Ma Petite Princesse - 2° Temporada - XXI

Um conto erótico de Ana_Escritora
Categoria: Heterossexual
Contém 7590 palavras
Data: 27/12/2021 15:41:00
Última revisão: 23/10/2024 15:44:44

Sinopse: Após o término do namoro, Nívea segue em frente ainda que seus sentimentos em relação ao Eric se confundam dentro de si mesma.

Por outro lado, o professor cumpre a sua promessa e faz o que está ao seu alcance para reconquistar o seu amor.

***

Por mais que eu e o Eric não estivéssemos mais juntos desde o início do semestre e ter terminado pra valer a nossa relação algumas semanas depois, era uma situação estranha. Quero dizer, talvez eu estava estranha. Ser apenas a sua aluna como eu era no início do Ensino Médio deveria ser fácil pra mim. Nos encontrávamos apenas em sala de aula e pronto. Eu me sentei no fundão apenas naquela segunda-feira após terminarmos e depois voltei a me sentar na segunda fileira como sempre. Não por causa dele, mas porque fiquei realmente com medo do meu rendimento nas disciplinas começar a cair.

No entanto, esse sentimento de estranheza era a impressão de que faltava alguma coisa.

Eric nunca perdia a oportunidade de me observar durante as aulas em meio aos exercícios do livro que fazíamos. Nos momentos das explicações, em pé, ele parava sempre do meu lado sem me olhar diretamente ficando na direção da minha mesa. O que me fazia sentir o seu perfume delicioso e, sem imaginar a verdade, a Gabriele achava o máximo. O ego dela de aluna fã do professor mais lindo do colégio ia nas alturas. Com essa atitude dele, eu tentava agir de modo natural na mesa com os meus olhos atentos ao livro. Mas não podia controlar as batidas do coração quando ele chegava perto da minha fileira.

Mesmo tendo bloqueado o número desconhecido o qual ele me enviou o áudio, eu pensava nele antes de ir dormir. Pensava e lembrava dos seus beijos, das suas mãos acariciando o meu corpo e, lógico, de nós dois fazendo amor. As coisas lindas e picantes que me dizia... Esquecer o Eric iria demorar mais tempo do que eu pensava mas não iria voltar atrás. Ele foi estúpido comigo e não podia perdoar o que me fez.

***

- Ansiosa para as provas? - Gabriele me perguntou enquanto guardávamos nosso material após o fim de mais uma aula - Vai ser no mês que vem mas eu fico tensa por antecipação.

- Eu também sempre fico com um frio na barriga mas depois passa. - me levantei da mesa, colocando minha mochila nas costas e enquanto isso, os alunos saíam de sala.

- O que ele tem de lindo, o professor Schneider tem de linha dura. Mesmo ficando legal com a turma, ele não alivia nas provas. Seis folhas! - ela dizia indignada e também de pé, ajeitava a alça da sua mochila cheia de acessórios nos ombros.

- A parte boa é que ele não passa trabalhos pra ajudar na nota.

- Pois eu preferia que ele passasse trabalho e diminuísse a prova para três folhas! - ela reclamou e eu apenas dei um sorriso - Vamos logo que hoje o dia já deu!

Saímos de sala em meio aos outros alunos e Frederik e Patrick ficaram para trás. Ao chegarmos na portaria, não esperava ver a cena que eu vi: Minha mãe, sempre linda e elegante, conversando alegremente com o Evandro e com o Eric. Fiquei contente em vê-la, pois sabia que ela estava ali para me buscar e respirei fundo. A relação do Eric com os meus pais ficou bem próxima no último ano desde o aniversário dela. E isso era uma coisa que eu teria que aprender a lidar mesmo não estando mais juntos.

- De onde a sua mãe e o professor Schneider se conhecem? - a pergunta da Gabriele me fez encará-la, tirando a minha atenção da cena - Eles parecem tão amigos...

- É uma história longa... - apenas a encarei e suspirei.

- Então conta! - ela levantou a sobrancelha, sorrindo de um jeito estranho - Sabe como eu sou curiosa.

- Bom, a primeira vez foi no início das aulas depois das férias de julho do ano passado. Minha mãe veio me buscar, ela viu o professor na portaria e então foi se apresentar à ele. Claro, porque o achou muito bonito.

- Isso é normal.

- Sim. Depois, o professor foi na festa de aniversário da minha mãe.

- Sério? - ela ficou boquiaberta - Então ele já foi na sua casa?

- Aham. Nunca contei isso para você e os meninos?

- Não!

E então precisei mentir.

- Eu, a Melissa e o Felipe saímos da festa indo até o posto de conveniência perto da minha rua. Foi quando encontramos com ele enquanto abastecia o carro. Aí a Melissa teve a cara de pau em chamar ele pra festa. Liguei para a minha mãe e ela deixou.

- Nossa! Tão inusitado!

- Muito. E como ele e o Felipe ficaram amigos pois um trabalha e o outro estuda na mesma faculdade, o Professor Schneider foi convidado para a reunião de aniversário que ele fez em julho. - e lembrar daquele dia ainda me fazia mal.

- Caramba, legal! Quando eu e o Patrick o convidamos para o nosso aniversário eu nem pensei dele ir. O professor parece não gostar muito de festas.

- É... - olhei pensativa de volta para os três conversando - Ele é reservado.

- Como você sabe que ele é reservado?

- Ah... - me toquei da gafe - Pelo jeito dele né? Sempre tão sério.

- Isso é verdade.

Ao ver nós duas se aproximando, o sorriso perfeito da minha mãe surgiu e então, ela veio na nossa direção de braços abertos.

- Minhas lindas! - ela nos abraçou apertado e pude sentir o seu delicioso perfume.

- Oi Helena! - Gabriele correspondeu - Que legal ver você aqui!

- Vim buscar o meu anjo! - recebi um beijo dela nos meus cabelos e caminhamos as três até o Evandro e o Eric - Mas aproveitei para colocar a conversa em dia com o seu professor e o Evandro. Nos vimos a última vez no jantar que o Simon e a Denise ofereceram na casa deles nas férias de vocês.

A troca de olhares entre eu e ele era algo automático. Desviei meu olhar para baixo, tentando disfarçar, mas ao mesmo tempo não podia demonstrar em como fica pesado o clima entre nós dois.

- Então hoje o Evandro não vai precisar me levar pra casa.

- Tenho certeza de que ele não ficará chateado! - minha mãe brincou.

- Nem um pouco - ele sorriu.

- E cadê o Frederik?

- Ele já deve estar vindo.

Não demorou muito quando Frederik e Patrick apareceram para a alegria da minha mãe. Sempre eufórica quando o encontra, seu abraço pra ele era com muito carinho e também abraçou e beijou o Patrick mas sem a mesma empolgação. Eric, ao ver a cena, parecia incomodado.

- Jacques e eu estamos sempre falando de você, meu querido!

- E eu fico muito contente da amizade entre vocês e os meus pais ter ficado mais próxima, Dona Helena.

- Sim... Claro... - ela o observava com ternura - Sua mãe é uma mulher e profissional incrível!

- Bom, se vocês me dão licença... Eu preciso ir agora, a faculdade me espera.

- Claro, professor. Foi ótimo revê-lo! Mas antes de ir gostaria de te fazer um convite!

- Mãe!

Aquilo não estava acontecendo.

- Convite?

- Sim. No mês que vem uns dias depois do meu aniversário, eu e o Jacques vamos comemorar nosso aniversário de vinte anos de casamento. Ainda não decidimos o que vamos fazer mas já está convidado. Você e a Luciana!

Meus três amigos o olharam espantados.

- Quem é Luciana, professor? - o irmão gêmeo perguntou curioso e eu queria uma passagem só de ida para a Sibéria. Ou quem sabe para a galáxia mais distante.

- Eles não sabem sobre ela? - minha mãe piorando tudo.

- A Luciana é a minha chefe na faculdade e uma grande amiga, crianças.

- Ah, claro... Amiga...

- Sim, senhorita Fernandes. Amiga. - ele a respondeu sério.

- Mas então, você e ela estarão comemorando conosco não é?

- Mãe, o professor deve ser ocupado durante o sábado. - eu interrompi e tentei mais do que nunca impedir o que poderia acontecer.

- De jeito nenhum, Senhorita Martin - Eric sorriu daquele jeito debochado e irritante mas que sempre me deixava molhada - Irei com um enorme prazer!

Sim, estava acontecendo.

- Ah, que ótimo! - minha mãe vibrou - Assim que chegar próximo da data, entrarei em contato com você. Posso te encontrar na faculdade?

- Claro. Estou lá todos os dias.

- Perfeito.

- Eu realmente preciso ir. - ele olhou na tela do aparelho celular que estava nas suas mãos - Preciso chegar no Campus antes de seis e meia. Tchau crianças, nos vemos semana que vem.

- Tchau, professor! - eles acenaram e viram o Eric se afastar, indo na direção do estacionamento do colégio.

- Cara, sério que o professor Schneider tem namorada????

- Pois é, Patrick. - minha mãe começou a explicar - Eu conheci a Luciana em um café perto da faculdade. Eles negam, dizendo que são apenas amigos. Mas eu sempre achei que são mais que isso. Sendo colegas de trabalho, não assumem.

- Tô arrasada... - a voz da Gabriele era de tristeza - Não acredito que o professor mais lindo que eu já tive, namora...

Se a Gabriele estava triste, eu estava novamente sentindo aqueles turbilhões que sempre aconteciam dentro de mim. Eric e Luciana novamente juntos e eu iria presenciar isso. Eu não podia me sentir mal porque eu terminei com tudo, mas a sensação ruim era maior.

- Podemos ir embora pra casa? - pedi pois eu poderia querer vomitar a qualquer momento.

- Claro, filha!

- Ah, Helena... Será que a Nívea poderia ir lá pra casa no fim de semana? - Frederik pediu antes de irmos embora.

- Bom... - a alegria no rosto da minha mãe desapareceu na mesma hora - Como agora eu estou em casa nos sábados, pensei de fazer alguma coisa com a Nívea.

E de novo, observando a minha mãe, ela estava esquisita como da outra vez quando fui para a casa da Gabi.

- Ah, entendi... - Frederik ficou sem graça, pensando da minha mãe não deixar.

- Você quer ir, filha?

- Se a Melissa puder ir também.

- Claro que ela pode! - o representante da turma sorriu - A Norma se diverte muito quando ela vai!

- Então, meu querido. - minha mãe fez um carinho no rosto dele - Eu e a Nívea vamos conversar e ela amanhã te dá uma resposta.

- Tudo bem.

Nos despedimos e segui com a minha mãe até o carro que estava parado mais acima na rua. Após entrarmos, já sentada no banco do carona e deixar a minha mochila no banco de trás, fiquei encucada sobre o quê poderia estar acontecendo.

- Mãe.

- Oi.

- Você tá preocupada com alguma coisa? - perguntei enquanto a observava colocar o cinto de segurança.

- Preocupada? - ela colocou a chave na ignição, dando partida e manobrando o carro.

- Sobre eu ir para a casa do Frederik.

Ela ficou quieta.

- Parece que você não quer que eu vá pra lá.

- Não Nívea, não é isso...

- Então o que é?

- Na verdade, eu fico preocupada sim mas com as suas provas, você precisa estudar. - ela olhava atenta para a rua enquanto me respondia o que mais parecia uma desculpa.

- Eu sempre fui boa aluna.

- Eu sei, meu anjo.

- Se você não quiser que eu vá, pode me falar que eu vou entender.

- E se a Melissa não puder ir? Se esqueceu que a situação dela com os pais está difícil sobre as notas no colégio?

- Verdade... - fiquei pensativa - Tinha me esquecido disso.

- Mas e você? Você quer ir pra casa dele?

Eu gostava de ir pra casa do meu amigo. Não por causa de todo o espaço da cobertura mas porque também nos divertíamos muito pelo condomínio. E passar o final de semana na companhia de amigos tão queridos, não ia me fazer lembrar do Eric.

- Eu gosto de lá.

- Vocês se divertem muito, não é?

- Bastante.

- Tudo bem. - ela suspirou com as mãos no volante enquanto deixavamos a rua do colégio, chegando na principal do bairro - Você pode ir no sábado de manhã depois de tomarmos café.

- Mesmo? - sorri - Não vai ficar chateada?

- Não, meu anjo, claro que não. Só não podemos garantir se a Melissa poderá ir com você.

- Eu vou falar com ela. Obrigada, mãe. - e acariciei a pele perfeita do seu rosto.

- Seu pai iria deixar você ir do mesmo jeito.

- Vocês nunca me disseram não.

- Mas sabe que todos os nossos sim não saem de graça.

- Eu sei. Boa filha e excelente aluna.

- Exato.

Continuamos seguindo de volta para casa com o trânsito sempre lento naquele horário. Ao chegarmos, fui direto para o meu quarto onde tirei o meu uniforme e fiz algo que não fazia tinha um tempo: me ver nua na frente do espelho. Eu estava mais gordinha? Havia matado algumas aulas de dança quando voltei de viagem e ao mesmo tempo fiquei doente pelo que o Eric me fez. Mas eu não tinha emagrecido. Meu corpo continuava com as curvas redondas.

Será que se eu engordasse ele ia deixar de me achar bonita? Balancei a cabeça querendo afastar aquele tipo de pensamento. Não éramos mais namorados, droga! E não sendo, eu iria torcer para que ele não fosse à festa de aniversário de casamento dos meus pais.

Me sentei na cama pensando como seria estar perto dele em um momento tão alegre para a minha família. Ainda faltavam algumas semanas para a comemoração e eu já sentia aquele bolo chato sufocando a minha garganta. Por que ele aceitou o convite? Eric vai mesmo levar a sério o que ele me disse no áudio? Que não vai desistir de mim? Deve ser muito fácil falar pois não foi ele que ficou doente.

Fui para o banheiro e entrei no chuveiro gelado para relaxar. Meu corpo sempre dava sinais de cansaço por eu estar estudando em tempo integral. Mas depois do banho eu me sentia renovada.

***

- Caramba, Ni. E agora?

- Agora é torcer para ele não ir à festa.

- Você acha que ele não vai?

- Não sei. Como os meus pais ainda estão decidindo de que jeito vão comemorar, espero que a minha mãe se esqueça e não fale com o Eric do evento.

- Esqueceu que tem a faculdade entre eles?

- Ela disse a mesma coisa pra ele.

Deitada na cama antes de ir dormir, chamei a Melissa pelo zap para contar o que aconteceu na hora da saída.

- O pior de tudo é que eu vou ter que tratar ele bem. E vc também, não esquece!

- Ah, não vou te dar certeza disso não! Ele foi um escroto, um babaca com vc.

- Eu sei. Mas vai ser um momento de festa.

- Eu vou pensar.

- Por favor. Vc vai comigo pra casa do Frederik no sábado?

- Vou falar com o meu padrasto. Agora eu estou nas mãos dele, né?

- Vc continua estudando? Quero a verdade, Meli.

- É só o que eu faço a tarde inteira depois que eu chego do colégio e do curso de inglês. Nem vejo o Felipe.

- Quero só ver as suas notas.

- Tá bom, tá bom. Se ele deixar eu ir, te aviso.

- Eu espero que ele deixe. Não queria ir sozinha.

- Ué, vai ser melhor. Assim o Frederik vai realizar o sonho de transar gostoso com vc hahahahahahaha

- 😑

- Nívea, vc tá solteira. Tá sem colocar essa buceta pra gozar desde quando?

- Foi na festa da Gabi e do Patrick...

- Caralho, tudo isso? Passou tão rápido... Tá subindo pelas paredes, não? Tá tocando siririca pelo menos?

- Não sinto mais graça...

- Prefere quicar na pica dele não é? Kkkkk

As noites de sábado eram os momentos em que eu e o Eric virávamos apenas um. Ele me amava do jeito que eu pedia e gostava, me fazendo tocar a estrela mais brilhante do céu.

Se passaram três meses desde a última vez que senti tudo aquilo. A adrenalina também estava presente enquanto eu era dele naquela cabine apertada do banheiro feminino. Os flashes daquele momento tão delicioso surgiram feito mágica. Eric tampava a minha boca enquanto me invadia e eu apenas queria mais no meio do perigo de um flagra. Minha calcinha pequena ensopou e esfreguei minhas coxas tentando controlar o tesão daquela lembrança.

- O Eric não é o único. - digitei, mesmo não acreditando muito no que havia escrito.

- Boa, assim que se fala! Agora tu tá livre para dar pra quem quiser!

- Falando assim parece fácil.

- Vc que faz ficar difícil.

- Eu espero que não seja. Vou dormir, amiga. Boa noite.

- Boa. Te falo ainda essa semana se vou contigo ou não.

- Tá bom então. Bjs.

- 😘

***

Para minha sorte, eu já havia tomado café da manhã e estava pronta para ir para a casa do Frederik quando fui surpreendida com uma entrega naquela manhã. Se estivesse de estômago vazio, eu não sei o que poderia acontecer. Ou então até mesmo bem alimentada, eu passaria mal.

- Que rosas mais lindas, filha! - minha mãe olhava com admiração a entrega colocada no meio da mesa.

Fiquei séria olhando os detalhes daquele arranjo de rosas vermelhas com pétalas macias em tom aveludado e as pequeninas flores brancas mais parecidas com flocos de neve que decoravam a folhagem verde. Com o cartão nas mãos, meu coração batia acelerado porque além dos meus dois primeiros nomes na frente dele, apenas um coração vermelho era a mensagem sem o nome da pessoa que tinha enviado, mas eu sabia quem era.

- Realmente, são lindas flores. - meu pai com os braços cruzados observava sério os detalhes do arranjo - Só não entendo o motivo que fez a pessoa não se identificar.

- Ah Jacques, talvez por vergonha - minha mãe justificou - Queria impressionar o nosso anjo, mas eu tenho um leve palpite de quem tenha sido.

- Não foi o Frederik, mãe... - suspirei.

- Você só vai saber se ligar pra ele e perguntar! Liga!

Deixei o cartão de volta no meio das rosas e peguei o meu celular na minha mochila de roupas que estava no sofá. Busquei o número do meu amigo, fazendo a chamada e após o segundo toque ele atendeu.

- Oi Nívea, que bom que ligou. Posso pedir pro Evandro ir te buscar?

- Pode sim, mas eu te liguei por outra coisa.

- O que foi?

- Foi você quem me enviou um arranjo de rosas vermelhas?

- Eu? Rosas vermelhas? Não!

- Eu sabia que não, liguei apenas para confirmar - olhei para minha mãe que me encarava com decepção - O cartão de mensagens tem apenas um coração.

- A pessoa não se identificou?

- Não.

- Estranho.

- Frederik, se foi mesmo você, pode me falar. - eu alimentei uma esperança idiota de que ele tivesse me enviado - Eu não vou achar ruim.

- Nívea, se tivesse sido eu o meu nome estaria no cartão.

- É, você tá certo.

- O Evandro já saiu daqui. A Melissa vem também?

- Sim, vamos nós duas.

- Legal, vão chegar a tempo do almoço.

- Tá bom, então. Nos vemos daqui a pouco.

- Beleza. Beijão.

- Beijo.

Encerrei a ligação e continuei a olhar o arranjo que estava no meio da mesa de jantar. Eric cumpria as suas promessas: ele não ia desistir de mim.

- Que pena, filha.

- Foi perda de tempo ligar. Eu sabia que não tinha sido ele.

- Então você tem algum outro admirador secreto!? - ela sorriu.

- Um admirador ou então algum maníaco - meu pai disparou.

- Ah, meu amor, não seja exagerado!

- Todo o cuidado é pouco, Helena. Se a pessoa enviou as flores para cá é porque nos conhece e sabe o nosso endereço!

- Também acho que não é para tanto, papa!

- Se isso se repetir, se você receber outro arranjo sem nome no cartão, eu entrarei em contato com a polícia. Depois do que ficamos sabemos com aquele que achávamos que era nosso amigo, temos que nos proteger.

- D'accord! Vamos esperar.

- Ainda penso que a nossa filha tem um admirador secreto e que deve ser do colégio.

Me aproximei do arranjo e toquei em uma das rosas, sentindo o perfume doce que ela exalava. Era delicioso. Me afastei e continuei a observar a beleza e o cuidado com que o arranjo foi montado. O laço de fita vermelho dava um charme no que parecia um enorme copo de vidro com um pouco de água que servia para nutrir as rosas. Posicionei o meu celular na minha frente, enquadrando o arranjo e tirei uma foto. Nem sei por que motivo fiz aquilo, pois o certo a se fazer era jogar o arranjo no lixo. No entanto, fiquei com pena.

- Fica de lembrança - observei a foto na tela do aparelho - Vou esperar o Evandro no meu quarto. A Melissa daqui a pouco deve chegar.

- Tá bom, meu anjo. - minha mãe sorriu pra mim.

Entrei no quarto e me sentei na minha mesa de estudos, deixando o celular na minha frente. Como ele teve coragem? Pensei, com as duas mãos cobrindo o meu rosto e soltando um suspiro longo. Minutos depois, senti a mesa vibrar e ao desbloquear a tela do aparelho, mais um número desconhecido aparecia em forma de mensagem no Whatsapp.

Espero que tenha gostado das flores, rs...

Ao ler a mensagem, o ódio me consumiu. Além de ter feito o que fez, Eric estava me perseguindo. Pelo menos era o que eu estava achando.

Ao invés de bloquear de novo, cliquei no número iniciando uma chamada até ele atender.

- Pensei de me bloquear neste número também.

- Eric, isso já é perseguição!!! Para com isso! - implorei com a voz histérica mas tomando cuidando para que meus pais não ouvissem.

- Eu disse que não ia desistir de você.

- E eu não quero mais que fique me enviando mensagem!

- Eu penso em você todos os dias, ''ma petite...''

Senti um aperto no peito com aquela frase e o jeito carinhoso que sempre e só ele me chamava.

- Não me chama assim! Eu não sou mais nada sua!!!

- Vai ser sempre a minha pequena. E as flores são para que você não esqueça.

- Elas foram parar no lugar que devem estar. No lixo.

- Sei que não fez isso.

Fiquei muda por uns segundos.

- Fiz sim! - minha voz gaguejou - E o meu pai não gostou nada do que viu!

- O que ele disse?

- Ficou desconfiado pois não tinha nome no cartão e disse que se eu voltasse a receber flores de novo sem identificação, ia chamar a polícia!

- Eu li na internet o que aconteceu com aquele maníaco. Finalmente está preso.

- É... Agora posso respirar aliviada e por causa disso, o meu pai desconfiou.

- Não fiz com a intenção de assustar os seus pais...

- Então não faz mais isso e nem ficar me perseguindo pelo celular! Nós terminamos, Eric. Aceita!

Desliguei e bloqueei mais uma vez o número. Fiquei assustada comigo mesma por ter falado tudo aquilo. Acho que a ousadia dele me fez ter coragem de agir daquela forma.

Eu não sentia medo dessa perseguição pois sabia que o Eric não iria fazer nenhuma maldade comigo. Apenas ficava com raiva pela cara de pau dele depois do jeito como me tratou.

As batidas na porta interromperam os meus pensamentos.

- Pode entrar!

- Amiga!!! - Melissa entrou com os olhos brilhando toda sorridente - Que flores lindas são aquelas? Sua mãe me contou que não teve remetente no cartão.

- Não.

- Não faz ideia de quem te enviou?

- Um doce se você se adivinhar.

Ela me olhou intrigada e então seus olhos verdes brilharam ainda mais.

- Jesus amado! - ela falou cobrindo a boca com as mãos - Ele teve coragem? - por incrível que pareça a ruiva falou baixinho mesmo tomada pelo espanto.

- Por mim eu jogaria no lixo. Só que eu fiquei com pena e a minha mãe não ia deixar.

- Pois eu jogava!

- O pior nem foi isso...

- O que houve?

- Ele me enviou mensagem de um número desconhecido. Já é o segundo que eu bloqueio.

- Ni, ele não pode fazer isso!

- Ele disse que não ia desistir de mim. Como ele consegue esses números?

- Isso é moleza. Ele compra um chip descartável e conecta no aparelho.

- Então eu não posso fazer nada?

- Além de bloquear os números? Não. Mas o que ele te disse?

- Perguntou se eu tinha gostado das flores. Fiquei com tanta raiva que retornei dando um esporro. Quem sabe assim ele desiste.

- Dá um basta pra valer na festa dos seus pais. Mas antes a gente reza para ele não ir.

- É o jeito.

Ficamos conversando por mais algum tempo até ouvirmos de novo uma batida na porta.

- Filha! - minha mãe ficou entre ela e o batente - O Evandro já está lá embaixo esperando vocês.

- Tá bom mãe, já vamos descer.

E eu precisava salvar o meu fim de semana depois daquela manhã cheia de surpresas.

***

O sorvete de flocos dentro do pote chegou na metade apenas com a primeira rodada em que nós cinco nos servimos enquanto curtiamos o Sol e a piscina. Antes disso Frederik, eu e Melissa almoçamos sozinhos pois os pais dele não estavam em casa. Será que eles dois estavam juntos? Era o que eu imaginava enquanto almoçava uma salada de cenoura e beterraba ralada feita com muito carinho pela tia Dulce. Frederik pediu que ela e a Norma fizessem bife com batatas fritas pois era um dos meus pratos favoritos. Ela fez com a condição de que também comessemos a salada com os legumes.

Depois que terminamos, caímos na piscina e então os irmãos chegaram e se juntaram com nós três.

- E os seus pais não desconfiaram de nada sobre quem enviou as flores? - Gabriele comentava enquanto dava uma colherada no seu sorvete dentro da taça colorida. Nos sentamos em uma das mesas de madeira que era protegida por um guarda-sol em formato quadrado.

- Minha mãe achou que fosse algum admirador secreto.

- Mas na verdade é do cara com quem você namora escondido? - o irmão perguntou.

- Namorava.

- Vocês terminaram?? - Frederik perguntou, ficando surpreso e eu podia ver um certo brilho em seus lindos olhos.

- Eu terminei.

- Mas por que?

- Ele foi muito grosso comigo, me magoou demais.

- Então significa que você está solteira no rolê?

- Parece que sim, Gabi.

- Mas tem chance de voltar?

- Por mim eu não volto, Patrick. As flores que ele enviou são uma tentativa de que eu volte.

Frederik me observava em silêncio. Revelar o meu término de namoro com o Cara Secreto seria como acender uma faísca de esperança no coração dele. Algo que eu não ia transformar em fogo.

Mesmo solteira eu ainda pensava no Eric e no que ele me fez. Uma guerra de sentimentos estava dentro de mim e era difícil conviver com ela.

Detonamos todo o pote de sorvete e passamos a tarde nos divertindo na piscina. Eram selfies, saltos ornamentais na água feitos pelo Patrick e muita diversão.

Era quase de noite quando saí do banho e vi a bolsa de roupas da Melissa já pronta em cima da sua cama.

- Ué, pra que essa bolsa pronta? - perguntei enquanto penteava os cabelos molhados e enrolada na toalha.

- Já está ficando de noite, Ni. - Melissa estava sentada na cama olhando o celular - Esqueceu? Noite de sábado.

- Eu não preciso mais ir pra casa aos sábados.

- Então você fica. Se o Evandro ainda estiver por aí eu peço pra ele me levar.

- Você não pode ficar aqui?

- O Felipe deve estar me esperando, amiga. Vamos pra Ipanema aproveitar para ficarmos juntos pois as provas dele estão virando a esquina daqui a pouco. Mesmo que esteja com poucas disciplinas no último semestre, o trabalho final do curso tá sugando ele.

- Por favor, Meli - me aproximei e sentei do seu lado na cama - Fica aqui comigo...

- Nívea, o Frederik não é maluco de te agarrar à força!

- Eu sei que não...

- Então, qual o problema? - ela cruzou os braços e eu engoli em seco aflita. - Eu não acredito nisso... - ela me encarava como tivesse lido os meus pensamentos - Você tá com medo do Eric descobrir que tu passou a noite na casa do Frederik? É isso??? Só vocês dois???

- Talvez...

- Nívea, você tá solteira. Quero saber qual parte dessa frase ainda falta entender?

Por mais que a minha melhor amiga estivesse certa, eu não conseguia deixar de pensar na reação do Eric se ele soubesse que eu ficaria a noite de sábado na companhia do meu amigo de turma o qual ele morria de ciúmes.

- Eu não consigo evitar.

- O Felipe estava certo mesmo. Ainda é apaixonada por ele. - ela falou na minha cara e eu apenas abaixei a cabeça, triste - Aposto que ele nem tá aí pra você e tu fica assim, igual uma pateta pensando nele.

- Mas ele me mandou as flores...

- E daí? Por causa dessas flores vai perdoar os gritos dele? A grosseria que ele te fez?

- Não...

- Ótimo! Então não tem problema nenhum você passar o fim de semana aqui e ter a chance de experimentar uma outra pica.

- Conversa com o Felipe, amiga. Por favor... Passa o final de semana aqui também. - eu implorei e ela bufou revirando os olhos.

- Tá. Eu vou ligar pra ele e depois falar com o meu padrasto.

- Obrigada, obrigada! - sorri e lhe dei um abraço apertado - Eu falo com o Lipe depois.

- Termina de se vestir que eu vou falar com ele aqui no corredor - ela levantou e saiu, fechando a porta.

Alívio era o que eu sentia em saber que a Melissa estaria perto de mim e com isso, o Frederik não teria qualquer chance de tentar alguma coisa comigo. Sabia que não era legal fazer a minha melhor amiga de escudo mas eu não estava pronta para o fato de nós dois ficarmos sozinhos.

Escolhi um vestido preto com bolinhas brancas bem pequenas com alças e decote em forma redonda nos seios. Ajeitei tudo na bolsa e terminei de pentear os cabelos, borrifando um pouco do meu perfume. O vestido servia para qualquer ocasião.

- Pronto. - Melissa voltou para dentro do quarto - Falei com todo mundo lá em casa.

- O Lipe ficou chateado?

- Um pouco, mas ele entendeu que é por sua causa.

- Vou me desculpar com ele...

- Não liga não. - ela sentou na cama e ficamos uma de frente pra outra até ouvirmos uma batida na porta.

- Entra!

- Vocês já vão pra casa? - Frederik colocou apenas a cabeça na entrada da porta.

- Tem problema se ficarmos o fim de semana aqui? - perguntei dando um sorriso.

- Tá falando sério?

- Sim.

- Claro que podem ficar! O Evandro já vai pra casa mas antes ele ia levar vocês.

- Então diga pra ele ir despreocupado.

- Fechado.

- E os seus pais, Frederik? - Melissa questionou - Não vimos eles desde que chegamos.

- Eles saíram de manhã cedo. Um dos sócios da Editora da minha mãe fez aniversário e ele comemorou em um sítio. Eu não fui porque acho um saco. Por isso chamei vocês também. Ia ficar entediado com a Norma sem fazer nada.

- Entendi. Legal.

- Eles só voltam amanhã no fim da tarde.

''Será que os pais do Frederik estavam tentando salvar o casamento?'' pensei. Seria maravilhoso se eles ficassem juntos como casal principalmente pelo bem estar do meu amigo. Eu nunca vi Simon e Denise brigarem mas mais uma vez, me lembrei das palavras do Eric: ''o que você e a Melissa viram foi uma família sentada na mesa tomando café da manhã e depois almoçando. Mas ali não tem mais casamento.''

- Mas e aí? Querem fazer o quê?

- Podemos ir para o bosque? - pedi.

- Claro! Vamos ver se tem alguém por lá.

- As meninas daqui são legais - elogiei me lembrando de todos os finais de semana que passei aqui desde o primeiro.

- Elas são. Vocês esperam eu ir tomar um banho?

- Vai lá - Melissa concordou - A gente te espera.

- Eu vou até a cozinha.

Frederik saiu e eu saí logo em seguida pelo corredor, deixando a minha amiga no quarto. Passei pelo quarto da Norma e a porta estava aberta. Ela estava atenta, sentada em uma pequena poltrona, vendo alguma coisa na TV.

- Ah, oi Dona Norma...

- Oi, minha querida - debaixo dos seus óculos ela desviou o seu olhar da TV para mim - Deseja alguma coisa?

- Aquele suco que nós bebemos no almoço... Ainda tem dele?

- Tem sim, eu pego pra você.

- Não, tudo bem! Eu vou até a cozinha e me sirvo.

- Está na geladeira, na jarra de vidro transparente. Fique à vontade, se precisar de alguma coisa pode me chamar.

- Tá bom, obrigada.

Segui em direção à cozinha passando pela sala. Tudo estava limpo, arrumado e muito tranquilo para o início de uma noite de sábado. Antes de abrir a geladeira, fui até o armário e peguei um copo para me servir.

- ''Eu vi como você olhava para ela quando nós duas estávamos na cozinha com a Norma!!! Acha que eu sou alguma palhaça???''

Aquela voz conhecida vinha do pequeno corredor que dava para a saída de emergência. Permaneci onde estava, deixei o copo na bancada e prestei atenção na discussão.

- A Nívea tem um lindo corpo, Gabriele. Não chama apenas a minha atenção, mas também do seu irmão e do Frederik.

A Gabriele estava com ciúmes de mim?

Olhei na direção do corredor e não havia ninguém. Ela e o Evandro estavam discutindo dentro do quarto dele. Minha curiosidade foi maior e me aproximei devagar até a porta mas recuei um passo pois vi que estava aberta e não podiam perceber que eu estava ali. Eles abusavam da sorte em fazer o que faziam.

- Ah, é? Me fala então o que ela tem que eu não tenho? A bunda dela é maior que a minha?

- Fala baixo ou então podem nos ouvir! - ele ordenou com a voz firme.

- Eu fiquei na parte de fora da porta de emergência e entrei no seu quarto esperando você. Ninguém sabe que eu estou aqui!

- Gabriele, a Nívea é linda mas não é com ela que eu trepo há meses. Você sabe disso...

- Eu não quero que você fique olhando pra ela! - ouvi sua voz que estava em forma de choro - Não do jeito que olhava!

Ficou um silêncio entre eles e em poucos segundos ouvi os gemidos pelo quarto. Meu coração começou a acelerar e me peguei mordendo o meu lábio.

Cheguei na direção da porta e flagrei o óbvio. Evandro a colocou contra a parede e envolveu as pernas dela na sua cintura. Gabriele ainda estava usando biquíni e então seria tudo mais fácil. Os beijos que ele deixava na pele branca faziam com que ela gemesse sem nenhum medo de alguém ouvir. Gabriele o agarrava pelo pescoço e suas bocas precisavam uma da outra em um beijo como se fosse o último que estavam trocando.

- Me fode, Evandro... Por favor... - ela implorava com ele a segurando pelos quadris.

Mesmo sendo experiente com que eu estava vendo, dizer aquelas palavras depravadas ainda era um tabu pra mim quando eu estava com o Eric.

Ele fez o que ela pediu e rapidamente colocou o seu membro pra fora da bermuda de praia na cor azul marinho que usava e o tecido do biquíni de lado, enfiando nela com força. Gabriele soltou uma risada quando sentiu ele dentro dela e com certeza sua buceta pulsava sem controle pois a minha reagia igual ao ver a cena.

Assim como ela e o irmão contaram que o dono da casa transava com a Carina deixando a porta do escritório aberta, eles dois faziam o mesmo.

Ela afundou a cabeça entre o pescoço e o ombro do seu amante enquanto que ele não era nem um pouco delicado nas investidas. Evandro socava firme e urrava igual um animal selvagem.

Meu coração parecia que iria sair pela boca e eu parecia estar hipnotizada vendo algo que para mim havia se tornado tão comum, mesmo não praticando há alguns meses.

Gabriele continuou grudada até ele recuar, afastando ela da parede em meio aos beijos e se sentar na cama. Seus lindos cabelos cheio de cachos balançavam sem parar no mesmo ritmo que o seu corpo quicava no colo dele. Fiquei apenas espiando pela porta com um dos olhos e jamais eles iriam perceber que eu estava ali pois nada ao redor era mais importante do que a transa intensa que acontecia.

- Eu sou a única, não sou? - ela sussurrava no seu ouvido.

- Única minha gatinha...

Seus gemidos saíram do controle e ela rapidamente mordeu o ombro rígido e bem definido que ele tinha.

Comecei a esfregar minhas coxas uma contra a outra para conter o mel que podia escorrer da minha virilha. Minha calcinha aquela altura já estava ensopada e me encostei na parede ao lado da porta e respirava com dificuldade por causa do tesão que me dominava. Levantei a minha saia do vestido e uma das minhas mãos foi para o meio das pernas. Um dedo, depois o outro. Desejava outra coisa mais gostosa ali, desejava o membro ''dele'' mas eu precisava me aliviar como podia. Os gemidos dos dois ajudavam para o que eu queria fazer. Com o meu dedo polegar comecei a circular e acariciar onde eu estava já inchada e pus a outra mão na boca para que eles não me escutassem gemer pelo gozo que viria a qualquer momento.

- Ah, Evandro...

- Goza pra mim... Deixa o meu pau todo melado, vai...

Meus dois dedos eram esmagados sem controle e o orgasmo dominou cada parte do meu corpo me fazendo escorregar pela parede, quase caindo no chão e precisei me apoiar com uma das mãos. Senti meu rosto ficar úmido e quente e meu colo subia e descia ligeiro. Mesmo com as pernas tremendo, consegui ter forças para sair dali e não ser vista por eles.

Minha buceta ainda pulsava, foi um gozo bom mas depois que experimentei algo melhor que os dedos, que me levava ao céu, não era a mesma coisa.

- Que houve que você demorou? - Melissa desviou os olhos do celular e me questionou assim que entrei no quarto.

Apenas sentei na cama ainda ofegante e com a boca mais seca do que antes pois nem do suco eu bebi.

- Que cara é essa, Nívea? Suas bochechas estão vermelhas...

- Estão? - perguntei sem jeito colocando a mão em uma delas - Muito vermelhas?

- Um pouco. Mas também por causa do Sol de hoje né?

- É... - fiquei pensativa - O Frederik ainda está no banho?

- Deve estar terminando.

- Ah...

Aquele momento em que sem querer espionei a transa da minha amiga de turma com o seu guarda-costas, onde tive um orgasmo ao me tocar, eu decidi que ficaria apenas para mim. Não estava mentindo para a Melissa. Era simplesmente uma intimidade minha que não iria dividir com mais ninguém. A ruiva, mesmo sendo tão esperta, felizmente não percebeu mais nada de estranho no meu rosto pois o que ela via no seu celular parecia estar mais interessante.

***

O clima era agradável no bosque. Não tinha tanta gente como eu costumava encontrar mas algumas meninas estavam lá, sentadas pelo gramado conversando. Patrick e Frederik também estavam com alguns meninos e por sorte o garoto insuportável que tentou me agarrar à força não estava.

- Então você e a Melissa decidiram ficar aí até amanhã?

Eu e a minha mãe estávamos em uma vídeo chamada pelo celular.

- Sim, mãe. Mas prometo que a partir dessa semana vou focar mais nos estudos por causa das provas. Vai ficar chateada se eu ficar aqui?

- Claro que não, meu anjo. Vocês estão se divertindo?

- Muito. A imagem pra você deve estar um pouco sem luz porque estamos no bosque agora.

- Ah, sim. O famoso bosque que você adora.

- Pois é.

- E Simon e Denise como estão?

- Acho que bem. Eles não estão em casa. O Frederik contou que eles saíram hoje bem cedo e foram para um sítio. Aniversário de um amigo de trabalho da Dona Denise.

- Ah, e eles foram juntos? - ela parecia surpresa.

- Foram.

- Interessante.

- A Norma está de olho na gente mas não estamos dando trabalho nenhum à ela.

- Isso é bom. Você e a Melissa se comportem!

- Vamos sim.

- Então tá, vou desligar agora. Seu pai está me esperando para mais uma daquelas sessões de cinema francês que ele me fez gostar com o tempo.

- Tá bom então.

- Beijo, minha vida, se cuida.

- Beijo, mãe.

Fiquei olhando a tela após ver a chamada se encerrar.

- A minha mãe tá tão estranha...

- Com o quê? - a ruiva sentada do meu lado no gramado perguntou enquanto tirava selfies, fazendo mil poses e jogando os pesados cabelos ruivos para todos os lados.

- Não é a primeira vez que eu percebo isso...

- Isso o quê? - e ela sorria fechado com o rosto de lado.

- Quando eu digo que quero vir pra cá, parece que ela fica com receio em deixar.

- Sério? - ela parou o que estava fazendo e virou para mim - Logo ela que sonha ver você namorando o Frederik!

- Pois é, não é esquisito? O meu pai deixa sem problemas mas ela...

- Isso não é coisa da sua cabeça não, amiga?

- Eu espero que seja.

Olhei ao redor onde estávamos, as meninas e os meninos e nada da Gabriele aparecer. Pelo horário, o Evandro já deveria ter ido embora aproveitar a folga no dia seguinte e por algum motivo ela não se juntou a nós. Me deu uma vontade de rir do nada quando me lembrei da Melissa falando que ela deveria ter levado uns bons tapas na bunda. Talvez esse era o motivo que a fez não ficar com a galera no bosque: não ia conseguir sentar no gramado.

Vi o Frederik se aproximar de nós segurando dois pequenos pacotes de confeitos de chocolate igual os que vendem na cantina do colégio.

- Trouxe para vocês - ele se sentou e entregou um pacote para mim e o outro para a Melissa.

- Obrigada.

- Valeu, Frederik! - Melissa abriu o pacote e começou a comer os confeitos.

- Como você tá? - ele me perguntou enquanto eu olhava o pacote nas mãos.

- Estou bem.

- Ainda pensa nele, não é?

Fiquei surpresa com a pergunta e meus olhos desviaram na sua direção.

- Penso. - falei triste.

- Um cara que trata mal uma garota tão legal como você tem que ser muito babaca mesmo.

- Talvez eu tenha errado também mas o jeito como ele gritou comigo me deixou muito triste.

- Ele gritou com você???

- Foi por isso que eu terminei. Nos encontramos depois dessa briga. - mais uma mentira minha para manter o meu segredo - Ele me pediu perdão mas eu não consegui perdoar.

- Entendi - Frederik me olhava daquele jeito que eu já conhecia e meu estômago começou a se revirar - Eu fico chateado com uma coisa.

- Com o quê?

- De ficarmos amigos próximos apenas esse ano.

- E estudamos na mesma turma desde o jardim de infância.

- Pois é. ''La fille timide'' - E rimos juntos.

Sua mão acariciou a minha bochecha e seus olhos azuis tão doces admirava cada detalhe do meu rosto. Lentamente ele se aproximou e deixou um beijo no mesmo lado onde senti o seu carinho.

- Eu não sou como o idiota do Vinícius. - falou no meu ouvido.

- Eu sei que não. - e deixou um outro beijo.

Senti apenas o meu rosto esquentar com um gesto tão carinhoso dele. A excitação gostosa que deveria acontecer com o meu corpo não aconteceu e nem o meu coração acelerou.

- Você é um amigo muito especial, Frederik.

- E você é bonita demais pra ficar desse jeito, pensando nele.

- É mais forte que eu.

- Eu sei, mas vou torcer para que você esqueça esse cara.

Esquecer o Eric... Era algo que eu queria?

Eu não tinha mais nada que me prendesse a ele e estava solteira como a Melissa fazia questão de lembrar. Mas as lembranças dos nossos momentos juntos não iriam desaparecer feito fumaça. Eric foi o meu primeiro tudo na vida e mesmo feito o que fez, o seu carinho, cuidado e amor comigo eram verdadeiros quando estávamos juntos.

A guerra interna do que eu sentia, me deixava confusa e do jeito que eu estava não podia dar uma mínima chance ao Frederik, mesmo que ele merecesse.

''Eu não vou desistir de você. Eu te amo.''

Meu coração acelerava todas as vezes que eu me lembrava daquela maldita frase. Dois beijos que eu havia recebido segundos atrás não seriam o suficiente para eliminar a força que ela tinha em mim.

Olhei para o lado e claro, a Melissa tinha desaparecido. Na verdade, ela estava sentada com as outras garotas um pouco afastada de nós dois. Com certeza, na cabecinha repleta de imaginação, ela pensou do Frederik me beijar de verdade.

- Eu vou ficar com as meninas.

- Tudo bem, se vocês quiserem voltar, nós subimos e pedimos uma pizza. Como sempre.

- Tá bom - retribui, dando um beijo no seu rosto e me levantei indo até o pequeno grupinho.

E ficamos pelo bosque até tarde da noite, conversando e rindo de todo tipo de besteira. Aquele lugar onde os meus amigos moravam era mágico. Apesar de estar como eu estava, ali eu me sentia bem convivendo com adolescentes da mesma idade que a minha falando das mesmas músicas, filmes e outros assuntos.

No dia seguinte, meu pai foi nos buscar no meio da tarde. Não vimos os pais do Frederik até a hora que fomos embora o que pra mim poderia ser um bom sinal de que eles estavam bem e o pai dele estivesse sem a tal amante. Eu torcia por eles. Poderia ser bobo pois eu não entendia nada sobre a vida de casado mas desejava que os dois ficassem felizes do mesmo jeito que os meus pais eram e os vinte anos de casamento que eles iriam comemorar em alguns dias eram a prova disso.

Continua...

Nota da autora: Em breve, mais uma festa na Família Toledo mas desta vez teremos convidados diferentes nessa comemoração.

Assunto sério: Darei uma pausa nesse fim de ano e voltarei para finalizar os três últimos capítulos da segunda temporada em Janeiro mas sem estipular uma data para não maltratar o coração ansioso de vocês rsrsrsr. Não se preocupem que eu volto!

Desejo a todos vocês, em 2022 repleto de realizações, harmonia e muita paz!

Contato: a_escritora@outlook.com

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Foto de perfil de Ana_EscritoraAna_EscritoraContos: 63Seguidores: 173Seguindo: 34Mensagem "Se há um livro que você quer ler, mas não foi escrito ainda, então você deve escrevê-lo." Toni Morrison

Comentários

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Mais uma vez o Frederik sendo fofo e a Gabriele e Evandro indiscretos kkk

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Tem muitas histórias para ser resolvidas né. Vai dar pra resolver em 3 ã 4 capítulos?

Feliz 2022! Muita Saúde,saúde... Pra todos.

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