Não sei precisar bem o dia, mas foi em meados de 2003, 10 anos de idade, 4ª série do ensino fundamental...
É, meus problemas começaram por aí... sempre me considerei inteligente, quando cheguei na 1ª série já sabia ler, isso fez com quê eu "pulasse de ano" e ao invés de cursar a segunda série, passei para a 3ª, me tornei o caçula da turma, só não esperava que com isso os problemas também começassem.
Sempre fui gordinho, negro, cabelo crespo bem curtinho, estatura mediana... as brincadeiras começaram quando me diziam que eu andava igual minhã mãe (nenhum deles conhecia minha mãe), até aí eu não via isso como bulling (naquele tempo esse termo nem existia). Mas a coisa ficou feia mesmo no dia em que estava discutindo com um colega da turma do fundão e ele me perguntou se eu queria ver a rola dele e eu respondi que "sim". Nossa, isso só serviu de motivo para ele espalhar para toda a turma que eu era viado e que queria ver a rola dele. Depois desse dia, eu não tive um dia de paz. O tempo todo era provocado pelos garotos que pareciam se alternar em tirar minha paz.
Haa... Meu nome é Bruno, claro que não é o verdadeiro, mas é um nome legal.
Levei esse trauma da infância por muito tempo e sinto que isso me fez deixar de ter várias experiências e retardou o desenvolvimento da minha sexualidade.
Vou pular para o ensino médio, até lá eu tinha tido bem poucas experiências, com meninos e meninas, continuei gordinho, bundas e coxas grossas, mas normais...
Já estava em outra escola, no fim do ensino fundamental 2 eu tinha como colega de turma um garoto chamado Danilo, cabelo loiro mas bem curto, pele parda, altura mediana e corpo nem tão magro nem tão gordo. Danilo era daqueles garotos que falavam baixo, com sorriso no canto da boca, andava entre a turma do fundão mas também transitava entre as patricinhas (toda turma de fundamental 2 tem as suas kkkk), Danilo andava relaxado, aqui a gente chama de "bossal", o garoto realmente tinha presença e pegava quem queria..., Eu, haaa, hora eu me imaginava sendo o Danilo e outras horas eu me imaginava possuindo o Danilo.
Não sei se eu era muito iludido, mas eu tinha a impressão de que Danilo me dava mole, primeiro porquê eu estava acostumado a ser ignorado pela turma da bagunça, mas mesmo assim Danilo falava comigo, me cumprimentava e me olhava com aquele sorriso no canto da boca... até então meu amor platônico...
