Banho tomado, saí do banheiro e me deparei com o cuzinho piscante sobre a cama, me chamando a fodê-lo. Minha pica em riste, pronta para penetrá-lo, e minha mente vagou pelo meu interior, chegando até um passado longínquo, do qual jamais consegui me desvencilhar...
Eu deveria ter uns nove ou dez anos e descobria os prazeres da excitação, experimentava o prazer de minhas primeiras ereções. Durval era meu vizinho e parceiro de descobertas sexuais. Algumas vezes tínhamos nos tocado e achávamos o máximo como nossas picas endureciam quando acariciadas pelas mãos do outro. Mas tudo na maior inocência de quem vai descobrindo as coisas, sem leituras, sem internet nem nada.
Num começo de noite, nos fundos da minha casa, eu sentava na pica dura de Durval, quando meu pai nos surpreendeu. Sério, como eu nunca o tinha visto, mandou meu amigo para casa e puxou uma correia de borracha, com a qual nos “ensinava” sobre a vida. Que surra tão grande! Fiquei todo lanhado, ao ponto de minha mãe precisar colocar remédios sobre as feridas, que minavam sangue pelas minhas costas e nádegas.
Eu chorava desesperadamente pela dor, mas não entendia por que tinha apanhado tanto. Nem meu pai nem minha mãe me explicavam nada. Ele só batia, ela só buscava curar as chagas abertas pelas borrachadas. Eu apenas podia concluir que tinha feito uma coisa muito feia, e, por uma questão de sobrevivência, concluí que, se quisesse fazer aquilo de novo (e eu queria, por deus, como eu queria!) precisava ser muito escondido, para não ser surrado.
Somente anos depois pude entender a atitude de meu pai, um homem sem formação, sem leitura, cuja única lição que recebera da vida fora a de ser hétero e considerar uma aberração que pessoas do mesmo sexo se relacionassem. Várias vezes o flagrei extremamente constrangido, quando seus amigos contemporâneos soltavam “pilhérias” (como se dizia naquele tempo) envolvendo questões sexuais – mas via que ele também alimentava essas piadas.
Quando finalmente minha mãe teve uma conversa “educativa” comigo – mais por insistência minha, que lera alguns livros sobre o assunto e não entendera, do que por iniciativa dela –, foi que entendi por que eu gostava tanto de me esfregar em Durval. Mas ainda estava muito confuso, porque, de acordo com o que ela dizia, homossexuais não se interessavam pelo sexo oposto, e eu tinha uma atração intensa pela irmã de Durval, a Alice (uma vez cheguei a cheirar sua xoxota e ficar com a minha pica dura). Lembro que a gente esfregava os lábios rapidamente e dizíamos que estávamos nos beijando, como víamos nas revistas e na tv, e todas as vezes eu ficava de rola dura.
Atravessei a adolescência num dilema terrível, sem conseguir me entender. A idade adulta foi que, finalmente, me trouxe a explicação: eu era bissexual. A maturidade, por sua vez, me ensinou que minha condição era das mais desconfortáveis, já que era rejeitado pelos héteros por gostar que homens me fodessem, e pelos homos por curtir foder mulheres.
Agora tenho 65 anos, muita estrada percorrida, muita buceta comida e muitas rolas penetradas em mim. Sinto-me em paz e encontrado comigo mesmo, com meus desejos, com meu corpo. Mas lamento o tempo que perdi, tentando me entender... quanto deixei de ser feliz, de ser pleno em minha sexualidade! Quanto a desinformação, o machismo e a falta de diálogo me fizeram mal! Não culpo ninguém, entretanto. Procuro apenas, neste restante de vida que a natureza me conceder, usufruir o mais possível dos prazeres que a vida me oferece.
Por isso que minha rola, palpitando, neste momento, diz de meu grande desejo de comer o jovem cu que pisca a minha frente, sobre a cama. Eu me aproximo, penetro-o inicialmente com minha língua, provocando requebros sinuosos e gemidos lânguidos, e, em seguida, coloco minha cabeça sobre aquele buraquinho piscante e vou forçando suavemente a entrada.
Meu parceiro rebola, sensualmente, e pressionando delicadamente, vou enfiando minha pica naquele buraco que me recebe. Faço isso bem devagar, sentindo cada milímetro de prega e pele por onde vou passando. A surra de meu pai, as lições da minha mãe, os desconfortos e incompreensões da minha infância vão se esvaindo, à medida em que vou penetrando aquele corpo que se abre para mim.
Ao encostar minha virilha em suas nádegas, sinto a cabeça de minha rola tocar-lhe a próstata, e ele gemer, dengosamente. Sua rola, também dura, mina um líquido viscoso. Começo os movimentos cadenciados, que eletrizam minha pica e enlouquecem meu parceiro. Não dura muito e acelero, procurando jogar para bem longe de minha lembrança as borrachadas e tudo de ruim que vivi no passado.
Raios de prazer se formam no meu corpo e sinto que vou gozar. E nessa expulsão de golfadas de sêmen, sinto que expulso também meus fantasmas, meus traumas, e apenas sinto o imenso prazer, que me faz gritar loucamente, principalmente porque sei que, em seguida, serei visitado, em meu cu, por uma rola que, maior que a de Durval, me levará ao nirvana, e meu pai não estará perto de mim, para me surrar por estar sentindo prazer.