Segunda-feira. Amanheço piscando. Chove forte. Vento frio.
No confessionário: padre Silveira.
Ajoelho-me: “Padre, vou pecar!”
“Venha!”
Abro a cortina. Sua rola em polvorosa, no ar. Agacho, chupo; remexe, geme.
Levanto-me e me viro. Levanto a batina. Sento devagar. Vai entrando. Remexo. Gememos.
Chuva forte lá fora. Forte chuva em mim.
“Dois pai-nosso, cinco ave-maria!”
“Amém!”
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Terça-feira. Amanheço rígido. Chuvisco e neblina. Frio.
No confessionário: padre Mota.
Ajoelho-me: “Padre, vou pecar!”
“Pode vir!”
Abro a cortina. Ele, olhos gulosos. Chego junto, rola em riste; chupa; dou leves estocadas; geme, olhos fechadinhos – eu também.
Acelera. Sinto ondas de gozo. Explodo em sua garganta.
Recomponho-me. Volto à genuflexão.
“Dois pai-nosso, cinco ave-maria!”
“Amém, padre!”
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Quarta-feira. Amanheço faminto. Não chove. Vento frio.
No confessionário: cônego Aguiar.
Ajoelho-me: “Padre...”
“Venha...”
Abro a cortina. Ele, ansioso, de pé. Puxa-me para si e me beija. Sofreguidão.
Apalpa-me. Levanta-me a batina – constata-me a rigidez. Chupa-me.
Põe-se de costas. Levanto-lhe o hábito – o cu brilha e palpita.
Penetro-o devagar, sumindo-me dentro dele. Geme. Rebola. Geme mais.
Meu gozo se aproxima. Mantenho-me no ritmo. Energias furiosas sacodem-me. Gozo.
“Teus pecados estão perdoados, filho!”
“Amém, padre!”
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Quinta-feira. Amanheço entorpecido. A chuva volta, com força. A natureza sofre nos braços do vento cortante.
No confessionário: monsenhor Silva.
“Sonhei lubricidades, padre. Acordei endurecido!”
“Deixe-me ver, meu filho!”
Sob a minha batina, seus dedos acariciam meu pau e pianam meu cu. Rodeiam-no. Penetram-no.
Sinto faíscas de prazer. Requebro. Seus dedos tamborilam por dentro. Avançam.
Encostam na próstata.
Minha rola na minha mão rumoreja, longo fio se faz entre meus dedos.
Acaricio a glande. Banho-a com o filete brilhante.
Os dedos do sacerdote acariciam-me por dentro. Arrancam-me grunhidos no instante em que jatos se despedem de meu cacete, sem que eu o toque. Golpes o fazem palpitar, aos soluços, enquanto expelem sua lava.
Recomendações sacerdotais:
“Vai, menino! Não peques mais. Não hoje!”
“Amém, senhor!”
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Sexta-feira. Amanheço sedento. A chuva é chuvisco, mas o frio é forte.
No confessionário: dom Brandão.
“Sinto sede!”
“Tenho com que amainar tua ânsia de beber... Entra!”
Ao afastar a cortina, proeminente rola paira vigorosa, no ar.
Encanto-me. Tomo-a entre meus dedos: quentinha e suave.
Arregaço-lhe. Toda a cabeça brilhante apresenta-se para mim.
Ajoelho-me, penitente, entre as pernas do meu confessor.
Com aquele cajado latejante entre meus dedos, abaixo-me contrito e a pontinha da minha língua roça a glande.
Ele geme e reza.
Minha boca vai tomando aquela santa vara e a engolindo, molhando-a com minha voluptuosidade.
Seus pelos pubianos brincam com meu nariz. Sinto sua cabeça na minha garganta.
Movimentos encharcados de vai-vem, minha mão segurando o viril mastro... Gemidos viram grunhidos.
Sinto a rola inchando e nódulos móveis percorrendo-a. O sacerdote tem o corpo retesado.
Jatos cremosos explodem na minha boca, que os engolem rapidamente, porque novos jatos já chegam. E assim até os derradeiros e fraquinhos.
As pernas dele tremem. Está satisfeito.
Eu tenho a sede saciada.
Ele não tem força para falar, apenas resmunga, mas entendo a penitência: “pais-nossos” e “ave-marias”...
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Sábado. Amanheço feliz. A chuva cai tranquila. A brisa acaricia a natureza.
Saio para o pátio. Deixo-me molhar pela água do céu. Delicio-me com a cascata que desce de uma bica. Minha fina túnica branca de dormir cola-se no meu corpo nu. Minha bunda desenha-se em baixo relevo; minha rola proeminente, em alto relevo. Estou em êxtase.
A natureza me come. A chuva me lambe. Pressiono minha pica rígida sob a roupa e a sinto pulsar. O Maior me observa, lindo, feliz e sorrindo, molhado e respingando, inteiramente nu – no centro do jardim.
Corro ao seu encontro, me jogo em seus braços. Nossos lábios se encontram, nossas bocas se abrem, nossas línguas se atracam. Nossas picas se esfregam.
O fogaréu nos incendeia, os raios riscam nossos corpos e explodimos em gozo e golpadas. Nossos corpos em movimentos involuntários, presos um ao outro pelos braços um do outro.
A chuva faz-se tempestade. Rajadas fortes de vento açoitam as árvores. Uma enguia branca corta o espaço – o céu goza em nós, no estrondo do trovão...