Capítulo 1 - Passeio
Na faculdade, desde o 1 dia de aula, me conectei com uma garota que de imediato se tornou minha melhor amiga, seu nome é Larissa. Ela é uma mulher independente, perdeu o pai cedo, mora de aluguel com a mãe e tenta trabalhar para ajudar nas contas. Ela tem 26 anos.
Nesse momento estamos fazendo o estágio 1, dentro de uma escola com a educação infantil. Neste dia específico, a turma foi selecionada para fazer um passeio em um parque botânico, nós ficamos de acompanhar as crianças juntamente com as professoras, como estava no início ficávamos mais observando e auxiliando pouco.
-Ah amiga esse povo do tinder me estressa, dá match mas esse povo quer só aumentar os likes nas redes sociais, ter gente na lista de contato e nada mais, da uma raiva.
-Arthur mas tu sabe que não vai encontrar ninguém realmente confiável nesses aplicativos né amigo? - afirmava Larissa fazendo um bico
-Tia abre meu biscoito -falava um aluno da turma que aprontava horrores
-Eu abro, mas eu quero um! -falava Larissa seria olhando pra criança
-amiga o que é isso? -eu não sei como ainda ficava surpreso com a cara de pau dela
O menino então concordou com a chantagem de Larissa, então Larissa pegou um biscoito e continuamos seguindo, porém do nada se escuta um grito enorme vindo de uma criança espantando todo mundo.
—Ahhhhhhhhhhh ela tá comendo meu biscoito -gritava o menino bem alto chamando a atenção de todo mundo, a professora então veio entender o ocorrido.
Imediatamente eu comecei a me acabar de sorrir, nem conseguia falar, Larissa nervosa explicava pra professora
-Ele que me ofereceu esse biscoito, ai eu como e ele começou a berrar, vai entender
A professora então pegou o menino e o levou de volta pra fila, sorrindo da situação.
- -Amiga que diabo foi isso? -falei tentando conter o riso
- -Amigo tu viu né? Ele que ofereceu! Essa peste me paga -falava incrédula e seria, porém achando graça da situação
-Só tu pra me fazer rir nessa situação mesmo amiga
-Arthur volta pro teus macho aí volta!
-Amiga eu tô conversando com um que se formou lá na faculdade -decido pegar o celular abrindo o aplicativo para mostrar a foto dele. -Amiga ele é mais ou menos da minha altura, acho que um pouco mais magro, enfermeiro, branco e de cabelo escuro, parece bonito, cara de sério do jeito que eu gosto, o nome dele é Marcos - falava sorrindo de canto
-amigo tu tá piranha né? Todo dia um, quero ver quando tu vai te acertar com um.
-Enquanto não achar o certo, eu me divirto com os errados meu amor! -falava convencido
O passeio correu bem, apesar do episódio de histeria da criança.
Os dias foram passando, uns ficas aqui e outros ali por meio do tinder foram rolando, mas nada significativo, quanto ao Marcos, conversávamos um pouco mas ainda não tinha tido aquela sensação de que “vai acontecer”, perguntei se ele tinha local, o mesmo afirmou que morava com o irmão, e apesar de ser assumido, não poderia levar ninguém pelo mesmo ser homofóbico. Não questionei, porém eu não era assumido, logo também não poderia levar em casa. Então esse empecilho se instalou.
Certa noite recebo uma mensagem no meu celular, estava jogando uma partida de Lol nesse momento, (eu sei, Lol né, mas eu gosto), a mensagem era do Marcos e a mesma falava:
-Arthur, você mora perto do hospital ****? Lembro que ele é no teu bairro!
- -Sim, é aqui pertinho na verdade, porque? -estranhei a pergunta, me deixando logo ansioso
-Eu queria te pedir um grande favor, eu tô sozinho aqui no hospital, tô muito fraco por conta das medicações e preciso de um acompanhante, você pode vir aqui me ajudar?
-Instantemente meu corpo gelou, que situação era essa, mas logo imaginei que não poderia negar uma ajuda, ainda mais nessas condições. Cheio de receios, afinal odiava hospital e já estava de noite, porém decidi criar coragem e fazer esse esforço, era por uma boa causa, pensei… então respondi que iria e assim o fiz.
Fui caminhando para o hospital, ao chegar lá identifique que iria acompanhar o Marcos e então me deixaram entrar, eu estava bem nervoso afinal nunca o tinha visto pessoalmente, somente por fotos, logo tinham todas essas questões na minha cabeça, fora a preocupação com a saúde dele nesse momento.
Caminhando pelo corredor, ao virar à esquerda eu o vejo… em uma cadeira de rodas, debilitado por conta das medicações, me aproximei e então falei.
-Oi, eu cheguei - falei nervoso esperando o mesmo se virar para me olhar.