Lucas e Luiz 10

Um conto erótico de Dan_emin
Categoria: Gay
Contém 1696 palavras
Data: 02/01/2022 17:26:04
Assuntos: Gay, Putaria

Acordei no dia seguinte cedo pra ir pra escola. Olhei pela janela e grossas gotas de chuva batiam nela criando uma sinfonia.

Olhei pro despertador e vi que eram 05h55 da manhã, em cinco minutos ele tocaria. Antecipei e desliguei antes. Enrolei mais nas cobertas naquela preguiça boa, a casa silenciosa. Meus pais tinham viajado no dia anterior pra uma conferÊncia relâmpago que apareceu.

Os minutos foram passando enquanto eu observava a chuva, curtindo a cama “A única coisa que tem pra hoje na escola é o trabalho pra entregar, que já deixei com Lucas ontem, semana que vem já são as provas” pensei e decidi fazer algo que nunca havia feito: passar o dia morcegando em casa. Aliviado da decisão, peguei um livro que havia comprado há algumas semanas e comecei a ler.

Desci pra tomar café, fiquei na sala deitado largado no sofá lendo. Pedi o almoço e depois passei o resto do dia vendo filme com pipoca na sala, até que meus pais chegaram a tardinha de volta da viagem.

Fomos jantar fora e eles me contaram que tinham um presente pra mim de fim de ano escolar e pelo premio que nem foram ver na minha escola. Uma viagem de férias pros EUA pra melhorar meu inglês.

Fiquei feliz com o presente. Além de sempre ter querido fazer uma viagem dessas o momento era perfeito pra me afastar de tudo. Ficaria mais de dois meses fora e a viagem seria logo daí a quinze dias. Eles já estavam organizando tudo há um tempo sem eu saber.

Era raro meus pais fazerem algo do tipo. Eles eram bem desligados e eu sabia que no fundo sabiam disso e se culpavam um pouco, mas nem por isso deixavam de ser viciados no trabalho. Aquela noite esquecemos tudo e só comemoramos felizes o sucesso do ano deles na empresa e meu sucesso escolar.

No outro dia fui pra escola, normalmente. Assim que tivemos a oportunidade de ficar sozinhos, Lucas veio perguntar o que tinha acontecido no dia anterior, que ele tinha ficado preocupado.

Contei que fiquei com preguiça ao acordar e ver que estava chovendo e fiquei em casa dia todo e ele riu. “olha só, o nerd matando aula” ele falou me dando um soquinho no ombro e logo entrou no assunto, que ele queria mesmo.

- Cara, eu vi o cara que saiu lá de casa no dia com meu pai. Detesto ele.

- Por que?

- Descarado, já ficou de pegação uma vez com meu pai e vivia dando de cima de mim e eu sem tesão nenhum, cara mais velho, peludo, credo...curto não.

- entendi – falei não muito animado pra aquele papo.

- Pior que meu coroa ficou com a cara fechada depois e nem me deu papo, voltou direto pro quarto. Ontem que fomos conversar.

- e aí?

- Aí eu falei com ele: “que merda foi aquela ontem? trazer aquele cara aqui, sabendo que o Dan estava aqui ainda. Ele viu você transando com cara, não falou nada, mas sei ficou chateado”.

Aí ele falou que “não devia explicações nenhuma, ainda mais depois da gente ter passado a tarde se divertindo”.

Aí eu disse: “passamos sim. Estudamos, jogamos vídeo game, nadamos”.

Aí ele perguntou incrédulo: “esqueceu de falar fodendo, era óbvio quando cheguei ontem que tinham acabado de tomar banho, depois de provavelmente foder a tarde inteira.”

Eu ri com o jeito dele, meu pai estava parecendo um adolescente. Mas contei que eu até ofereci pra gente fazer algo, mas você não quis.

Ele ficou imóvel e só me olhou um tempo e depois perguntou: “é sério, isso?”

“E eu sou de mentir pra você, coroa? Eu até falei com o Dan pra não se apegar que tu era sacana, mas não esperava de trazer outro cara aqui com ele aqui ainda. Podia ter maneirado né?”

“Puta que pariu” – ele falou passando as mãos na cabeça e foi até o chaveiro pegar a chave do carro.

- Perguntei aonde ele ia e ele já na porta falou que ia na sua casa se explicar, mas eu falei com ele: “tá doido, chegar lá na casa dele assim? Os pais dele devem estar lá.!” Mas ele nem ligou e foi mesmo assim. Só que voltou depois, falando que não tinha ninguém em casa. Passou o resto da noite acabrunhado, acho que ficou meio culpado com você.

- Fala com ele, que não precisa ficar culpado. De boa, já foi, eu que sou inexperiente e colei demais nele, você bem me avisou. Tá tranquilo.

- Mas eu fiquei de falar com você pra ele, pediu pra te ver a noite se puder. Que ele passa lá pra te pegar as 19h.

- Não sei, pra ser sincero estou querendo parar com isso tudo.

- Pow, mas ele tá mal, vai pelo menos pra conversar.

- tá bom, claro, um jantar não mata ninguém – falei cedendo e Lucas agradeceu me dando seu tradicional soquinho no ombro.

Passamos o resto da aula normalmente e a noite me arrumei e esperei pelo Luiz. Na hora combinada saí pra rua e ele já me esperava no carro. Quando me viu saindo, ele veio pra fora do carro e me estendeu a mão. Luiz estava bem vestido com uma calça preta de brim, um sapato mais esportivo, camisa de botão e bem perfumado, como senti ao me aproximar.

- Dan, obrigado por aceitar sair – ele falou educado, satisfeito em me ver.

- Imagina, nada demais, Luiz – falei tentando parecer tranquilidade com a situação toda.

Entramos no carro e partimos sem falar muito. Pra quebrar o gelo comentei da playlist boa que ele tinha escolhido e que adorava aquelas músicas. Ele virou sorrindo e falou que também amava.

Chegamos ao restaurante e só depois do garçom anotar nossos pedidos Luiz foi ao ponto que precisava.

- Dan, sinceramente, não sei nem por onde começar depois do que você viu aquele dia, eu...

- Luiz, na boa, está tranquilo, eu que confundi as coisas

- VocÊ não confundiu nada

- Acho que sim, eu sou muito inexperiente e sempre me achei pior que todo mundo ao meu redor, incapaz de atrair alguém e aí.

- Esse é o maior absurdo que já ouvi

- Mas é verdade – completei rindo – mas aí quando teve o lance com Lucas e depois com você, que foi mais forte ainda porque eu estava achando que não era só uma coisa física eu viajei e...

- Dan

- Deixa só eu terminar, por favor – eu falei e ele atendeu – eu viajei, mas aquele dia foi bom pra eu dar uma acordada e enxergar as coisas como são...de certa forma me reencontrei. Enfim, só queria falar não precisa se desculpar de nada, por favor...não fala mais assim se desculpando.

- Parece que eu que sou o adolescente – Luiz falou e virou um gole do vinho antes de completar – deixa só eu falar que você não viajou em nada, aquele dia só fiz o que fiz por ciúme.

- Ciúme?

- Sim, na hora que vi você e o Lucas juntos lá em casa, já pensei na hora que tinham transado, fiquei puto. Fui pro quarto liguei pra esse cara que sabia aceitaria na hora e quis dar o troco.

- Eu sou adolescente e não faria isso

- Claro que não, você é diferenciado como disse, não foi atoa que gamei...

- Não acho, acho que só gostava do que fazíamos, caso contrário não teria arrumado outro tão rápido.

- Na hora que te vi na porta senti um misto de tudo ao mesmo tempo: raiva, culpa, tristeza de te fazer passar aquilo

- mas foi até o fim mesmo assim? – falei desafiando e Luiz abaixou a cabeça confirmando com um aceno da cabeça.

- então o meu ponto está provado – falei tentando parecer descontraído e dando um gole no meu suco.

- Na hora que o Lucas me contou que não tinha rolado nada, parece que perdi o chão embaixo dos pés. A única coisa que ainda me mantinha de pé era a raiva, que deu lugar só a culpa pelo que fiz – Luiz falou ainda sem me olhar e estendi a mão pra pegar na dele sobre a mesa.

- Luiz, sério, não precisa ficar assim. Voce me tratou melhor do que eu merecia esse tempo, foi bom pro meu crescimento e esse choque foi bom também pra acordar, pra eu me reencontrar, por a cabeça em ordem, voltar a mim

- Como assim voltar?

- Decidi que quero me afastar disso tudo. Não é quem eu era.

- Talvez você não seja mais quem você era, isso é bom, evoluir.

- só sei que não quero mais, estou mais equilibrado agora

- Eu entendo você não querer mais nada comigo, mas ainda tinha esperança.

- Melhor assim, também vou aproveitar pra viajar, espairecer, voltar pros eixos.

- Quantos dias vai ficar fora?

- Uns dois meses

- Dois meses??

- Sim, vou pra fora estudar – falei e contei rapidamente todos meus planos de férias.

Passamos o resto da noite conversando sobre diversas coisas e depois Luiz me levou até em casa. Agradeci ele a noite. Luiz soltou o cinto e se virou pra mim.

Eu tomei iniciativa e dei um abraço nele que me apertou contra o peito e enfiou o rosto no meu pescoço.

- Vou sentir falta dessa pele macia, esse cheiro... Dan, eu estou apaixonado, de verdade – ele falou ainda abraçado a mim e me segurando pelos ombros me afastou pra olhar de frente – desculpe por fazer você passar o que passou

- eu já disse que...

- sim sim, mas eu quero falar mesmo assim. VocÊ é muito especial, se não se apaixonar por um americano lá nesses meses, vou estar aqui te esperando – ele falou dando um sorriso com um quÊ de tristeza.

- Vou sentir sua falta, Luiz -falei segurando a mão dele e saí do carro.

Não vi mais Luiz antes de partir, mas achei até bom, detesto despedida e aquele último dia no carro já tinha sido difícil segurar a emoção.

Lucas passou na minha casa um dia antes com outros colegas. Antes do fim da noite, ficamos a sós e ele me deu um abraço falando que ia sentir minha falta.

Parti pros EUA no outro dia. um sentimento de perda, mas também excitado com a ideia de realizar um sonho de vida e viver muitas aventuras.

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Não demora estou ansioso pro próximo capítulo

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