Casamento arranjado Capítulo 11

Um conto erótico de Alex Silva
Categoria: Gay
Contém 1991 palavras
Data: 23/01/2022 17:23:34

Depois que o Eduardo dá no pé e me deixa no shopping sozinho, eu dou um jeito de me livrar do Luigi e volto de táxi pra casa. Mesmo estando com raiva, não posso deixar de me sentir em conflito comigo mesmo pelo que aconteceu e pela forma como ele reagiu ao beijo do Luigi; e eu sei que parte disso é minha culpa, então apenas entro em casa em silencio, resolvido a não começar uma briga com ele, porque, pelo que eu vi, ele já está bastante chateado.

Quando entro na sala ele está jogado no sofá assistindo TV, usando apenas suas boxers, o que me faz revirar os olhos... Honestamente, não sei qual o problema que ele tem com roupas, mas ele não parece gostar muito de ficar vestido como um ser humano normal e decente. Me aproximo dele e sento no sofá ao lado, mas ele não olha pra mim, então eu ouso perguntar o que tá me fazendo perder a cabeça desde o shopping, que é a possibilidade de ele realmente estar com ciúmes de mim, como disse o Feh e o Edward.

— Eu cheguei...

— Eu percebi.

— Eduardo... deixa eu te fazer um pergunta... — ele me encara — Fala a verdade vai, você tá com ciúmes de mim?!

— Hunf... Eu não tô com ciúmes de você. — ele fala com tom de deboche.

— Então pode me explicar o porquê de você ter me deixado sozinho no shopping? — ele aperta a mandíbula e se levanta me encarando sério.

— Você tá mesmo me perguntando isso?! — ele estreita os olhos — O cara te ofendeu, te humilhou e mesmo assim você gostou do beijo dele; você queria o quê?! Que eu ficasse lá pra aplaudir o espetáculo?! Qual o seu problema em, cara?! — ele sustenta o meu olhar — Se fosse eu que tivesse te falado aquilo, com certeza ‘cê teria me dado uns tapas e olha que eu sou seu marido... No papel, mas sou! Já aquele sujeitinho qualquer lá... Falou tudo o que queria e você só ficou lá, esperando ele terminar de falar as merdas que ele queria, e pra fechar com chave de ouro, ‘cê ainda gostou do beijo que ele te roubou.

— Eu não gostei do beijo dele, só fiquei confuso. O Luigi foi uma peça importante da minha vida, Eduardo, então mesmo que ele seja um traste, o que eu sentia por ele não vai sumir da noite pro dia, e não é como se eu pudesse apagar os momentos bons que passamos juntos.

— Quer saber?! Esquece, André... Eu nem deveria ter entrado no meio pra inicio de conversa, não é da minha conta o que você fez ou deixou de fazer, ou com quem você fez ou quer fazer... — ele se levanta e sai da sala indo em direção as escadas, me deixando sozinho com meus próprios pensamentos.

***

O sábado chega e juntamente com ele, chega o dia da visita do representante da monitoria. Confesso que estou um pouco temeroso, pois há dois dias eu quase perdi a herança por causa do beijo do Luigi, mas eu e o Eduardo explicamos tudo e creio eu que eles devem ter tido acesso as filmagens das câmeras do shopping, já que nada pior aconteceu.

É por volta das nove da manhã quando ouço a campainha tocar; acabei de tirar um bolo do forno e já preparei o almoço também, então a casa tá com cheiro de comida no ar. Na verdade, eu fiz isso pra deixar tudo pronto pra receber o representante e espero que isso abrande mais a conversa que teremos.

— O representante chegou. — Eduardo me avisa e eu o acompanho até a sala.

— Bom dia!

— Bom dia! — ele senta no sofá e nos encara — Bom, vocês devem estar curiosos para saber o porquê desta visita tão repentina. Na verdade, não é algo assim tão importante, na verdade, eu vim apenas dar os parabéns a vocês, afinal já se passou um mês que vocês estão juntos. — eu não fazia ideia que já tinha se passado isso tudo — E como estão indo bem até agora, caminhando para os dois meses, eu vim cumprir um dos requisitos, que é o prêmio que vocês receberão a cada mês juntos.

— Como assim?

— O Sr. Gustavo planejou tudo detalhadamente para que vocês tivessem uma “válvula de escape”, por assim dizer. É uma espécie de incentivo por continuarem juntos e evitar que se separem. — ele abre a maleta e tira dois cartões — Estes são seus novos cartões de crédito, com limite de vinte mil reais, e estas são passagens para Salvador, na Bahia. Como segunda que vem é feriado, vocês deverão viajar na sexta à tarde e retornar na terça pela manhã; não se preocupem com nada, todos os detalhes já foram resolvidos.

— E se a gente não quiser ir?

— Não é uma opção. — estreito os olhos para o homem; se não podemos recusar, então não é um presente e sim uma maldita regra do lunático do meu avô a ser cumprida — Bom, então é isso, espero que aproveitem a viagem.

— Obrigado! — Eduardo responde parecendo tão desconfortável quanto eu.

— Você não aceita fazer um lanche?

— Hum... Acho que não precisa, mas obrigado.

— O André acabou de fazer um bolo. — o Eduardo fala e o homem repensa.

— Bom, então tá certo, acho que vou aceitar. — vamos para a cozinha em silêncio e ao chegarmos lá e nos servirmos o representante acaba comendo três pedaços, eu como um e o Eduardo come o resto.

— Como você aguenta comer tanto?! — o homem pergunta, encarou Eduardo.

— Hunf! Você precisa ver ele almoçando... Parece alguém que viveu uma vida inteira no deserto comendo besouros e depois de anos encontrou um banquete. — rimos juntos e depois nos despedimos do homem, que vai embora bastante satisfeito.

***

Sexta-feira

Assim que volto da faculdade, começo a arrumar as malas. Eu tentei conversar com o Edward, mas ele viajou; confesso que fiquei bem triste, porque ele nem me disse nada.

Todo mundo está animado pra essa viagem. O Eduardo está extremamente animado, o meu pai também, o Feh nem se fala, minha mãe então... Na verdade, ela está tão animada que quando eu contei da viagem pra ela, ela disse o seguinte:

— Deixa de besteira e aproveita essa viagem pra tirar o atraso, garoto. Libera essa sua bunda pra o seu marido, pode ter certeza que ele não vai recusar.

O ruim é que eu não me sinto animado, na verdade, eu não quero fazer uma viagem com o Eduardo. Pode até ser que para algumas pessoas, a convivência com alguém que não goste acabe desenvolvendo carinho ou mesmo sentimentos de amor, mas comigo não funciona assim. Na verdade, espero que passe logo um ano, quero poder voltar a viver sozinho, a ter meu espaço, e principalmente sair sem ter a impressão de estar sendo seguido por um batalhão.

Termino de arrumar as malas e vou tomar um banho.

Já vestido, desço para cozinha, pra lanchar antes da viagem e como sempre, o Eduardo já está se empanturrando de bolo.

— ‘Cê vai acabar morrendo engasgado. — digo me sentando e começando a lanchar também.

— E... Não... Vo....

— Não fala de boca cheia ou vai engasg... — ele começa a tossir — Eu não te falei, seu idiota. — levanto e vou em direção a ele e dou dois tapas em suas costas que ecoa por toda cozinha.

— Confesso que eu fiquei na dúvida se iria morrer engasgado ou por causa dos seus tapas.

— Acho melhor você parar de comer feito um cavalo, já pensou se estivéssemos em um restaurante?! Acho que eu iria enfiar minha cabeça em algum buraco ou simplesmente te deixar morrer.

— Não exagera!

— A propósito, se comporte em Salvador, viu?! Nada de me fazer passar vergonha!

— Digo o mesmo!

***

Chegamos a Salvador por volta das três horas da tarde, seguimos pro hotel e pra falar a verdade, eu já tô com vontade de voltar pra casa, na verdade, comecei a pensar nessa hipótese depois que fui ao chão por causa de um buraco.

— Vamos à praia? — Eduardo fala saindo do banheiro de boné verde, camisa laranja, short amarelo e sandália azul, o encaro.

— Você vai pra praia ou pra festa do Bumba meu boi?

— Ah para de brincadeira, eu sei que tô um gato.

— Querido, ainda não é carnaval, acho que você se confundiu. — tiro o boné dele — Vai trocar isso.

Já devidamente arrumados, seguimos pro Farol da Barra; a intenção era tomar um banho de mar e subir no farol, mas assim que descemos do ônibus, percebo que não será nada fácil. O Eduardo desce os degraus de cimento que leva pra areia, euforicamente.

— Me espera, seu idiota. — grito descendo a escada, sinto que sou a babá de uma criança bem idiota — Nunca foi numa praia, não?!

— Não seja estraga prazeres. — ele grita a frente já ficando de sunga e indo pra água.

Fico de sunga também, passo protetor e resolvo tomar um banho de sol. Estou encarando o horizonte quando vejo um moreno saindo da água; coxas grossas e musculosas, ombros largos, sorriso encantador e um volume que me fez delirar. Enquanto babo naquele moreno, percebo que o Eduardo se debate feito louco na água.

— Aquele idiota tá se afogando. — fico de pé — Meu Deus! — vou na direção do moreno — Ele tá se afogando! — aponto pra o Eduardo, que aparentemente já está sem forças — Por favor, ajuda ele. — o moreno volta pra água numa velocidade que eu até me assusto.

Curiosos começam a observar a cena, enquanto o moreno traz o Eduardo desacordado nos braços; eu me aproximo em choque.

— Ele morreu?! — pergunto já sentindo as lágrimas molharem meu rosto.

— Felizmente não... — o moreno responde gentilmente — Mas deve ter bebido muita água, vou fazer respiração boca a boca. — ele deita o Eduardo na areia e faz a respiração boca a boca.

— Bem que eu podia ter me afogado. — sussurro chateado, enquanto isso o Eduardo começa a tossir e levanta atordoado.

— Ficou doido mano?! — antes que o moreno responda algo, eu tomo a frente.

— Seu grande idiota! — lhe dou um tapa — Se você morresse aqui, eu ia te matar, Eduardo, é sério! — minha voz embarga levemente pelo choque.

— Mas eu já não estaria morto?! — o Eduardo ri, divertido e isso me deixa mais irritado.

— Eu te mataria de novo, nem que eu tivesse que desencarnar pra isso! — o dou outro tapa.

— Você tá mesmo chorando?! — ele me encara ficando sério e isso me faz ainda pior; eu realmente fiquei com medo desse idiota ter batido as botas.

— Tô chorando de raiva, imbecil! — é mentira, mas ele não precisa saber da verdade e eu nunca iria admitir de qualquer forma. Enxugo as lágrimas — Se não você esse moreno — oops... — Q-quer dizer... Se não fosse esse homem, você estaria morto agora.

— Valeu men! — ele cumprimenta o moreno.

— Muito obrigado! — agradeço também — Se não fosse por você, esse idiota estaria morto. — o abraço, afinal queria tirar uma casquinha.

— Não foi nada. — o boy fala indo um pouco mais pra frente, acho que vai ficar tomando um banho de sol, e enquanto ele anda, fico admirando ele por trás.

— Uffa que homem meu Deus, multiplica... — Eduardo me olha de esguelha — Tanto pão e eu aqui comendo bolacha... A vida é tão injusta!

***

Por volta das cinco e cinquenta subimos no farol, a vista é linda, e pra completar, pegamos bem o momento em que o sol está se pondo.

— É tão lindo... Tão maravilhoso! — sinto Eduardo trás de mim e momentos depois suas mãos seguram a minha cintura.

— É muito bonito mesmo... — ele fala me puxando e colando seu corpo no meu.

— O que ‘cê tá fazend... — antes de conseguir terminar, sinto seus lábios pressionando os meus, a quentura de seu corpo me aquece enquanto o beijo se aprofunda, se tornando mais selvagem e sua língua entra na minha boca, me acariciando e tirando o meu fôlego.

Continua...

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Comentários

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nossa. perfeito. li tudo agora, e só por isso não comentei. deixei pra agora. perfeito perfeito. to amando cada parte. continue logo por favor.

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ESSE CONTO É MUITO BOM, PFVR CONTINUA!!!!

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