Fiquei um bom tempo dentro do banheiro refletindo sobre a merda que tudo aquilo virou. Minha vontade inicial era de agir de maneira passional, xingá-la muito, expulsar Renata de meu apartamento, pois apesar de nos considerarmos casados, apenas vivíamos juntos, e ainda quebrar tudo, porque parecia que somente tendo um ato furioso, aquelas cenas sairiam de minha cabeça. Mas o longo tempo refletindo me fez entender que nada adiantaria, teria que resolver de outra forma, porém não conseguiria achar uma solução com os nervos a flor da pele. Renata chorava do lado de fora e tentava falar comigo, mas eu não respondia. Abri a porta e ela estava sentada no chão, pulei-a e disse que amanhã conversaríamos, minha esposa insistiu, mas fui para o outro quarto do apartamento e me tranquei, batendo a porta com raiva.
Passei a noite praticamente em claro, claro que eu sabia que tinha parcela de culpa no meu chifre agora consumado, mas, sinceramente, não esperava que Renata fosse ceder tão fácil. Não tinha mais certeza de nada, se continuaríamos juntos esquecendo o que passou ou virando um casal liberal, mas uma coisa era certa, não seria um corno manso, como meu pobre tio Rodolfo foi, fingindo não ver os amantes de Bia e no final ainda sendo largado sem choro nem vela. Refleti muito e conclui que com a cabeça quente, qualquer atitude poderia ser precipitada, tinha que pensar muito.
Acordei tarde, por sorte, era um sábado, ainda fiquei um bom tempo na cama pensando como iria iniciar aquela conversa. Quando finalmente sai, Renata estava me esperando com cara de quem havia chorado muito, ela olhava para baixo, provavelmente com vergonha. Fui direto para a cozinha tomar um café e só depois fui dar atenção a ela.
Após me pedir perdão um milhão de vezes, cortei Renata e disse que eu precisava de um tempo para termos aquela conversa. Mesmo assim, ela decidiu falar:
-Você deveria saber que estávamos fazendo um jogo arriscado, enquanto estava só naquela coisa de não tocar nele nem ele em mim, estava tudo bem, mas a sua ideia de um alisar o outro e até dele me chupar é que gerou isso.
-Legal, agora a culpa é minha, você pegou o pau dele, enfiou em você, gozou loucamente parecendo que iria morrer, e a culpa é minha? Pelo menos arrume uma desculpa melhor, nós combinamos tudo antes e você aceitou nada de chupar, beijar ou dar.
-Você fala isso, mas na hora ficou assistindo tudo quieto, ou melhor, quieto não, você chegou mais perto para ver o Fernando me possuindo com vontade e gozou tanto que quase caiu de cara no chão.
-O fato de eu ter gozado não muda a questão de você ter quebrado as regras, sabia que eu não queria outro pau em você, mas não pensou duas vezes. Olha, eu preciso esfriar a cabeça, não estou dizendo que não tenho parte de culpa, eu tinha minhas fantasias e você as suas, tentamos misturar as duas, mas não poderia ter ocorrido isso e a iniciativa foi sua. Vou dar uma saída e pensar.
Temendo que eu fosse larga-la, Renata se desesperou, jurou que não faria mais isso, que eu poderia dar o troco saindo com qualquer uma, mas eu decidi sair e tinha uma pessoa com quem poderia pedir um conselho.
A minha cabeça agora estava bem dividida, durante esses quatro anos juntos, Renata me deu várias provas de amor e além de uma boa companhia e inteligente, era uma mulher dona de uma beleza fantástica não só por fora, mas por dentro, seu jeito meigo de falar me acalmou em muitos momentos e sempre acreditou muito em mim, mas a raiva por ela ter cedido com tanta facilidade me entristeceu. Por outro lado, ter uma vida liberal, vendo-a dar para outros, mas também tendo a liberdade de poder sair com outras, era o chamado 1% sem-vergonha que me provocava na cabeça, mesmo lutando contra esse pensamento por acreditar que um relacionamento assim pode ser excitante, mas não dura, uma hora alguém faz merda e põe tudo a perder.
Tempos antes de embarcarmos nessa loucura, eu entrava na internet, onde há vários grupos de maridos liberais e tirando os curiosos que só ficam contando lorotas, existem alguns caras com quem dá para conversar muito sobre esse mundo. Foi lá que conheci Régis, um cara de 49 anos, cabelos cumpridos grisalhos e amarrados estilo roqueiro, magro e dono de uma rede de lojas de instrumentos musicais. Após conversarmos por um bom tempo, descobrimos que morávamos relativamente próximos e vendo minha angústia, ele disse para tomarmos um café porque era melhor do que conversar pela internet. Aceitei e o encontrei num shopping.
Régis me contou um pouco de sua história:
-Estou no meu segundo casamento, o primeiro foi um arranjo, engravidei uma garota da escola e com 17 anos fomos morar juntos, claro que não deu certo, brigávamos para caralho, ainda assim ficamos juntos por cinco anos, depois disso, me separei e fui curtir a vida. Fiquei anos na putaria mesmo, comendo mulher adoidado até que há dez anos conheci a minha atual, porém além de ser linda e 16 anos mais nova, o que me agradou nela foi exatamente o fato dela já ser liberal, eu queria algo assim, essa porra de monogamia é invenção do passado e uma tremenda chatice, eu curto ver minha mulher com outro, acho demais ela gozando em outro pau, gemendo e deixando os caras doidos por ela, além disso, posso sair com outras sem ser um canalha que deixa a mulher mofando em casa e vai para a farra. São dez anos nesse mundo, ela transa em média com três caras por mês e eu com umas três mulheres, agora soma tudo isso e pensa se dá tempo de ter rotina ou enjoar de comer a mesma boceta sempre. Depois que acaba a transa, voltamos um para o outro e aí sim, o que rola é amor e cumplicidade.
Do jeito que ele explanava parecia simples e maravilhoso optar pelo mundo liberal, mas eu pensava no risco de Renata se apaixonar por outro numa dessas transas. Contei tudo a Régis, inclusive a situação que presenciei entre meu tio Rodolfo e minha tia Bia, o quanto aquilo tinha me marcado. Com tom professoral, ele respondeu:
-Não sou terapeuta, mas parece óbvio que você, bem jovem, ter visto sua tia ali na cama com outro e seu tio junto, tenha lhe causado um trauma, você acha, ainda que de maneira inconsciente, que toda mulher será sacana como essa sua tia foi, mas note que ao mesmo tempo que você tem asco pelo que ela fez, me conta que sentiu um certo tesão em vê-la ali, isso é um conflito e tem a ver com o cara que curte ser corno, ciúmes, raiva, mas muito, muito tesão mesmo. Tem muito cara que sempre diz que faria isso ou aquilo se pegasse a mulher com outro na cama, mas quando descobre que ela tem outro, adora, tem uns que preferem fingir que não sabem só para manterem a pose de machão, mas quando vê a mulher saindo arrumada, se acabam na punheta. O que você tem que focar é se está pronto para entrar nesse mundo e se a sua mulher também está, mas não comparar com outro caso. Não vou negar, tem muito casal que se queima nesse mundo, mas quem diz que não se queimariam se levassem uma vida de pseudomonogamia? Difícil saber. Só não seja tolo de perder sua mulher pelo que ocorreu, siga com ela uma vida de monogamia ou se estiverem prontos, entrem para a delícia do mundo liberal.
Conversamos mais um tempo, ele tinha muita história para contar, gostava de deixar a mulher sair sozinha, às vezes, ia junto, faziam swing no mesmo ambiente, enfim além de liberais, exploravam várias possibilidades.
Aquele papo me ajudou a refletir sobre as coisas, ainda estava com raiva de Renata, mas de fato era bobeira jogar tudo fora por um erro grande dela, porém com uma dose de participação minha. Cheguei em casa no final da tarde e fui sincero, disse que estava muito chateado com a atitude dela de não se controlar, mas que não estava disposto a terminar por isso, entretanto, que ela não visse nisso um ato de otário que aceita tudo, porque caso ela viesse a fazer qualquer coisa sem meu consentimento em uma próxima vez, não teria volta. Aproveitei também para revelar minha ambiguidade de sentimentos, contando-lhe que se por um lado sentia muito medo de perde-la, por outro, ser um marido liberal não era uma ideia que eu descartaria, porém com a condição de que tudo fosse combinado antes e que eu também me envolveria com outras mulheres.
Renata se espantou e comentou:
-Andersom, há poucas horas, você deu o maior show e me fez pensar que tudo estava acabado porque transei com o seu amigo, agora você vira o disco e diz que quer isso?
-Não é bem assim. Já falei que aquilo não era para ter ocorrido, talvez em futuros encontros, mas vocês precipitaram tudo, mas, não nego, que senti muito tesão vendo você montada nele e depois ali no sofá sendo fodida, você mesma viu. Só que não gostei da atitude de Fernando, notei um certo deboche nele quando você cedeu, se tiver que rolar, será com outro, ele pisou na bola.
-Não sei, amor, acho que deveríamos esquecer isso...
-As coisas estão muito frescas e as feridas abertas, vamos amadurecer melhor essa ideia e aí vemos o que iremos fazer. Por ora, vamos tentar esquecer é desse dia.
Nessa noite, saímos para jantar, mas não transamos, havia um certo clima ainda. Porém com o correr da semana, fomos voltando as boas, tanto que nossa primeira transa foi muito quente, claro que não tocamos no assunto, mas as imagens dela sendo empalada por Fernando vieram a minha cabeça e fui obrigado a fodê-la selvagemente, após esse sexo de reconciliação, comecei a apresentar a ela o mundo dos casais liberais com textos que explicavam sobre as fantasias, cumplicidade de ambos etc. Renata, lentamente, foi ficando interessada e começou a ler relatos verdadeiros de casais que estão há anos nesse mundo.
Entretanto, com meu ego ferido por ter ela ter dado para outro, me vi na obrigação de transar com outra, pode parecer infantilidade, mas caso minha esposa não aceitasse nos tornarmos liberais, pelo menos eu teria dado o troco, porém não havia necessidade dela saber. Por isso que uns quinze dias depois do ocorrido naquela noite, acabei saindo com Nayara, uma morena clara, alta, cabelos negros ondulados, seios pequenos, bumbum médio, muito atraente de rosto. Tinha 23 anos, recém-formada em Psicologia e era noiva! Conheci essa morena em um aplicativo desses de encontro, não descreverei a transa, pois outras melhores virão (com certeza), mas posso dizer que foi bom demais estar com outra mulher depois de tanto tempo sendo fiel. Passamos umas horas no motel e para minha surpresa, ela nem tirou a aliança de noiva do dedo enquanto alisava meu pau e me fazia um boquete, também não se importou em dizer que não com muita frequência, mas que de vez em quando, gostava de uma pegada diferente e o noivo nem desconfiava. Num dado momento, enquanto eu a pegava de quatro com força e ela suada gritava. “Isso, isso, isso”, pensei na situação dela, nem casada era e já estava chifrando o companheiro, definitivamente, não dava para entender, mas aquilo me deixou com mais tesão e a fodi com gosto até gozarmos duas vezes cada naquela tarde. Depois, ela se arrumou toda, ligou para o noivo e após marcarem para o dia seguinte, disse um “Te amo”, e logo após desligar o celular, me disse: “Foi ótimo trepar com você doutor Andersom”. Fiquei de cara.
Como nunca tinha traído, tomei todo cuidado antes de sair do motel para não chegar com perfume ou alguma marca e deu tudo certo. Renata nada percebeu, apesar de minha cabeça eu ter o direito a dar o troco, não havia necessidade de me vangloriar, se fôssemos nos tornar liberais, aí sim, falaríamos abertamente sobre outras pessoas.
Demorou mais de um mês para que Renata, começasse a aceitar que a gente experimentasse o mundo liberal, mas antes fez um caminhão de perguntas e também de exigências, não queria me ver com outra, mas eu poderia estar junto com ela se quisesse e nossos familiares não poderiam nem desconfiar. Depois foi mais um mês, só estudando possibilidades, no fundo ela tinha vontade de ter outros caras, mas com a certeza de que não me perderia, então começou a analisar, pois não tínhamos ideia de por onde começar, ou melhor, recomeçar, mas de cara descartamos Fernando, eu já tinha dado um gelo nele pelas atitudes e pelo que disse naquela noite.
Nesses dois meses, além do trabalho árduo, mergulhei fundo na leitura sobre esse mundo liberal, inegavelmente, apesar do frio na barriga, sentia muito tesão em imaginar minha mulher com outro e fui a fundo para entender, pois eu passava longe do perfil de corno de pau pequeno ou ruim de cama, também não tinha nenhuma tendência bi, como alguns preconceituosos acham que todo corno é. Entendi que meu fetiche era vê-la com outro, mas também fodê-la gostoso depois, além disso, transar com outras mulheres, de preferência comprometidas, sim, começou a brotar em mim a vontade de me envolver com quem fosse casada, noiva etc., o motivo, não sei, mas em minha cabeça se tornou mais um fetiche.
Apesar de muitas possibilidades, como caras que ela conhecia no trabalho, academia e vitualmente pelo fato de a seguirem pelo Instagram e Facebook. As dúvidas persistiam, Renata até tinha dado bola sutilmente para um cara pela internet, mas não se animou muito depois.
As coisas começaram a mudar por acaso. Num feriado, fomos para a praia passar quatro dias. Logo no primeiro dia, Renata demonstrou que estava com muito fogo, tanto que transamos já na hora do almoço após voltarmos da praia. Enquanto, eu estava sentado e ela também sentada de frente para mim, subindo e descendo na minha rola, me contou que tinha ficado excitada com os olhares de um cara que estava na praia e que quando estávamos voltando, viu que ele entrou numa casa na mesma rua que a nossa, mas um pouco mais a frente. Sem hesitar e com a voz melosa de tesão, ela me disse:
-Se quiser, podemos começar com ele. Vou adorar te chifrar aqui na praia.
Fiquei alucinado com a naturalidade que ela me disse e tive que deitá-la no sofá para poder estocar com mais força, a sensação de que estava perto de entrar definitivamente para o mundo dos maridos liberais, me fez fodê-la com fúria e juntos gozamos gostoso com direito a muitos berros dela.
Mais tarde, voltamos à praia, mas não encontramos o tal cara, porém à noite, quando caminhávamos pela orla, num dado momento, ela apertou minha mão e disse baixinho: “É esse”. Olhei para o cara, era um rapaz de uns 26 anos, negro, alto (talvez 1,88m), cabelos dread bem cuidados, um cavanhaque e estava com mais dois amigos conversando próximo a um local onde ocorria uma apresentação musical. Ficamos ali próximos e Renata começou a encará-lo, eu disse que fingiria que não estava notando. Logo o cara percebeu e ficou bem agitado, afinal de contas, ela é uma tremenda gata e estava claramente dando bola para ele.
Para facilitar as coisas, combinei com Renata de me afastar por um tempo para ver se ele criava coragem de chegar nela, meu único receio é que os amigos também quisessem vir, mas para tranquiliza-la, avisei que ficaria olhando tudo.
Fiz como o combinado e dois minutos depois, o rapaz já chegou nela. Que frio na barriga e que tesão vendo-os simplesmente conversando, Renata estava com um shorts branco pequeno que destacava sua bunda, era apropriado para praia sem ser vulgar e um topzinho azul que também destacava seus seios grandes. Já o cara era bem mais alto que ela e usava uma camiseta e uma bermuda brancas. Conversaram por uns 10 minutos, até que trocaram telefone. Dei um tempo e voltei logo depois, perguntando o que tinham conversado e minha esposa disse que ele começou puxando um papinho de leve, mas logo entrou de sola e começou a elogiá-la, ela disse que também tinha o achado bonito e quem sabe poderiam conversar no dia seguinte. O cara quis saber sobre mim, mas Renata apenas deixou no ar um “Isso depois a gente vê”. Confesso que estava com tanto tesão que queria que rolasse já naquela noite, mas entendi o receio de minha esposa, mesmo agora tendo meu ok, ela queria perguntar mais uma vez se poderia mesmo, se eu não ficaria bravo, querendo terminar etc., vendo que eu estava disposto a ter uma hotwife, Renata ficou doida e transamos ferozmente quando voltamos para casa, com ela dizendo que não via a hora de poder ver se o cara era bom de pegada e gozar muito no pau dele.
No dia seguinte, fomos à praia por volta das 10h30 e uma hora depois, o cara, que se chamava Diogo ligou para Renata que o convidou a vir conversar com a gente.
No próximo capítulo, contarei o que ocorreu nesse dia e a partir daí em nossas vidas.
Aos que leram e gostaram, agradeço se puderem deixar um comentário, pois é o que motiva.