APENAS UMA REGRA (ROMANCE GAY/HOT) - CAP 14: O TAL DE AMOR

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 1554 palavras
Data: 07/12/2021 01:23:46

O filho da puta do William leva o Miguel para o lado de fora do bar. Alguns curiosos olham a cena. As meninas e o Felipe seguem o William para saber o que aconteceu.

Revoltado, William faz uma cena e diz que eu estava abusando de Miguel dentro do banheiro. Como assim? Eu nunca encostaria um dedo no Miguel, principalmente, se não fosse a vontade dele.

— Vai se foder, seu otário! — esbravejei, sendo contido pela Izzy.

— Eu vi. Ele tentando abusar do Miguel.

— Ele não me abusou. — explicou Miguel, ainda zonzo por causa da bebida.

— Eu quase não te reconheço, Miguel. Você está diferente. Andando com uma gente estranha. — comentou William nos deixando chocado.

— Como assim, viado? — questionou a Nicky.

— Sim, ainda por cima tudo travesti! — gritou William chamando a atenção de mais pessoas.

— Eu vou socar esse filho da puta. — vou na direção de William, mas a Nicky me impede.

— Ei, menino Jesus da cracolândia. Escuta bem, eu não vou me repetir. Em primeiro lugar, travesti é o teu preconceito horroroso. Izzy e eu, somos duas moças e, sim, o Stefano é garoto de programa, entretanto, pode ter certeza que temos mais coração do que você vai ter algum dia na sua vida. Sabe o motivo? Não vemos a genitália da pessoa, mas o coração. Eu até pensei em gostar de ti, só que uma voz lá dentro da minha cabeça vivia me dizendo que você é um escroto, preconceituoso e, a pior parte, gay! E outra coisa, o Miguel vai com a gente. Preciso ter uma conversa séria com ele. Seu babaca! — pegando na mão de Miguel e vindo em nossa direção.

Caralho. A Nicky acabou com o William. As pessoas aplaudem o discurso motivador da minha amiga, enquanto vamos em direção ao carro de aplicativo que a Izzy pediu. Coitado do Miguel, conviver com esse tipo de gente: o gay preconceituoso. Ele não é melhor do que eu, nem eu sou melhor do que ele. No final, vamos todos para o mesmo buraco.

Preciso carregar o Miguel por parte do caminho. Uma sensação familiar me vem à mente. Eu o conheci dessa maneira. O carreguei. Continuo carregando. E não me arrependo. Sentir o corpo dele sob o meu. É uma sensação ímpar.

A respiração ofegante. O coração palpitando. Eu pertenço a ele? Mas como o próprio William disse, o Miguel não ficaria com um garoto de programa. Estou juntando expectativa para me machucar no futuro. Porra, Stefano. Não fode mais a tua vida, cara.

Lembra da tua regra de ouro, né? "Não se apaixonar". O amor só traz destruição e mágoa. A pessoa que mais precisa te amar é a que mais te decepciona. Na minha vida, o amor foi uma sucessão de derrotas. Primeiro, a mamãe que foi assassinada. Depois o meu pai, que abusou de mim. E por último, a vovó que perdeu a luta contra o câncer.

De repente, lágrimas escorrem dos meus olhos. Continuo carregando o Miguel, ou seja, que péssima hora para um colapso. Acho que as meninas não percebem, porque continuam putas com o William. Não tira a razão delas. Passo pela recepção, alguns hóspedes olham a cena: o Miguel sendo carregado nas minhas costas.

Faço o resto do caminho sem esforço. Entro no quarto e coloco o Miguel na cama. Ele está desacordado. Eu posso acabar com tudo e violentado sem dó. Só afirmaria as palavras do William. Eu sou doente. Preciso me aliviar.

De maneira bruta, subo em cima do Miguel. Só que para a minha surpresa, ele desperta e me vira.

— Você quer, né? — ele pergunta com uma feição estranha. — Só que eu quero algo diferente.

Eu quero que a dor passe. Sou um estranho. Não mereço amor. Tenho apenas uma regra. Eu não mereço o amor. O Miguel tira a camisa e a bermuda. Eu faço o mesmo. O meu pau lateja dentro da cueca.

— Eu quero te sentir, Stefano. — avisa Miguel, antes de me beijar.

O amor não é nada. O amor é uma invenção. Sentimentos não existem. Eu não tenho amor. O Miguel tira a minha cueca e depois a dele. Nossos corpos se encontram. Eu olho para o teto. No teto, existe uma rachadura. Eu foco nela.

Com uma mão, o Miguel pega o lubrificante e o preservativo. O seu pau está duro feito aço. É grande, grosso e cheio de veias. Existem poucos pelos em sua virilha. Acho que ele depila. O rosto dele continua estranho. Uma feição de desejo e pressa. Ele quer entrar em mim.

Se o Miguel continuasse desmaiado eu estaria o fedendo agora. O jogo virou. Eu não teria pena. Acho que ele não vai ter de mim. A última vez que fui penetrado foi no Pará. Pela pessoa que deveria me amar.

— Posso entrar em você? — Miguel pergunta.

— Sim. — respondo, mas a minha vontade é correr. Só que estou na posição de frango assado com as pernas abertas para o Miguel. Não tem para onde fugir.

O Miguel está vermelho. Escorre suor de sua testa. Ele me penetra com um dedo e agarro os cobertores. A minha atenção volta para a rachadura no teto. O dedo entra no meu anus, então, alcança a próstata. Eu grito.

O dedo de Miguel é rápido. Eu me sinto estranho. Parece que sou jovem de novo. Fecho os olhos. Não quero aquelas recordações. Eu quero gritar e não consigo. As pernas começam a tremer e caem sobre os ombros dele.

Com uma mão, ele coloca o pau na entrada do meu cú. Em seguida, penetra com força. O Miguel não tem ideia do que está fazendo. Eu também não. Continuo com os olhos fechados e lágrimas voltam a descer pelo meu rosto.

A movimentação do Miguel é irregular. Ele me penetra como se fosse um cachorro no cio. Eu mereço isso. Eu faria pior se ele estivesse apagado. Talvez, o meu pai tivesse razão. Eu merecia sofrer. Eu merecia.

De repente, a figura do Miguel desaparece e consigo apenas ver o meu pai. Seu cheiro. Sua voz. Suas palavras. Eu quero sair. Eu não quero mais. Eu não tenho forças. Sou o mesmo moleque franzino de anos atrás. Começo a chorar.

— Para. — eu peço, quase sem voz.

— É assim que tú gosta, vadia? — meu pai perguntou me dando um tapa no rosto.

— Para, por favor. Eu não quero. — peço aos prantos. — Eu não quero.

— Stefano? — Meu pai pergunta, mas então, percebo que é o Miguel.

Ele parou de me penetrar. Está preocupado. Miguel tira o preservativo e joga fora. Com todo carinho do mundo, ele toca no meu rosto e deita comigo.

— Tá tudo bem, desculpa. Eu não vou continuar. — Miguel me tranquiliza, mas ainda estou chorando. — Desculpa. Me perdoa. — ele pede, me abraçando.

— O William tem razão, Miguel. Eu não sirvo para você. — digo, soluçando. — Eu não sirvo para ninguém. Eu não mereço ser amado.

— Não. Não. — Miguel diz. — Não vou deixar você fazer isso. Todos nós merecemos amor, Stefano. Eu estou cagando para a opinião do William. Eu gosto de você. Eu também não tive experiências boas com o amor, mas estou aqui. Estou tentando. Eu quero você. Foda-se o resto. Que vá tudo para a puta que pariu.

— Nossa. Cadê o Miguel? — indaguei, limpando as lágrimas.

— Idiota. Mas estou falando sério, Stefano. Você merece ser amado. Eu sei que sua infância foi difícil. Mas, tudo aquilo que o teu pai te falou é mentira. Você merece tudo de bom. E vou te lembrar disso todos os dias. — garantiu Miguel me beijando.

— Você me tranquiliza. — soltei, entre os beijos. — E isso me preocupa. Quando você for embora...

— Eu não vou a lugar algum, Stefano. Cara, não tem noção do quanto eu gosto de você.

— E quanto a minha profissão?

— Eu já te conheci assim, né? Não vou mentir, morro de ciúmes, mas eu sei que isso não é algo que você quer a longo prazo. Stefano, você é capaz de muito mais. Só precisa de alguém que te aponte o caminho. — Miguel sorriu e eu o beijei.

— Desde sempre, achei que não era merecedor de ser amado por outra pessoa. Pela minha experiência, o amor é um convite para o desastre. — abri meu coração para o Miguel, algo que não fiz nem para a Izzy.

— O amor é paciente. O amor é bondoso. O amor não maltrata. — declara Miguel perto do meu ouvido. — Passei a vida toda estudando em um internato católico. Os meus pais nunca me visitavam. E nos cultos, os padres sempre falavam sobre 1º Coríntios 13. Tem uma parte que fala sobre o amor em sua plenitude.

— Que bonito.

— O amor, Stefano. Ele tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Por isso, eu te digo: nós merecemos o amor. Podemos tentar? — quis saber Miguel.

— Tudo bem, mas vou quebrar a minha única regra de garoto de programa. — disse, abraçando o Miguel.

— Você tem apenas uma regra?

— Sim. Prometi nunca me apaixonar por ninguém. Parabéns, você conseguiu. — desisti e abri o coração para o Miguel.

— Me sinto honrado. — brincou Miguel me beijando.

Ah, caralho, Miguel! Como alguém pode ter a boca tão gostosa? Eu não lembro de um beijo tão reconfortante e sexy. Os lábios dele são quentes e macios. Toco no rosto do Miguel e a minha coluna estremece. Que sentimentos são esses? Será que estou indo rápido demais?

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