Guilherme Lippi, Bate muito pelo Vitor sim.
Geomateus, o medo de confiar novamente é difícil de superar.
Luuuh: Seu desejo é uma ordem, e o Matheus e mesmo fofo.
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Subi as escadas que davam acesso ao hotel com as pernas bambas, não sabia se era pela ressaca ou pelo pânico que começava a se instaurar. Mas minha testa começava a suar e meu estômago a revirar, lembro-me de pensar "não seja ridículo, você age como se ele estivesse sentado na recepção do hotel te esperando". Esse pensamento me aliviou um pouco ao chegar na porta do hotel, ouvi o carro do Matheus cantando pneu e indo embora. - "Agora não tem mais volta" - com esse ultimato mental fui em direção a piscina do hotel. Enquanto caminhava sem muita vontade, o pânico voltava a ser instaurar dentro de mim. Ao longe consegui ver a Carla e senti meu coração desacelerar, respirava mas o ar não parecia suficiente, ainda assim continuei a caminhar em sua direção. -“se eu vou para o inferno que seja ao menos de forma corajosa” - ela me viu e começou a acenar para que eu me aproximasse. Nessa hora foi como se uma corrente elétrica atravessasse meu coração mas respirei fundo e me obriguei a continuar caminhando em direção a ela. Seja o que ela tivesse para me dizer eu escutaria calado. Estranhamente ela tinha um sorriso animado em seu rosto, - “ não seja tolo, existe a possibilidade de que o Dani não tenha contado nada” - isso era verdade e poderia ser bem mais provável do que ele contar a todos o que aconteceu. Afinal foi ele quem me beijou. A distancia não era grande e quando dei por mim já estava parado de frente para ela que sustentava um sorriso que agora era eufórico:
- Carla: me conta tudo, como foi a noite? Vocês transaram? Me dá os detalhes.
O choque provavelmente era visível em meu rosto, não era bem os questionamentos que eu esperava, me recuperei do choque inicial e sorri ao me sentar.
- Eu: Bem, eu não me lembro de muita coisa e estou com uma ressaca horrível, mas aparentemente a noite foi boa. Nós não transamos mas em contrapartida eu também não vomitei nele.
Ela gargalhou. – Carla: Quem diria que você teria um porre, né?
- Eu: Bom, eu também sou humano! Mas onde esta o Dani? Eu queria falar com ele.
O sorriso desapareceu do rosto dela.
- Carla: Bem, nós brigamos ontem a noite e o pior é que não lembro qual o motivo, mas eu dormi no quarto da Valeria, com ela, e ele ainda não apareceu hoje, se você quiser tentar conversar com ele aqui está a chave do quarto.
Peguei a chave do quarto das mãos dela e ela sorriu para mim afetuosamente, meu coração apertou.- “será que ela faria isso se soubesse que ele me beijou? você é realmente uma pessoa ruim” - era o pensamento que me torturava enquanto andava em direção ao elevador. Suspirei fundo e apertei o andar em que ficava todos os nossos quartos e quando a porta do elevador abriu, tive a sensação de ver o corredor se alongar em minha frente. Por um momento travei uma briga interna com meu corpo para tentar faze-lo se mover até que meus pés se moveram para fora do elevador me colocando em movimento para o quarto dele. Sentia meu corpo em câmera lenta andando por aquele corredor. A sensação se intensificou quando vi a porta do quarto do Vitor, - “só pode ser brincadeira” - foi o que pensei quando a porta do quarto dele abriu. Continuei o meu caminho rezando para que ele não me seguisse, mais a oração não adiantou, podia ouvir os passos apressados dele atrás de mim. Suspirei ao sentir sua mão fechando em torno do meu braço, a força do aperto não chegava a machucar mais era forte o suficiente para não ser ignorado.
- Eu: O show na boate ontem já não foi o suficiente?
Olhei para ele com um ar de desapontado, em resposta ele me olhou com desespero.
- Vitor: Desculpe eu não queria te decepcionar mais, mas eu preciso saber se você dormiu com ele.
Sorri ironicamente e o encarei, percebi que ele estava falando sério.
- Vitor: Olha eu sei que eu não tenho direito de fazer essa pergunta, que eu não tinha direito de brigar com ele por você e que não tenho direito de estar te segurando e fazendo essa pergunta, mas eu preciso sair do inferno da indecisão e da tortura de não saber, por favor.
Analisei o rosto do Vitor e percebi que ele falava a verdade, ele estava sofrendo com a situação, como sempre ao se expressar em relação aos seus sentimentos ele estava com os olhos marejados de lagrimas e em meio a toda aquela confusão de sentimentos que eu estava sentindo naquele momento uma onda de piedade suplantou tudo o que eu sentia e eu apenas sorri para ele.
- Eu: Não Vitor eu não transei com o Matheus pode ficar tranquilo quanto a isso.
Seu rosto iluminou-se com a noticia o alivio era notável em seu rosto ele deu um passo em minha direção e depois recuou novamente soltou o meu braço ainda sorrindo me olhou meio que em duvida e eu sabia instintivamente que ele não sabia o que dizer.
- Vitor: Hã, eu não sei o que dizer apenas saiba que apesar de tudo eu realmente amo você e no meio de toda essa confusão é uma das únicas certezas que eu tenho.
Aquela frase me acertou em cheio no meio de tanta indecisão e indefinição que eu estava sentindo o Vitor me volta com um eu te amo, “eu aliviando os sentimentos dele e ele ferramendo com o meu psicológico” era o pensamento que dominava a minha cabeça.
- Eu: Olha, tudo está muito confuso no momento tanto pra mim como pra você so vamos dar tempo ao tempo certo?
- Eu: Não vamos nos pressionar com palavras.
Ele concordou comigo e saiu de volta para o se quarto me deixando sozinho mais confuso e estressado do que antes. Retomei o caminho para o quarto do Daniel e finalmente estava de frente para a porta sem conseguir decidir se entrava ou batia na porta com a mão levantada sem fazer nenhum movimento e derrepente a porta se abri e la estava ele tão surpreso quanto eu.
Daniel
Acordei por vola das 07 de manha mais não tive coragem de levantar, não queria encarar ninguem muito menos a Carla e por falar nela eu preciso realmente arrumar uma desculpa pela briga de ontem, eu so precisava ficar sozinho e tentar entender o que está acontecendo comigo, quer dizer precisava descobrir o que era aquilo que eu tinha feito ontem.
Mais nas ultimas horas eu não tinha conseguido ser hostesto comigo mesmo eu pensava em muitas desculpas para o que eu tinha feito do que o porque eu tinha feito, descupas como “ nossa quando estamos bêbados nos acabamos fazendo loucuras” ou “ cara, que brincadeira louca essa de verdade ou consequencia”, todas me pareciam idiotas e talvez já fosse hora de eu encarar a situação de frente, mesmo que isso pudesse me causar a expulsão de casa pois meu pai jamais aceitaria um filho que beije outro cara, quer dizer ele mal me tolera hoje e tudo que eu faço é errado, “mais como pode ser errado se foi tão bom beijar ele” e realmente tinha sido muito bom beijar o Lucas, quer dizer foi bom mais logo depois foi horrível a expressão que ele fez foi por demais dolorosa e aquela frase, “Dani não, e como fica a Carla” me atormentou a noite toda, mas como era bom ouvir meu nome na voz dele, sempre foi assim quando ele chamava “Dani” o dia parecia ficar menos nebuloso eu não sei quando esse sentimento começou quer dizer eu imagino que tenha nascido das inúmeras vezes onde ele me consolou pelas injustiças que meu pai tinha feito comigo, ou pelo seu apoio incondicional mesmo quando eu estava errada, eu acho que desde o ensino fundamental que nos andamos juntos e nos tornamos amigos sinto alguma coisa diferente por ele, no inicio imaginava que deveria ser por ver nele meu melhor amigo mais tudo mudou esse ano, alguma coisa mudou dentro de mim quando ele e o Vitor se declararam em uma relação, senti um animal dispertando dentro de mim e rugir como um leão, seria ciúmes? Na época eu ignorei esse sentimento como já fiz com tantos outros pois por experiencia própria negar os sentimentos era menos doloroso e no fim o Lucas estava tão feliz que eu não consegui pensar em estragar aquele sentimento, depois o leão rugiu mais alto quando ele caiu na imensa tristesa que foi provocada pelo primo do Vitor, mas como eu poderia fazer alguma coisa, ele estava sofrendo tanto e estava tão fechado para o mundo que eu so consegui apoiar ele como amigo e então veio o festival e tudo se ajeitou entre eles, uma parte de mim esta muito feliz por ele estar agora feliz novamente, mais uma parte de mim e não importava o tanto que eu tentava sufocala e mata-la aquela pequena parte ainda teima em existir e estava triste por tudo ter voltado ao normal e essa foi a terceira vez que o leao rugiu, mais ontem o animal não rugiu ele assuiu o controle e saiu para caçar e a presa logicamente seria o Lucas eu não consegui o conter ou eu não quis e sinceramente agora já não faz mais difereça, ele o encontrou e o beijou trazendo a tona essa quantidade de sentimentos soterrados que eu não sei nem como nomear, eu acho que eu amo o Lucas mais eu não tenho certeza e isso aconteceu em um momento muito complicado para ele e eu me odeio por isso, eu me odeio por brigar com a Carla me odeio por muitos motivos, Bom me odiar não vai fazer as cosias melhorarem, preciso levantar dessa cama e tomar uma atitude na vida e com esse pensamento levantei-me da cama e fui para o banheiro, por curiosidade olhei no celular e já passava das 09:30 da manha “ perdi o café da manha”, não importa eu não sinto fome, cotinuei indo para o banheiro entro no box e deixo a agua cair pelo meu corpo, calculo que gastei por volta de 10 minutos no banho, olho meu reflexo no espelho e a imagem não reflete o meu interior, ali na minha frente encontro apenas um jovem de 17 anos com os cabelos molhas com uma escova na boca que esboça um leve sorriso com a sua propia imagem, termino de escovar meus dentes e visto a primeira roupa que pego na mala não sou de ficar escolhendo roupas sempre pego a primeira, me visto sem muita empolgação pois no fundo eu não queria sair do quarto sinceramente eu não sei qual sera o pior confronto o Lucas ou a Carla, terminei de me vestir e vou em direção a porta abro a mesma e meu coração quase sai pela boca, sinto meu corpo congelar a minha expressão deveria beirar ao pânico mais a dele também não era das melhores, ali parado na minha frente com a mão levantada como se fosse bater na porta estava o Lucas.
Me recuperei do choque. – Eu: Lucas, que surpresa.
- Lucas: Dani, precisamos conversar.
Tipico do Lucas ele não fazia rodeios quando precisava tratar de assuntos mais sérios e sabendo que ele não me deixaria fugir dessa conversa apenas suspirei fundo.
- Eu: Que seja. Abri espaço para que ele pudesse entrar no quarto e tranquei a porta assim que ele passou, fiquei por um moneto contemplando a porta antes de criar coragem para fizer alguma coisa.
Lucas.
Entrei pela porta com as pernas meio tremulas sentei me na cama ainda dessarumada da noite anterior e fiqeui encarando suas costas, ele havia tracado a porta mais ainda não tinha tido coragem para me encarar, tive a súbita compreençao de que a situação era descofortavel para ele também por isso resolvi apenas aguardar que ele iniciasse a conversa, podia ouvir os suspiros longos que ele dava.
- Daniel: Engraçado como a bebida apaga todas as nossas memorias, ne?
Não podia acreditar que ele iria tentar essa atitude quer dizer eu já estava com muita coisa na cabeça para aguentar ficar com mais essa situação sem explicação, suspirei fundo e não segurei as palavras.
- Eu: Daniel, não vem com essa pra cima de mim se você quiser fingir que nada aconteceu depois dessa conversa eu posso ate colaborar com você, mas eu te conheço a tempo suficiente para identificar qualquer desculpa esfarrapada que você possa pensar e essa nem passou perto de me enganar.
Ele me olhou meio desesperado então eu suavisei o tom antes de continuar, levantei-me da cama e me aproximei dele tomando o cuidado de manter uma distancia segura para evitar uma nova investida inesperada.
- Eu: Dani, somos amigos a muito tempo e não tem nenhuma situação que não possamos resolver juntos, qual é sou eu que estou aqui.
Ele suavizou a expressão acho que consegui alcançar o objetivo podia ver que ele estava escolhendo as palavras que iria dizer.
- Dani: Lucas, vou ser sincero com você, eu lembro de tudo o que aconteceu, lembro da nossa discução sem sentido e de ter beijado você e ter saído correndo do baheiro e....
Ele parou com uma cara meio descrente aparentemente perdido sem saber o que dizer.
- Eu: Dani, a quanto tempo você guarda isso com você?
Ele me olhou surpreso. – Dani: Como assim a quanto tempo, não entendi.
Sorri de forma fraterna. – Eu: Dani, ninguem tem uma atitude daquela com um sentimento que nasceu na ultima semana, aquilo mais pareceu um sentimento guardado por muito tempo.
Ele encarou os próprios pes. – Dani: Eu sinceramente não sei, acho que sempre tive algum sentimento especial por você mais eu não sabia que tinha uma conotação amorosa ate você e o Vitor começarem a namorar.
Então os ciúmes do Vitor não eram infundados, sorri ao perceber isso e talvez ele tenha interpretado esse sorriso de forma errada.
-Eu: Dani, porque você não me procurou antes? Porque raios guardou isso apenas pra você?
Ele ainda olhava para os pés.
– Dani: Eu sinceramente não sei, talvez medo de rejeição por saber que você ama o Vitor, talvez medo do meu Pai, talvez medo de encarar a Carla ou talvez tudo isso junto, eu não sei dizer ao certo qual o motivo.
Meu coração ficou apertado com a dor que ele sentia, me aproximei dele e levantei seu rosto para olhar em seus olhos.
- Eu: Dani, saiba que eu sempre vou estar com você seja qual descisão que você queira tomar da sua vida. eu vou te apoiar. Terminei essa frase e o abracei bem apertado. Ele demorou um pouco mais retribuiu meu abraço.
Ele interrompeu nosso abraço e saiu rumo a janela e respirou fundo antes de dizer:
- Dani: Sendo assim eu so posso te dizer uma coisa, eu te amo!
Pelo andar da conversa eu já sabia que ele tinha sentimentos por mim mas eu jamais imaginaria que ele falaria essa frase hoje e agora! Meu choque foi inevitável. Eu não queria machucar o Dani com o meu silencio mas, eu também não sabia como reagir, demorei demais.
-Dani: Eu não espero que você diga que me ame hoje. E até para esse amor evoluir será preciso muita coisa, mas quero que saiba disso.
Suavisei minha expressão o máximo possível. Não queria brincar com os sentimentos dele, mas também não podia negar que não tinha refletido em relação ao que eu senti quando ele me beijou. Logicamente eu gostei muito do beijo e os sentimentos que tive foram confusos, como não poderia deixar de ser.
-Eu: Dani, eu te amo muito como amigo e não posso deixar de ter você na minha vida. Mas não vou mentir pra você, tive sentimentos durante o beijo, porém não sei classifica-los e no momento, minha vida está uma bagunça e você bem sabe disso. Como se tudo isso não fosse o suficiente, ainda temos a Carla que, nenhum de nós quer machucar.
Nos olhamos e percebemos que aquilo tudo era muito difícil e envolvia muitas pessoas.
- Dani: Eu entendo tudo o que você falou e de verdade, eu não me sinto mal ou rejeitado por você, mas nós poderíamos pensar em uma forma de fazer isso dar certo.
Suspirei! O Daniel havia me colocado entre a cruz e a espada eu não sabia o que fazer.
- Eu: Dani, não sei o que falar.
- Dani: Não diga nada agora apenas pense a respeito.
- Eu: Ok, vou pensar então.
Pretendia sair do quarto dele com a situação resolvida, e com menos esse peso da cabeça. Porem tudo saiu do controle, e eu tinha mais um eu te amo na cabeça para me atormentar. Não pude deixar de sorrir pois em menos de 2 horas eu tive um “sinto alguma coisa por você e quero descobrir o que é” e dois “eu te amo”. Isso é muito para a cabeça de um cara com ressaca processar. Porém eu não podia surtar naquele momento pois isso provavelmente o machucaria. Olhei em seus olhos e sorri.
- Eu: Parece que o pessoal vai descer para a praia, seria bom se você fosse junto. A propósito devolve isso para a Carla.
Entreguei o cartão de acesso do quarto para ele.
- Dani: Ok, eu realmente preciso falar com ela.
Saímos do quarto juntos, porém tomamos rumos diferentes, ele me olhou meio curioso:
- Dani: Você não vai para a praia?
- Eu: Vou sim, só preciso passar no quarto antes, eu alcanço vocês la.
Nos despedimos e cada um seguiu sua direção, entrei no quarto meio atormentado, fechei a porta e chutei a minha mala propositalmente que estava no canto. Eu estava tão envolto em meus problemas que não havia notado que o Danilo estava ali até aquele momento.
- Danilo: Eita, parece que a noite não foi tão boa assim.