelo contrário está ótimo é a mesma roupa que usou no festival.
Sorri, era verdade eu estava com a mesma camisa social preta, com a calça peta e o sapato correspondente a correntinha cuidadosamente colocada pela abertura da camisa o cabelo cuidadosamente arrepiado, faltava só o brinco de pressão que eu não gostava.
-Eu: Você está certo, é a mesma roupa gosto dela pra dançar.
- Danilo: fica bem em você.
Com um sorriso no rosto. – Obrigado.
Meu celular emiti o sinal de mensagem, olho para a tela e era o Matheus avisando que havia chegado.
- Eu: até mais tarde, nos vemos na boate.
Sai correndo antes dele protestar que não queria sair fechei a porta do quarto e fui andando pelo corredor e no momento em que eu passei pela porta do quarto do Vitor e a porta se abriu e foi mais um momento constrangedor, ele não sabia se saia ou se volta para o quarto ficou parado na porta apenas me olhando, eu passei por ele e não demonstrei qualquer reação, mas podia sentir os olhos dele me acompanhando ate o elevador. Cheguei ao carro e olhei para o Matheus, ele estava totalmente o posto de mim usava uma camiseta regata (apertada) que valorizava seus músculos e o peitoral largo, calça jeans desfiada e um sapatênis, o perfume que ele usava era marcante, entrei no carro e ele sorriu.
-Matheus: Eu sei que não posso dizer mais você está viu.
Olhei para ele com uma falsa confusão no rosto. – Estou o que?
Ele me olhou com um sorriso safado no rosto. – Lindo.
- Eu: Ah, isso você também está. Sorri de volta para ele.
- Eu: Vamos?
- Matheus: O senhor é quem manda.
Falando isso saiu cantando pneus mais uma vez, olhou para o meu rosto procurando algum sinal de reprovação mais eu não o fiz, apenas sorri.
Continua...