Casamento arranjado. Capítulo 10

Um conto erótico de Alex Silva
Categoria: Gay
Contém 1725 palavras
Data: 23/01/2022 15:44:17
Assuntos: Gay, Homossexual

Acordo com o braço do Eduardo em volta da minha cintura, sinto sua ereção matinal na minha bunda, mas como isso acontece frequentemente, apenas ignoro, saio da cama e vou para o chuveiro. Enquanto a água quente percorre meu corpo, fico me perguntando com que cara vou olhar pra Edward depois do que aconteceu. Saio do chuveiro e começo a me enxugar, então percebo que o meu celular está tocando, saio do banheiro e vejo o Eduardo atender.

Vou em sua direção, mas como ele está de costas com meu celular no ouvido, não me vê se aproximar.

— Certo, eu falo pra ele. — ele diz e desliga — Idiot... Ahhh — me encara e toma um susto — Quer me matar André?!

— Bem que eu queria... — digo sendo bastante sincero — Posso saber o porquê que você atendeu o meu celular?

— Essa droga me acordou! E deixa de ser chato — lhe dou um tapa — Você ama me bater, né?!

— Você não tem ideia! — ainda estou apenas de toalha, por isso vou em direção ao guarda roupas e começo a procurar uma calça jeans pra ir pra faculdade.

— O Edward disse que não vai poder te dá uma carona hoje... Acho que ele foi pro hospital!

— Como assim, “hospital”?!

— Não se preocupe, aparentemente ele queimou a mão cozinhando.

— Ah tá! Quando voltar da faculdade, dou uma passadinha na casa dele! — Pego a calça, mas a merda cai no chão, então me abaixo para pegar, só que a toalha resolve me sacanear​ e vai pro chão também; sorte que já estou de cueca!

— Você tem que malhar! — o Eduardo diz enquanto me assiste vestir a calça, eu o encaro.

— Não tínhamos combinados de parar de brigar?!

— Eu não to puxando briga com você, só estou dizendo que você precisa se cuidar mais, só isso.

— Rum... E então, tem como me levar na faculdade?

— Tem, mas antes, que tal um cafezinho fresco?! — reviro os olhos.

***

Assim que Eduardo dá partida, começo a revirar minha mochila em busca de uma partilha pra tirar o bafo do café.

— O que você tanto procura nessa mochila?

— uma partilha!

— Tenho balas, serve?

— Claro! — ele corre a mão pelo bolso da calça e me entrega algumas balas de gengibre com mel, minhas favoritas — Nossa, eu amo essas balas!

— Eu tava pensando... Que tal a tarde irmos dar uma passadinha no shopping?!

— Fazer o quê? — estranho o convite repentino.

— Olha, se vamos ficar casados durante um ano, temos que, no mínimo, virarmos amigos e aproveitar o que nos foi dado, ou ambos vamos perder a herança pra Charlotte.

— Hum... Tá certo! — respiro fundo — Mas vamos a algumas regrinhas... Primeiro, nada de me envergonhar, seja com peidos ou arrotos.

— Eu tenho educação, sabia?!

— Não é o que parece! — digo irritado — Segundo, nada de encontrar algum amigo e me deixar sozinho, e terceiro, não dar em cima de ninguém!

— Ciúmes?! — reviro os olhos e ele ri — Agora vamos as minhas regras... Na verdade, só tenho uma. Nada de ficar me oferecendo pra qualquer pessoa... E vamos agir como um casal!

— Rum... Por mim tudo bem.

***

— Sério?! — Feh me encara em choque quando conto a ele que vou sair com Eduardo depois das aulas, enquanto caminhamos para fora da faculdade — A relação finalmente evoluiu, amigo?! Então você tem que arrasar.

— Não sei se você lembra, mas eu moro com ele, então não tem necessidade de ficar me arrumando, além do quê, eu só quero amizade.

— Ai, que sem graça, André.

— Feh! — seguro ele pelos ombros — Eu ainda amo o vagabundo do Luigi!

— Aah... — ele revira os olhos — Eu sei, mas não custa nada abrir o coração pra um novo amor.

— Acho que tô feliz vivendo sem ter o coração partido de novo.

— E o Edward?

— Nem te conto — começo a contar sobre o jantar.

— Viadooooo! — ele grita quando termino tudo.

— Não grita, seu maluco. — lhe belisco.

— Au...! Será que você não vê?!

— O quê?!

— Aff, André, como voceé lento... Ele tava com ciúmes!

— Não viaja, Felipe!

— Olha, eu tô falando sério...

— Tchau, Feh! Até amanhã! — corto a conversa.

— Tchau, mas da próxima você não me escapa. Vê se beija ele viu?! E senta na pic... — Eduardo vem caminhando em minha direção.

— Vamos?

— Vamos!

Desde que entramos no carro, Eduardo está mudo, mas depois de quase meia hora de silêncio, resolvo perguntar se tem algo de errado.

— Algum problema?

— Não! Por quê?

— Sei lá... Você tá estranho!

— Impressão sua. — ele fala com certa rispidez.

— Olha, se tiver algum problema, me avisa!

— Não tem problema nem um! — resolvo testar sua paciência.

— Certeza?!

— EU JÁ FALEI QUE NÃO É NADA, DROGA! — começo a rir e ele suspira com raiva — Tá rindo de quê?

— Dá sua cara de bravinho! Eu amo te tirar do sério. — meu celular toca — Alô... mãe?!

— Oi filho! Esqueceu que tem pais foi?! — eu riu.

— Mas tá virando dramática, né dona Elisa?!

— Hum, só um pouquinho! — ela também ri do outro lado da linha.

— Quando a senhora e meu pai vão vir me visitar?

— Quando chegarmos de Búzios. Nós adoramos essa casa que seu avô deixou!

— Mas gosta de ostentar, viu?! — rimos.

— E como vai o casamento?

— O casamento parece uma montanha russa, vive de altos e baixos. — Eduardo ri baixinho — Mas tá bem... eu acho!

— Vocês já se acertaram?

— No momento, sim!

— Então, já transaram? — meu Deus, que pergunta é essa mãe?!

— Óbvio que não, mãe! Quando falo que nos acertamos, quero dizer que estamos tentando não brigar mais.

— Eu pensei que ele já tinha comido seu cuzinho, querido! — morro com essas palavras.

— Ficou louca, mãe?! Jamais daria meu cú ao Eduardo!

— Mas ele é bonito, filho!

— Pensei que você não gostasse dele!

— E não gosto, mas já que você tá na chuva, porque não se molha?!

— A senhora deve ter sofrido uma lavagem cerebral!

— Falando sério, você não sente nada por ele?! Nem uma atração física?!

— Não mãe, nada!

— Mas você acha ele bonito?!

— Acho, mas nem tudo é beleza!

— Nunca nem te passou pela cabeça ele te pegando com aqueles braços fortes, te jogando na cama...?

— Não acredito que a senhora tava olhando pros braços do meu marido. — digo divertido.

— E tem como não olhar?!

— Meu pai vai gostar de saber disso, ah se vai!

— Olha filho, tchau, seu pai chegou aqui! Depois nos falamos!

— Esper... — ela desliga, queria falar com meu pai.

— O que a sua mãe tava falando de mim?

— Não queira nem saber!

***

Passo na casa do Edward, mas a empregada ​me fala que ele ainda não voltou pra casa; fico bastante chateado, afinal quero conversar um pouco com ele.

Volto pra casa e após tirar um tanto de dinheiro do cofre, começo a mie arrumar, estou pensando em me arrumar de maneira casual, mas no final, resolvo me vestir pra matar.

— Vamos ao shopping ou a um concurso de beleza? — o Eduardo me pergunta assim que desço as escadas.

— Vou me exibir no shopping horas.

— Rum...

***

Estamos em uma loja de roupas, o Eduardo reclama da demora, mas eu nem ligo, estou mais afim de comprar algo que prestasse do que ouvir o que ele tem a dizer.

— Vamos embora logo, André!

— Porque você não compra algo pra você também, em?! Assim talvez pare de encher o meu saco! Que merda.

— Não gosto de comprar roupas. — lhe jogo uma calça e uma camisa.

— Aqui, experimenta essa, vai ficar legal em você!

— Não vou experimentar nad...

— Vai sim. — o empurro pra dentro do provador.

— Como sabia meu número?!

— Esqueceu quem coloca suas roupas na máquina?! — ele estreita os olhos, mas depois entra no provador, então depois de alguns minutos sai.

— E então, ficou legal?

— Muito! — ele realmente ficou espetacular.

Nós estamos andando pelo shopping quando alguém segura meu ombro.

— André, é você?! — ouço a voz de Luigi e fecho a cara sentindo minha garganta secar.

— Não, é chapeuzinho vermelho!

— Pelo visto, continua com a mesma ironia!

— E você o mesmo palhaço! — Eduardo só nos encara ouvindo tudo.

— Porque que você sumiu?! Eu tava com saudades... — ele olha de esguelha pro Eduardo, então se aproxima da minha orelha e fala baixo, porém alto o suficiente pra o Eduardo ouvir — Saudades principalmente de meter nesse cuzinho apertado!

— Vai se lascar. — vou saindo, mas ele me segura pelos ombros.

— Solta ele! — o Eduardo segura o pulso dele apertando, mas ele continua me segurando.

— Nós podemos conversar a sós? — ele ignora o Eduardo por completo — Depois você encontra seu amigo de novo.

— Não tenho nada pra conversar com você... E me solta logo! — empurro a mão dele.

— Não faz assim bebê!

— Cadê o vizinho? Enjôo dele foi?!

— Aquilo foi um grande erro!

— O único erro foi eu ter me envolvido com alguém feito você!

— empurro o ombro dele lhe afastando de mim — E caso você não saiba, eu me casei!

— Até parece... — Luigi me encara com deboche e ri — Quem é que casaria com você?! Um brocado desse...

— Eu estou casado e muito feliz. — seguro a mão do Eduardo ele a segura de volta, então me viro e o beijo — E ele não é meu “amigo”, é meu “marido”.

— Não acredito que ‘cê tá namorando com esse... esse... hum... Hulk! Ele deve te esmagar na cama!

— Ah, você não tem ideia de como eu gosto de ser “esmagado” por ele na cama! Agora, tchau! — vou saindo, mas ele me segura pelo pulso.

— Então, tudo o que eu preciso fazer é te lembrar o que é um homem de verdade. — ele me puxa pra perto e me beija, mas assim que ele me solta e nosso lábio se separam vejo o Eduardo socar seu rosto. Ainda um pouco atordoado pelo beijo, começo a tentar separar os dois.

— Eduardo, para com isso... Para, Eduardo. — tento puxar ele.

— Mas ele te beijou!

— E daí?! Só para com isso, estamos no meio do shopping. — ele solta o Luigi e me encara.

— “E daí”?! então não importa você ser beijado por um cara qualquer durante o nosso encontro no shopping?! Então eu devo só ignorar o fato de que o meu marido foi beijado por outro cara bem na minha frente?! então você gostou?! — fico em silêncio, porque, honestamente, ainda me sento um pouco atordoado — Hunf... Foi o que eu pensei! — ele fala correndo os olhos de mim para Luigi, que mesmo sangrando ainda sorri sarcasticamente pra ele, que me olha uma última vez e me dá as costas saindo a passos rápidos.

Continua...

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Comentários

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Tem anos que não leio um conto tão bom! Espero que continue logo!

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Desculpa só comentar agora .

Estou amando todo o enredo, história cativante bem colocada e clara . Ancioso pêlos próximos capítulos.

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