Tudo começou em uma partida de futebol, quando toda galera se reuniu. Coisa que não fazíamos há meses. Durante a evolução do jogo, marquei um gol.
Gustavo tocou a bola para mim na área, depois driblei Ricardo, chutei para o gol e acertei a bola na rede. Meu time começou a comemorar. Gustavo veio em minha direção e me abraçou forte. Tão forte que senti o volume de seu pau encostando no meu.
Calma aí! Acho que eu comecei essa história de uma forma precipitada demais. Vamos por parte. Deixe-me apresentar.
Meu nome é Vitor, tinha 21 anos quando tudo começou. Foi exatamente naquela época em que reencontrei meu amigo Gustavo. Estava fazendo faculdade de Engenharia Civil, malhava quando podia. Tentava conciliar meu trabalho com a graduação, que fazia à noite. Conseguia ir à academia quando chegava mais cedo do trabalho, o que acontecia com muita frequência.
Minha vida estava realmente muito corrida devido a todas as obrigações e mal conseguia ter tempo para namorar. Fernanda vivia reclamando, mas entendia que eu estava fazendo tudo aquilo pensando em nosso futuro. Ela era a namorada mais incrível que qualquer cara poderia ter! Da mesma idade que eu, Fernanda era morena, de cabelos enrolados. Seus olhos marrom-claro ressaltavam mais ainda sua beleza. Meus amigos viviam me chamando de sortudo. Sim, eu era e tinha certeza que a amava.
Depois de passar um ano de intensa turbulência na faculdade, minha maior felicidade era a proximidade do final do ano, pois teria um grande descanso, não só da faculdade, mas do trabalho também, porque pediria férias de forma a coincidir com as férias acadêmicas. Eu era servidor público e meu cargo não tinha muita importância no final do ano. Era feliz sendo servidor público porque o salário que ganhava dava pra cobrir minhas despesas, porém a monotonia e burocracia do serviço público me entediavam.
O ano, então, tinha praticamente acabado e estávamos próximos à comemoração do natal. Eu estava momentaneamente livre de Cálculo I, II, III, Resistência dos Materiais e de outras matérias, que estavam fazendo meu cérebro pegar fogo naquele ano. Tinha acabado de chegar em casa depois do meu último dia de trabalho antes das férias quando Fernanda apareceu dizendo que havia encontrado com Gustavo, meu melhor amigo de toda a infância. Havia meses que não nos víamos. A gente acabou, por negligência, perdendo o contato a ponto de um não ter mais o número do celular do outro. Fernanda me entregou um papel com o número novo do celular de Gustavo, como ele mesmo a pediu que o fizesse.
Como pudemos deixar isso acontecer? Perder o contato um do outro? Gustavo e eu éramos como unha e carne. Fizemos a quarta série na mesma sala. De lá até concluir o ensino médio ficamos sempre na mesma turma. A amizade crescia a cada ano, a ponto de fazermos os trabalhos escolares sempre no mesmo grupo, de dormirmos um na casa do outro de vez em quando e, é claro, assistir a filmes pornôs juntos. Lembro que sempre revezamos no banheiro para “socar uma”. Nunca nos masturbamos na frente do outro, pois tínhamos vergonha. Mas esta vergonha não existia na hora de falar de putaria. Falávamos muita besteira o tempo todo enquanto estávamos juntos. Sempre existia muito assunto picante quando nos encontrávamos.
Durante estes meses sem nos comunicar, pouco soube sobre ele. A única notícia que tive foi que ele também estava muito atarefado. Além de sua faculdade de Educação Física, estava estagiando de manhã em um colégio público e era eventual substituto de professor de Educação Física deste colégio. Desta forma, Gustavo e eu tínhamos nossos afazeres de uma vida pré adulta bastante atarefada que culminou com o nosso afastamento. Nunca mais havia nos encontrado para falar sobre putaria, nem para ver um filme pornô juntos e, muito menos, jogar aquele futebol que muito fazíamos antigamente. O futebol foi a atividade que nos uniu, muito mais que o colégio. Na época do ensino fundamental jogávamos bola todos os dias na parte da tarde na rua da casa dele. Lá, a rua vivia lotada e as amizades que fiz jogando futebol se perpetuam até os dias de hoje.
Imediatamente peguei o número da mão de Fernanda e liguei para Gustavo. Assim como eu, ele havia trocado de operadora de telefone e naquela época não havia ainda a portabilidade para se manter com o mesmo número. A voz de Gustavo ao perceber que era eu quem havia ligado, parecia muito empolgada. Eu também fiquei muito feliz em poder ouvir a voz do meu amigo depois de todo aquele tempo. Ficamos tanto tempo conversando a ponto de Fernanda desistir de ficar no meu quarto me esperando. Ela foi para a sala e ficou assistindo telejornal com meus pais. Gustavo sugeriu marcar um futebol no outro dia de manhã com a galera do bairro. Achei uma ótima ideia. Sempre alugávamos um campinho particular e ali jogávamos na época do ensino médio.
Toda a galera estava livre por conta do recesso da semana de Natal, então todos poderiam ir. Desliguei o telefone, e fui tomar banho. Ao sair do banho ainda de toalha fui para o quarto e vesti uma cueca boxer preta, Fernanda bateu à porta do meu quarto. Abri e ao vê-la, puxei-a para dentro e a agarrei com vários beijos, enquanto trancava a porta com a mão direita.
— Seu tarado! Vá colocar uma roupa.
— Você fica vindo aqui em casa com esse vestidinho. Não tem como resistir — voltei a beijá-la passando a mão em sua bunda por baixo do vestido. Meu pau ficou duro na hora. Joguei-a em cima da minha cama tirando seu vestido com muita força. Depois tirei o resto de sua roupa e transamos.
No outro dia, de manhã, conforme combinado, todos se reuniram no campinho do clube. Muitos estavam vestidos com o uniforme do time que usávamos quando jogamos algumas vezes representamos o nosso bairro em pequenos torneios. Assim que vi Gustavo ele se aproximou de mim e me abraçou.
— Coé, moleque. Saudades de tu, po! — disse ele me abraçando e apertando minha mão — Quanto tempo!
— Porra, põe tempo nisso! Acho que faz um ano ou quase isso.
Gustavo parecia estar mais forte. Certa vez, eu o havia chamado para malhar na mesma academia que eu, mas como ele era bastante preguiçoso, simplesmente disse que não queria. Eu então lhe dizia que era inaceitável um estudante de Educação Física que não cuidasse do próprio corpo. Não que ele fosse gordo, mas eu afirmava que ele poderia aproveitar esse motivo para motivá-lo a ganhar definição muscular. Mas, para a minha surpresa, parecia que durante todo esse tempo em que estávamos afastados ele resolveu seguir meus conselhos e se dedicou à malhação.
A galera foi chegando aos poucos no campo. Notei que Gustavo fazia questão de estar sempre perto de mim, sempre me tocava quando ia falar comigo e sentou do meu lado no gramado encostando em mim, jogando seu corpo contra o meu o tempo todo. Estávamos todos conversando e esperando o resto da turma chegar. Depois de tanto tempo sem se ver, todos relembravam dos tempos antigos. Todos fizeram questão de falar como Gustavo era o mais atentado da turma e que sempre fez todo mundo rir com suas brincadeiras. Gustavo e eu sempre fomos vistos como melhores amigos e eu estava contente de a gente ter se reencontrado.
— Se não fosse eu pra tomar a atitude, né Vitor, você iria casar e não ia nem me avisar né? Seu gay!
— Claro que iria te convidar. Você é meu amigo!
— Sei — ele fez uma cara de quem não estava acreditando muito.
Assim que o resto da galera chegou, começamos a tirar os times. Gustavo e eu ficamos no time dos “com camisa”. Vibramos por sermos escolhidos para ficar no mesmo time e começamos rapidamente a planejar jogadas, como fazíamos nos tempos antigos.
O jogo, então, começou. Logo na metade do primeiro tempo tomamos um gol dos “sem camisa”. Beto havia feito o gol fechando o primeiro tempo. No intervalo, a empolgação ficou por conta do time que estava em vantagem no jogo.
No segundo tempo, aos quinze minutos Gustavo e eu fizemos a jogada ensaiada: ele tocou a bola pra mim próximo à área, driblei Ricardo, chutei forte e fiz o gol.
Comecei a correr comemorando o gol. Meu time comemorou bastante, Gustavo veio em minha direção com os braços abertos para me abraçar e me abraçou forte, tão forte que senti o volume de seu pau encostando no meu. Esses calções de futebol são mais confortáveis e também muito finos.
— Valeu moleque! Você continua foda no futebol! — disse Gustavo me olhando sorrindo e esfregando a mão em minha cabeça. Depois saiu e foi pra sua posição.
Senti todo o volume de Gustavo e tinha desejado que isso nunca tivesse acontecido, pois fiquei o resto do segundo tempo pensando naquilo. Não sabia o que estava acontecendo comigo. Será que eu tinha sentido mesmo tesão pelo fato de ter esbarrado, acidentalmente, meu pau com o do meu amigo? Não conseguia entender aquilo. O impacto foi tão forte que era impossível que Gustavo não tivesse percebido que aquilo havia acontecido. É claro que ele sentiu o meu volume também. Não entendi porque, durante o abraço, ele tinha feito ainda mais força. Será que era apenas a empolgação do gol ou ele fez aquilo de propósito? Depois de tanto indagar resolvi deixar isso para lá e tentar me concentrar no jogo. Não deu muito certo. Acho até que meu desempenho caiu por conta dessas minhas indagações. Tomamos mais um gol. E assim terminara o jogo, no 2X1 para os “sem camisa”.
Quando o juiz apitou o jogo, a maioria começou a se recolher para o vestiário para tomar banho. Comecei também a caminhar vagarosamente em direção ao vestiário. Gustavo logo apareceu do meu lado.
— Vitor, salvou nosso jogo — disse Gustavo.
— Como assim? Tá louco? Nós perdemos.
— Mas a diferença foi menor graças ao seu gol. O seu futebol está muito bom, moleque! — disse ele colocando o braço em meu ombro.
— Sai daqui. Tu tá todo suado — disse eu todo sem graça tirando seu braço de meu ombro. Na verdade, eu estava tentando evitar sentir a mesma coisa quando ele me abraçou.
Gustavo começou a rir e tirou a camisa por conta do calor. Reparei que seu peitoral estava definido.
— Hum tá forte, moleque!
— Resolvi seguir seu conselho. Afinal quero ficar gostosinho igual você — disse ele com uma cara de sacana.
Como assim? Ele me chamou de gostosinho? É certo que ele sempre tinha umas brincadeiras malucas, mas eu fiquei sem jeito ao ser chamado de “gostosinho” por ele.
— Ah vai ter que malhar muito pra chegar ao meu nível — disse eu tentando disfarçar a vergonha. Tentando agir naturalmente.
— Fica aí de graça! Vai acabar tomando umas porradas — disse ele me dando pancadas com sua camiseta. Era incrível como ele estava fazendo de tudo para chamar minha atenção naquele dia. O Gustavo que eu conhecia estava mais perturbado do que antes. Eu o empurrei para revidar. Ele riu com a minha reação.
Ricardo apareceu na hora perto da gente e comentou:
— Isso vai acabar dando em namoro.
— Fala merda não o Ricardo — disse eu — Você gosta de zoar mas não gosta quando é zoado!
— Ah o que foi? — disse Gustavo indo para o lado dele e o abraçando — Tá com ciúmes é? Vem cá, delícia.
Comecei a rir da cena. Gustavo ficava mais doido a cada ano que passava. E eu estava tendo cada vez mais certeza daquilo.
— Para de palhaçada, Gustavo — disse Ricardo o empurrando. Ricardo era bastante sério e não gostava muito desse tipo de brincadeira.
— Gustavo não muda, né? — perguntou-me Beto que apareceu do meu lado.
Balancei a cabeça concordando com ele.
Beto entrou no vestiário. Gustavo e eu conversávamos ainda do lado de fora.
— Moleque, bom demais te ver, cara!
— Pois é. Bons tempos em que a gente vivia grudado um na casa do outro.
— É… Você começou a namorar e largou o amigo aqui.
— Para de falar besteira, seu besta!
Entramos e havia alguns dos nossos amigos no banho. Esperávamos do outro lado por uma vaga no chuveiro, alguns de cueca, outros pelados ou de toalha. Gustavo e eu éramos uns dos poucos que ainda estavam de shorts. Beto ligou seu celular numa rádio onde tocava uma música da Anitta. Ele já ia trocando quando Gustavo pediu para colocar lá de novo. Beto assim o fez. Gustavo começou a cantar a música e a arriscar algumas coreografias como se fosse uma garota. Ele colocava o dedo na boca, sensualizava, me olhava. Todos rimos da situação. Gustavo adorava um palco e se tinha espectadores ele dava seu show. Nossas gargalhadas eram os aplausos que ele tanto queria. Ricardo balançava a cabeça desaprovando tudo. Isso foi o suficiente para Gustavo ir em sua direção dançando eroticamente. Ricardo fechou mais ainda a cara fazendo as gargalhadas aumentarem.
— Sai pra lá porra! — disse Ricardo bravo o empurrando — Vai dançar pro seu namoradinho, Vitor!
— Quem? Aquele gostosão? — perguntou ele com uma voz feminina.
Todos só riam. Eu balancei a cabeça para impedir a situação, mas não adiantou. Gustavo virou-se para mim olhando-me nos olhos e começou a dançar se aproximando de mim. Eu estava sentado no banco do vestiário. Gustavo chegou em minha frente me olhando nos olhos de uma forma que eu fiquei muito sem graça. O que para todos ali parecia brincadeira, para mim era tensão. Tentei agir naturalmente rindo de tudo, mas por dentro eu estava sentindo algo queimar em mim. Por dentro eu queimava, por fora suava frio. Comecei a sentir a mesma coisa que senti quando Gustavo me abraçou para comemorar o gol. Estava implorando em pensamento para ele parar com aquilo. Ao mesmo tempo, não tive voz para falar. Tentei fingir que nada demais estava acontecendo.
— Gostosão — disse ele com uma cara de safado colocando as mãos sobre minhas coxas e alisando a marca que minha sunga fazia no calção de futebol. Nesta hora eu senti algo aquecer dentro de minha sunga. Meu coração acelerou. Gustavo prosseguiu a brincadeira virando de costas e sentando em meu colo. Começou a dançar sensualmente roçando sua bunda em meu pau. Diante de toda gritaria e gargalhada da galera eu tentava me concentrar pra não ficar excitado. Não adiantou. Com certeza Gustavo percebeu que meu pau estava duro porque ele estava sentado nele. Mas ele continuava a brincadeira me deixando numa situação complicada.
— Que porra é essa? — perguntou Carlos rindo ao sair do banho vendo toda aquela cena.
— Opa! Essa vaga é minha! — disse Gustavo que rapidamente se levantou do meu colo, pegou a toalha e correu para ocupar a vaga no chuveiro que era ocupada por Carlos. Eu permaneci sentado, atônito tentando disfarçar a ereção. Preocupado se alguém perceberia. Acho que ninguém percebeu.
O que era aquilo que tinha acabado de acontecer? Eu tentava recuperar meu fôlego. O que Gustavo ia pensar de mim agora? Ele deve ter feito aquilo porque ele sempre fazia essas brincadeiras no meio do grupo. Tinha certeza de que ele não esperava que eu ficasse animado com a brincadeira dele. Eu estava com vergonha.
Meus pensamentos foram interrompidos por um canto que vinha dos chuveiros. Era Gustavo que tanto tagarelava e agora estava tentando cantar ópera enquanto tomava banho.
— Sooolémioooooooo — cantava ele.
— Puta que pariu! O Gustavo tem problemas de cabeça — comentou Beto rindo.
— Você ainda tem dúvidas? — perguntou Carlos gargalhando.
Teve uma hora que mais um chuveiro desocupou e eu era um dos poucos ali ainda esperando para tomar banho, então eu fui. Tinha uns cinco chuveiros e a área era aberta. Cada um via os outros tomando banho também. Gustavo estava de costas se esfregando. Não tive como evitar, mas eu reparei em sua bunda branca e o desenho de sua sunga provocado pelo seu bronzeamento. Aquela era a bunda que estava sentada em cima de mim há poucos minutos. Só de pensar naquilo eu senti que ia ficar excitado de novo e comecei a pensar em outra coisa. Quando ele percebeu minha presença, virou-se de frente e ficou me encarando com um sorriso com o olhar. Fiquei paranoico pois aquele olhar irônico parecia zombar de mim pelo fato de eu ter ficado excitado com ele. Será que Gustavo estava pensando que eu era gay? Será que ele iria contar isso para alguém?
Eu pensei que ele fosse começar a me zoar naquele instante, mas tudo o que ele fez foi modelar um moicano com o excesso de xampu em seu cabelo e voltou a cantar a tal da ópera se achando um tenor num teatro lotado.
— Ai, carai! Começou esse cosplay pobre de Pavarotti cantar de novo — reclamou Beto que estava no chuveiro do lado do meu.
Começamos a rir de Gustavo.
Todos começaram a zoar suas habilidades vocais. Enquanto isso, Gustavo se enxaguava e se secava. Quando ele ia saindo disse:
— Vão ficar me zoando? — passou do meu lado e empurrou meu sabonete no chão, fez o mesmo com o de Beto — Pega aí então otários — e saiu gargalhando.
— Caralho, Gustavo! — reclamei.
— Sua viada! — gritou Beto.
— Brigada! — disse ele olhando de lado dando pinta, visivelmente só para nos fazer rir.
Beto e eu não aguentamos e começamos a rir de Gustavo.
Ricardo veio ocupar a vaga no chuveiro deixada por Gustavo. Quando ele entrou, Gustavo veio logo atrás e exclamou alto:
— Caralho pessoal, o Ricardo tem a maior rolona!
Ricardo ficou muito sem graça e puto da vida. A galera que estava nos chuveiros começou a gargalhar. Eu não tinha mais ar de tanto que ria.
Gustavo era aquele tipo de pessoa que tirava sarro de tudo e de todos. Eu fiquei aliviado por ele não ter tirado sarro de minha excitação mais cedo.
No caminho para casa, eu dirigia concentrado no trânsito, mas distraído em meus pensamentos. Pensava no que havia acontecido naquele dia em que eu tinha reencontrado meu amigo de infância. Ainda não estava acreditando que eu tinha ficado excitado ao abraçá-lo durante a comemoração do gol. Acreditava menos ainda que fui incapaz de segurar meus hormônios para não ficar excitado quando ele sentou no meu colo. Ele estava muito diferente fisicamente de quando eu o tinha visto pela última vez. Mas continuava o mesmo Gustavo sacana de sempre. Talvez num nível até pior, no sentido positivo da coisa.
De tanto viajar na música que eu ouvia no carro, não percebi que havia uma moto ao meu lado me acompanhando. O motociclista estava olhando para mim. Comecei a ficar preocupado e pensei que ia ser assaltado e fiquei apreensivo. O motociclista levantou a viseira do capacete e eu fiquei aliviado. Era Gustavo! Ele sorria todo confiante jogando charme. Fiquei mais calmo, mas não escondi o ódio que senti naquela hora.
— Você quer me matar do coração é? — perguntei todo sério.
Ele fez uma cara de deboche e depois riu.
— Sério, cara! — disse eu olhando para o trânsito, que estava vazio, e para ele — Um cara de moto em pleno Rio de Janeiro me seguindo e me olhando o tempo todo. Quer que eu pense o quê? Quase que eu tenho um treco aqui.
— Que coração fraco! Tem que ter o coração forte, amigo. Se não você não vai durar muito tempo comigo não.
— Não entendi! O que você quer dizer com isso?
Gustavo balançou a cabeça negando e não disse mais nada. Abaixou a viseira de seu capacete. Depois acelerou a moto, sumindo de minha vista.
— Só pode ser maluco! — disse eu sozinho.
Aumentei o volume do rádio e comecei a cantar a música empolgado a caminho de casa.
Continua...
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