Carla XI
A noite foi intensa. Clara fazia de tudo para manter a atenção de Fabiano longe do que estava rolando na piscina, se entregando à ele de todas as formas ao mesmo tempo que exigia dele o mais alto empenho em fodê-la e, embora fazendo isso numa tentativa de proteger a irmã, também se deleitava com a pegada dele que era muito mais forte do que das outras vez que transaram, pois Fabiano parece que perdera a sua capacidade de ser carinhoso e usava o corpo da loira como se fosse a última foda da sua vida.
Entretanto, a despeito do esforço de Clara, a atenção de Fabiano sempre estava voltado para a piscina e não havia como ele não assistir de camarote o que se passava lá. Tanto é que, quando notou que Carla parara com seus gritinhos de tesão e outros gritos, esses mais altos, de prazer, ele ficou curioso e afastou o corpo de Clara que nessa hora cavalgava sobre ele sentados em uma cadeira e pode ver a garota sendo fodida de quatro por Rick a fodia com estocadas fortes enquanto segurava firmemente o sua cintura, ela estava com a cabeça enfiada no meio das pernas de Inês sugando o grelo enorme da morena que desaparecera completamente em sua boquinha e quando os gritos voltaram, ele viu a situação invertida, sendo que agora era a morena que era fodida enquanto sugava a bucetinha da sua garota e não pode deixar de ouvir a voz, agora ainda mais rouca, de Inês pedindo para que seu namorado a fodesse o cuzinho com mais força.
Isso fazia com que ele se sentisse estranho. Ao mesmo tempo em que o calor do ciúme queimava seu abdômen e parecia que um bando de borboletas revoavam em seu estômago, seu pau respondia de forma diferente e parecia crescer alargando ainda mais delicada buceta de Clara que, sentindo a diferença, correspondia ao tesão e atingia quase que imediatamente mais um orgasmo.
As três mulheres ali presente, se perguntadas depois, não poderiam dizer quantas vezes gozaram durante aquela foda paralela, onde Carla se aprovietava do menage ao lado da piscina e Clara se dedicava à Fabiano na varanda. Quando, já exaustas, as duas que estavam com Rick na piscina pediram um tempo e vieram para a varanda alegando cansaço e fome, Clara ainda continuava a quicar com o pau do Fabiano agora enterrado no seu cuzinho. Inês, olhando desejosa para Fabiano murmurou:
– Hum! Que delícia!
– Para de ser gulosa Inês. Você já levou pau em todos os buracos. Não vai me dizer que ainda quer mais.
– Lógico que quero! Que é doida de dispensar um gostoso como esse seu namorado. – Provocou a morena.
– Ele não é meu namorado. Só meu ficante. – Respondeu Carla como se vingando da conversa que tiveram antes e depois, virando para Clara, atenuou o tom e disse: – E você pode sair de cima do pau do meu macho que eu ainda vou querer ele pra mim.
Clara, como quem não tinha ouvido a ordem da irmã, apenas torceu o corpo e virou a cabeça para poder colar sua boca na de Fabiano em um beijo cheio de tesão e esse se ato provocou risos nos outros três que agoram assistiam a foda dela em primeira mão. Sabendo que precisava fazer algo a mais para agradar aquela platéia, ela se levantou, ficou de frente para Fabiano, sentou no colo dele dirigindo o pau dele para seu cuzinho e foi sentando até que se sentisse empalada. A visão que ela dava agora era totalmente explícita, com o seu cu sendo dilatado com a invasão daquele pau era visto por todos. Ela voltou a beijar Fabiano com os braços cruzados atrás da cabeça dele que, além de beijá-la, não tinha nenhuma outra reação, curtindo a maciez e o calor daquele cuzinho delicioso até que ambos gozaram juntos, quando então foram aplaudidos pela seleta assistência. Só desgrudou sua boca da de Fabiano quando sentiu uma língua deslocar por sua costa, indo da nuca que estava livre dos cabelos que foram empurrados para o lado, desceu pela espinha dorsal até chegar no seu rego onde ficou explorando a maciez da sua bunda ou lambendo o pau de Fabiano, indo depois mais para baixo até se apoderar do saco que foi lambido e engolido, levando o homem a um êxtase tão intenso que ele começou a resfolegar enquanto enchia o cuzinho de Clara com sua porra quente e levando-a a ter um novo orgasmo aos gritos e depois se aconchegar nos ombros dele enquanto aguardava sua respiração voltar ao normal. Enquanto isso, aquela língua áspera e travessa explorava agora seu cuzinho, colhendo a porra do macho que ali acabara de gozar.
Era Inês quem viera participar da foda que Clara o cunhado e Fabiano também sabia disso, pois percebera a diferença na textura daquela língua e da forma como ela lambeu e depois chupou seu pau e isso significava só uma coisa: aqueles gritos de tesão alternados com pedidos para ser fodida só podia vir de Carla que, a esta altura, sentara ano pau do Rick e quicava com força sentindo seu cuzinho ir se dilatando cada vez mais, porém, sem forças para qualquer coisa naquele momento, permaneceu com os olhos fechados sem pretender fazer qualquer análise naquele momento. Não havia importância nenhuma se ele estava sendo corno ou apenas um comedor que dividia as gostosas com quem tivera homéricas fodas nos últimos dias e com isso se lembrou que ainda tinha que foder a gostosa da namorada do homem que na hora fodia Carla.
– Mas o que a Carla é minha? Será ela minha namorada, minha amante, ou apenas uma foda ocasional que em poucos dias vai desaparecer da minha vida. Mas isso não importa. Pelo menos não agora com essa boca gostosa engolindo meu pau por inteiro.
Inês, ajoelhada no chão, tentava engolir o pau todo de Fabiano, chegando a engasgar no processo, porém, longe de dar sinais de que desistiria e como só tinha gozado uma vez na transa com Clara, não demorou para que Fabiano começasse a gemer e despejasse uma farta quantidade de porra na boquinha de Inês que, com carinha de safada, abriu a boca para mostrar a boca cheia e depois engoliu, voltando a abrir para mostrar que agora não tinha mais nada ali e depois foi beijar Clara que aceitou o beijo intenso da morena.
Com isso o clima esquentou mais ainda. Fabiano, foi até a piscina puxando a Inês pela mão e se deitou em uma esteira ao mesmo tempo que puxava a morena para ficar sobre ele, desta vez com a buceta ao alcance de sua boca na intenção clara que desejava chupar aquela delícia, porém, ao se ver diante de um grelo tão avantajado, ficou admirando aquela maravilha antes de enfiá-lo em sua boca e chupar como se estivesse chupando um pinto de tamanho reduzido, fazendo com que ela rebolasse em seu rosto enquanto gemia alto até que gozou deixando o rosto dele completamente banhado com seu mel. Carla e Clara, sem combinarem nada, correram para cima dele e se puseram a lamber o rosto dele, colhendo todo o néctar que aquela buceta deliciosa aproveitara.
Depois disso, voltaram à mesa onde beliscaram do jantar que mal fora tocado enquanto todos, menos Rick, degustavam o delicioso vinho. Rick bebia cerveja. Comiam e trocavam provocações entre eles, com Carla e Inês sentadas no colo de Fabiano e Clara sentada em uma cadeira muito próxima daquela que o Rick usava e, com o braço abaixado e pelos movimentos desse braço, podia-se perceber que ela tocava uma leve punheta para o rapaz.
Não demorou muito para que o ambiente esquentasse. Carla e Inês, como se tivessem combinado, alternavam beijos na boca de Fabiano e, enquanto uma beijava, a outra chupava os seios da que estava ocupada até que Inês, sempre demonstrando ser a mais safada, foi empurrando Carla do colo dele e se ajeitando de forma a prender o pau dele entre suas coxas. Carla não reclamou e ficou de lado oferecendo à morena todo o espaço que ela precisava e ela, sem dizer nada, foi se virando para ficar de costas para Fabiano e então, montada sobre a perna dele, apoiou os dois pés no chão e levantou sua bunda. Depois segurou o pau dele e posicionou a cabeça na entrada de seu cu arroxeado e foi soltando o peso.
Quando a cabeça entrou forçando suas pregas, ela gemeu de dor e parou, dando a entender que estava desistindo, porém, Carla agiu rápido e se ajoelhou na frente dos dois. Em uma das mãos trazia um creme lubrificante que ela aplicou, primeiro no pau de Fabiano e depois no cu de Inês, chegando a enfiar todo o dedo indicador dentro dela que gemeu. Depois, dando-se por satisfeita, forçou o corpo da morena para se sentar novamente enquanto ela mesma segurava o pau, direcionando para o buraquinho da outra que voltou a gemer quando entrou a cabeça, porém, dessa vez não fugiu, ficando apenas parada, como se quisesse acostumar com aquela invasão. Entretanto, Carla abriu as pernas dela e, se colocando no meio, abocanhou seu enorme grelo, sugando com força e fazendo com que, estimulada com aquilo, Inês perdesse o controle e soltasse seu corpo, provocando a total invasão de seu cuzinho.
– Aiiii… Gemeu a morena. Você está arrebentando meu cabaço do cu.
Inês falou isso de forma alta e inteligível, chamando a atenção de seu namorado que até então se acabava com o pau todinho dentro da boca de Clara. Imediatamente, ele abandonou a loira e foi para o lado onde a namorada começava a rebolar com o pau de Fabiano atolado em seu cu enquanto falava:
– Que porra é essa? Você nunca aceitou me dar a bunda e agora está dando pra outro!
Percebendo a expressão de revolta de Rick, Carla foi ao seu encontro e o abraçou e, quando ele tentou se livrar dela, sentiu a boca dela perto do seu ouvido dizendo:
– Não se preocupe com isso garanhão. Ela deu para outro, mas você vai ganhar dois cuzinhos das loirinhas. Tá a fim?
Essa é uma oferta que faz balançar a estrutura de qualquer um, imagine de alguém que estava se deliciando com a chupada de uma verdadeira deusa loira, loira essa que ele já havia desejado como um sonho impossível em suas aparições em revistas e, de quebra, ainda ganhava outra loira que, embora sendo um pouco menor, não ficava nada a dever para ela em termos de gostosura e, pelo que ele tinha vivenciado até aquela hora, muito mais tarada e safada. E foi assim que ele se esqueceu completamente do fato de sua namorada estar dando a outro aquilo que ele sempre desejava, principalmente quando, se colocando de quatro, as duas irmãs abriram a bunda deixando à mostra seus cuzinhos que piscavam. Assim, apenas permitiu que Clara lubrificasse seu pau com o creme e foi para cima de Carla que aguentou a penetração rápida e precisa com gemidos e depois rebolava a bunda fazendo o pau sair até a metade e depois voltar a desaparecer no seu cuzinho e gozou quando viu Clara lubrificar seu próprio cu e se posicionar para receber o mesmo tratamento, o que não foi possível em virtude de Rick ter gozado tão depressa, o que fez que Carla provocasse:
– Nossa garanhão! Que pressa! Era para você gozar em mim depois de foder o cuzinho da minha irmã.
Sem se conter, as duas emitiram sonora gargalhada e só não atrapalharam a foda de Fabiano e Inês porque ele também tinha acabado de gozar no cuzinho da morena que, por ser a sua segunda gozada em pequeno intervalo, não foi muito abundante e apenas algumas gotas escorreram pelas pernas dela quando se levantou e foi beijar seu namorado.
Rick ainda tentou evitar o beijo ao se lembrar que o cuzinho de Inês, o maior objeto de desejo que ele cultivou desde os primeiros dias de namoro fora entregue para outro e, pior ainda, descobrir que ela não mentira e que seu precioso buraquinho tinha sido inaugurado naquele dia. E, para piorar, foi inaugurado por um pau que não era o seu. Entretanto, não conseguiu se desvencilhar dela e acabou envolvido pelo beijo cheio de tesão que ela lhe deu.
Inês, da sua forma descontraída e sacana, ainda provocou depois que desgrudou sua boca da do namorado:
– Fica triste não amorzinho. Agora que eu vi como é bom, vou querer dar ele pra você todos os dias.
E assim prosseguiu a noite em meio a muitas sacanagens, tendo como ponto alto o momento em que as três se revezaram em uma dupla penetração com os dois homens ali presente. Primeiro foi Clara que determinou que Fabiano lhe fodesse a buceta enquanto Rick atolava o pau no buraquinho perfeito que era o seu cuzinho. Carla fez com que invertessem a posição e gozou em questão de minutos ao se ver penetrada por dois paus de tamanho considerável. Quando chegou a vez de Inês, houve um pequeno estresse por parte de Rick que exigiu comer o cuzinho da morena enquanto ela queria que essa primazia coubesse a Fabiano, porém, aquela era uma noite das meninas, pois eram elas que davam as cartas e ditavam as regras e ela não se rendeu. Nem mesmo quando ele ameaçou terminar o relacionamento ela se fez de rogada e sentenciou:
– Azar o seu. Eu fico aqui com meus novos amigos e quem vai perder uma mulher gostosa, tesuda e safada é você. Você que sabe.
Depois de dizer isso e sem dar chance do namorado retrucar, fez com que ele se deitasse na esteira e foi pra cima dele engolindo a pica dele com sua buceta greluda e, quando se acomodou, arrebitou a bunda e olhou para Fabiano, dizendo com seu jeito de putinha safada:
– Vamos logo, Fabiano. Tem um lugarzinho pra você aqui.
Fabiano atendeu a intimação, ajoelhou-se atrás de Inês e foi socando, pela segunda vez naquele dia, seu pau que já trincava de tesão, no cuzinho acolhedor daquela morena. Como, tanto Rick como Fabiano não haviam gozado quando foderam as irmãs loiras, e com o tesão nas alturas, logo estavam gozando quase que simultâneamente para deleite de Inês que ficou extasiada por sua conquista a ponto de gozar logo em seguida. O que ela não sabia é que dois fatores fizeram com que o tesão dos rapazes atingissem as alturas. Para Rick o fato de estar fodendo sua amada sabendo que outro pau invadia o cuzinho que tanto desejava e para Fabiano a visão que teve em ver Clara e Carla se acabando em um sessenta e nove bem próximo a eles.
Foi um gozo quase que simultâneo entre os cinco participantes daquela orgia que deixara a todos extenuados e dava sinal que terminava ali e foi exatamente o que aconteceu, pois depois disso, todos os cinco se limitaram a brincar na piscina, comerem e beberem, sendo que as provocações que surgiram não passaram de comentários do que tinha acontecido ali e do que poderia voltar a acontecer no futuro.
Depois bateu o cansaço, Rick e Inês foram embora, não sem antes combinarem alguma coisa para o dia seguinte, ou seja, aquele mesmo dia, pois a aurora já dava sinais por trás das montanhas. Fabiano, Carla e Clara, depois de uma ducha reconfortante, dormiram nus na mesma cama, porém, sem forças para fazerem mais nada.
Tem o ditado que diz que depois de uma tempestade, sempre vem a bonanza. Porém, coisa que não falta nesse mundo são os ditos populares e, para contrapor a esse, tem aquele dizendo que toda calmaria é prenúncio de uma tempestade. E foi o que aconteceu. Depois de uma noite maravilhosa onde todos se esbaldaram praticando sexo de qualidade e em quantidade surpreendente, as coisas começaram a se desmoranarem no dia seguinte.
Naquela manhã, Clara acordou e, com muito esforço, fez com que sua irmã acordasse, indo em seguida as duas juntas tomarem uma ducha. Debaixo do chuveiro, fazendo comentários sobre a noite anterior e mais o fato de uma se dedicar a lavar os seios da outra, dedicando ambas muito carinho nessa tarefa, o tesão aflorou e não demorou para que se beijassem. Do beijo aos carinhos mais ousado não demorou muito e Carla sentiu sua xoxota sendo penetrada pelo dedo de Clara e, para não ficar atrás, levou as mãos ao bumbum dela e abriu, expondo se cuzinho e se dedicou a fazer carinhos ali, logo imitando a irmã e fodendo seu cuzinho com o dedo médio. Estavam entregues a esse momento de luxúria e prazer quando ouviram uma voz vinda da porta do banheiro que elas, diante do ambiente libertário que estavam vivendo nos últimos dias, não havia sido fechada:
– Nossas! Vocês duas são realmente duas biscates insaciáveis. Pelo menos fechem a porta quando forem fazer as putarias de vocês.
Dizendo isso, Fabiano puxou a porta e saiu em direção à cozinha onde antes ele havia preparado um café da manhã, o que era uma tentativa de agradar às duas garotas e, se depois alguém perguntasse o motivo dele ter agido daquela forma, ele mesmo não saberia explicar e, quanto às garotas, não ficaram chocadas com as palavras proferidas, porém, o tom de escárnio usado ao dizê-las feriu fundo.
Clara, como sempre, tentou apaziguar as coisas, mas quando viu os olhos da irmã se encherem de lágrimas não pode conter sua revolta e, deixando de ser a mulher passiva e contemporizadora que sempre colocava panos quentes nos momentos de estresses entre Fabiano e Carla, passou a agir e, falando palavras de consolo para irmã enquanto a ajudava a se livrar da espuma que ainda tinha pelo corpo e depois fez o mesmo com ela mesmo. Em seguida, enxugou a irmã que não parava de chorar e a levou para o quarto. Não o quarto onde dormiram com o Fabiano, mas para aquele que ela havia ocupado antes de começar a transar com ele. Lá ela permitiu que a irmã ficasse deitada, em prantos, enquanto começava a colocar suas roupas e pertences na mala, sem se preocupar em organizar nada, apenas ia jogando.
Quando acabou, foi até o quarto de Fabiano e começou a fazer a mesma coisa com as coisas de Carla e foi nessa hora que ele, estranhando o fato de que elas não apareceram na cozinha para o desjejum, saiu a procurá-las e, não as encontrando no banheiro, entrou no quarto e, vendo aquela cena, perguntou:
– O que está acontecendo aqui?
– Nada demais. A Carla e eu estamos indo embora. – Respondeu e, para sua própria surpresa, sua voz continuava calma e comedida, sem demonstrar a raiva que a consumia.
– Embora por que? Hoje ainda é sábado! A gente combinou que ia embora no domingo à tarde ou na segunda-feira de manhã.
Fabiano falava de uma forma calma e tranquila como se nada tivesse acontecido e o fato dele não se dar conta da ofensa que tinha dirigido à ela no banheiro irritou ainda mais Clara que, por um instante perdeu a calma e disse rispidamente:
– Pra que? Para você foder as duas biscates ou para ficar lembrando a gente de que, segundo sua opinião, não passamos disso.
– Então é isso. – Falou Fabiano ainda sem enxergar a gravidade do assunto e deixando Clara em desespero.
– Olha aqui, Fabiano. Eu sempre pensei que para ser um bom escritor as pessoas tinham que ter um sentido de observação acurado. E isso me surpreende, pois ainda te vejo como um bom escritor, porém, como observador do que está acontecendo aqui você é uma merda. Talvez você direcione sua capacidade de observar para outros assuntos e não percebe nada quando o assunto diz respeito aos sentimentos das pessoas. Quer saber mais o que? Nunca imaginei que você pudesse ser tão obtuso.
Se a intenção de Clara era ofender Fabiano ela acertou na mosca. Ao ver sua capacidade profissional ser questionada daquela forma ele viu tudo vermelho na sua frente e com muito custo conseguiu se conter e, sendo uma pessoa normalmente calma, virou as costas e se afastou dali como se aquilo fosse uma forma de dizer que ele não ia entrar na discussão proposta por Clara que, agora extremamente irritada, se apressou em recolher as roupas e os pertence da irmã. Meia hora depois as duas estavam de malas prontas.
Entretanto, a frequência de transporte coletivo do litoral para São Paulo não é algo que se possa chamar de satisfatória e elas logo descobriram, ao telefonar para a Empresa que tinha a concessão desses serviços, que o próximo ônibus partiria apenas às dezesseis horas. Isso significava que elas teriam que ficar mais seis horas à espera. Mas Clara não se fez de rogada. Consultou uma lista telefônica e logo estava em contato com um táxi combinando o valor de uma viagem até a Capital. Depois de uma curta discussão ficou combinado que o táxi viria buscá-las em meia hora, pois seu proprietário alegou que seria necessário abastecer e checar algumas coisas no carro, ao que ela solicitou que ele viesse antes até elas e as deixasse em alguma lanchonete enquanto ele tomava as providências.
Dez minutos depois elas saiam da casa, sem se despedir do Fabiano que, talvez fugindo de um confronto, refugiou-se em seu quarto, provocando um comentário de Carla que, com sua voz chorosa disse:
– O covarde não tem nem a decência de se despedir da gente.
Clara, por um segundo, pensou em ir se despedir dele, porém, pensou melhor e deixou um bilhete onde dizia:
“Fabiano. Sinto muito que tenhamos passado a impressão de que somos biscates. Isso para nós significa que você quer dizer que só viemos em sua companhia por interesse. Mas não posso deixar de te agradecer pela ótima semana, pelos passeios e pelos prazeres. Foi realmente muito bom.”
Carla, que lia o que a irmã escrevia por sobre o ombro dela, pegou a caneta que Clara havia deixado sobre a mesa e acrescento:
“E, por favor, veja se consegue se decidir sobre o que você quer realmente da vida…”
E assim, as duas saíram em direção do táxi e, ao que tudo indica, da vida de Fabiano.
………..
Dois meses se passaram depois daquele dia. Nesse período Fabiano se vira envolvido com o sucesso inesperado de seu livro que já havia tido os direitos de publicação em Portugal e de uma tradução em espanhol por uma editora da própria Espanha e ele sabia que aquilo significava seu ingresso no mundo literário europeu e que isso era uma porta que se abria para seu sucesso definitivo. Depois veio a bomba. Uma empresa da indústria cinematográfica norte-americana, em consórcio com uma editora do mesmo país, fez uma oferta para comprar os direitos, não só da publicação do livro na língua inglesa, como também em fazer um filme baseado no mesmo. Isso significava o auge que um escritor pode chegar. Auge não, porém, mais que isso, só mesmo o Nobel de Literatura ou ver seu livro ser classificado como uma obra de arte, o que significava atingir a imortalidade, ou os dois juntos. Mas isso ele sabia que era um sonho muito alto. Mas uma coisa era certa: estava garantido o sucesso de quantos livros viesse a escrever no futuro e o lucro que obteria com a venda dos direitos lhe daria a tranquilidade de não se preocupar mais com suas finanças. Enfim, era um homem realizado. Profissionalmente, é claro.
Porque na vida privada as coisas não iam tão bem assim. De repente, começou a sentir o peso da solidão e a única pessoa com quem sabia poder se abrir a respeito disso era Elisângela, com quem voltara a transar regularmente. Entretanto, de forma franca e direta que era a forma como ela costumava agir, era constante ouvir de sua amante o quanto ele havia errado em sua forma de conduzir o relacionamento com Carla. Aliás, Elisângela era a única que falava a respeito de Carla com ele e isso não acontecia por vontade dele, mas sim porque ela se fazia de surda todas as vezes que dizia a ela que esse era um assunto do qual ele não gostaria de falar.
Então aconteceu o que ele chamou de a primeira cacetada.
Uma noite, sem nada para fazer, resolveu assistir o noticiário na TV aberta, coisa que ele raramente fazia e, durante um intervalo, houve um lançamento de um carro novo de uma conceituada empresa brasileira que atuava no ramo. Era mais que um anúncio, pois sua duração foi de três minutos e ali estava Clara como a principal modelo naquela apresentação. Linda, exuberante e despejando charme em um simples meneio de cabeça, ela aparecia na enorme tela que ele tinha na sala. Foi impossível para ele não sentir renascer o desejo de tê-la nua em seus braços, gemendo de prazer ou, simplesmente poder desfrutar da companhia dela, divertindo-se com seu jeito calmo, suave e ao mesmo tempo descomprometido que era como ela sempre agira na frente dele.
Naquela noite Fabiano demorou para pegar no sono. Rolando na cama, tinha sua mente povoada pelos momentos incríveis que passara e, para piorar ainda mais seu estado de ânimo, ela nunca estava sozinha nas imagens que projetava. Ao seu lado, tomando a frente nas ações, sendo mais direta, mais atirada e até mesmo mais desejada, apareciam as lembranças da irmã Carla.
Tentando analisar seus pensamentos, uma vez que dormir seria impossível mesmo, chegou a algumas conclusões que, se chegasse antes, talvez tivesse agido diferente em relação à garota. Então se pôs a fazer comparações: no comportamento, Carla era a menina levada, Clara a mulher. Se comparado ao corpo humano, Carla era o coração, Clara o cérebro e na cama, Carla era a safada que se atirava de cabeça na busca do prazer enquanto Clara era, também safada, mas que se entregava de uma forma mais suave. Mas uma coisa, porém, as duas tinham em comum, quando se entregavam, o faziam por inteiro, sem falsos pudores ou impondo condições. Eram duas mulheres que sabiam como obter prazer de uma forma que proporcionavam prazeres ainda maiores nos felizardos a quem se entregavam.
Fabiano só foi dormir depois de se entupir de remédios e isso lhe trouxe consequências, pois no dia seguinte tinha que ir até o escritório de seu Agente e só conseguiu chegar lá no período da tarde.
– Sr. Fabiano, o Alexandre esperou pelo senhor a manhã toda. Até tentamos telefonar mas o senhor não atendeu. – informava a secretária do Agente de Fabiano, cujo nome era Alexandre e, sem esperar pela resposta dele, continuou: – Olha, você dois tinham uma reunião na Editora para tratar da segunda edição de seu livro e, como não conseguiu contato, ele foi sozinho.
Fabiano agradeceu e saiu. Sua intenção era participar da reunião, mesmo que fosse apenas o seu final e, em quinze minutos, era introduzido na sala onde a mesma acontecia. Presentes estavam Alexandre, o seu agente, dois servidores da empresa que ele sabia se tratar dos Diretores Financeiro e Operacional, o próprio presidente da empresa e, de costas, uma mulher de quem ele não podia vislumbrar o rosto, pois como ela estava de costa para ele e sentada, ele podia apenas ver seus cabelos loiros e ondulados cascateando por sobre o encosto da cadeira, até que ela se virou para cumprimentá-lo e Fabiano sentiu que o chão sumira debaixo de seus pés. Ali, diante dele, com um sorriso que se via ser forçado a parecer profissional, estava Carla que, levantando-se, estendeu-lhe a mão para um cumprimento formal enquanto dizia:
– Muito prazer Sr. Fabiano. Há muito tempo que queria conhecer pessoalmente um autor de tanto sucesso como o senhor.