Meu e-mail cowboypaulista21@hotmail.com
Bom dia meus compadres e comadres, tudo bom com vocês. Por aqui, chuva, tempo bom para pastagem e roçados…
Dia carrancudo e chuvoso, bom para contar uns causos.
Estou em débito com alguns leitores (as), que sempre mandam email pedindo para contar mais, sobre esse ou aquele causo.
Recebi alguns emails carinhosos da "ana_ma83", dos vários que ela andou me enviando, pedindo pra contar sobre uma aventura que tive no ano de 1994, na capital paulista, onde teve uma pequena confusão naquela ocasião!
Abraços carinhosos para Yamara❤, Soninha-GarotaOculta, Nádia(Crisântemos)...entre outros (as).
Pois bem, vou tentar colocar em palavras os acontecimentos daquela viagem, e dos dias seguintes.
Após alguns fatos ocorridos em minha vida no ano anterior, mesmo não precisando, fui trabalhar para aquele velho boiadeiro, amigo da minha família, que todos chamavam de véio.
Quem acompanha meus causos sabe que o Véio tinha 3 filhos. O mais velho, eu pouco tinha contato, o do meio, era razoável, já o mais novo, que regulava minha idade, era mais gente boa.
E foi justamente o mais novo, que naquela época se encontrava perdido na vida. Coisa de quem tem grana, sendo criado em berço de ouro.
Não por causa do pai, afinal o véio, com toda sua fortuna, era simples igual um painel de Jeep, e bruto igual uma argola de laço.
Esse mimo todo, que acabou estragando os rapazes, partia da mãe. Mulher muito distinta e elegante!
Tomei noção do acontecido em uma manhã chuvosa de dezembro, onde despachei a peonada pro serviço de campo, correr cercas e olhar a boiada.
Havia chegado à galope na sede da fazenda, deixando minha montaria amarrada na lateral da casona onde meu amigo e patrão morava e comandava todos seus negócios.
Tirei minha capa, a deixando cobrindo o arreio e parte do cavalo. Entrei arrastando as esporas pela lateral do alpendre, batendo o chapéu, secando meu rosto e nuca.
Ao me aproximar da grande porta do casarão, essa entreaberta, enquanto desamarrava minhas esporas, ouvi o véio resmungando com sua esposa.
Falavam do filho mais novo, que andava meio sem rumo, não rendendo nos estudos, batendo cabeça.
Raspei a garganta, batendo o chapéu na perna, anunciando minha presença, me aproximei da porta:
-Tô chegando, ôh de casa…
Logo a esposa do véio me mandou entrar, sair daquele aguaceiro.
Parei na soleira, limpei a sola no capacho e fui entrando na sala.
O véio estava pitando igual uma caipora, andando de um lado para o outro, resmungando com sua habitual "educação":
-Óia muié,num sei o que farta pro nosso fio… tem tudo na vida, e num tá baum… bate carro, gasta gasolina, bebe… vive viajano pra praia com aqueles bando de vagabundo… acho que vô vende aquele apartamento da vossa herança, no Rio de Janeiro…
E a esposa do véio gesticulando, falando, o véio babando de raiva…
Eu bati a mão no bolso da camisa, peguei meu maço de Marlboro todo amassado, escolhi um dos cigarros menos detonados, trouxe à boca e acendi. Fiquei em pé, ao lado de uma estatueta de boi, feita em pedra polida, que o véio adorava.
O véio parou de gastar sola no assoalho, virou pro meu lado, me apontou o cachimbo e disse bem sério:
-Tá resorvido, o Beto vai buscá ele… né Beto, ocê da conta que eu sei!!
A esposa dele me olhou, estava com semblante preocupado, olhos brilhando, coisa de mãe. Esticou seu braço, colocou sua delicada mão no meu ombro e pediu:
-Betinho, traz ele pra cá, me faça esse favor… mais um entre tantos e tantos que pedimos a você!
O véio coçando o bigode, torcendo a boca, brabo de tudo, arrematou:
-Leva o laço tamém… si ele num vié por bem, me traz aquele moleque amarrado!!!
A patroa saiu nos deixando sozinhos na sala do casarão sede.
O véio, ainda soltando fogo pelas ventas, me mandou sentar.
Assim que nos acomodamos, ele começou a contar os acontecimentos com seu filho mais novo.
Contou que o rapaz estava perdido, querendo largar a faculdade (a terceira em 5 anos), indeciso quanto ao que fazer, gastando além da conta, batendo carro, amizades ruins…
Coisa de filhinho de papai, criado no luxo.
Não que o véio fosse dado à frescuras, mas a família da esposa era de granfina, mal acostumada, e seus filhos haviam herdado esse costume ruim!
O véio havia conhecido a esposa em uma viagem à capital federal da época, o Rio de Janeiro. Havia ido com seu finado pai,outro boiadeiro cascudo mais que um jabuti.
Me contou que havia ido acertar uns dinheiros no escritório de um frigorífico.
E durante um passeio pela orla de Copacabana, conheceu sua esposa, que à época era uma mocinha encantadora, delicadíssima, uma verdadeira boneca!
Foi amor à primeira vista!
A moça se encantou com aquele boiadeiro rústico, charmosão, e o véio, que na época não era tão velho, havia se derretido por aquele bibelô de porcelana delicada.
Ela era de uma família de políticos, muito chegados ao finado Getúlio Vargas…
Esse tal apartamento do Rio de Janeiro era herança de sua esposa. E pra lá que seu filho fugia, quando as coisas estavam confusas em sua mente.
E o velho foi contando algumas coisas, e sugerindo outras…
A chuva estava malhando sem dó a Fazenda e toda região.
Sendo eu de casa, fiquei para o almoço. E durante a refeição, o Véio anunciou sua decisão à esposa:
-Tá resorvido, nois vai buscá aquele moleque… o Beto leva nóis pra São Paulo... E TÁ FALADO!!!!
Sua esposa me olhou sorrindo, suspirou aliviada, melhorando seu semblante.
Almoçamos tranquilos, embalados pela ventania, raios e trovoadas…
Depois que comemos, a patroa pediu licença, e foi pra dentro da casa… eu e o Véio fomos para o escritório conversar.
Assim que a empregada deixou um bule de café forte bem cheiroso, meu patrão me contou seu plano, entre uma baforada e outra de seu cachimbo.
Queria ir no próximo dia para a capital buscar o filho, lembro que era um meio de semana.
Falou que seria bom levar a esposa, uma vez que a mesma andava muito angustiada com seu filho mais novo. E seria boa oportunidade pra ela passear na cidade grande, e fazer uma coisa que era especialista, gastar dinheiro em lojas de roupas!!
Perguntei onde é que o rapaz estudava e estava alojado, afinal, eu conhecia a capital, mas não muito.
Para minha surpresa, o véio contou que ele estudava em uma faculdade na Mooca, bairro onde minha falecida tia morava. Era numa tal de São Judas, mensalidade cara! O rapaz estava cursando administração, mas não levava jeito pra coisa. Ele e seus irmãos eram mestres com PHD em gastar dinheiro!!!
Ficamos de prosa até a chuva dar uma pausa. Devia ser umas 15:00 hs, se não mais… falamos dos serviços das outras fazendas, estava tudo em ordem.
Me despedi do véio, deixando ele no alpendre do casarão, carregando suas ordens, que eram: distribuir os trabalhos naquela fazenda pelos próximos dois dias, e arrumar minhas tralhas para a viagem do dia seguinte. Deixamos marcados para as 3:00 hs da madrugada nossa partida.
Peguei o cavalo que estava impaciente por ter ficado amarrado na lateral da casa, montei e fui para o galpão do curral.
Encontrei a peonada reunida, esperando minhas ordens.
Assim que me relataram a situação do gado e de tudo quanto havia para ser olhado na fazenda, distribuí as ordens para os dias seguintes, contando que estaria ausente com o véio e sua esposa.
Soltamos a tropa no potreiro, ficamos proseando até a boca da noite. O tempo havia limpado, mas a chuva de mais cedo foi forte, deixando os rios e córregos da Fazenda transbordando!
Me despedi da peonada, deixando um velho peão encarregado de tudo na minha ausência.
Quando eu viajava com o véio, sempre deixava aquele peão de olho em tudo. E três vezes ao dia, ele ia até a sede pra saber se eu havia ligado, recebendo ou me dando algum recado.
Cheguei na minha casa, que ficava bem próxima ao casarão da sede. Lembro da lama que ficava no caminho. Coisa que foi corrigida ainda aquele ano, com umas duas horas de retroescavadeira, e dois caminhões de cascalho!
Tirava as botas, deixava no pequeno alpendre da frente da casa, e ia caçar um banho… era minha rotina!
Depois de banhar, eu sempre ia no alojamento da peonada solteira para jantar. Havia sempre uma cozinheira de plantão para nos acudir no horário da fome.
Naquela noite não fui! Fiquei arrumando minha bolsa de viagem.
Regulava umas 20:00 hs, havia deixado a televisão ligada no jornal… logo terminei de dobrar umas camisas, arrumar tudo na bolsa de couro, lustrar as botas, senti fome.
Sempre deixava umas frutas na geladeira, queijo fresco, doces, coca-cola…
Peguei um prato, coloquei algumas coisas, um copo de leite frio, sentei no chão, em frente a tv e fui matar o tempo e a fome.
Até hoje tenho esse hábito de me sentar no chão para comer!!!
Devo ter gasto meia hora comendo e bebendo leite.
Levei o prato e copo para cozinha, lavei tudo e deixei secando no escorredor.
Apesar da chuva do dia ter refrescado um pouco, o clima ainda estava abafado.
Desliguei a televisão, peguei um cigarro e fui para frente da minha casa fazer fumaça.
Entre uma baforada e outra, ouvindo os grilos e a cachorrada latindo por toda colônia dos peões, vejo um vulto se aproximar da minha casa.
O vulto parou antes de alcançar a claridade da lâmpada do meu pequeno alpendre, e pediu apressada:
-Beto, apaga essa luz, não quero que me vejam entrando aí na tua casa… anda peão!!!
Era uma moça baixinha que trabalhava na casa do véio, auxiliando na cozinha.
Era meio acanhada, demorei para levar ela na conversa, mas quando consegui, deixei a danada viciada no meu cacetão!!
A menina tinha uns 20 e poucos anos, não era muito bonita, mas tinha um belo rabo!!!
Sempre chegava apressada, entrava em casa e já ia arrancando a roupa!
Naquela noite não foi diferente das outras, ficou peladinha me esperando na sala.
Joguei o toco do cigarro, entrei, fechei a porta, a menina acendeu a luz do meu quarto, e ficou fazendo charme, me provocando.
Arranquei o calção, zorba e parti pro ataque.
Ela subia na cama, ficava quase na minha altura, me abraçava, beijava, fazia carinhos gostosos em mim, esfregava seus seios macios…
Ajoelhava na cama, pegava minha vara, beijava com carinho, mamava a cabeça com cuidado, me deixando no ponto de bala. Era a mesma coisa todas as vezes!
Depois de apertar e lamber meu sacão, ficava de quatro na beirada da cama, rebolando aquele rabo moreno clarinho, com uma pentelheira generosa na buceta.
Sempre apanhava a danada!
Dava tapas violentos naquela bunda bonita, cheirava, lambia e chupava seu cuzinho e xana…
A menina ria, gemia se contorcendo… isso até encaixar a cabeçona da rola na buceta da moça. Engraçado que aquela só deixava colocar a cabeça no cuzinho.
A safada adorava sentir a porra quente lotar seu intestino!!
Metia por uma hora nela, às vezes mais, ou menos… mas deixava a morena toda ardida!!
Quando eu ia gozar, ela estava sempre derrotada pelas estocadas furiosas contra seu útero, pedia pra encher seu cuzinho:
-Enche meu cú com essa porra toda, meu peão… (dela e de todas)
Eu segurava a rola pulsante igual um coração, mirava no cuzinho, empurrava até depois do "pescoço" da bitela, distribuía tapas nas polpas da moça. Ela abria o rabão com as duas mãos, abafava os gritos no meu travesseiro, chorava, pedia calma, dava socos no colchão… era a mesma ladainha de sempre, como se não gostasse:
-Ai que dor… Ai meu cú... goza logo pelo amor de Deus… aaaiiiii, ta me rasgando… ta grossa demais...ui u i ui...
Naquela noite, após romper suas pregas, lotar aquele cuzinho de porra, ouvir os lamentos acerca da grossura da minha pica, enquanto ela aliviava o intestino sentada no vaso, eu tomava outro banho, quando a morena me fala:
-É Beto, os patrão tão preocupado com o filho deles… parece que ele arranjo problema , lá onde ele estuda… vê se toma cuidado na viagem, tá…!!!
Depois de se aliviar, soltar toda a porra que depositei naquele rabo gostoso, a morena veio se banhar comigo.
Namoramos um bocado debaixo d'água…
Ainda comi mais um pouco aquela buceta peluda, e ganhei outra chupada gostosa na vara, arrancando o resto do mingau grosso das minhas bolas!!
A menina queria dormir comigo, mas eu sairia bem cedo, e não poderia me atrasar. Outras vezes que a safadinha dormiu comigo, me atacava de madrugada. Quantas vezes acordei às 2, ou 3:00 hs da manhã, com ela lambendo meu pau, me punhetando, toda assanhada!!
Apaguei todas as luzes da minha casa, para facilitar a moça sair escondidinha. Ela morava na fazenda com a família, seu pai era um dos tratoristas. Acredito que não soubessem do nosso caso! A desculpa era a mesma de sempre. Ela dizia que havia ficado um pouco a mais na sede, deixando isso ou aquilo arrumado para o outro dia!!!
Era meio ciumenta comigo, ficava brava quando me engraçava com outras, mas eu era aquilo mesmo, e não adiantava cara feia! Kkkkkk
E eu comia a mulherada que trabalhava nas outras fazendas… incluindo umas casadas (outros causos). Eu era o diabo!!
Foi uma fase gostosa aquela!
Fui me deitar, passava das 22:00 hs… coloquei o despertador para "gritar" às 2:30 da matina.
Me deitei satisfeito pela foda gostosa, logo adormecendo!
Na hora certa, o relógio "⏰" me despertou.
Levantei, fiz a barba, tomei uma chuveirada ligeira, peguei minha bolsa, fechei a casa, e fui pra sede.
As luzes estavam acesas no alpendre.
Encontrei o veio fumando no corredor da casa, todo arrumado, chapéu de aba larga, botas brilhando:
-Bom dia Beto...vamo cortá trecho… entra e toma um café, come uns pão de queijo e vamo vazá!
Entrei na casa, fui pra sala de jantar, a mesa estava toda arrumada. Encontrei a patroa terminando de tomar um café:
-Bom dia Betinho, dormiu bem… está pronto para nos levar à capital… ah menino, nem sei como te agradecer… meus outros filhos não atendem o telefone, não sei onde estão…
Tranquilizei a esposa do véio, e disse em tom de brincadeira, que se fosse o caso, traria os três para a fazenda pegos no laço!
Consegui tirar aquele ar de preocupação daquele rosto de mãe. Sorriu lindamente pra mim, aquela gentil e elegante senhora!
Me esticou a mão, me chamando. Ao me aproximar, ganhei um carinho nos cabelos e rosto!
Eu sabia que ela e o véio sentiam pena de mim… e também sabiam do quanto me dedicava à família deles, desde que me acolheram depois de tudo quanto aconteceu em minha jovem e conturbada vida!!!!!!!!!
Bebi um café magro, comi uns pães de queijo, um suco, ficando de prontidão para pegar a estrada.
Saímos da fazenda um pouco depois das 3:30 hs.
Fomos na caminhonete do véio. Era uma Ford cabine dupla… que máquina!
Fomos pela Raposo Tavares, chegando na Castelo Branco por volta das 8:00hs. Fomos devagar, dirigi tomando cuidado… a esposa do véio morria de medo dos caminhões na rodovia!
Fiz parada bem mais adiante em um posto de gasolina, parada dos ônibus e turistas que viajavam para o noroeste e oeste do nosso Estado.
Lembro bem daquela parada que fizemos.
Fomos para a lanchonete pedir um café, enquanto o véio e sua esposa foram para o banheiro, eu fiquei de papo com as atendentes do lugar. Eu não valia nada!
Quando o véio chegou com sua esposa, me viram na maior galinhagem com as mocinhas do balcão…
Eu sempre fazia gracinhas quando me perguntavam se eu queria alguma coisa mais:
-Quero sim moça, saber teu nome e um sorriso com essa boca bonita!
Era tiro e queda!!! Risadinhas, rostos corados, arrumação nos cabelos e uniformes. Eu era foda! kkkkkkkkkkk
O véio tratou de jogar água no meu chopp:
-Ocêis ismina, num dê trela pra esse aí não… isso num vale nada, é um perdido, sem vergonha!
E dava aquela risada alta, que só ele tinha no mundo.
Eu me fazia de ofendido, indignado com aquelas acusações infundadas… kkkkkkk
A esposa do véio só me olhava, sorria, balançava a cabeça:
-Esse Beto não tem jeito, meu velho!!
Demoramos um tempinho no posto. O véio pagou a conta, eu me despedi das meninas, e logo estávamos rodando pela velha Castelo Branco.
O véio e sua esposa apelaram um bocado comigo, dizendo o quanto eu era mulherengo!
E eu, só me defendendo das acusações… Falo sem receio, eu adorava aqueles momentos!
E seguimos tranquilos aquela viagem. O véio no banco da frente fumando, falando dos planos para o ano seguinte, das compras de boi, de uma visita importante que receberia na fazenda do Mato Grosso. Era um velho amigo político, que adorava pescar e andar a cavalo!!!
Chegamos na capital, passava um pouco do meio dia. Lembro que ao entrar na Marginal do Rio Tietê, pelo calor que fazia, o cheiro de podre tomava conta de todo ambiente.
Até hoje, quando passo pela capital, fico indignado com a catinga daquele trecho do rio.
Lembro das vezes que nadei no Tietê, na prainha da barragem de Buritama, eu era novo na época!
O trânsito também estava uma desgraça, só pra variar um pouco!!!
Bem mais adiante, parei em um posto de gasolina e me informei como deveria chegar à velha Mooca. A tal universidade ficava perto de um pontilhão, em frente uma avenida larga.
Rodamos quase uma hora, e depois de mais umas duas informações que coletei com taxistas, chegamos próximo à faculdade onde o filho do véio estudava.
Rodamos em volta, o véio queria analisar o ambiente antes de estacionar.
Novamente paramos para pedir informação, e agora, o local a ser encontrado era o endereço onde ele morava.
Segundo a informação de um outro taxista, ficava a umas 5 quadras da faculdade.
Seguimos até o local indicado, e minutos depois, estava estacionando na frente do lugar.
Era um prédio bonito, bem movimentado.
A pedido do véio, fui falar na portaria, pedindo informações sobre o tal rapaz que morava no segundo andar, e explicando o motivo da nossa visita!
Não gastei mais que 5 minutos falando com o porteiro.
Voltei com notícias de que o rapaz havia saído de carro.
Lembro do véio ter dado a ele um Tempra. Era um baita carro na época!
O véio e sua esposa, apesar de preocupados, sentiram um certo alívio por ter encontrado o endereço onde o rapaz morava.
Mas como não sabia em que horas ele estaria de volta, o véio sugeriu ir para uma churrascaria. Já passava da hora do almoço!
Seguimos para a Marginal do Tietê, onde haviam várias churrascarias boas.
Gastei meia hora naquele trânsito confuso, até que achamos uma churrascaria.
Passava das 13:00 hs, mas o movimento era grande no local.
Almoçamos tranquilos, carne boa, o véio bebendo um chopp geladinho, a patroa um whisky, pra acalmar os nervos. Eu fiquei só na coca-cola, com gelo e limão no copo.
Demoramos comendo, o local estava vazio quando o véio pagou a conta, dando uma gorjeta bem gorda pro garçom.
Voltamos para onde o filho deles morava. Estacionei bem na frente da portaria, e logo que nos avistou, o porteiro veio apressado nos avisar que o rapaz havia chegado.
O véio desceu, pediu pra esposa esperar ali mesmo, me chamou e fomos entrando pela portaria.
Lembro do véio dar R$100,00 para o porteiro. Uma nota daquelas azuis, era um salário mínimo na época! O homem arregalou os olhos, sorriu e agradeceu, faltando pouco beijar as mãos do véio!
O porteiro mostrou onde ficava o elevador, travei na hora...o Véio riu, falando ao funcionário do condomínio, que eu só tinha tamanho e safadeza:
-Onde se viu coisa dessa… um homi desse tamanho, munta em burro brabo puladô, pega boi marruco pras oreia, com medo de elevadô…hum!!!
Como era no 2° andar, fomos pela escada. O véio apelando comigo, me chamando de cagão…
Até hoje, evito elevadores, confesso!!!
Assim que chegamos no andar onde o rapaz morava, fomos olhando tudo. Havia 4 apartamentos por andar, dois de cada lado.
Paramos na última porta do lado direito, apartamento n°8. Tocamos a campainha, e instantes depois, ouvimos passos apressados.
Ao abrir a porta, o rapaz se deparou com seu pai.
Ficou parado, sem reação, estava pálido, olheiras. O véio com sua habitual delicadeza, falou com voz de trovão:
-Como é que é, rapaz… num vai manda teu pai entrá? Hum… vamo pá dentro que nois tem muito que conversa rapaizim...anda!!!
Me dirigiu um "oi Beto" sem graça, estava abatido de tudo o moço estudante!
O véio ia olhando tudo, chutando meias caídas no chão, cutucando pratos sujos em cima da mesa… torceu o nariz, coçou o bigode e falou enérgico:
-Tá um chiqueiro de porco esse teu muquifo… onde cê tá gastano a dinheirama que mando pro cê tudo mês… vamo, FALA RAPAIZ…
Ele gaguejou, coçou a cabeça…
O véio estava uma onça de bravo, olhou na cozinha, foi para o quarto, olhou o banheiro:
-Ainda bem que tua mãe não subiu aqui, ela ia fica braba demais!
-A mamãe tá aqui com o senhor?
Ficou preocupado o rapaz!
-Tá lá embaixo na caminhonete, e viemo buscá ocê… pode arruma tuas traia, fecha essa imundice que ocê chama de casa, e vamo vorta pra fazenda com nois… AGORA!
Esbravejou o véio, fumando igual uma chaminé!
O rapaz fez menção em chorar, o véio ficou puto, pegou ele pelo colarinho, ergueu e falou bem sério:
-Toma tipo de homi, ocê é meu fio, tem meu sangue nas veia, toma vergonha na cara e anda logo… vo desce e espera ocêis lá embaixo… o Beto ajuda ocê com a tuas traia!
O véio me olhou bem no fundo dos olhos, nem precisava dizer nada, eu sabia o que deveria fazer!
Saiu do apartamento pisando alto, batendo a porta com força.
Assim que nos vimos sozinhos, o rapaz me falou, querendo desabar em lágrimas:
-Oh Beto, não sei o que fazer, cara… o curso não era o que eu pensava, queria ir pro Rio de Janeiro, meu pai tá no meu pé… meus irmãos viajando, minha mãe ligando todo dia pra mim… tá foda cara!
Eu acendi um cigarro, ofereci outro pra ele, que acendeu e tragou comprido:
-Tô perdido Beto, o que é que eu faço?!
Eu o conhecia a muitos anos, desde que ele ia na nossa fazenda, e eu na fazenda do Véio.
Disse que ele estava precisando fazer alguma coisa, um pouco de trabalho faria bem à ele. E nas fazendas do pai dele, trabalho era o que não faltava!
Ele me olhou sem ânimo, disse que não levava jeito pra lidar com bois e cavalos, me obrigando a dar uma chacoalhada nele:
-Não leva jeito pra boi, me desculpa o que vou falar, mas jeito você e teus irmãos levam pra gastar dinheiro… você tem sorte por ter pais tão bons. Sorte meu amigo… você tem muuuita sorte!
Ele chorou, concordando com o que lhe falei.
Terminou o cigarro, secou as lágrimas, se levantou, respirou fundo e tomou a decisão:
-É, vou arrumar minhas coisas, isso aqui não é mais pra mim, chega!
Foi para o quarto, pegou duas malas e foi enfiando suas roupas, alguns papéis, perfumes, tênis…
Uns livros e cadernos, deixou caído pelo chão, não queria mais voltar para a faculdade.
Apareceu na sala com as malas feitas, só me pedindo um tempo para um banho. Não queria aparecer todo desalinhado na frente da mãe!
Esperei por ali, porta entreaberta, afinal, o apartamento estava catingando chulé, mofo, cerveja e resto de pizza velha.
Acendi mais um cigarro, fiquei olhando as coisas na estante da sala, perto da televisão. Tinha um porta retrato com a foto virada para baixo. Pensei que fosse foto da família do véio, que nada!
Era uma moça bonita até dizer chega. Branca dos cabelos pretos. Na foto, ela estava em pé ao lado de uma árvore.
Um avião a moça
!
Depois de admirar a modelo da foto, deixei baixado como estava…
Fui até o banheiro, bati na porta, ele gritou que estava no chuveiro ainda, pra eu ter mais um pouco de paciência.
Puxei uma cadeira, liguei a televisão, e fiquei assistindo um filme que estava passando.
Depois de outro cigarro, ouço no corredor daquele andar um converseiro. Me levantei, fui espiar o que era aquela falação alta.
Eram dois rapazes entrando no apartamento n°5 daquele andar. Carregavam nas mãos uns livros, e mochilas nas costas. Ao que tudo indicava, eram estudantes de faculdade.
Recuei, ia sentar na cadeira novamente, quando ouço as vozes perto da porta. Um deles, em tom de tiração de sarro, falou:
-Será que o sócio tá em casa… aí fulano… tua namoradinha tá aí também?
Riam alto, fazendo algazarra.
Comecei a entender o motivo da depressão do filho do meu patrão!
Fiquei em pé, perto da porta, e as vozes foram chegando mais próximas, até um deles dar um chute, escancarando de vez o apartamento.
Quando deram de cara comigo, ficaram sérios por um instante, mas logo após, demonstrando uma total falta de noção do perigo e respeito, afinal eu era muito maior que eles, caíram na risada, e mandaram essa no meu peito:
-Será que além de corno, agora arranjou um namorado cowboy, virou viado de vez?! Será possível!!! É muito otário esse…
E riram de quase cair no chão!
Pensei ligeiro: -- imagina se o véio tivesse ali, ou pior, a esposa dele!!!
Resolvi entrar na brincadeira dos universitários, afinal eu era e ainda sou bem humorado:
-Olha rapaziada, não sei bem do que vocês tão falando, mais o meu amigo não é viado não… já os dois aí, tem cara que gosta de uma rola grossa socada no meio do rabo!!!
E fiquei encarando os dois!
Logo o mais fortinho dos dois mandou eu repetir aquilo, se eu fosse homem!
Não deu nêga, a partida! Kkkkk
De onde eu estava, pertinho da porta, a um passo do rapaz folgado, soltei um pontapé, pior que um coice de mula, bem na boca do estômago. Caiu sem ar no chão, meio que querendo vomitar.
O outro arregalou os olhos, tentou correr, mas também não teve tempo nem de chamar pela mamãe!
Dei um bote, igual uma onça, agarrei ele pelas alças da mochila, trouxe ele pra dentro da sala, dei um baita de um tapão no pé do ouvido dele, que caiu amontoado no chão, derrubando uns livros que tinha na mão em cima da mesinha de centro da sala.
Fui até o outro que deixei caído no chão na frente da porta, arrastei ele pra dentro, passei o trinco na porta, e fui assuntar o que estava acontecendo.
Logo chegou o filho do véio enrolado em uma toalha. Ficou parado vendo a cena, com um leve sorriso começando a se estampar nos lábios:
-Que você fez Beto, porque esses dois estão aí, caídos no chão?!
Contei que chegaram tirando sarro, chutando a porta, falando gracinha, chamando ele de corno, viado, que eu e ele éramos namorados. Por isso resolvi acalmar os dois.
O filho do véio, me pediu um cigarro, sentiu-se seguro comigo por ali, e foi me relatando:
-São dois cuzão, viviam aqui em casa, até eu começar a namorar uma menina lá da faculdade… ela era uma filha da puta, safada… só queria minha grana… e esse daí (apontando pro rapaz que derrubei no chute), sabia que ela me traia, saiu com ela também… se fazia de amigo, mas nas minhas costas, ficava tirando uma com a minha cara!
O rapaz que levou o tapa na orelha, se levantou e disse todo irritado:
-Mandou teu papai trazer um segurança? Corno, quando você voltar pra faculdade, vamos te arrebentar…
Tive que dar um soco na cabeça dele, que deve ter saído faísca! Tonteou e ficou escorado no sofá!
O outro, ainda sem ar, falou com dificuldade, que ele era um babaca, corninho, que ia levar um pau da turma dele…
Peguei ele pelos cabelos, perguntei quem era namorado de quem, e quem iria bater em quem…
O filho da puta cuspiu na minha cara, mostrando o tanto que era folgado!
Fui obrigado a dar mais uns tapas no infeliz.
Com as costas da minha pata, acertei a orelha direita do folgado.
Ficou aéreo por um instante, igual televisão fora do ar sem o fio da antena!
O filho do véio sorriu satisfeito, mas ainda assim eu o adverti sobre o ocorrido.
Eles iriam se vingar dele quando estivesse sozinho!
E só acertei a orelha dos dois, por causa do modo como falaram comigo.
Que ele tinha que fazer juz ao sangue que ele carregava nas veias, afinal, o pai dele era um dos homens mais corretos e valentes que eu conhecia no mundo!
Ele ficou pensativo, me olhou, pensou mais um pouco e pediu mais um favor:
-Coloca o lixo pra fora, Betão… faz mais esse favor pra mim! Fico te devendo essa…
Peguei os dois pelas pernas e levei de arrasto, até o apartamento n° 5. A porta estava encostada, foi fácil. Abri e joguei os dois dentro. Antes de fechar a porta, avisei:
-Se vier atrás de mim ou do meu amigo, vão ver o que é apanhar de verdade, seus viadinho do caraiu...
Voltei pro apartamento do filho do véio, encontrei ele olhando a foto da moça, não estava com aquela tristeza no olhar. Vi a decisão nos olhos dele.
Abriu o porta retrato, retirou a foto, rasgou em pedaços. Depois foi até a lixeira da cozinha, e jogou dentro.
Sorriu satisfeito, me estendeu a mão, agradecendo pela ajuda com aquela situação.
Disse para ele sossegar, que estaria indo pra fazenda com os pais dele. E aquele final de ano, seria bom para colocar a cabeça em ordem!
O rapaz acabou de se arrumar, pegou as malas, deu uma última olhada em tudo, e foi saindo daquele local de tristezas e amarguras.
Ao passar pela porta do apartamento n°5, fez graça, perguntando se havia alguém no lugar!
Não disse nada, deixei ele tirar um sarro dos dois. Imaginei o quanto ele deve ter passado apurado na unha daqueles dois filhos da puta.
O filho mais novo do véio, era bonzinho. Boa vida, sossegadão de tudo, mas não fazia mal a uma mosca. Fosse o irmão mais velho, era capaz de me pagar para surrar os dois, até se cagarem!
Eu ajudei o rapaz, por não gostar de covardia. Toda vida me irritei com injustiças.
Quando chegamos na portaria, avistamos o véio com cara de preocupado, fumando e andando de um lado para o outro.
Logo sua mãe saltou da caminhonete e veio ao encontro do filho, toda saudosa, querendo saber o porquê da nossa demora. O rapaz disse, enquanto abraçava a mãe:
-Demoramos um pouco, porque o Beto me ajudou a colocar o lixo pra fora!!!
Me olhou dando uma piscada!
Depois de matar a saudade do filho, a mãe dele me pediu para ajudar a guardar as malas na carroceria da caminhonete.
Ele protestou, dizendo que iria nos acompanhar com seu carro.
O véio rosnou brabo, dizendo que havia olhado o carro no estacionamento do prédio, e o Tempra novo, estava uma carroça. Vazando óleo, rodas riscadas, lateral amassada, lanterna e pára-brisas trincado:
-Que diabo ocê ando aprontano co carro, meu fio? Tem juízo não… ah muleque… vô curá ocê nesse fim de ano!!!
Antes de irmos embora, o véio disse ao porteiro que mandaria alguém buscar o carro. E entregaria o apartamento ao dono…
Que não se preocupasse, que ele resolveria tudo!
Embarcou sua esposa e o filho no banco traseiro, peguei no volante, o véio do meu lado, fomos embora daquele lugar.
Seguimos umas placas, fomos para o centro da cidade para caçar um hotel. O Véio e sua esposa estavam cansados, precisavam dormir antes de encarar mais de 600 km de estrada!!!
Chegamos em um hotel bonito na região central da capital paulista. O véio reservou 3 quartos, e assim que nos alojamos, tomamos um banho, e ficamos prontos para jantar. O véio chamou um táxi, e pediu para nos levar para um restaurante bonito que sua esposa conhecia.
Não lembro onde era, mas o local era chic.
Lembro com alegria, a esposa do véio me ensinando a utilizar aquele tanto de garfo e colher de todo tipo. O véio resmungava, e mandava:
-Larga o Beto come do jeito que ele sabe, muié… esse num tem frescura não… foi criado igual uma onça!
Foi um jantar muito agradável, e engraçado demais. O povo das outras mesas, homens e mulheres elegantes nos olhavam com curiosidade!
Voltamos para o hotel, passava das 22:00hs. Eu estava cansado de tudo, queria cair na cama e dormir.
Assim que fui para meu quarto, estava colocando um calção, ouvi batidas na porta. Era o filho do véio quem me chamava.
Assim que entrou, foi agradecendo:
-Beto, quero te agradecer por não comentar nada com minha mãe, você é muito parceiro! Meu velho tem sorte em ter você do lado dele… obrigado mesmo Betão!
Me deu um abraço sincero, e voltou para o seu quarto!
Fiquei remoendo todo acontecido, e feliz por ter ajudado ele a sair daquela fossa em que se encontrava.
Deitei na cama macia do hotel, e adormeci!
Acordei com o telefone tocando na minha orelha:
-O Beto, levanta homi, quero fala co cê...to aqui embaxo na recepção, vesti uma ropa e vem logo!
Era 5:00hs da manhã, e o véio tava a 1000 por hora!
Gastei uns 15 minutos pra me arrumar, e assim que desci as escadas, encontrei o homem fumando na porta do hotel bonito.
Fez um gesto com as mãos, me chamando pra caminhar na calçada. Assim que chegamos à rua:
-Então, vai me conta os acontecido, ou vai dexá eu com cara de bocó!!
Perguntei do que ele estava falando, e para minha surpresa, ele sabia mais do que eu imaginava.
O véio deu mais uns trocos para o porteiro de onde o filho estava morando, querendo saber se ele andava tendo problemas, e soube que o filho estava sofrendo perseguição por parte de uns colegas da faculdade.
Ouvindo aquilo, resolvi contar o que havia acontecido no outro dia.
O véio ouviu tudo sem dar um pio, só fumando!
Quando terminei o relato, ele me agradeceu pela ajuda que dei ao seu filho.
Coçou o bigode, arrumou o chapéu na cabeça e falou me olhando no fundo dos olhos:
-Queria que meus fio fosse mais interessado nos negócio meu… mai, as coisa nunca é como agente qué…
Vamo fazê uma coisa Beto, nesse finar de ano, ele vai ficá com você correndo as fazenda, lidano no boi… e faiz ele esquece aquela muié! Ocê ajuda eu nisso?
Disse pra véio ficar em paz, que sabia bem como fazer ele se esquecer de um rabo de saia. E a solução era a zona!
Disse que levaria ele até Marília, naquele lugar que ele sabia bem onde era. O véio gostou da idéia, só resmungou que não poderia ir comigo, afinal, o véio só putanhava longe dos familiares!!
Aquele dia fomos fazer compras no shopping, roupas, sapatos…
Saímos do hotel, passava das 9:00 hs, fomos seguindo placas até encontrarmos a Marginal fedorenta do Tietê.
A esposa do véio não perdia oportunidade de fazer compras na capital, e ao avistarmos placas de um shopping, pediu para encostar no lugar.
Sei que andamos mais que notícia ruim naquele lugar! A patroa fez eu e o filho carregar um bocado de sacolas. Ela era uma figura, e pedia com jeitinho:
-Sejam cavalheiros, me ajudem com esses embrulhos, meus jovens!!!
E o véio a cada maço de notas que ia embora, resmungava:
-Eita que lá se vai dois boi…
Eu ri muito com aquelas três pessoas!
Lembro de ter ganhado camisas e calças, meias… o filho do véio comprou um relógio bonito pra ele, e outro pra mim, igualzinho. Um Citizen, caríssimo na época!
Lembro que me tratavam como se eu fosse da família, e não como um "faz tudo"!
Agora, o que realmente eu adorava, eram as moças me paquerando.
Digamos que até hoje, não é muito comum, um peão boiadeiro, trajado de chapéu, botas e fivelão, transitar pelas ruas e alamedas de shoppings da maior capital da América latina!!
O filho do véio ria das minhas caipirices, e ficava abismado com minha capacidade de arranjar paqueras!
Em determinado momento do passeio de compras, falei pro rapaz que o levaria comigo até Marília, olhar uma novilhada e umas potrancas, que seu pai tencionava comprar!!
Ele se animou, dizendo estar afim de se inteirar dos assuntos e negócios da família.
Passava do meio dia, quando paramos em uma churrascaria para almoçar. Lembro de ter comido pouco, afinal, teria um bom trecho para cortar ao volante.
Sei que saímos da capital, devia ser umas 15:00 hs. Trânsito do capeta naquele encontro de pistas, onde se pegava a rodovia Castelo Branco.
Não havia radar naquela época, podendo sentar o pé na estrada. Quando estava devagar, o velocímetro marcava 120 por hora kkkkkkkk.
Chegamos na fazenda, eram quase 23:00 hs.
Deixei o povo na sede, ajudei com os embrulhos e malas...
Entrei na minha casa, estava moído, precisava de um banho e cama.
Na outra madrugada, passava um pouco das 4:00hs, eu já estava de pé. Me arrumei, e fui para a sede, assuntar o que estaria me esperando naquele dia.
Foi eu pisar no alpendre, ouvi o véio resmungando na sala da casa.
Dei um assobio curto, era a senha pro patrão me atender:
-Bom dia Beto… dormiu bão… óia quem tá acordado te esperano pro dia…
Era o filho do véio, com olheiras, cara amarrotada, mal humorado:
-Que horas são Beto, pelo amor de Deus… tem necessidade de sair da cama uma hora dessas…
O véio só me olhou, fechou a mão, fazendo menção em dar um cascudo na cabeça do desinteressado filho:
-Eita vida boa a tua meu fio… mió acustuma, que esses dia ocê vai cumê puera junto do Betão!!!
O rapaz sabendo que o pai falava muito sério, tratou de ir colocar uma roupa mais apropriada. Afinal, tênis e bermuda estavam fora de cogitação no nosso dia-dia.
Tomamos café, sugeri ele reforçar nos bolos e pães, pois não haveria hora de voltarmos para o almoço.
O rapaz comeu pouco, pediu para eu esperar só mais um instante, que ele iria ao banheiro. Ele tinha ido escovar os dentes! Kkkkkkk
O véio ficava pra morrer com os filhos!
Em mais de uma oportunidade o véio me disse que queria ter tido um filho igual eu e ele, mas…
O patrão pediu pra eu judiar um pouco do rapaz, não alisar por ser seu filho. E para aquele dia, queria juntar todo o gado daquela fazenda. Iria inspecionar no curral.
Seria uma trabalheira doida para juntar as mais de 7000 cabeças que estavam naquela fazenda.
O rapaz apareceu depois de uns 20 minutos. De calça jeans, botinas e chapéu na cabeça. Menos mau, pensei!
Pedi licença pro Véio, chamei o rapaz e fomos ao encontro da peonada, que àquela altura, deveria estar nos aguardando no galpão das tralhas, do lado do mangueiro.
Caminhamos uns minutos, e logo encontramos todos peões e tratoristas.
Conversavam, bebiam café e falavam besteira… o de costume!
Quando viram que era o filho do véio chegando comigo, ficaram calados, dando pra ouvir uma agulha caindo no chão!
Achei graça, e fui falando:
-Ué, cadê os homi que tava falando de buceta…
O filho do véio, tentando quebrar o clima:
-Buceta é bom demais… e se um dia eu herdar essa fazenda, vou montar uma zona aqui perto, só pra atender a peonada!
Ali ele ganhou a turma toda… e foi só risada!
O rapaz tinha lá os seus maus costumes de mimado, mas era gente boa até dizer chega.
Mandei pegar um cavalo manso pro rapaz, e colocar uma sela americana mais macia, não queria que o patrãozinho esfolasse o bumbum no primeiro dia!
Todos equipados e prontos, anunciei que o Véio queria olhar todo o gado, e que seria trazer tudo para as remangas, corredores e curralama.
Era serviço maneiro aquele, e a já peonada se animou!
Estávamos em 8 peões, contando com o filho do véio. Esse não saía de perto de mim, me seguindo a cada virada de rédeas.
Repartimos a turma, e fomos deixando algumas porteiras abertas.
Fomos no passo lento, até o final da fazenda. Eram mais de 1800 alqueires de terra.
E fomos juntando lotes de bois, empurrando para os corredores, dois peões ficaram no corredor principal, acomodando o gado e distribuindo pelas mangas do curral.
E foi poeira, boi, carreiras, galopes, suor, sol quente no lombo… serviço pra gente grande!
Quando chegamos com o último lote perto do curral, era quase 13:00 hs.
O filho do véio era uma poeira só. Mas firme nos arreios de sua montaria!
Quando terminamos tudo, soltamos a tropa, chamei o rapaz para almoçar comigo e a peonada no alojamento.
Foi sem receio, sentindo-se parte da comitiva!
A peonada brincando com ele, falando de várias coisas do dia-dia…
Eu de longe acompanhava o véio, que de lá do alpendre da sede, não nos perdia de vista.
Almoçamos tranquilos, arroz com feijão gordo, muita salada, bifes generosos, ovos fritos e água fria pra empurrar a boia.
Depois de comer, o rapaz estando mais alinhado, chamei todos para um tereré gelado no galpão.
Eram horas de alegria, aqueles momentos.
Sentamos em volta de uma velha e pesada mesa, feita em tábuas de madeira de lei.
Logo apareceu um baralho, e o truco fazia a alegria da peonada!
O filho do véio observava tudo, apesar de ter crescido por ali, nunca tinha tomado parte naquelas atividades.
Ficamos mais de hora bebendo tereré, fumando, descansando a carcaça na sombra, felizes com nossas vidas…
Olhei no relógio, eram quase 15:00 hs, avisei pra guardar o baralho, pedi pro rapaz ir avisar o pai, que o gado todo estava preso, esperando a conferência do boiadeiro.
Foi ligeiro avisar o pai, não lavando mais de 20 minutos para chegar com o véio até o galpão.
O véio pediu um cavalo pra ele, que iria rodar a boiada e ajudar na solta do gado após a inspeção.
Logo a tropa estava na forma, cada um pagou seu animal, e o véio foi instruindo seu filho, de como arriar o cavalo pra lida.
Meia hora depois, estava o véio no meio dos seus bois, analisando o gado com seus olhos de especialista em tais tarefas.
Sabe povo, aquele homem no passado havia sido um grande lançador de bois marruás (selvagens) no sertão do velho Mato Grosso! Fez fortuna, boas amizades, muito trabalho e tino para os negócios…
Depois de conferir tudo, deu-se por satisfeito e ordenou:
-Vamo levá os boi de vorta pras invernada… meu fio, ocê vai na frente, mais o Beto… e vamo ligero que lá das banda do Mato Grosso, São Pedrão véi vai manda água pra nois…
Estava um calor absurdo naquela tarde, a poeira colando no colarinho da camisa, as pernas assando debaixo da calça de couro!
E fomos arrumando a boiada nos pastos, conferindo cochos, revirando sal…
Quando fechamos a última porteira, lá no fim da fazenda, o véio mandou a peonada na frente, ficando eu, ele e seu filho para trás. Estava querendo escurecer de vez, o véio me pergunta:
-E o peão aqui, fez bonito hoje… leva jeito pra herda isso tudo?
Disse que era muito esforçado, que podia largar a faculdade que estava fazendo, cursar veterinária e se juntar a nós na lida.
O rapaz riu da minha avaliação, dizendo que levaria uma década pra pegar as manhas da lida com boi.
Lembro bem das palavras do véio!
-Meu fio, ocê pode num se peão e cavaleiro igual eu e o Beto, mais tem que sabe administra as coisa nossa…
E se por acauso um dia precisa, contrata algum que sabe fazê… ocê paga e fica de zóio em cima!!!
Ele queria dizer: você tem grana, paga quem saiba fazer, e cobre resultado depois!!! Kkkkkk
Chegamos no galpão, relâmpagos cortavam o céu, a ventania anunciava o que viria logo mais… e chegou com força!
Eu queria ter ficado em casa, mas por muita insistência do véio, fui jantar com a família deles.
Chegamos na sede, a chuva não tardou, derramando água por aquele rincão do oeste paulista.
Foi um jantar com muito assunto. O rapaz relatou à mãe, que sentia-se bem, animado, mais disposto… que devia ter voltado pra casa a mais tempo…
O véio satisfeito foi falando que ele teria um bocado de coisas para fazer nas outras fazendas.
Eu só observando, vendo o quanto ele havia mudado em 48 horas!!!
Terminando o jantar, o véio nos chamou para um licor no seu escritório. Sua esposa ficou por ali, dando algumas ordens para as empregadas, incluindo a moça que eu carcava o ferro.
Assim que chegamos no escritório, o véio serviu um licor gostoso de jabuticaba, e fomos planejar as ações dos dias seguintes.
Eu levaria seu filho comigo para a fazenda do Mato Grosso do Sul, para preparar a chegada de seu amigo e familiares, um político das antigas do partido ARENA, da época dos Generais.
O homem gostava muito de pescar e andar a cavalo.
Era deixar o barco com o motor revisado, combustível à vontade, um piloto barqueiro experiente, e alguns cavalos de bom porte para o povo andar pela fazenda.
Ouvi tudo com atenção, e tive uma ideia pra animar de vez o filho do véio.
Como teriam hóspedes na fazenda, eu deveria arranjar auxílio nos afazeres da sede.
Naquela fazenda, havia apenas uma senhora, esposa do velho capataz que cuidava de tudo. Mas não daria conta da serviceira toda.
Eu teria que arrumar umas auxiliares para o serviço, e sabia bem onde arranjar "ajuda".
Recorri a Presidente Prudente!
Disse ao Véio que antes de partir para a outra fazenda, passaria em Prudente para arranjar umas mulheres para auxiliar na casa com as visitas. O véio, sacando meu plano, riu coçando o bigode, abriu a pesada gaveta de sua velha escrivaninha, retirou o 38 cano longo, e na sequência, um maço de dinheiro. Era para a despesa com as contratações, e com compras de tudo quanto fosse para deixar seus hóspedes à vontade!
Tinha uns R $2500,00 em dinheiro. Era uma baita grana preta!!
Conversamos até quase às 22:00 hs. Fui para minha casa, com promessas de chegar cedo para despachar a peonada, e seguir com o filho do véio para a fazenda do Mato Grosso do Sul.
Ainda chovia, e quando cheguei no alpendre de casa, tive uma grata surpresa. A morena estava me esperando, encolhida do lado da mureta, se escondendo da chuva!
Assim que abri a porta, nos agarramos e fomos entrando na casa. Fechei a porta e transamos como dois animais.
Tinha dia que era foda… eu ficava tarado de tudo!!!
Naquela vez, trepamos no chão da sala, no corredor, na cozinha… depois fomos para o banho, e ali a coisa ferveu!!
Eu virava a moça de costas, me abaixava e engatava a tora leiteira na buceta peluda da morena, e fodia como não fosse haver o amanhã.
Tirava quase todo o cacete, e socava furioso, fazendo a moça gemer sentida com as cutucadas brutas. Ela gostava!
Estava na vontade, saco dolorido, gozei feito um cavalo dentro do cuzinho da gostosa. Às vezes, depois da trepada, ela deixava a água escorrer pela bunda, causando ardência nas pregas. Não era raro um fiozinho vermelho descer do meio do bundão, pelas coxas… sangrei aquela moça muitas vezes!
Era muito redondo e carnudo o rabão da morena… eu rasgava sem dó!
A mocinha dormiu comigo aquela noite, me fazendo gozar algumas vezes na sua boca, mãos e peitos.
Quando meu despertador tocou, pulei da cama, chamei a menina, que ainda acabada da trepada, estava largada na minha cama.
Dei mais uma trepada na buceta da pequena, e disse que passaria alguns dias longe.
Ela fez carinha de insatisfeita, e disse que sabia bem o que eu faria lá no Mato Grosso… se arrumou e saiu brava de casa, ao invés de me beijar, me tascou uma mordida no peito kkkkkkkk.
Eu não valia nada meu povo!
Cheguei na sede, pouco depois das 4 da manhã. O véio estava de pé, esperando o café, que não tardava, do contrário, ele fazia o maior fuzuê pela casa kkkkkk.
Me chamou para entrar, entregou o envelope com o dinheiro para as despesas, me fez algumas recomendações acerca dos gostos culinários do povo.
Perguntei por seu filho, e logo o rapaz apareceu, sonolento, mas disposto para as aventuras que viriam.
Tive que voltar em casa, pegar umas roupas, afinal, não sabia quanto tempo ficaria na outra fazenda.
Fui com o filho do véio, que já estava com sua mala guardada na carroceria da caminhonete.
Para aquela viagem, fui com uma F1000 azul que tinha à minha disposição na fazenda.
Lembro com saudade daquela máquina!!!
Entramos na minha casa, fui pro quarto pegar as roupas, ouço o rapaz rindo:
-O Beto, tua casa tá com cheiro de foda, fala aí, vai… quem você tá comendo aqui da fazenda?
Ri da pergunta indiscreta do patrãozinho, mas saciei sua curiosdade.
Quando soube em quem eu estava passando a vara, ele riu fazendo uma observação:
-Pode não ser bonita, mais tem um rabo...rapaz!!!!
Disse pra ele não comentar nada, ficar na dele, e que se preparasse, pois ia arranjar uma mulherada pra ajudar na fazenda do Mato Grosso.
Ele ficou curioso, e quis saber das moças.
Contei que levaria umas moças para ajudar no serviço da casa, e nos auxiliar na cama,se elas tivessem afim!!
Juro, nem parecia aquele rapaz de dias anteriores, que sofria pela traição da namoradinha, e apelação por parte de seus falsos amigos.
Saímos da fazenda deixando seu pai, e sua mãe nos acenando no alpendre.
O véio estava satisfeito, já a esposa dele, tinha certa preocupação, ainda mais que o Véio havia me perguntado, antes de arrancarmos pela estrada, se eu não havia esquecido o revólver.
Peguei meu alforje, abri a alça e mostrei o cabo do trabuco. Kkkkkkk
Seguimos até Presidente Prudente, e fui direto à casa de uma velha amiga do meu amado tio. Ainda era cedo, e assim que estacionei na porta da casa, a mulher apareceu toda alegre:
-Mais é tão parecido com o Brancão, até no jeito de estacionar e acelerar na porta da casa… vamos chegar, acabei de passar um café!
Entramos na casa da viúva, que era velha conhecida do cacete do meu tio!
Nos serviu um café, e fomos direto ao assunto.
Perguntei se ela não conhecia algumas moças a fim de trabalhar uns dias na fazenda do Véio, lá no Mato Grosso. Expliquei o serviço, e aquela senhora vivida, conhecedora dos segredos de noite adentro, sorriu maliciosa, pensou um pouco e falou:
-Menino, se você saiu do tipo do teu tio, sei bem que tipo de serviço vai querer depois da lida do dia… faz assim, volta aqui amanhã, que vejo se arrumo umas duas ou três moças pra "ajudar" na fazenda!!!
Dizendo essas palavras, sorriu maliciosa.
Não que aquela senhora fosse uma cafetina, mas conhecia umas mocinhas bem safadas. kkkkkkkkk.
O filho do véio só escutava sem dar um pio.
Por fim, me despedi, deixei uns trocos à ela pela ajuda, que foi muito bem recebido!
Deixamos a mulher com seus afazeres e incumbências, e fomos comprar algumas coisas que precisariam na fazenda.
Gastamos uns 20 minutos, chegamos em um mercado grande, e fomos às compras.
Lembro de contar a ele algumas aventuras que tive naquela cidade, quando eu era molecão.
Ele ainda me lembrou da história com a mocinha que tirei o cabaço e teve a maior hemorragia, filha de um lojista da cidade, e da confusão:
-É Beto, lembro bem… foi o maior falatório lá na fazenda do meu pai… a região toda comentou tua arte!!!
Gastamos mais de hora no mercado. Comprei coisas de higiene pessoal, bebidas, alguns embutidos, café do bom… menos carne, é óbvio! Com milhares de cabeças de bois, era só o que faltava comprar carne kkkkkkkkkkk.
Pagamos tudo, arrumamos na carroceria da F1000, depois enchi o tanque, reforcei os cigarros e queimamos os pneus...
No trajeto até Presidente Epitácio, fomos tagarelando, fumando, ouvindo modão no toca-fitas…
O filho do véio me contou sobre suas mágoas, a traição sofrida, as humilhações por parte dos "amigos". Dei conselhos a ele, falei sobre minhas mágoas também…
Rimos muito, me lembrou que poderia ter entrado para a família deles, uma vez que tive um caso com sua prima.
Ele me contou que ela sempre perguntava de mim. Lembramos do dia em que quase quebrei a sorveteria da vila, a uns 6 anos passados…
Foi uma viagem gostosa até a outra fazenda.
Atravessamos o grandioso e lindo Rio Paraná, entrando em terras de Bataguassu, no belo Mato Grosso do Sul… alguns quilômetros depois, pegamos sentido à fazenda.
Eu adorava aqueles cantos!!!
Chegamos na fazenda, já era hora do almoço.
Estacionei na frente da sede, o casarão era antigo, com portas e janelas em madeira de lei, um alpendre que cercava todo entorno do local.
O velho capataz morava em uma casinha bonitinha, a uns 100 metros da sede. Logo ele e sua esposa apareceram acompanhados de um cachorrão policial.
Lembro daquele cachorro não ser muito sociável, mas comigo era diferente. Latia e abanava o longo rabo, pulando, querendo brincar.
Assim que o casal chegou e reconheceu o filho mais novo do patrão, fizeram a maior cerimônia.
Devo destacar que aquele filho do véio, diferente dos irmãos, não gostava de puxação de saco com ele.
O véio havia passado um rádio para a fazenda, avisando que eu estaria indo pra lá, acompanhado do seu filho.
Entreguei as chaves da caminhonete pro capataz, pedi pra ele manobrar e estacionar nos fundos da casa, perto da cozinha, facilitando descarregar o que havíamos comprado.
Logo chegou um dos peões da fazenda, e já escalei para ajudar a descarregar as coisas.
Eu era muito querido naquela fazenda, e toda vez que aparecia por lá, era motivo de alegria. Creio que pelo fato de eu ser piadista, contador de causos!
Com todas as compras guardadas, chamei a esposa do capataz e fui passando as coordenadas para os dias seguintes.
Falei do povo que iria se hospedar na fazenda, de como distribuir a turma, e para não se preocupar, pois levaria umas moças para auxiliar na serviceira com a granfinada.
Disse pro filho do Véio ir pra um dos quartos da casa, que eu iria para o alojamento da peonada solteira. Lá eu tinha o meu próprio dormitório. Eu sempre deixava umas roupas no armário daquele quarto. Quantas vezes fui olhar ou coordenar um serviço, coisa rápida de horas, e acabava ficando uma semana por lá!!!
Arrumei minhas coisas no quarto, fui pra sede chamar o filho do véio pra uma volta nas invernadas, olhar os bois. Quando entrei na sala, o encontrei olhando algumas fotos. Eram lembranças do seu pai, avô e tios. Todos homens de fibra, valentes e trabalhadores.
O rapaz olhava com um brilho nos olhos, creio que buscando inspiração em seus antepassados!
Interrompendo o jovem herdeiro:
-Vou passar um rádio pro vosso pai, se prepara que já vamos olhar a fazenda!
Respondeu de forma positiva com um leve aceno de cabeça, e tornou olhar aquelas fotos em preto e branco, onde haviam tropas, boiadas, comitivas, onças, catetos e sucuris imensas caçadas.
Entrei no escritório daquela casa, e fui chamar o Véio. Peguei no microfone e falei:
-Na escuta, câmbio…
Demorou um pouco, e já veio a resposta:
-Câmbio...Beto… ô carai, faiz tempo que oceis chego… câmbio…
O véio ficava todo atrapalhado no rádio, imagino hoje em dia, quantos celulares ele não destruiria no tiro! Kkkkkkkkk.
Falamos por uns minutos, e a preocupação era deixar tudo pronto para a chegada dos amigos e seus familiares.
Disse que no outro dia iria buscar umas moças para ajudar nos afazeres da sede, que compraria mais gasolina, reforçaria nos equipamentos de pesca…
Finalizou pedindo para ir buscá-lo em 3 dias, data em que seus amigos estariam chegando na fazenda. O véio queria estar por lá quando chegassem, mas depois os deixaria à vontade na fazenda!
Perguntei se queria falar com o filho, mas o véio disse que falaria com ele quando chegasse por lá.
Me despedi dizendo que iria olhar a fazenda, os bois, fazer um levantamento no que faltava de medicamentos, sal mineral…
O filho do véio estava almoçando quando saí do escritório, me chamou para acompanhá-lo na refeição.
Assim que engolimos a bóia, alertei ele para o que nos aguardava. Pedi pra esposa do capataz chamá-lo até a sede.
A mulher saiu apressada, 20 minutos apareceu com o homem.
Mandei buscar a tropa e deixar no mangueiro, pois eu levaria o patrãozinho pra olhar tudo.
O homem saiu ligeiro para cumprir meu pedido.
Aquela fazenda era muito boa, bons funcionários, mas as ordens demoravam para se cumprir. Por essas e outras, que no outro ano, passei a contratar uma molecada mais nova, para servirem como um tipo "estafeta" na sede. Dependendo da época e dos serviços, eu deixava até dois meninos à cavalo, para levar ou trazer recados até a sede.
Engraçado, hoje em dia, se você ajusta um molecote pra te ajudar, pagando bem o dia, serviço leve… o tal conselho tutelar falta pouco para mandar quebrar tuas pernas. Repito, por isso hoje em dia tem tanto vadio no mundo! Cada molecão forte, tudo batendo canela pra rua!!!
Durante nosso rodeio pela fazenda, contei pro rapaz que eu iria no outro dia ver se aquela senhora de Prudente havia conseguido arranjar umas moças para ajudar no serviço da sede.
O danado sorriu todo malino, fez graça, sabendo de minhas intenções.
Pois bem, no outro dia, estava reunido com a peonada daquela fazenda, distribuindo as ordens dos afazeres, alertando sobre a chegada dos amigos do patrão.
Deixei o velho capataz na incumbência de buscar alguns galões a mais de óleo diesel e gasolina para o barco, chamar um piloto para ser o guia dos pescadores que chegariam em dois dias, e para o filho do véio, pedi paciência, logo eu estaria de volta, que ficasse descansando o assento, afinal, ele não era acostumado a lida boiadeira.
Da fazenda até Prudente, dava quase 2 horas de trajeto, a estrada era ruim, mas cheguei na casa da amiga do meu falecido tio, passava um pouco das 8:00 hs.
Assim que estacionei na frente da casa, notei um movimento na pequena sala.
Desliguei o motor, desci na calçada, mal acabei de alinhar meu chapéu na cabeça, ouço a senhora toda alegre falar:
-Não disse, meninas, ele cumpre o que diz… é bem do tipo do tio dele!
Fui pedindo licença, abri o portão, entrei pelo precário alpendre, tirei o chapéu e fui falando às moças:
-Bom dia meninas, quem vai querer ganhar uma semana de serviço pra ajudar nos serviços de cozinha e da casa…
A amiga/amante do meu tio juntou três moças para a empreitada.
Duas eram bem apanhadas, jeito simples, brancas, nada demais, bonitinhas, mas sem nada de muito excepcional. A terceira era pretinha igual uma jabuticaba, lembro de estar usando um vestido medindo até os joelhos, cabelos bem crespos, preso por ramonas, olhos grandes e vivos, assim como seus lábios grossos, essa era uma gracinha!
Logo após eu falar, dei tempo a elas me questionarem sobre quantos dias ficariam na fazenda, sobre o serviço, pagamento…
Após explicar tudo, as três concordaram em ir comigo, só pediram um tempinho para ir buscarem suas bagagens. Moravam no bairro, próximo à casa daquela senhora.
Precisavam ir falar para suas famílias que iriam trabalhar.
Antes de saírem, lembro de ter dado $50 cada uma, como um adiantamento. Eu sabia que aquele valor auxiliaria suas famílias, uma vez que as três faziam bicos como faxineiras em casas e algumas empresas, e no cabo da enxada.
Fiquei na casa da amiga do meu tio proseando e bebendo café.
Durou quase uma hora minha espera, e assim que ouvimos as três tagarelando na frente da casa, fui levantando, agradecendo a ajuda que a senhora me deu, peguei mais uma onça de 50, e deixei discretamente em sua mão, enquanto me despedia dela.
A gentil mulher me abraçou, beijou meu rosto com carinho, me encarou por um instante, creio que procurando traços em meu rosto, daquele que a fazia subir pelas paredes no passado!
Arrumei as bolsas das moças na carroceria, acomodei as três na cabine, com uma sentada no colo da que estava na porta, e fomos pegar a estrada.
Antes que me perguntem, devo destacar que só de uns tempos para cá, que a polícia nas barreiras entre Estados, ficou mais rigorosa. Quantas vezes passamos por aquele lugar, em 10 peões pendurados nas carrocerias… eita tempo véio!!!
Assim que pegamos a rodovia, as moças se soltaram. Me encheram de perguntas, contaram que a senhora que as chamou, desbocada que era, contou que meu tio sempre a visitava… riram muito da forma como a mulher falava do meu tio, e abanava a saia, refrescando a sofrida buceta, creio que lembrando das investidas furiosas que meu tio infringia nela. Kkkkkkkkk
As duas brancas eram parecidas, cabelos castanhos, estatura mediana, magras, sendo que uma tinha o rosto com algumas marcas vermelhas de espinhas. Resquício de uma adolescência passada a poucos anos.
A pretinha tinha uma pele lisa, brilhava como chocolate secando ao mármore. Ela estava sentada na porta, com a amiga no colo.
E foram contando suas vidas, o que faziam no dia-dia…
A do rosto espinhento me falou que a "Preta", assim a chamavam, estava brigada com namorado. O rapaz não queria que ela fosse trabalhar na fazenda.
Perguntei se ele era muito ciumento. As três riram a não poder mais, contando que o rapaz morria de ciúmes dela.
Eu muito sacana, fiquei curioso, e perguntei qual era o motivo de tamanho ciúmes, e a resposta quem deu, foi a moça que estava colada em mim:
-Também, com um rabo do tamanho que tem a Preta, os homi fica tudo de zóio...tudo doido…
Caíram na risada, fazendo graça do tamanho do rabo da moça!
Lembro da minha rola mexer dentro da zorba, ganhando forma. Precisei arrumar a bitela, o que chamou a atenção das três.
Não disseram nada, só observaram em silêncio, eu acomodando minha rola na lateral da rancheira.
A única que emitiu alguma coisa, foi a moça do rosto espinhento.
Arregalou os olhos, sorriu, tapou a boca com a mão, virou o rosto para o acostamento: -Misericórdia!!
Breve momento de silêncio, para na sequência, explosão de gargalhadas!!!
Morreu aquele assunto.
A que estava do meu lado, sentindo-se mais à vontade pediu para ligar o som.
Acionei o toca-fitas, aumentei o volume, e fomos curtindo um Leandro & Leonardo.
Acendi um cigarro, as três também fumavam, passei o maço adiante... me acompanharam na fumaça.
Fomos rindo, proseando… volta e meia me faziam alguma pergunta mais pessoal. A Preta me perguntou se eu não era casado. Respondi com cara de coitado, levantando o chapéu na testa, contando que não tinha tempo nem pra namorar, quem diria casar.
Mais apelação comigo, e quem falou foi a moça do rosto cheio de espinhas:
-A dona "fulana" falou muito do teu tio, e se você for que nem ele, deve sê o maió cumedor… deve tá sozim porque qué… Né Preta!!!
A conversa variou de normal, tranquila, safada, cheia de segundas e terceiras intenções!!!
Fomos nessa folia até a fazenda.
Quando chegamos, passava do meio dia.
Avisei que o filho do patrão estava na fazenda comigo, que ele era muito gente boa o rapaz…
A esposa do capataz veio recepcionar as três, as conduzindo até os quartos onde as empregadas ficavam hospedadas.
Ficava no fim do corredor, na lateral onde era a cozinha do casarão. Havia 4 quartos e dois banheiros à disposição das moças.
Assim que se acomodaram em dois dos quartos, vieram ter comigo.
Perguntei pelo filho do véio, e soube que havia ido até a cidade buscar combustível com o capataz.
Expliquei mais uma vez como seriam os dias em que os amigos do véio estivessem na fazenda, deixei a esposa do capataz na incumbência de coordenar as moças.
Conversaram entre elas, souberam quem era melhor na cozinha, ou na arrumação… e por fim se dividiram para começarem a dar um talento no casarão, depois do almoço.
Fui até a cozinha, me servi, peguei uma coca gelada e fui sentar nos fundos da casa sede.
Adorava aquele lugar. Era cheio de pés de manga, goiaba, laranjeiras, limoeiros, pitangas, cajueiros, coqueiros. Os passarinhos faziam a maior algazarra no local. Araras, tucanos, periquitos, maritacas, papagaios, bentevis, os Joões-de Barro sempre confeccionando suas casinhas, quero-quero era praga, pica-paus… era um espetáculo. Nas baixadas, as siriemas ditavam a trilha sonora, que a todos encantavam com seu canto característico.
Almocei junto das moças, que eram boas de prosa, aparentando muita disposição!
Terminada a refeição, após descansarem, foram indo pra dentro e pegando no batente. A casa era grande, 6 quartos amplos, onde ficariam os hóspedes, sala de jantar, sala ampla… teriam um bocado de serviço as meninas.
Segui para o galpão perto do curral, fui arrumar um cavalo e dar uma olhada em tudo. Após longo trajeto, topei a peonada correndo cercas, olhando os mourões de cerca, revirando o sal mineral nos cochos…
Demos rodeio em alguns lotes de bois. Lembro de que a peonada gostava de me ver lidando na hora do rodeio.
Quem não sabe como é esse tipo de lida, é assim:
Junta-se todos os bois de uma determinada invernada (pasto), geralmente em um canto de cerca, cercam com os cavalos, e um dos vaqueiros circula pelo meio, olhos atentos, verificando os bois, fazendo os bichos circularem com calma, falando com eles…
É verificar se algum boi está machucado, cortado, com alguma bicheira.
Caso tenha um nessas condições, o peão fecha o botão da ilhapa do laço na chincha, arma a laçada, pega o boi, e vai tirando ele do meio da manada para receber a medicação, borrifada ou injetável!!!
Ficamos nessa rotina até o fim do dia. Chegamos de volta, estava quase escurecendo. Demorei um pouco a mais que o normal, porque fui olhar a beira do rio, ver a situação das margens, das matas ciliares…
Soltamos a tropa, que sempre era recompensada com um bom trato nos cochos, um dos peões me chamou para uma jogatina de truco e um tereré bem amargo e gelado.
Sugeri assar uma carne, e já assanhei a turma.
Lembro de estarem curiosos com a chegada das três moças, e seria uma boa oportunidade de apresentá-las ao restante dos funcionários.
Detalhe, o véio não costumava contatar solteiros para aquela fazenda. Uma vez que era muito afastada da cidade, e peão solteiro fica doido pensando em buceta, às vezes não rende no pé do eito, e quando chega à cidade, torra todo dinheiro com cachaça e putaiada!
Fui pro alojamento perto do galpão, precisava de banho. Antes, pedi pra um dos peões me chamar o capataz.
Depois do banho, encontrei o capataz, e pedi pra ele ir buscar cerveja e umas tubainas para o churrasco da noite.
Entreguei o dinheiro a ele, que saiu apressado, indo buscar bebidas e arrumar umas carnes, que sempre estavam à disposição nos freezers na cozinha da sede.
Me arrumei, e fui para o casarão, caçar o filho do véio.
Encontrei ele deitado em uma rede, bebendo tereré. Assim que me viu, foi levantando:
- Beto, a notícia correu… mandou buscar cerveja e assar carne… boa idéia hein, nesse calorão aqui do Mato Grosso, uma cerveja gelada cai bem!
Foi se achegando, e me contando que achou as moças muito bacanas…
E que elas haviam gostado muito de mim, me acharam um cara legal…
Falei pra ele ir se enturmando, conhecendo as pessoas, afinal um dia, ele e os irmãos teriam que tocar aquele patrimônio todo.
O filho do Véio chegou em mim, colocou a mão no meu ombro e disse com toda sinceridade:
-Espero que nesse dia, possa contar com a sua ajuda e conhecimento, Beto.
É meus amigos, o tal dia demorou, mas chegou, mas eu não pude ajudá-lo…
Já fui entrando na casa, pois naquela fazenda, pelo fato de eu estar mais por ali, que o Véio, meio que me sentia em casa!
A esposa do capataz, e as três estavam separando as carnes, linguiças, alguns tomates pra fazer uma salada azeda.
Ali, quem comandava as brasas era o velho capataz. Era um homem de poucas palavras, mas muito responsável, honesto, conhecia meu finado avô, na época em que o velho vivia com a comitiva na estrada, buscando e levando bois por aqueles sertões sem sim…
Lembro que no ano seguinte, o veio comprou umas terras lá em Coxim, mandando o velho capataz cuidar de algumas reformas na velha fazenda.
Chamei o filho do véio pra ir comigo buscar uns tocos de aroeira para o braseiro.
Eu pedia para deixarem uns velhos mourões empilhados perto do galpão dos tratores e maquinários, justamente para aquela finalidade.
Quem andou e viveu no oeste paulista, Mato Grosso e Goiás, sabe do que falo, e uma ponta de peito gorda ou costela, pingando a "graxa" no cerne da aroeira em brasa, é outra coisa!!
Chega dar água na boca, só em lembrar!!!
Peguei uma carriola e fui juntando tocos, lascas finas, cavacos de lenha, e o rapaz me ajudando, pondo a mão na massa!
No retorno até o fundo do casarão, topamos aquele povaréu chegando.
Havia umas 7 ou 8 famílias que moravam naquela fazenda.
A criançada correu pra me ajudar, me adoravam, pois sempre que eu aparecia, levava sacos e mais sacos de balas, pirulitos, geleias de banana, bananinha açucarada, geleia de mocotó, goiabada e marmelada, bombons…
Não foi o caso,mas no outro dia, matei a lombriga dos pequenos!
No local de assar as carnes, havia um buraco que fizemos, e alguns paralelepípedos em volta, para escorar os espetos e as grelhas.
O buraco cheirava gordura assada!!!
A peonada se adiantou e foi arrumar os tocos, outros foram buscar mais madeira, e das bebidas que comprei para os granfinos, já mandei buscar duas garrafas, vir cerveja e outro tanto de pinga.
A coisa ficou animada de vez, quando o capataz voltou da vila com 5 caixas de cerveja, outras de tubaína, coca-cola e uns sacos de gelo.
A gente forrava uma velha caixa d'água de 1000 litros de amianto, que era nosso depósito de gelo.
Tacava o gelo, sal branco boiadeiro e ia arrumando as garrafas.
O fogo estava queimando as madeiras, e foi o tempo do velho capataz churrasqueiro separar uns cortes, arrumar nos espetos as carnes, linguiças nas grelhas, e o povo conversando, dando risada, criançada brincando, cachorrada pelos meios esperando uma sobra de gordura…
Ele sempre colocava duas ou três pontas de peito, presas em dois espetos grossos, alguns cupins arrumados da mesma forma, sua esposa fazia um chumaço de ervas, que ficava mergulhada na salmoura de sal branco boiadeiro, e ia "surrando" a carne com aquele tempero.
Quando as gorduras começavam a pingar, o habilidoso peão ia carneando em lascas finas, que eram aparadas por uma assadeira grande.
Posso dizer que era uma gostosura aqueles churrascos!!!
As moças que levei, ajudando a esposa do capataz no que fosse necessário…
Eu no meu canto, sentado perto da velha guasca de lavar roupas, ia matando um tereré, comendo uma carne saborosa, só observando aquele povo todo se divertindo.
A certa altura do churrasco, o filho do véio se chegou, sentou do meu lado e fez uma observação:
-É Betão, meu pai tem muita responsabilidade, não é mesmo? Quanta gente depende dele, e de você também… é muita responsabilidade!!!
Lembro dos filhos do meu velho amigo e patrão, viviam nas fazendas, mas eram alheios às coisas do dia-dia, dos afazeres, dos compromissos e responsabilidades!
Sabiam ligar pra mãe deles, reclamando disso ou daquilo, e sempre querendo mais dinheiro!!!
Em certa hora, povo mais "calmo", barriga forrada, um dos tratoristas apareceu com uma viola. Aí completou a bagunça.
Uma turma foi jogar baralho, outros tomando tereré, cerveja ou pinga.
Começou a me dar sono, era sempre perto das 21:00 hs. Chamei a pretinha que levei pra fazenda, e disse pra ela ir recolher as garrafas de pinga, do contrário, no outro dia estavam imprestáveis para a lida. E peão boiadeiro, conheço bem… só bato os olhos e leio a "bula" do caboclo. Kkkkkkk
Quando se administra fazenda, tem que ser firme, não carrasco, mas também não pode ser muito bonzinho, senão...
Todos sabiam do sistema do patrão, e principalmente o meu. Era jovem naquela época, mas não tiravam farinha comigo.
Um dia conto a vocês, uma surra de corda que dei em um veterinário folgado mais que colarinho de palhaço, teimando me chamou de burro, e queria a qualquer maneira empurrar pro véio uns medicamentos que não estavam surtindo efeito na boiada, como se eu não soubesse analisar exames com gráficos e conferir uma balança de curral…
Na ocasião, o véio não sabia se ria, ou acudia o moço estudado das lapadas que soltei no lombo do doutor!!!
Só uma observação: admiro e respeito muito o trabalho dos veterinários, e aprendi muito com alguns que conheci ao longo da vida!
E nessas, você meio que virava uma lenda no meio da peonada. kkkkk
Chamei as três moças pra perto, e quis saber se estavam gostando de estarem ali conosco.
Foi unanimidade a resposta!
Me agradeceram pela oportunidade, que estavam se sentindo em casa…
E como tudo na minha vida, ou termina em safadeza ou lágrimas, a moça do rostinho cravejado de espinhas me pergunta na lata:
-Posso sabe onde você vai dormi?
Demonstrando uma leve embriaguez.
Respondi que ficava no velho alojamento, perto do galpão das tralhas de arreio.
A moça tomou mais um gole, arrumou os cabelos, sorriu meio sem graça, ficou calada.
Tomei a iniciativa e perguntei em tom de voz mais baixo:
-Se quiser dormir comigo, espera o povo ir embora, e depois que eu sair, você me segue até o meu quarto… que você acha?
Ela sorriu, me olhou no fundo dos olhos, e balançou a cabeça, emitindo entre dentes um "ahãm"!
Ninguém percebeu, estavam entretidos comendo, jogando truco ou bebendo.
Correu o tempo, e quando foi chegando as 23:00 hs, avisei pro povo que era hora de encerrar nossa festa.
A mulherada foi juntando pratos, copos, garfos e facas, garrafas, arrumando as cadeiras e bancos…
E da mesma forma que começava, terminava a festança.
Era quase meia noite, o filho do véio estava me perguntando o que faríamos no outro dia. Disse pra descansar, que no outro dia eu falaria com o pai dele, e com certeza, iria para cidade.
Me despedi, falei pra ele se cuidar, que eu seria bem cuidado naquela noite.
O rapaz entendeu meu recado, tocamos as mãos, e fui indo pro meu pouso.
A esposa do capataz havia deixado as louças pra arrumar no outro dia com a ajuda das três moças, só arrumou as carnes nos freezers.
Sai devagar, sem pressa, quando estava a uns 50 metros do alpendre da sede, ouço passos apressados e um "psiu".
Matei a caminhada, me virei encontrando a moça que passaria a noite comigo.
Chegou apressada e pediu para eu esperar um pouco.
Me contou que o filho do patrão tinha chegado na cara larga, pedindo pra outra menina dormir com ele. Não a Preta, mas a outra, que de fato era a mais bonitinha das três.
Pensei comigo: o rapaz é bem adiantado mesmo! Menos mal, assim curava logo a dor de corno, e nada melhor que uma bucetinha!!!
Então quis saber o porquê esperar, se a moça amiga dela estava dando um trato no patrãozinho, e a pretinha dormindo!
Aí foi uma boa surpresa pra esse peão aqui.
A moça contou que a Preta queria saber se poderia "dormir" junto de nós. A preta safada queria fazer saliência a três!
Respondi que sim, era só avisar ela!
A moça do rosto espinhento (meu destino foi passar a rola em moças com esse problema dermatológico) voltou nas carreiras, e não gastou 5 minutos na empreitada.
Logo vejo dois vultos se aproximando.
Por estarmos afastados da claridade, quando chegaram perto, agarrei as duas, e a primeira que beijei foi a Preta, com aquela boca carnuda, que só uma pretinha tem. A outra era da altura do meu ombro, e ficava tentando me beijar, se esticando, ficando na ponta dos pés.
A Preta não queria me largar de jeito nenhum. Tive que empurrar a moça, e dar uns carinhos para a outra menina.
Logo que beijei, bolinei muito a bunda dura e redonda da preta, peguei as duas pelas mãos, e fui indo pro meu quarto.
Quando chegamos, abri a porta, coloquei as duas pra dentro, e a taca comeu solta naquela madrugada!
Acendi a luz, e mais que ligeiro fui tirar minha roupa. A branquela se adiantou e veio tirar minha camisa.
O cacete querendo escapar do calção, pesando dentro da zorba.
Já que a Preta veio do meu lado e começou lamber meu pescoço, morder meu ombro.
Ambas estavam meio alteradas pela cervejada, e se soltavam a cada passada de mão.
Precisei coordenar a sacanagem toda!
Mandei as duas virarem de costas, que eu queria olhar suas bundas.
Empurrei as duas até a beira da cama que era de solteiro, mas serviria para meus propósitos!
Ambas estavam usando vestido. Aquilo facilitou minha análise.
Mandei levantar a barra e segurar até a altura da barriga. Me obedeceram, entre risinhos salientes!
Arranquei o calção e a zorba, ficando nuzão, igual um índio!
Me abaixei e fui analisar bem de perto. A preta tinha uma bunda magnífica, redonda, mais arrebitada que larga. Era um deslumbre.
A outra tinha uma bunda menor, mas igualmente redondinha. Menina que às vezes trabalhava na roça, tinha panturrilhas grossas, coxas bem desenhadas!! O que chamou atenção nessa, foram as pintinhas vermelhas que eram muitas, pelinhos encravados eu acho, mas um rabo apetitoso demais!!!
De joelhos abracei as duas, e fui beijar suas bundas.
Beijei, mordi, levei bundadas de todo jeito. Era o paraíso pra um pervertido igual eu!
Peguei a branquela, abaixei sua calcinha, abri com as duas mãos aquele bumbum cheio de pintinhas, encontrando um cuzinho vermelho, com alguns pentelhos espalhados em torno do anelzinho enrugado.
Estava suada, e aquele cheiro foi me deixando doido. Abri um pouco mais suas partes, encontrei o melzinho começando a escorrer.
Enfiei a cara com tudo, e fui sugar o melado.
Quando minha língua alcançou a fenda da buceta da moça, essa deu um gemido rouco, largou o vestido, se jogando na cama.
Caí por cima e fui lambendo cú e buceta. A menina gemia se contorcendo agarrada no lençol. Parei por um instante, mandei ambas ficarem peladinhas.
Mais que depressa, me obedecendo, ficaram nuas em pêlo.
Me encaravam com receio por conta do tamanho da minha rola.
A Preta, admirada me falou sem receio:
-E eu que pensava que só nêgo tinha uma rola assim!!!!
Punhetei meu mastro, sentei na cama e chamei a branquela pra ficar em pé, na frente da minha cara… queria chupar sua buceta, enquanto minha rola estaria sendo mamada por aquela boca gulosa e carnuda de sua amiga, Preta!
Nos posicionamos, iniciando nosso amor a três!
A Preta mais que depressa se abaixou e foi engolindo meu cacetão.
Como chupava bem aquela safada. Eu não sentia seus dentes, e olha que meu pau é grosso!
Mamou alisando meu saco, percorria de cima abaixo, fazendo sucção, passando a língua, beijando…
Aquela moça de uma pele cor de chocolate, namorou minha vara como poucas fizeram na vida!!!
A outra, sofrendo na minha língua, se agarrou nos meus cabelos, esfregava aquela buceta peluda no meu rosto, gemia, rebolava, estava nas nuvens.
Quando senti meu pau formigar, fisgadas nas bolas, mandei a preta parar, não queria gozar ainda.
Mandei mudarem de posição, e fizeram com prazer meu gosto!
Antes da preta subir na cama e me oferecer sua buceta, me alinhei na beira da cama, puxei ela pra perto, virei a moça, abri aquele espetáculo de bunda, e fui socando a língua naquele cuzinho pretinho, bem apertadinho.
A preta gemeu sorrindo, toda safada com minha bolinada!!
Logo se virou, subiu na cama me oferecendo sua buceta greluda. Ela tinha pouco pêlo na xana, mas os que haviam eram bem crespos, enroladinhos.
Quando soquei a língua no canal, senti o quanto estava quente aquela moça.
A outra, menos habilidosa que a preta, mas muito eficiente em assuntos de trato de rola, punhetou muito meu cacete, com a chepeletona encaixada na boca.
A preta foi ficando fogosa, entesada, louca.
Em um dos tremores que teve, causados por minha língua explorando o canal da sua buceta, deu um tranco, me fazendo bater a cabeça na parede.
Se engana quem pensa que ela me largou. Que nada, a Preta estava possuída.
Montou na minha cara com uma fúria, que tive que me ajustar às pressas no colchão.
E mal havia me acomodado, aquela fêmea negra, de um corpo fenomenal encaixou seu sexo na minha boca, esfregando com raiva, parece que querendo me sufocar.
A outra não largou meu cacete, e trabalhava com primor no meu cambão grosso.
Por fim, depois de muito esfrega-esfrega, a pretinha deu um grito, mordeu um dos dedos e gozou muito na minha cara.
Parecia uma gata no cio!
De onde estava, pude admirar aquele abdômen magro, seios pequenos, bem durinhos, mamilos pontudos, a pele brilhando por conta do suor excessivo…
Me impregnei com o cheiro das duas fêmeas fogosas.
Cansada e derrotada pela intensidade de seu orgasmo, foi se abaixando, a amiga largou meu cacete por um instante, deixando a preta deitada do meu lado.
Assim que se acomodou no colchão, virou o rosto, sorriu, vindo me oferecer sua boca para um beijo gostoso.
Enquanto beijava aqueles lábios grossos, macios, a outra veio por cima, segurou meu cacete, e foi tentando sentar no meu caibro.
A Preta ria, falando que sua amiga não iria aguentar meu cacete.
A moça branquela sorria, fechava os olhos, agachava um pouco, tentava se acostumar com a grossura do cacete, rebolava, ajeitava e assim foi engolindo pouco a pouco a bitela.
Quando sentiu um pouco mais da metade socada na xana, que devo destacar que estava super melada, a moça deitou por cima de mim…
Foi uma cavalgada gostosa, comigo enfiando meu dedo calejado, grosso no seu cuzinho, arrancando gemidos de dor da pequena.
Hora eu beijava uma, hora outra, e a coisa foi ficando quente, quando a Preta, toda foguenta me fala:
-Quero na buceta esse pauzão rosado, e quero dar meu cú pra você, peão…
A branquela até comentou gemendo:
-Tá ficando mais grosso...nossa… ta rasgando minha buceta…
Eu fico doido com uma mulher me falando sacanagem na hora da foda, a rola fica ainda mais bruta, as veias saltam furiosas!
Não demorou, a moça sentada na minha vara anunciou que ia gozar. E fez um baita forféu em cima do meu caralhão.
Mordeu meu peito, me bateu, beliscou meus braços...gozou como uma fêmea no cio.
Eu segurando as pontas tentando não gozar, dei um jeito de escapar de onde estava deitado, preso entre a parede e a preta gostosa, fiquei em pé do lado da cama, mandei a preta levantar.
Assim que deixou sua amiga se recuperando da trepada e do orgasmo, sugeri a danada apoiar as mãos no colchão, arrebitar aquela beleza de anca, e preparar para o fumo!!!
Assim que ficou com o rabão pra cima, dei um bom tanto de tapas, que estalaram. A preta reclamou, fez manha, carinha de dengosa:
-Devagar peão… que mãozona pesada… vem comer a preta, vem loirão…
Fique ainda mais tarado, aplicando mais tapas, beijos, mordidas e linguadas naquele cú gostoso, me posicionei, segurei com força aquela cinturinha, atolei meus dedos com vontade, direcionei a cabeçorra babada do meu cacetão, deixando a caolha estacionada no meio daquelas carnes firmes…
A Preta rebolou, roçou, serpenteou e foi encaixando a roliça na entrada da buceta.
Senti meu pau rompendo aquelas carnes macias, muito quentes, encharcadas de lubrificação.
O cheiro do quarto era de sexo.
Sexo quente, intenso, no pêlo, suor, saliva…
A moça sentindo o caralho entrando vagaroso, destampou a gemer, ficar ofegante.
Eu ia empurrando sem pressa, dava paradas, mas não recuava um milímetro. Pude sentir o canal vaginal se alargando, cedendo à grossura do meu pauzão veiudo.
Era bonito olhar aquele bunda linda, suada, pele negra igual uma casca de jabuticaba, e meu pau rosado sumindo nas entranhas daquela fêmea!! Quando passou metade do caralho, foi ficando mais e mais apertada.
Parei um pouco a investida. A Preta emitiu um "Ahhh", puxando o ar, pisando, se arrumando, tentando acomodar meu membro bruto e pulsante em suas entranhas.
Dei um breve refresco à moça, retirei o pau quase todo, mas voltei socando bruto.
A preta gritou, pediu calma.
Repeti a manobra, mas desta vez agarrei seus peitos bicudos. A Preta sorriu e gostou. Seus mamilos estavam pra estourar de duros. A pele negra brilhante, estava toda arrepiada. Das canelas à nuca!
Vendo que a pretinha gostou da pegada, iniciei as bombadas.
Meu pau parecia um pistão de caminhão socando.
A cada estocada, onda de gemidos, urros, e aquele caldo de fêmea, em abundância espirrava na minha pélvis.
Em última investida, cutuquei, mas ao invés de tirar a rola, soquei mais um pouco. Era o que queria, havia atingido meu objetivo.
Colei a cabeça da vara no colo do útero daquela preta gostosa!
Fiquei parado, segurando a porra, que queria espirrar a todo custo.
A pretinha gemia com sofrimento:
-Ai ai ai...devagar peão… Aaiaiiiiiii…
O alívio veio, à medida de seu cana alargou-se alguns milímetros, deixando espaço para sua lubrificação envolver minha ferramenta rombuda.
Senti a cabeçorra menos "apertada", fiz um remexido, tirei um pouco, empurrei denovo, mais tapas na bunda da preta, passei a mão por baixo, e ali achei o "botão" da mulata.
Dedilhei o pinguelo da moça, estava igual um dedinho esticado, de tão duro.
Foram poucas passadas de dedo, e tive que conter a fêmea negra, pois a gozada foi violenta.
Senti sua buceta mordendo meu cacete, parecendo uma boca.
Segurou no braço da amiga, deu murros no colchão, falou cada barbaridade…
-Me rasga a buceta logo, me estóra toda, caraiu… enfia tudo...vai… bate no meu rabão… bate na tua preta…
Estremeceu, gozando feito louca!
Depois daquele escândalo, quem ficou pra estourar fui eu.
Saquei o cacete, sentei a preta ainda alucinada, na beira da cama, enfiei meu cacete na boca dela e meti com vontade…
A outra veio ligeira, sentou do lado, se agarrou em minha coxa e junto de sua amiga, provaram da minha porra.
A primeira jateada, foi no fundo da goela da Preta, que engasgou, lacrimejou os olhos, arrancou meu pau da boca, deixando o bichão cuspido pra todo lado.
Acertei o rosto da preta, seus peitos, os olhos da moça espinhenta, sua boquinha e nariz, barriga das duas…
Gozei feito um jegue aquela noite!!!
Foi o clima de sacanagem, o cheiro de bucetas suadas, sexo… fêmeas!!!
Depois de quase cair para trás, me apoiei nas duas e falei bem assim:
-Desse jeito, não levo mais vocês embora!
As duas ainda se recuperando, tentando limpar a porra toda, que estava empastada, bem espessa, riram e ficaram me olhando com admiração.
Perguntei se estava do agrado delas o trato.
Responderam que chegaram a cogitar, entre elas, se eu seria bom de metida.
Balancei meu pau, ainda espertão, se estava do agrado delas.
Riram de se acabar, dizendo que era pau pra mais de metro kkkkkk
Lembrei a Preta, que prometeu me dar o cuzinho.
A moça até amoleceu na hora, mas disse que depois de um ar, pensaria no meu caso.
Havia um banheiro, meio precário, mas tinha água encanada quentinha, bem ao lado de onde eu dormia.
Chamei as duas para uma ducha, o que foi aceito de bom grado!
Durante o banho, muitas bolinadas, chupadas que recebi, acabei comendo o cuzinho da Preta.
Passei muito shampoo naquele cuzinho, dei uma boa laceada, e quando soquei o cabeção roliço pra dentro, rompi uma das pregas, fazendo aquele cuzinho quente sangrar.
A preta era valente, aguentou as pontas, me deixando comer e estourar seu cuzinho.
Vendo que eu ia demorar a gozar, dei uma trégua à moça, que sentiu um alívio quando tirei o trabuco do meio daquele rabão lindo.
Lavei bem o caralho, deixei no ponto, peguei a branquela, abri seu rabo, dedei seu cuzinho, sugeri a ela se apoiar na parede.
Receosa, olhou com indecisão pra mim, e disse toda temerosa:
-O peão, cê vai tentá cume meu cú também?
Nem deixei pensar!
Mirei a cabeça da vara, mandei segurar o rabo arreganhado e empurrei.
A cabeçorra entrou e na travada que ela deu com o cú, fiquei entalado. Nem pra frente nem pra trás.
Beijei sua nuca, boca, mexi no grelo… nada!
Só resmungava de olhos fechados, querendo chorar…
A amiga tirando sarro, falando:
-Cadê fia, tava doida pra dá o cú pro Betão… vai, guenta as ponta…
Vi que não seria possível continuar, e a moça ficaria acabada, tirei o pau daquele cuzinho vermelho, deixando aquele oco, com as bordas todas estouradas…
A menina fez que ia sair da posição, empurrei ela na parede outra vez, mordi seu ombro e agasalhei meu caralhão na sua buceta.
Soquei com raiva, erguendo seu corpo, deixando quase toda a rola espetada no meio de sua já laceada xana.
Dei muitos tapas naquela bunda cheia de carocinhos, deixando estampada a marca dos meus dedos.
Daquele jeito ela gostou. Safada!
Fiz a menina gozar mais uma vez, e quando fui aliviar meu tesão, botei ela de joelhos e fiz engolir a porra toda.
Terminei a trepada, fui pra debaixo da água fria. Deixei a água correr em meu corpo em brasas.
Fiquei um bom tempo daquele jeito, até que sinto quatro mãos me alisando as costas.
Pegaram o sabonete e uma bucha, iniciando uma massagem gostosa nas minhas costas, com direito a muitos beijinhos e afagos!
Devo destacar uma coisa a vocês, meus amigos e amigas leitores dos meus causos.
Eu era um homem bem atraente, boa pinta mesmo. Poderia arranjar qualquer mulher, e o fazia.
Já recebi alguns emails perguntando sobre a beleza das mulheres que levei pra cama. Pois bem, a moça podia não ser bela, mas, se tivesse outros atrativos, que não um rostinho de boneca, me encantava.
O sorriso, fogo no olhar, bom humor, o cheiro!
Tive muitas "princesas" lindíssimas, que após algum tempo, se transformaram em bruxas malignas!!!!!
Sei que aquelas moças, simples, de origem humilde, me trataram como um rei.
Me deram tanto amor, tantos cuidados, carinhos, que me encantaram!
No decorrer dos dias que passaram na fazenda, cuidavam de mim de um modo, que o povo todo reparou!
Fomos dormir tarde, e aquela noite dormiram amontoadas na cama de solteiro comigo.
Quando acordei, tirei as moças do repouso, avisando que o dia estava começando, e a lida seria bruta.
Se vestiram e foram voltando para o casarão da sede.
Não demorou, ouvi um peão tocando a tropa de serviço para o curral.
Esperei a peonada toda chegar, e como não havia solteiro na fazenda, todos chegavam de café tomado.
Cada um pegou seu cavalo do dia, ficando no aguardo das minhas ordens.
Assim que despachei a peonada, fui para a sede tomar um café.
Cheguei a cavalo na frente da casa, encontrando as três moças lavando o alpendre, janelas abertas, água e vassouras para todo lado.
Desmontei, amarrei o cavalo na frente da casa, embaixo de um velho flamboyant, tirei o chapéu e fui falando:
-Tem café nessa casa?
A esposa do capataz estava no comando dos trabalhos domésticos, secando as mãos, me conduziu até a cozinha. Pra mim não precisava deixar mesa arrumada, eu dispensava tais cerimônias!
Passei pelas moças, que riram safadinhas, tentando disfarçar o que havia acontecido entre nós!!!
Assim que a senhorinha me deixou na cozinha, pediu licença e voltou para os afazeres.
Entre uma bicada no café, e uma mordida em um naco de requeijão, ouvi alguém se aproximar. Era a Preta, que toda saliente chegou perto, olhou dos lados, sentindo segurança, sentou no meu colo me beijando com carinho.
Logo se levantou, arrumando seu vestido, comigo beliscando suas polpas duras. Se afastou fazendo cara de arteira e iniciou a fofoca:
-Sabe Beto, a fulana foi se deitá com o fio do patrão… tá toda alegrinha, mai ficô curiosa com o que cê feiz com nois duas ontem…
Ficou me encarando, esperando o que eu ia falar. Acabei o café, e perguntei:
-Onde o fulano tá… dormindo ainda?
Disse que estava acabado o patrãozinho, que o trato que a moça deu nele havia arqueado o sujeito.
Ainda pensei com meus botões: não puxou nada o pai dele!!
Arrematei a conversa com a pretinha, dizendo a moça que pensaria em alguma safadeza com o patrãozinho.
A Preta protestou, dizendo que só ficaria comigo, e mais nenhum outro homem naquele lugar.
Concordei com ela, e tratei de mudar de assunto!
Deixando a moça seguir com seus afazeres, fui acordar o filho do Véio.
Bati na porta, e ouvi um "pérai".
Quando o rapaz me viu parado na porta, me direcionou um sorriso todo contente.
Perguntei o motivo de toda aquela felicidade, e a resposta logo veio:
-Êh Beto, você estava certo, meu amigo. Nada melhor para curar as mágoas, que afogá-las em uma buceta diferente!
Rimos muito da forma como me falou aquilo! Mas estava certo.
Perguntou se eu havia feito alguma coisa na noite anterior. Contei meio por alto o acontecido.
Depois de ouvi-lo contar vantagem sobre os feitos libidinentos da noite anterior com a moça mas jeitosinha das três, fui chamar o Véio no rádio.
O filho do patrão foi tomar o café, e eu fui chamar a onça véia no rádio.
Assim que iniciamos o papo, me relatou que seu amigo estaria indo no outro dia para a fazenda, que desceria no aeroclube de Prudente, e de lá, até a fazenda. Era pra eu arranjar táxi para aquele povo todo, seriam 7 pessoas, mais uma tonelada em bagagens.
Finalizou a conversa pedindo pra eu ir buscá-lo na fazenda, queria estar lá na chegada do velho amigo, e levar seu filho comigo, pois a mãe queria ver como o bebê estava. Mãe é mãe!!!
Nos despedimos com o "câmbio desligo", larguei o rádio e fui chamar o rapaz. Esse comia sossegado, sem pressa.
Falei que estaríamos indo buscar o pai dele, e que sua mãe queria vê-lo.
Ele só balançou a cabeça em sinal positivo, me pedindo mais um tempinho para terminar sua refeição.
Nesse meio tempo, avisei a esposa do capataz que estaria indo buscar o patrão, e voltaria até o fim da tarde.
Ela me desejou boa viagem, e que até o meio dia, a casa estaria um brinco. Pedi para irem com calma, que o povo granfino só chegaria no outro dia.
Antes de ligar a caminhonete, pedi pra senhora avisar seu marido, o velho capataz, que soltasse o meu cavalo, e ficasse por perto da sede depois do almoço, que poderia chegar alguma chamada no rádio.
Dei uma piscada e um tchau às moças, que riram assanhadas, deixando a velha senhora com uma pulga atrás da orelha!
Meia hora depois, estávamos saindo da fazenda, eu e o filho do véio.
Ele todo prosa, óculos de sol na cara, camisa aberta, todo lambão, fumando sossegado, me fala:
-É Beto, essa vida até que é boa, né não… acho que vou dar um tempo pelas fazendas do meu velho!!!
Respondi que era boa pra ele, que era filho do dono, e mesmo assim, em época de aparte, embarcação, marcação e vacinação, era um pega-pra-capar!
Ele pensava que era só andar a cavalo e comer as empregadinhas… Kkkkkkk
Que boi engordava com passe de mágica!
Como eram alienados os filhos dos boiadeiros latifundiários kkkkk
A viagem foi tranquila, chegamos na fazenda do lado paulista, regulava umas 10:00 hs.
Encontramos o Véio sentado no alpendre, em sua cadeira de balanço, fumando o cachimbo, fumaçando mais que uma chaminé de fábrica.
Assim que estacionei perto da escadaria que dava acesso ao alpendre do casarão, ouvimos o vozeirão:
-Mai parece que tô veno assombração...ara...hum… parece que meu fio mai novo tá tomano tipo de homi!!! Vamo achegá peãozada, tem uma amarelinha da quente procêis limpa a poera da guela!!!
O véio estava feliz com tudo, vendo o filho tomando parte das andanças com os assuntos das fazendas. Mesmo que fosse uma simples viagem como aquela. Já que deu um grito:
-Oh muié, vem vê quem chegô…
A esposa do véio chegou, estava elegante como sempre, abraçou carinhosamente o filho.
Confesso que às vezes sentia uma pontadinha em meu coração órfão! Eu havia sido criado para ser cascudo igual um jacaré, mas não era e não sou de ferro!
Após lamber a cria, gentilmente me agradeceu por estar cuidando do seu filho mais novo. Que notou uma mudança no aspecto do rapaz, estava até mais corado!
O rapaz disse aos pais que estava bem, que deveria ter voltado para casa à mais tempo. Contou que mandei fazer um churrasco, jogou baralho com a peonada...
E que no próximo ano, iria decidir o que fazer da vida. Talvez fosse para os Estados Unidos fazer um curso, ficar um tempo com o irmão mais velho…
O véio entrou na conversa, disse que no outro ano, sentaria com ele para conversar sobre seu futuro.
A empregada, aquela moreninha que me servia na cama em algumas noites, chegou trazendo a garrafa de pinga e três copos.
Tomei uma meia dose, acendi um cigarro e fui ouvir do véio sobre o que deveria ser feito em relação aos seus amigos.
Proseamos por mais de hora, até que a esposa do véio nos chamou para o almoço.
Antes de entrar, perguntei se passaria muitos dias na fazenda do Mato Grosso. Me respondeu que mais ou menos uma semana.
Pedi licença, queria ir até a minha casa e pegar mais umas roupas.
O véio mandou eu ir ligeiro, que tinha muito pra conversar comigo.
Gastei uns 15 minutos na tarefa, e assim que deixei minhas tralhas na caminhonete, entrei no casarão.
O cheiro era gostoso, não igual a casa dos meus pais, mas era bom!
Antes de me sentar à mesa, fui lavar as mãos, e no corredor do banheiro, encontrei a morena, que tinha nas mãos uma toalha. Me olhou morteira, fez carinha de carente e cochichou:
-Quando você vai voltar Beto, tô com saudade de você, peão!!!
Fiz cara de "não sei", que o véio ia precisar de mim por lá…
Ela com cara de descontente, me pergunta se eu havia levado moças para trabalhar na outra fazenda.
Disse que tinha arrumado umas senhorinhas, amigas do meu finado tio… e passei aquela baba de calango na menina!!
Sequei as mãos, disse que precisava almoçar. Antes, roubou um selinho, coisa rápida.
Sei que era sem vergonha, judiava do coração das moças, mas eu era aquilo!
Me juntei ao Véio e sua família, almoçamos tranquilos, fizemos planos para os dias seguintes.
O véio e a esposa perguntando ao filho sobre a outra fazenda, se estava tudo arrumado, se faltava alguma coisa…
Ele passava a bola pra mim, pois eu sabia mais das coisas que ele, que era filho dos donos.
Relatei que comprei algumas bebidas, e só faltava carne.
Risos por parte de todos!!!
A esposa do véio queria saber das moças que estavam auxiliando nos serviços da casa. Disse que eram simples, mas muito esforçadas, e estavam deixando o velho casarão nos trinques!
Ficou satisfeita, e me relatou que a esposa do amigo levaria uma secretária e uma outra para acudir um molecote, neto do casal.
Pensei alto, povo importante é outras coisas…
O véio arrematou em cima do que eu disse:
-Povo chei de frescura, a fia dele... isso sim… o meu amigo é que nem eu, simprão de tudo, e óia que o homi era importante nos tempo dos general, lá na Brasília!!!
Acabamos de almoçar, o véio me chamou no escritório.
Pediu pra eu pegar uma caixa de madeira que estava em um canto. Eu reconheci a carga. Eram vinhos caríssimos, que havia ganhado de um outro amigo importante. Era pra deixar tudo na caminhonete dele, de cabine dupla, pois seguiria pro Mato Grosso com sua esposa e seu filho de piloto.
O véio ainda me deu mais um tanto de dinheiro para custear as despesas dos dias seguintes.
Saímos da fazenda paulista, beirava as 15:00 hs.
Fomos atravessar pro lado sul matogrossense, a tarde ia caindo bonita.
Deixamos o solo bandeirante, com nuvens grossas de tempestade em nosso cangote.
Chegamos na fazenda depois das 18:00 hs. O filho do véio era péssimo motorista, e não é à toa que seu belo Tempra estava todo ralado, encostado na garagem de onde o rapaz universitário morava!
Ao chegarmos na fazenda, fomos recepcionados pelo capataz, sua esposa e as três moças.
Estava tudo limpo, gramado rastelado, plantas aguadas, tudo bem cuidado, com aspecto leve.
O véio desceu da caminhonete com sua habitual simpatia:
-Meu fio, divia mandá dá uma coça e capá o cabocro que aprovô tua cartera de motorista, ocê num erro um buraco… crei em Deus padre… FALA MEU POVO, OCÊIS TÃO TUDO BÃO…
O filho do véio ficou sem graça, veio pro meu lado, ficou cabisbaixo, mas não deixei ele amolecer as pernas:
-Sossega, teu pai tem esse jeitão mesmo, mais… você precisa de umas aulas de volante…
Rimos do que eu falei, e me prontifiquei em dar umas dicas de estrada pra ele.
E lembrei que teríamos umas potrancas pra domar na vara aquela noite!
Logo esqueceu o esporro que levou do pai na frente de todo mundo.
A esposa do véio foi entrando na casa, cumprimentando as moças, que muito acanhadas retribuiam às convenções sociais daquela gentil criatura, que era o oposto do meu velho amigo e patrão!!!
Ajudei a retirar as 500 mil malas que a esposa do véio levava quando ia viajar para outras fazendas.
Depois que tudo estava no lugar, o véio chamou o capataz, avisando que queria comer carne de carneiro.
Sempre estava no freezer, e já que o homem correu para pegar umas madeiras para satisfazer a vontade do patrão.
Lembro que o Véio sempre dava uma grana extra pro velho peão assador de carnes, depois de passar algumas horas cuidando dos espetos! Meu velho amigo, que Deus pai o tenha em um bom lugar, era cascudo, grosseirão, às vezes fora de hora em seus comentários, porém, generoso que só ele era!!
Ficamos eu, o véio, sua esposa, o filho e o capataz.
Jantamos o carneiro bem assado, terminando lá pelas 22:00 hs a comilança.
As moças ficaram por perto, buscando isso ou aquilo, a esposa do véio as convidou para se juntarem a nós, mas eram mais caipiras que eu, e ficaram pela cozinha mesmo.
Quando fui para o meu quarto, beirava a meia noite.
Só que não fui seguido por nenhuma das moças. Creio que ficaram sem jeito de sair da casa aquela hora temendo ser flagradas pela esposa do véio, que era viva igual uma águia, quando se tratava de empregadas salientes pela casa!!!
Não havendo outro jeito, fui dormir sozinho, eu e as assombrações daquela velha fazenda!
Naquela madrugada, pulei cedo da cama, dormi pouco, chegando na sede antes das 5:00 hs da manhã.
O velho estava acordado, arrumando uns quadros e enfeites na sala, umas velhas espingardas, cabeças de boi, berrantes…
Bati na porta, e fui chamado para entrar:
-Entra logo Beto, ocê manda mais aqui nessa fazenda, que eu… larga de frescura homi!
Me falou que o café estava quase pronto, que as três moças já estavam no eito. Lembro dele chegar perto, e cochichou no pé do meu ouvido:
-Ou, fala pra eu… Oce carcô o ferro naquela pretinha bunduda… ou não?! Mai é bunitinha rapai…
Ri da forma como falou, me limitando a dizer que estava trabalhando naquilo…
Levei um soco no braço por tentar mentir para aquela raposa velhaca!!!
Depois das graças, fomos para a cozinha pegar um café na boca do bule. Dei um bom dia para as meninas, que todas salientes, me devolveram o cumprimento!
Enquanto bebíamos o café,o veio foi me dando as coordenadas…
Era chegar perto do aeroclube, contratar os táxis, arrumar o povo e seguir em frente guiando a procissão!
Deixei a fazenda antes das 7:00hs, sabendo que o povo chegaria depois das 10:00 hs.
Cheguei no lugar, que fica mais ou menos uns 10 km do centro de Prudente, e fui caçar um motoristas de praça.
Encontrei alguns pelo lugar, e avisei da minha situação, que precisava levar um povo lá pras bandas do Mato Grosso.
Já se animaram com a empreitada, e pelo valor que iriam receber pelo trajeto.
E por lá fiquei, eu e os 5 carros de aluguel, esperando a granfinada.
O véio havia falado ao seu amigo, que o seu gerente (eu), estaria no aguardo. Deu minhas características, que não seria difícil me encontrar.
Depois das 10:30, que circulando na área do desembarque, ouvido turbinas zunindo, povo com cara de desdém pra lá e pra cá, que vejo um povaréu se aproximando.
Na frente, um senhor de cabelos grisalhos, um bigodão grosso, óculos aviador espelhado cobrindo os olhos, muito alinhado, mais alto que eu, parece que andando em um desfile de 7 de setembro, trajando um colete cáqui, chapéu de panamá branco, botas brilhando igual uma bola 8 de sinuca, sendo seguido por uma verdadeira comitiva.
Era o tal homem!!
(Pena que não posso contar quem era)
Vi quando retirou os óculos, chamou um troncudo da minha estatura que estava ao seu lado, estendeu a mão fazendo gestos com o indicador e médio.
O homem abriu uma mochila, pegou uma caixinha dourada, abriu e retirou um cigarro de dentro.
O homem tinha um assessor até pra pegar um cigarro!!!
O "gorila" acendeu pro homem, assim que ele levou à boca o cilindro de papel.
Tragou, olhou em volta, e como não havia muitos com minhas características, me apontou seu indicador:
-Creio que seja nosso guia, e o gerente da Agropecuária "Tal de Tal", daquela velha onça pantaneira, meu compadre e amigo, Fulano de Tal (se referiu ao Véio).
-Bom dia Coronel (o véio havia me falado que o homem gostava de o chamassem por sua antiga patente de combate), sou o Beto, vim a mando do meu patrão, guiá-los até suas terras no velho Mato Grosso… fizeram boa viagem?! Espero que sim, Coronel!
O homem simpatizou comigo, gostou da forma como me apresentei, mesmo sendo eu um caipirão, porém, quem serviu no antigo "Cara de Leão", sabia bem como se portar em agir, diante de um oficial graduado, mesmo que da reserva!!!
Logo atrás, vi uma senhora elegante, cheia de jóias, uma outra mulher com cara de desdém, feiosa mesmo, um outro com cara ligeira, olhos espertos, bem trajado… mais umas duas senhorinhas, um moleque quase adolescente, e duas mulheres aparentando seus 30 anos, ou quase.
Das duas, uma se destacava pela cor loira dos cabelos. Acho que não era natural, mas chamava a atenção a loirona!!!
Era a família do tal Coronel. Uma irmã, outra cunhada, esposa, filha, genro, neto, segurança, babá e a secretária.
Não demorou, chegaram as bagagens. Meu pai do céu, parecia que estavam indo fazer um safári pelas savanas africanas. Kkkkkkkk
Logo me apresentei a todos, e fui conduzindo os carregadores até os táxis e à caminhonete.
Lotei a carroceria com algumas bagagens menos delicadas… o restante distribuímos pelos 5 táxis. Quase preciso fretar um caminhão!!! Kkkkkkkkk
O tal Coronel perguntou se poderia ir comigo, queria me conhecer. Respondi que se fosse do seu agrado, que não haveria problemas.
O conduzi até a F1000, e antes de abrir a porta para o educado e muito alinhado Coronel, o homem me perguntou sem rodeios:
-Trabalhar para meu velho amigo, e sendo seu homem de confiança, creio que você, meu jovem, deva estar "prevenido"...
Fazendo um gesto discreto discreto com o indicador e polegar, imitando uma arma.
O homem queria saber se eu estava armado.
Olhei para os lados, peguei minha capanga de viagem, abri mostrando meu revólver dentro.
O velho Coronel sorriu satisfeito:
-Muito bem, meu rapaz, vejo que estaremos seguros e entre amigos!!!
O homem escorou os pés no estribo na porta, olhou para os taxistas que aguardavam logo atrás, fez um movimento circular com a mão, como que guiando um comboio militar! Kkkkkkkkkkk
Que figuuuuuura aquele homem!!!
Saímos devagar, o homem à vontade, olhando tudo, querendo saber de como andavam os negócios de seu velho aliado nas políticas do passado…
Me investigou, querendo saber se eu havia prestado serviço militar.
Quando disse que sim, o homem ficou ainda mais à vontade comigo!
Fizemos uma breve parada em Presidente Epitácio. Sua filha feiosa queria tirar fotos do velho Rio Paraná.
Demoramos uns 40 minutos na tarefa, e logo seguimos viagem.
O homem era cheio de histórias, antigo combatente da FEB, assim como meu falecido avô…
Até chegarmos na fazenda, fui ouvindo causos e mais causos sobre políticas, conspirações, alianças políticas, sobre comunistas e a porra toda …
Quando embiquei a caminhonete na entrada da fazenda, o Coronel pediu para eu ir devagar, queria chegar com calma.
Dava uns 2 quilômetros até a sede. E assim que rompemos pelo entorno do terreiro que cercava a velha sede, avistamos o véio todo arrumado. Parecia um Bandeirante Paulista prestes a sair em campanha desbravadora!!!
Meu velho amigo e patrão estava trajado com botas pretas de cano longo, muito brilhante, chapéu de abas largas preto, parecia até um pneu de trator, calças bombacha, camisa branca e azul, lenço branco no pescoço com prendedor de ouro e esmeraldas, guaiaca de couro trabalhada, com dois coldres recheados com seus velhos "Schimit " de cano longo e um punhal imenso na bainha.
Era uma estátua de museu aquela figura!
Quando os dois homens se abraçaram, trocaram muitos elogios, gracejos, demonstrando uma intimidade de longos anos.
Foi um corre-corre dos diabos para acomodar aquele povo todo.
As três moças carregando malas, abrindo e fechando portas, as dondocas olhando a tudo, curiosas em suas especulações visuais.
A filha do Coronel com aquela cara de quem chupou limão, o marido da feiosa muito acalorado, trajando camisa polo e sapatinho baixo…
Rodadas de refresco e refrigerantes, cerveja para os velhos…
A esposa do meu patrão e o filho fazendo sala para as madames, o véio com o Coronel colocando o papo em dia, as funcionárias dos chiquetosos em volta, atentas a cada murchada de orelhas… pareciam telepatas, captando os pensamentos e vontades de seus patrões. Aquilo era muito pra mim!!!
Saí de fininho, deixando aquele povo todo amontoado pelo casarão, entre risos despreocupados e fumaça de charutos cubanos.
Antes de sair pelos fundos da casa, lembro da esposa do véio estar se desculpando com as jacaroas véias, que deveria ter levado à fazenda uma de suas copeiras que ficavam na fazenda do lado paulista. As senhorinhas riam, despreocupando a anfitriã.
Nem olhei para trás, fui lá pro fundo do terreiro, onde havia um velho chiqueiro, e um paiol grande, bem depois do pomar.
A peonada estava por lá, o capataz estava coordenando a matança de um garrote gordo, dois carneiros e um porcão capado, que devia pesar 12 arrobas.
Ao me aproximar, todos pararam o serviço, pensando que eu daria alguma ordem.
Pedi para seguirem com as tarefas, que eu só estava curiando tudo.
Deixei a peonada encutida no serviço de carnear, dei uma volta comprida, saindo atrás da colônia da peonada, seguindo até o potreiro.
De lá, toquei a tropa toda até o curral.
Sabia que o velho Coronel era bem chegado à equitação, então, antes que pedissem, deixei a cavalada presa no curral.
Não me falha a memória, eu deixava uns 30 cavalos disponíveis para o serviço. Fazia rodízio a cada semana, para não cansar muito a tropa. Naquela fazenda, chegamos a ter 100 animais de serviço0, entre burros, mulas e cavalos.
Fui para o meu quarto, troquei minha roupa, coloquei uma rancheira surrada, um camisão de manga comprida, chapéu de carandá de abas largas, a calça de couro, esporas…
Peguei um dos cavalos da tropa, que na sua maioria, eram castanhos ou alazões, mangalargas paulistas altos, bom porte. Quarto de milha eram poucos.
Naquele momento, escolhi um cavalo mais esquentado, ligeiro.
Joguei as tralhas no lombo do cavalo, deixei o animal preparado para uma volta.
Nem cheguei colocar o pé no estribo:
-O Beto, meu pai quer falar com você lá em casa…
Era o filho do véio, que acabou me encontrando, mesmo eu tendo saído discretamente!
Disse que logo chegaria por lá.
Abri uma velha geladeira que havia no galpão, peguei uma guampa, arrumei uma erva, misturei a água fria, e matei um litro de tereré amargo paraguaio do "do bueno".
Guardei os apetrechos, montei no cavalo, e cheguei ao galope na frente da sede.
Mal esbarrei o cavalão nas rédeas, o povo todo veio ter comigo.
O Coronel foi o primeiro a se admirar com o porte da tropa daquela fazenda.
O véio todo orgulhoso dizia que eram um, dos muitos "cavalinhos" que ele possuía.
O genro do velho oficial e político chegou perto, quis dar uma volta no animal.
Olhei pro véio, que deu sinal positivo. Entreguei as rédeas ao homem, que muito gentilmente me agradeceu.
O cavalo refugou, creio que estranhando os perfumes que o janota estava exalando.
Alertei que aquele cavalo era de lida, e às vezes meio sistemático.
O homem demonstrando conhecimento, me relatou que era hábil cavaleiro pelas hípicas que frequentava.
Um exibido, isso sim! Kkkkkkkkk
Ok então, falei saindo do caminho do nobre equitador!
O cavalo danou a rodar, custou deixar o granfino colocar a ponta do mocassim chic na ponta do estribo.
O Coronel já se irritou, e falando todo enérgico:
-Com os diabos "Fulano", se não é capaz de dominar o animal, pare com esse vexame.
O genro do Coronel era tinhoso, custou mas montou no cavalo.
Eu só de olho!!!
Tocou o animal adiante, fazendo aquelas poses dos tais " cavaleiros"... Pura frescura e viadice, queria ver esse povo que salta em hipismo, na meio de uns 2500 pantaneiros estourados, arrebentando cerca e arrancando toco, no meio de um espinheiro, em mata uma borda de mata fechada… Kkkkkkkkkkkk
Fez o cavalo recuar, o testou nas rédeas, fez trotar, galopar, e quando deu-se por satisfeito, saltou feito uma gazela do cavalo, me entregou as rédeas, e antes de me virar as costas, fez um comentário:
-É, bom o animal, apesar de não ser um puro sangue inglês, serve para um passeio… não gostei do equipamento de equitação, pouco prático esses arreios rudimentares…
O Coronel riu da observação feita pelo genro, e mandou essa pro meu patrão:
-O compadre me desculpe a falta de jeito do meu genro, não falou por mal, só não está habituado à lida campeira dos rincões do Mato Grosso…
O véio, não deixando por menos:
-É Fulano, meus cavalo que tenho pras lida, pode num cê puro sangue e tal… mais é tudo filho de garanhão registrado, e as traia que os meus peão usa, são das mió… é farta de custume tua, num sabe andá em arreio cutiano!
O granfino olhou, mexeu nos arreios, fez cara de desdém, e antes de se juntar ao sogro e meu patrão, soltou uma gracinha:
-De fato, nunca montei com um equipamento tão pouco prático.
O véio já ficando chateado com o desdém do genro do amigo, pediu com voz de trovão:
-Ahow Betão boiadeiro, mostra pro moço o que nois faiz com um pangaré desse e com nossas traia pôco prática pras equitação dos hipismo… chega a roseta no subaco desse pagão meu jovem!!!!
O Coronel nem piscava, acendeu outro charuto, retirou os óculos e aguardou!
O povo já juntou no alpendre, ao ouvirem o vozeirão do meu velho amigo e patrão.
Dei uns apertos nas barrigueiras, soltei um pouco a barbela do freio, tomei posição e fui satisfazer um pedido pro meu patrão.
O véio adorava me ver fazendo graça com os cavalos!
Montei no cavalo, risquei o bicho nas esporas, fiz voar cascalho no arranque do carreirão. Segui pras bandas do corredor da entrada da fazenda, mais adiante esbarrei o cavalo, fiz sentar o rabo no chão, arrastando os cascos por alguns metros.
Tombei rédeas, fazendo o magnífico mangalarga virar nos casco, e arrancar furioso, à todo fôlego que havia nos pulmões.
Passei por eles igual um raio.
Esbarrei novamente perto de uma carreta de trator estacionada, fiz o cavalo rodar em torno, só no comando de esporas, com as rédeas soltas…
Arranquei na carreira, fui até a porteira do potreiro, o animal esbarrou sem eu manusear as rédeas, já sabia o que fazer.
Soltei o trinco da velha cancela de madeira, sem tocar nas rédeas…
O cavalo empurrou, abriu, entrou e fez manobra do lado de dentro, empurrando a porteira com a anca.
Detalhe, eu estava de braços cruzados, só cutucando de leve com as esporas, o animal ensinado.
Sai pro terreiro, me aproximei de onde estavam, e antes de apear da montaria, fiz uma graça:
-Pode não ser um puro sangue saltador, mas confiaria minha vida a esse cavalo, se estivesse no meio de um estouro de boiada!
Saltei, entreguei as rédeas ao Véio, que muito satisfeito, foi alisar o cavalo de sua propriedade.
O Coronel só olhou pro genro, que sem graça, sorria amarelo, sem argumentos para rebater as qualidades do nosso mangalarga.
O velho oficial se aproximou, estendeu a mão, trocamos um aperto firme e sincero:
-Você é um excelente cavaleiro, meu rapaz… teria futuro em alguns haras…
Já o Véio entrou no assunto, vendo onde aquilo ia parar:
-Larga mão compadre, o Beto é meu afilhado, fio de amigos meu, muito queridos, e meu homi de confiança… NÉ BETO!!!
Arregalando os olhos, temendo me perder para algum dono de haras endinheirado! Kkkkkkkk
Tranquilizei meu velho amigo e benfeitor, dizendo que não tinha a menor chance de eu ir embora!
Por fim, o folgado do genro do Coronel, chegou e me cumprimentou, dizendo que estava impressionado com minhas habilidades no lombo de um cavalo.
Que era pena eu ser tão alto e robusto, do contrário, faria sucesso como jóquei!
E acabei simpatizando com o janota granfino.
O velho me pediu para soltar o cavalo, que já bastava de eu estar me exibindo pras visitas. Kkkkkkkk
Depois de soltar o cavalo, quando alcancei o alpendre da sede, outra surpresa me aguardava.
A tal mulher que acompanhava o Coronel, estava sentada em uma das muitas cadeiras de área, fumando com classe, soltando fumaça, só me observando.
Parei na frente da mulher, tirei o chapéu, à comprimetando de modo cortez:
-Boa tarde moça, tá apreciando a paisagem!
A loiraça malvada soltou fumaça, mexeu nos cabelos, cruzou as pernas:
-Sim, estou admirada com as belas paisagens (me mediu dos pés a cabeça), que este local possui, Betão… assim te chamam!!!
-Sim moça, muito belas as paisagens… mais sabe como é, quem é de casa já está enjoado de olhar as mesmas coisas… eu adoro olhar novas paisagens…
Encarei a mulher bem no fundo dos seus grandes olhos castanhos, reparei em seu decote discreto, olhei suas pernas cruzadas, sua boca, fiz cara de safado, pedi licença e fui entrando na casa!
Antes de cruzar os umbrais da soleira, ouço:
-Bela demonstração com aquele animal, terá esse cowboy outras habilidades?
Me virei e falei em voz baixa:
-Se a moça tiver muita disposição, posso te mostrar um truque, ou dois… não vai se arrepender dona!!!
Senti até um arrepio quando dei as costas à mulher.
A danada estava no papo, era só arranjar um esquema, coisa que eu era mestre. Teria que dividir o tempo entre as caboclas e a cheirosa secretária do Coronel.
O povo todo estava indo para o fundo do casarão, onde o churrasco havia se iniciado.
O cheiro de carneiro e pernil, tomavam conta do ambiente.
Logo encontrei o filho do véio, que todo alegre, copo de whisky na mão, veio me falar ao ouvido, que adorou a demonstração com o cavalo da fazenda, e que achou o genro do Coronel muito cuzão.
Ri e pedi pra ele largar de mão aquele assunto, eram águas passadas.
Logo me chega uma dose de pinga, e fui carregado até onde o Coronel e o Véio estavam sentados.
E a prosa correu solta!
Falaram de política, negócios, dólares, ouro, boi, imóveis, viagens, política, política, política…
Estava meu patrão na ponta da mesa, o Coronel do lado direito, eu do esquerdo, mulherada mais afastada… o filho do véio do meu lado, e a tal loira, me estuprando com olhares, daqueles que se arregala as pálpebras e narinas…
Em certo momento, fui até o banheiro dar uma mijada, estava pra estourar… e meio alto por conta da cerveja e da pinga.
Depois de mijar igual um cavalo, lavei as mãos, e ao sair, dou de testa com a Preta e a branquela das espinhas.
Estavam passando pano no chão dos quartos e varrendo as folhas do assoalho. Quem me alertou foi a Preta:
-Eita Beto, aquela barata descascada tá de zóio em você… até a patroa comentou com o fio dela, uma hora que passaro na cuzinha… esse peão não vale nada!!
Eu estava de fogo, meio zonzo, dei uns passos para trás, olhei na sala e não havia ninguém…
Agarrei a preta e dei um malho nela, bolinando aquela bunda gostosa…
A branquela ficou de olho pra nós.
Quando larguei a preta, ela foi vigiar, e quem caiu nos meus braços foi a cabocla branquela…
Até o dedo no cuzinho dela eu enfiei… mordi os peitos… estava maluco!!
Tivemos que parar os pegas, por ouvir vozes mais altas…
Sai como se nada tivesse acontecido, rola dura igual uma rocha, fui voltando com a maior cara de puta para o churrasco.
Ao chegar próximo à mesa, bêbado é foda, passei em frente onde a loira estava, sem tentar disfarçar… Acenei, fui gentil, e deixei ela assombrada com o volume que estava no lado esquerdo da minha calça.
kkkkkkkkk
Sentei outra vez, meio zonzo, e fui beber coca-cola, precisava de açúcar no sangue.
Reparei que a loira me caçava com seus olhos vivos a todo instante.
E a conversa foi agradável, ouvi muitas coisas interessantes, aprendi outras tantas…
A tarde ia caindo, o calor absurdo nos fazia transpirar.
Ar condicionado, só nos quartos. Ali nos fundos, era ventilador ou quando a brisa soprava!!!
Já na boca da noite, eu melhorando do pileque, por sugestão do véio, fui convidado a contar uns causos da época que eu viajava nas comitivas do meu pai.
Apesar de novo, eu tinha muito o que contar das minhas andanças com meu tio e pai…
Deixamos a mesa do churrasco, e fomos todos para o alpendre da frente da casa.
Pedi um tereré gelado, para ajudar na digestão.
O véio ria, contando ao povo que eu só tinha tamanho, não aguentava álcool nem elevador!
Me senti íntimo daquele povo esnobe. Até a feiosa estava mostrando suas gengivas pra mim. Kkkkkkkkkkkk
Chegamos no alpendre, me sentei no chão. Bebi um tanto de erva bem amarga e gelada, acendi um cigarro, perguntei sobre o que queriam saber, e o tema foi viagens nas comitivas.
Logo estavam todos me olhando, curiosos, as mulheres me olhando…
Minha patroa tinha tristeza nos olhos, pois sabia o quanto eu sentia falta de toda minha família.
Já a feiosa, e a loira, olhavam meio diferente, com interesse mesmo!
Lembro do Neto do Coronel estar no meio das pernas do avô, sentado no chão, escorado em seus joelhos.
Contei dos ensinamentos que tive com meus heróis, de um grande amigo e anjo da guarda que tive, chamado Miguel, um bugre magrelo que amava doce, mais que tudo na vida, das suas mágicas, seus talentos com assuntos do além...
Falei das viagens, dos perigos, estouros de boiadas causados por onças, brigas de cachorros, buzinas de carros, raios e trovoadas, assombrações… de como era ser ponteiro, da saudade, das chegadas e partidas, do cansaço dos homens e animais, do cheiro e dos sons da natureza...
E fumei e tomei tereré, contei muitas coisas, até umas 20:00 hs mais ou menos.
E antes de finalizar meus causos, o véio pediu pro seu filho:
-Busca aquele meu berrante pro Beto tocá pra nois…
Quando o filho do patrão voltou e me entregou um velho berrante, que havia sido do avô dele, peguei com cuidado, soprei e bati nas pontas, pra tirar alguma teia de aranha ou besouro enroscado.
Me levantei, joguei o toco de cigarro, levei o berrante à boca, dei uns beijos no bocal, pra pegar pressão, e soprei a buzina com toda mágoa que carregava e ainda carrego no meu peito.
Repiquei o berrante no baixão estradeiro, acorde longo, repique curto, bem, mais beeeeeeem magoado…
Algum cavalo por perto relinchou, boi esturrou em berros, cachorros uivavam…
Quando parei de tocar o berrante, todos me olhavam com uma certa tristeza nos olhos.
Entreguei a buzina pro meu patrão, me levantei, pedi licença a todos, disse que já era tarde, e no outro dia me levantaria cedo.
O Coronel levantou- se, me estendeu a mão, me dando um aperto firme e sincero:
-Boa noite Peão Beto, tenha um merecido descanso!!
Com um aceno de chapéu, do modo que aprendi com meus velhos entes, saudei de forma geral a todos presentes e fui me retirando.
Confesso a vocês, que no trajeto até meu quarto, derramei umas lágrimas, não salgadas, mas amargas como fel.
Era aquela minha vida, hora estradeira, hora caseira, mas sempre carregada de muita saudade!!!
Mas como tudo na vida termina em lágrimas ou sacanagem…
Depois do banho gelado, coloquei um calção velho, calcei as chinelas, peguei uma carteira de cigarros e fui até o lado de fora do alojamento.
As luzes estavam todas apagadas, e só vi as luzes na lateral do casarão acesas.
Fui até a geladeira do galpão, peguei uma garrafa com água, os apetrechos de tomar tereré e fui molhar a garganta e limpar meu fígado do resto do álcool e das gorduras.
Liguei o rádio que ficava em cima da velha geladeira, sintonizei uma lá da minha região, fiquei no escuro ouvindo umas modas.
Passei horas ali sentado, e depois de beber umas três garrafas de água misturada ao tereré, achei por bem ir me deitar.
Olhei o céu, as estrelas, os grilos e corujas faziam seus cantos. A cachorrada da colônia vez por outra latia, fazendo ecoar pelo ar os rosnados.
Acendi a luz do meu dormitório, arrumei o lençol na cama, estava cansado, ficava triste quando falava de coisas de um passado recente.
Não esperava nada de excepcional para aquela noite, quando ouço batidas compassadas de dedos na madeira da porta.
Me virei, sem nem pensar ou atinar para quem pudesse ser.
Aquela voz macia atingiu meus ouvidos como flechas:
-Boa noite Peão magoado, é aqui que você se esconde… não vai me convidar para entrar, ou prefere me deixar plantada em pé, aqui na porta?!
Era a loira auxiliar do Coronel!
Eu sempre fui safado, mas em determinados momentos não sentia vontade de nada. Mas não deixaria aquela flor parada do lado de fora:
-Entra doutora, não repara no ambiente (apontei em volta), é simples, mas não tem bicho não, só eu mesmo!!!
Ela riu do modo como falei, pediu licença e foi entrando.
Havia uma banqueta, que ofereci para ela sentar. Eu me sentei no chão mesmo, encostado na cama.
Ela me olhou, analisou, pegou um cigarro, acendeu, tragou calma, soltou a fumaça bem pro alto, só depois se pronunciando:
-Parece que você ficou triste falando de seus familiares, desculpe se estou sendo invasiva, mas queria te dizer, que achei sua história de vida muito bonita.
Quem acendeu outro cigarro fui eu. Após tragar com calma, falei à moça:
-Sou assim mesmo, meio bicho do mato, não liga não moça… e às vezes não sei lidar com meu coração… sou meio bruto às vezes, mas é muito sentimento que carrego no peito.
Me aquietei, ela continuou com a prosa:
-A esposa de seu patrão, muito gentil por sinal, lhe quer muito bem, ambos… me contou um pouco sobre você…
Respondi só um " é "...
Ela se levantou, veio até onde eu estava, abaixou-se, fez um afago nos meus cabelos, carinhosamente passou seu nariz em meu rosto… fez carícias com suavidade, calma e muita experiência!
Eu sendo como era e sou, mesmo tristonho, senti meu sucuri remexendo dentro da zorba.
Perguntei se era aquilo mesmo que ela queria, se não ia se arrepender…
A resposta veio em forma de um beijo bem molhado.
Eu que até então estava meio morno, senti aquele calafrio que antecedia uma bela trepada, fui me levantando.
Agarrei a loira, que não tinha um corpo cheio de curvas e volumes voluptuosos, mas tinha charme a danada, e era muito gata, atraente...
Ficando em pé, coordenei o amasso de uma forma que só um cafajeste graduado em artes de velhacarias sabe como fazer.
Fiz como um polvo, e a cada beijo, alisava frente e verso.
A loira estava sem ar, alucinada, agarrando meus cabelos, hora me arranhando…
A certa altura do amasso, a virei de costas, fiz a moça sentir o volume do meu mastro.
Abaixei calção e zorba, deixando as vestimentas enroscadas nos meus joelhos.
Levantei sua blusa, alisei a pele macia de seu ventre, enquanto explorava com minha língua pervertida seu pescoço, orelhas, nuca, ombros.
Subi minhas mãos brutas até seus seios, invadi seu sutiã, alcançando seus mamilos.
Gemeu ofegante!
Lambia a pele alva do seu pescoço, e soprava, só pra ver sua pele arrepiar.
Falava rouca: assim você me mata, peão!
Chegava bem perto do seu ouvido, falava um "psiu", fazendo ela se calar.
Meu cacete estava imenso, cutucando suas costas, deixando gotas do meu pré-gozo em suas costas.
Passei a morder seu ombro, lamber seus braços, levei um dedo à sua boca atraente. Tive surpresa!
A loira mordeu e chupou meu dedo, gemendo baixinho, rebolando no meu cacete!
Eu que nunca fui de ferro, tratei de baixar sua bermuda, a empurrei até a parede, procurei sua xana, que possuía pêlos macios, bem espalhados.
Dedilhei pelos lábios, encontrando muita lubrificação…
Falei ao seu ouvido, enquanto chupava e mordia seu lóbulo direito:
-Está pronta, doutora? Pode doer!!!
Ela abriu os braços, apoiou-se na parede e suplicou:
-Vem peão, me faz uma das tuas fêmeas…
A segurei pelos seios, dei uma abaixada, me livrei do calção e zorba,encaixei o mastro roliço no meio daquela bundinha branca, e em estocada certeira, fui rompendo caminho até seu canal gotejante.
Quando entrou a cabeçona, estacionei... ela deu tapas na parede, gemeu, balançava a cabeça bagunçando seus longos cabelos em cor loira:
-Eu aguento, mais...vem mais peão!!
Cravei meus dentes em seu ombro alvo, e atendi suas súplicas…
Se queria ser uma das minhas fêmeas, seria do meu modo!
Empurrei sem clemência meu cacetão rombudo.
Lembro daquele rosto branco, lábios discretos com batom borrado, encostados na parede, talvez tentando fugir…
Cravei mais de meia vara naquela moça delicada.
Retirei e soquei mais, e mais, e mais… a levei a loucura, arrancando gemidos e súplicas de cuidado…
Parei por um instante, perguntei se já estava bom.
Ela protestou, me procurou com a cintura, tentando enterrar meu membro em suas entranhas:
-Não pare peão, vem … te quero em mim!
Iniciei metidas cadenciadas, fazendo a moça estremecer, tendo um orgasmo delicioso. Lavou meu pauzão com sua lubrificação quente, muito viscosa!
Mal recobrou os sentidos, ainda pegava um ar, arranquei meu pau, me abaixei e fui lamber suas intimidades.
Encontrei um cuzinho discreto, creio que virgem, com preguinhas intactas.
Chupei violentamente seu rabo e xana.
Aquilo foi demais para a boneca, que em poucas linguadas, gozou sorrindo, querendo mais, pedindo para amá-la.
Peguei a mulher no colo, trocamos um beijo com saliva e melado de buceta, mordidas…
A joguei na velha cama de solteiro, a admirei por um instante.
Ela serpenteou sobre o colchão, fez charme, me chamou!
Montei na moça, abri suas pernas e soltei o peso do meu corpo sobre o dela.
Era uma diferença brutal.
Eu era um cavalão, ela esguia, magrinha, mas muito valente e quente, muito quente!!!
Fizemos um amor papai-e-mamãe gostoso, socando meu caralhão no fundo, arrancando suspiros e falas desconexas da moça loira.
Lambi e chupei seus seios, axilas, ombros, boca, olhos e nariz.
Ela sorria, gozava, gemia, gozava, gritava e suplicava… sempre gozando!!!
Nem sei precisar o tempo que passamos naquele amasso todo.
Mas fudi muito a moça assistente do Coronel!!!
Quando foi impossível segurar meu gozo, apertei com força seu corpinho, soltei meu peso todo, tensionei todos meus músculos e deixei a porra inundar aquela belezura.
Gozei feito um cavalo dentro da loira. Foi muita porra mesmo!!!
Fiquei um tempo namorando a moça, que acabada, alisava meus cabelos, e passava a solinha de seus pezinhos em minhas panturrilhas. Me acabei!!!
Quando meu pau deu sinal de amolecer, fui escorregando a bitela pra fora.
Parece que uma cachoeira de porra vazou da mulher.
Fez uma poça bem abaixo dela.
Lembro dela rir, pedir para se levantar e olhar aquilo.
Me levantei, de modo a permitir que ela se sentasse na cama.
Quando viu a porra toda, aquela meleca meio avermelhada, torceu o nariz e boca, suspirou, fazendo igual professora dando bronca:
-Olha isso aqui, mocinho, você me machucou… cavalo…
Alisou um pouco a xana, suspirou, me olhava, sorria com aquele rosto bonito… não teve acordo meu povo!!
Já que a rola endureceu, e peguei ela pelas pernas, montei em cima e fui socar o cacete.
Ela estava em choque, creio que nunca teve um macho fogoso e pauzudo na cama.
Soquei com vontade, namorando, beijando sua boca, mexendo com virilidade, mordendo seu pescoço…
Logo ela gozou, amoleceu, encostou seu queixo no meu ombro e foi falando baixinho, enquanto meu pistão trabalhava furioso no interior de sua surrada buceta:
-Beto… goza meu bem… me dá um refresco, dá… to ardida, seu pauzão tá grosso… muito grosso, ta me rasgando meu anjo… meu gatão gostoso, pintudão...
Aquela voz manhosa, aquele hálito, o cheiro da nossa foda…
Gozei urrando, com força, fiz o estrado ranger na velha cama de solteiro!!!
Quando me acalmei, deixei ela sair debaixo do meu corpo.
A loira me pediu uma água fresca.
Disse pra aguardar por ali, que logo traria a água.
Saí nuzão do meu quarto, fui buscar a água na velha geladeira, que era cor azul calcinha!!
Quando retornei com a água, a moça bebeu quase 1 litro, estava acabada!!
Pediu um cigarro dos meus. Acendi e entreguei a ela, que tragou cansada, sentada com as costas na parede, nos pés da cama:
-Que loucura Beto, você é selvagem, doido… safado, tarado! Imagino as misérias que você não faz com as meninas aqui da fazenda!
Neguei tais atitudes!
-Eu reparei como as empregadas olham pra você, Betão! E hoje, durante o almoço, seu safado, passou na minha frente, ostentando esse pintão… porque você estava daquele jeito? Até a "fulana", filha do Coronel reparou, não disse nada, mas a conheço bem!!!
Ri das coisas que ela falou, mas não entreguei o ouro. Disse que estava daquela forma, por conta da forma que ela estava me olhando!
Ficamos conversando até às 3:00 hs.
Disse que precisava tomar um banho, me trocar e ir coordenar os trabalhos do dia.
A moça riu, e limitou-se a dizer:
-Bom trabalho, pois eu vou dormir o dia inteirinho!!!
Tomamos uma chuveirada gostosa. A água fria nos fez bem.
Aquela trepada boa me tirou a tristeza da mente, e o banho gelado me recuperou as forças.
Era quase 4:00 hs quando ela subiu pra sede. A acompanhei até perto da casa, trocamos um amasso gostoso, e despachei a loira.
Eu fui pra colônia ajudar a peonada a buscar a tropa pra lida do dia.
O café eu tomaria depois!
Assim que a peonada seguiu pro campo, fui a cavalo pra sede, caçar um café e comer alguma coisa.
Assim que desmontei e amarrei o cavalo, estava querendo clarear o dia, ouvi uma voz conhecida vinda de trás de uma das colunas do alpendre:
-Mai o tar de Beto num vale o que o gato enterra na areia, mêmu… o rapaizim terrívi! Eu ví, seu Beto, ocê dexano a moça loira aqui na porta… rapai, rapai…
E riu demais o meu velho amigo e patrão!
Ficaram na fazenda uma semana, indo embora dias antes do Natal.
Me virei dos avessos igual pipoca pra dar atenção pro povo, e principalmente às moças!
Continua…
🐂🐎