CAPÍTULO III
Após aquela viagem ao Caribe onde fiz muitas tentativas de seduzi-lo, voltamos para casa sem nada ter acontecido, mesmo eu tendo me melado entre as pernas muitas e muitas vezes. Mantinha meu comportamento espontâneo em sua presença sem me importar de ficar nua, dar selinhos e sentir sua pele quentinha. O tempo foi passando e no final do ano estava terminando meu primeiro grau e sem perspectivas com papai decidi radicalizar de vez. Não o pegar desprevenido e fazer amor com ele. Tinha noção que até conseguiria se o pegasse desprevenido, mas seria a única vez de minha vida que teria meu pai pois ele não se perdoaria jamais de fazer amor comigo estragando a sua e a minha vida. Então tinha que fazer isso acontecer sem que fosse forçado.
Antes conversei com minha mãe e ela aceitou, então uma noite tranquila quando assistíamos a um filme juntos.
– Papai, preciso te falar algo.
– Diz Tina.
– Por favor, não vá ficar chateado. É que decidi fazer ao menos o primeiro ano do segundo grau em Portugal e morar com a mamãe.
Ele me olhou parecendo não compreender.
– O que?
– Isso que você ouviu. Preciso aproveitar a oportunidade de morar um tempo fora. A minha ideia é ficar só um ano, mas se gostar posso ficar mais.
Coitadinho de papai. Ele estava branco e muito, muito triste. Vi lágrimas escorrendo de seus olhos esverdeados lindos.
– Não precisa ficar assim. Nas férias venho te visitar. Assim como visito a mamãe em Portugal.
– Mas estou muito mais acostumado e apegado a você filha.
– Não quero perder uma oportunidade dessas.
– Nem eu quero que você perca. É que vou sentir muito sua falta.
– Também vou sentir a sua falta papai. Você nem imagina quanta falta você me fará.
– Tudo bem, vou superar. Você não pode fazer sua vida se prendendo demais a mim. Eu entendo.
– O que mais quero na vida é estar junto a você. Qualquer dia você vai entender melhor minha decisão.
Terminamos aquela conversa e senti que papai poderia ter problemas ficando sozinho e talvez fosse isso que eu quisesse. Que ele sentisse minha falta não somente como filha, mas como uma companheira em sua vida, afinal fazíamos praticamente tudo juntos.
Comecei a tomar as providências e contrapondo com a tristeza de papai, mamãe estava feliz da vida. Meus avós também ficaram tristes, mas também acharam uma ótima oportunidade. Com a aproximação da viagem decidi fazer papai saber meus sentimentos por ele. Ele teria muito tempo para pensar sobre isso e saber que se eu voltasse nossa vida teria que ser diferente.
Queria contar na porta do embarque para não termos que continuar a conversa. Quando o momento do embarque chegou não foi fácil convencer meus avós que me dessem um tempo sozinha com meu pai, mas consegui. Pouco antes do embarque eles se despediram com muito choro e se foram. Ficaria com muita saudade de meus queridos avós.
Quando o embarque foi liberado, chamei papai para um daqueles bancos de aeroporto um pouco isolado onde não tinha ninguém. Sabia que seria extremamente maldosa o deixando com aquele sentimento que ele teria após minha confissão. Eu também ficaria mal, mas era minha última esperança.
– Papai, preciso de contar algo antes de embarcar.
– Então me conta filha.
– Papai, vai ser muito difícil para mim e ainda mais para você. Por favor, não me odeie.
– Jamais vou te odiar filha. Jamais.
– Sabe o que é? Você não tem nenhuma responsabilidade e nenhuma culpa, mas não estou indo para ficar com a mamãe. Estou fugindo de você.
Percebi sua feição angustiada e surpresa, mas agora não iria parar.
– Como assim Tina? O que fiz de errado?
– Você não fez absolutamente nada de errado. Quem fez e está fazendo algo errado sou eu.
– Por favor, me explica isso.
– Você é sem dúvida o melhor pai do mundo. O melhor pai de uma mulher e que todas gostariam de ter. Você é carinhoso e amoroso e ciente de sua posição de pai, nunca cometendo nenhum abuso ou assédio sobre mim.
Confuso, ele não entendia minha contradição.
– Se sou assim tão bom, porque você está fugindo de mim?
– Aí que está o problema papai. De tão bom e perfeito você virou meu homem ideal e meu objeto de desejo. Te amo muito mais do que como filha. Te amo como mulher.
Nesse momento seu mundo caiu e ele literalmente engasgou e não conseguiu falar nada olhando incrédulo para mim.
– Nos últimos meses tenho tentado chamar sua atenção como mulher de todas as formas possíveis e você como pai maravilhoso não conseguiu me enxergar além de sua filha querida. Fiz coisas que jamais deveria ter feito tentando seduzi-lo e mesmo assim continuei a ser sua princesinha. Não sei como começou esse amor diferente. Ou talvez saiba. Você é um homem perfeito para qualquer mulher. Seu amor, seu carinho, sua atenção, seu jeito paciente, sua beleza. Acho que foi tudo isso que me fez deixar de vê-lo como pai para vê-lo como homem. Eu sinto muito mesmo por estarmos nos separando por esse motivo. Mas se ficar com você sem que você aceite esse meu amor, talvez estrague em definitivo nossa relação. Preciso de um tempo para pensar sobre isso e agora depois de tudo que falei, você também.
Ele me ouvia parecendo que não estava ali. Acho que rememorava todos os momentos que me insinuei para ele sem que ingenuamente se tocasse de minhas intenções. Então conseguiu dizer algo.
– Antes de tudo Tina, meu amor por você não diminuiu nem uma gota após o que você falou. Não se preocupe. Você me pegou totalmente de surpresa pois nunca percebi nada e nossa intimidade era entendida por mim como a intimidade de uma garota que não tem a mãe por perto e transfere isso para o pai. Por isso nunca reclamei e nunca percebi. Aliás sempre gostei de seus contatos. Mas sinceramente estou em choque e não consigo dizer nada a respeito por você gostar de mim do modo como falou.
O cortei antes que terminasse.
– Me desculpe. Tentei de todas as formas não gostar de você dessa maneira, mas não consegui. Sei que dizem ser errado. Sei que todo certinho como você é, você acha errado. No entanto eu N Ã O C O N S E G U I E V I T A R. Me perdoe.
– Quem sabe nesse ano longe, você encontre alguém e mude de ideia.
– Prometo que vou tentar. Posso te fazer uma última pergunta bem maldosa. Essa tenho certeza que você não vai me perdoar.
– Claro que pode.
– Por acaso você é gay e nunca se assumiu por ter engravidado a mamãe muito novinho e por ser pai? Fiz você tocar meu corpo de todas as formas e você nunca teve uma reação. Nadinha. Pensei que talvez eu seja feia ou você seja gay.
Ele enfim relaxou e deu uma gargalhada gostosa tirando um sorriso meu.
– Você sabe que é muito linda e tem um corpo lindo Tina. As xavecadas que você recebe te dizem isso. E, não, não sou gay. Se não reagi é porque te vejo como filha e responsável por você. Além do que você tem só 15 anos. Nunca abusaria de minha filha, ainda mais nessa idade. Se você tivesse 18 anos e não fosse minha filha, naquela primeira vez que te passei creme no hotel que você ficou nua eu já não teria resistido. Você estava muito atraente. Muito.
– Que alivio papai. E obrigado pelos elogios, mas se não conseguir mudar a forma como gosto de você em Portugal e você só conseguir me ver como filha, infelizmente não vamos poder viver juntos. Aí talvez seja melhor para nós dois que eu fique com a mamãe. Pense nisso. Agora tenho que embarcar.
Nos levantamos e nos abraçamos e entre lágrimas ele respondeu.
– Vou pensar amor. Quero muito você a meu lado. Te amo. Aproveite muito e boa viagem.
– Também te amo. Fique bem. Se se sentir sozinho passe um tempo com o vovô e a vovó.
Nos olhando e dando tchauzinhos sem parar desapareci dentro da sala de embarque deixando papai para trás com aquela bomba em seu colo. Eu nunca me perdoaria se ele tivesse algum tipo de problema por tudo que eu lhe disse.
Na manhã seguinte quando cheguei em Portugal, avisei por telefone que tinha chego bem e senti sua voz cansada e triste. Provavelmente ele não tinha dormido pensando em tudo o que falei. Nos comunicando quase que diariamente o tempo foi passando. Foi uma adaptação fácil em Portugal e logo fiz amigas e amigos, entre os quais um ou outro demonstrava interesse por mim.
Os garotos portugueses, talvez por sua cultura, me pareceram mais maduros que seus similares brasileiros, mas ainda assim não me atraiam. Eu até que tentava me interessar, mas não conseguia. Havia um bloqueio poderoso que se chama amor. Se amar de verdade uma pessoa é um sentimento forte, imaginem amar quem você já ama intensamente de outra forma. Difícil até de explicar. Só quem já sentiu para saber. E quando digo amor é amor mesmo e não sexo. Para mim o sexo vinha após o amor por meu pai.
Quando me insinuava a ele tentando seduzi-lo era uma ação sexual, mas minha intenção primeira era fazer com que ele me amasse como mulher. E então quando ele me amasse assim, partiríamos para o sexo.
Rejeitando os assédios que recebia em Portugal, sabia através de meus avós que papai não estava bem. Ele só fazia trabalhar e não saia por mais nenhum motivo. Antissocial, ele tinha melhorado quando o fazia me levar a passeios, mas sozinho voltou a viver daquele modo. Segundo meus avós, se não fosse vovó, ele passaria fome, pois nem fazer compras ele ia. Não parecia estar deprimido, porque levava avante seu trabalho. Segundo vovó era uma tristeza profunda por eu não estar com ele.
Sempre fechado, ele não se abria com eles e nem em nossas conversas quando perguntava como estava. Mais de uma vez perguntei se não seria bom ele arrumar uma namorada para não se sentir tão sozinho. Eu ficaria com ciúme, mas seu bem-estar estava acima de tudo.
Ele sempre me respondia que até tinha pensado nisso, mas não estava com ânimo para procurar. Após 6 meses em Portugal nada tinha mudado em meus sentimentos por ele e sua tristeza também não diminuía. Até porque não consegui o visitar durante as férias.
Quando completou 9 meses, faltando 3 meses par o término de meu colégio, o senti angustiado querendo saber se eu voltaria ou ficaria em Portugal. Em uma de nossas conversas.
– Oi filha, logo você estará de férias. Já pensou se vai voltar para o Brasil ou ficar aí com sua mãe?
Fui sincera, apesar de querer correr para ele querendo ajuda-lo a sair daquela tristeza.
– Me adaptei bem aqui em Portugal e com a mamãe, mas eu amo o Brasil. Prefiro viver aí, mas ainda não consegui mudar meus sentimentos em relação a você. Talvez precise de mais tempo, pois se voltar agora não vai dar para morarmos juntos. Vou ter que morar com meus avós.
– Te entendo filha. Você me faz uma falta tremenda. Que pena.
– E você papai? Não pensou no que te falei no dia do embarque? Não consegue me ver de outra forma que não seja sua filha querida?
– Claro que pensei Tina. Mas não tem como. Isso é muito errado e se aceitar vou estragar seu futuro.
– Estamos em um impasse papai. Um querendo muito ficar com o outro e não conseguimos por causa de nossos sentimentos. Pelo menos o seu sentimento é certo, pior é o meu que é doentio falei chorando.
– Não chore filha, senão você me deixa triste.
– A culpa é toda minha de não estarmos juntos. Só minha. Estou querendo fazer você ir contra seus princípios. Me perdoe. Outra hora conversamos.
– Espera Tina.
Assim que ele falou, desliguei sentindo exatamente o que tinha falado. Não tinha sido uma chantagem emocional. Era meu sentimento mais puro me achando um ser sujo por desejar o amor de meu pai de uma forma que ele não estava preparado para me dar.
Após alguns dias voltamos a conversar e sem nenhuma mudança decidi ficar em Portugal por mais um ano. Voltei para visitar papai e meus avós nas férias e em casa com ele, o vendo feliz por me ter junto e feliz por estar com ele, sabia que era aquela a vida que queria ter.
Com 16 anos, meu corpo estava ainda mais chamativo e o percebi me admirando sem conseguir deixar de admirar como pai, mas ele não fez nenhum elogio receoso que eu entendesse como um sinal verde dele para uma relação nossa. Foram nossos 15 dias mais felizes em um ano e ele me levou a fazer tudo que fazíamos que sabia que eu gostava, mas aquele comportamento de quase namorados estava quebrado. Os dois temerosos de serem mal compreendidos pelo outro.
Essa despedida foi ainda mais difícil do que a primeira. Ao invés de esquece-lo a distância tinha feito ama-lo ainda mais intensamente. Tive a esperança que até o último instante ele não me deixasse embarcar, mas não o fez. O amor tinha crescido entre nós, mas o contato físico diminuiu demais me deixando ainda mais triste e sem esperanças.
Em meu aniversário de 17 anos, foi papai quem foi me visitar e aproveitar visitar mamãe, que ele não tinha mais visto pessoalmente depois da ida dela a Portugal. Eu temia que seu amor por ela se reacendesse e enterrasse de vez minhas esperanças. Mas não foi isso que aconteceu. Ele a tratou como uma amiga querida, mas não mais do que isso, enquanto não desgrudava de mim. E senti algo diferente com ele procurando muito mais o contato físico comigo do que quando o visitei no Brasil. Contatos quase tão intensos como o que tínhamos antes.
Passeamos e nos divertimos bastante durante as duas semanas de sua visita, muitas vezes na companhia de mamãe e no último dia antes de retornar, quando estávamos sozinhos.
– Filha, desta vez você vai retornar em definitivo ao Brasil?
– Ah papai, é o que mais quero. Juntos nós somos bem mais felizes. Mas tem aquele problema que você sabe qual é.
E de forma surpreendente.
– Vem morar comigo filha e juntos nós achamos a solução. Não aguento mais ficar longe de você, falou como se implorasse derretendo meu coração.
Meu coração começou a bater forte de tanta emoção. Se ele nada confessou, ao menos abriu a porta para uma nova forma de relação entre nós. Me levantei e fui sentar em suas pernas e o abracei com toda minha força.
– Também não aguento mais ficar longe de você papai. Mas você tem certeza? Lamento, mas meu sentimento por você está ainda mais forte.
– Tenho certeza sim. Alguém tem que mudar ou viveremos infelizes, falou quase que assumindo me aceitar como eu desejava.
Dei uns 10 beijos em sua bochecha.
– Ahhhhh papai. Esse é o dia mais feliz dos últimos dois anos. Se eu não tivesse que terminar meu ano letivo, iria amanhã embora com você. De verdade.
– E eu te levaria comigo filha.
– Não sei como vou me aguentar aqui esses 2 meses. Vou ficar preocupada que você mude de ideia, falei preocupada.
– Não se preocupe meu amor. Não vou mudar. Mas você não entendeu mal quando eu disse que acharemos uma solução juntos? Não estou admitindo nada, falou sorrindo.
– Sim papai. Para quem sempre disse não, essa é uma tremenda mudança. E achar uma solução com você é muito melhor do que ficar longe de você, falei também sorrindo.
– Está certo filha.
Passei os 2 meses de maior ansiedade de minha vida, imaginando como seria minha nova vida com papai. Até que ponto iríamos? Eu mesma não tinha certeza do que queria dele a não ser a de que ele me amasse como mulher dele. O restante seria consequência que poderia acontecer em um ou em 5 anos. Tendo seu amor de homem, não tinha pressa, afinal tinha acabado de completar 17 anos e com certeza papai não iria até o fim comigo enquanto não completasse os 18 anos.
Quando desembarquei lá estavam sorridentes meus avós, minha tia, primas e meu pai. Após os abraços de todos e lágrimas de alegria, vieram os elogios unanimes. Eu estava com uma calça molinha confortável para a viagem e meu corpo estava delineado mostrando minha mudança para meus avós que não me viam há um ano.
– Meu deus minha neta, como você está linda.
– Mais do que linda, está maravilhosa. De parar o trânsito como se dizia antigamente, um de meus avôs falou.
E outros elogios, todos se referindo à minha beleza e a mudança de meu corpo no último ano. Mas que avô e avó não elogiam sua netinha?
Como era um sábado, meu avô paterno fez um churrasco para que eu matasse a saudade e lá estavam algumas amigas que pude convidar, além de minha tia e minhas primas. No ano seguinte faria com aquelas amigas o último ano do colégio e depois o vestibular para Psicologia.
À tarde, após o churrasco pedi para irmos embora pois estava cansada. Já tínhamos deixado as malas em casa antes de ir para meu avô. Quando chegamos, após fechar a porta atrás de nós papai me abraçou muito forte espremendo meus seios em seu peito másculo.
– Bem vinda filha. Está casa esteve muito triste sem você. Espero que você nunca mais me deixe.
E logo se corrigiu.
– Me desculpe. Sei que vai me deixar quando encontrar seu caminho. Só não more tão distante, falou me dando um beijo na bochecha.
– Nunca mais vou ficar tão longe de você.
– Agora, só tenha paciência com seu pai daqui para a frente. E não me esconda nada do que estiver sentindo. Não quero te ver triste. Se algo estiver incomodando ou te chateando, me fale.
– Pode deixar que vou falar. Escondi demais meus sentimentos. Mas esteja preparado, falei ameaçadoramente sorrindo.
– Estarei, mas tenha calma.
– Vou ter papai. Agora vou tomar um banho e depois dormir pois estou bem cansada.
– Não tirei nada seu do lugar. Sabia que você voltaria.
– Obrigado. Eu, já não tinha certeza se voltaria, mas aqui estou.
Após o banho fui dormir e desmaiei. No domingo acordei tarde e acostumada a dormir assim, só me dei conta que estava de camisola curta e levemente transparente quando papai me viu dizendo que estava me esperando para tomarmos o café juntos. Fiquei inibida imaginando que ele poderia estar pensando que eu já tinha começado a provoca-lo, mas logo ele me despreocupou.
– Bom dia filha. Para mim é um dia maravilhoso ver minha filha linda vindo tomar café assim comigo depois de tanto tempo. Estava com muita saudade. Só que agora não é mais aquela garotinha de 15 anos, falou me provocando.
– Bom dia papai. Depois de um elogio desses vai ser um ótimo dia. E não era tão garotinha assim. Meu corpo já era bem formado. Não mudou tanto.
– Não mesmo. Brincadeira minha. Já era lindo e está ainda mais lindo.
– Assim eu me acostumo. Mas quando você enjoar de me ver assim novamente não vai mais me elogiar.
– Impossível enjoar de te ver assim, falou querendo me mostrar que não deixaria mais de me ver como mulher.
– Ahhh papai. Estou tão feliz. Vamos tomar nosso café.
Nada mais aconteceu e naquela primeira semana estava tão feliz de apenas estar com ele que nem pensei em começar a testar para ver como se comportaria comigo. No entanto, no sábado quando saímos para almoçar fora dei início a tentar ter a mesma intimidade que tínhamos antes de que eu tivesse ido para Portugal.
– Papai, podemos voltar a fingir que somos namorados? Não suporto que fiquem me encarando descaradamente. E com um homem bonito desses a meu lado qualquer um vai ficar intimidado, falei sorrindo.
– Claro que sim. Vou adorar evitar que fiquem cobiçando minha menina. Menina não. Mulherão. Antes não acreditavam muito que éramos namorados, mas mulher como você está agora qualquer um vai acreditar.
– Com certeza, você tá com 32, mas parece bem menos. Vou ser invejada.
– Obrigado. São os olhos de uma filha que ama o pai.
E não deixei por menos.
– São os olhos de uma filha que ama o pai e de uma mulher, como você disse, que ama o homem.
Papai ficou constrangido, mas levou na boa meu assédio. Percebia que ele se esforçava para me dar ao menos um pouco do que eu queria dele.
– Se é assim, vou aceitar o elogio. Agora vamos, falou me abraçando me levando para o carro.
Aquele almoço foi um outro momento especial em nossas vidas, pois foi delicioso em todos os sentidos. Na comida e no modo dele me tratar tentando agir realmente como um namorado atencioso. Em nenhum momento me chamou de filha, só me chamando pelo nome. E foi tão perceptível sua intenção que fiz um pedido que o surpreendeu.
– Já que seu nome é Danilo, posso te chamar carinhosamente de Dani as vezes ao invés de papai?
Imaginei que tirar o peso da palavra papai em nossos momentos, ajudaria a que ele não pensasse demais sobre quem era do outro lado e então fiz o pedido.
– Fica chato né, me chamar de papai quando fingimos ser namorados?
– Fica né. E quem ouve não entende nada. Acha que é uma fantasia minha, pois nunca vão imaginar que você é meu pai verdadeiro, falei quase gargalhando.
– Verdade. Pode me chamar de Dani. É bem carinhoso e só você vai me chamar assim.
– Então está bem Dani, agora somos Dani e Tina, falei sorrindo.
– Adorei, mas não deixe de me chamar de papai também quando estivermos sozinhos. Senão vou sentir falta, falou com cara de tristinho.
– Não vou papai. Adoro te chamar assim. Mas aqui é Dani.
Levamos aquela conversa deliciosa por mais de 2 horas em que papai me perguntava tudo sobre minha estadia em Portugal. E parecia ter ciúme.
– Você namorou alguém em Portugal?
– Tentei, mas não consegui. De verdade.
– Nem ficou?
– Muito menos fiquei. Sou totalmente BV ainda.
– BV Tina?
– Virgem de beijo. Nunca beijei ninguém. Não me sentia bem com os garotos querendo me tocar.
– Linda assim e nunca beijou?
– Nunca. É que quero a pessoa certa para me dar o primeiro beijo. Tem que ser muito especial, falei me insinuando.
E ele de novo me surpreendeu me deixando feliz e querendo voltar para casa o quanto antes.
– Tina, se você resolver que quer beijar alguém, ninguém no mundo vai conseguir resistir te beijar. Ninguém, falou enfático.
Empolgada demais.
– Acho que não vou demorar para saber se você tem razão Dani. Que tal irmos embora?
– Está na hora né? Estamos há quase 3 horas aqui. Foi um jantar maravilhoso.
– Foi o melhor jantar de minha vida, falei.
Eu estava com um vestido preto de um tecido bem molinho colado. Bem comportado indo até a canela, apesar de delinear com sutileza meu corpo. Me preparei linda para o jantar como “meu namorado” e também queria chamar sua atenção como mulher. A vantagem do tecido é que quando ele tinha me abraçado lateralmente no restaurante eu podia sentir suas mãos quentes me tocando e certamente ele podia sentir meu corpo sob ele.
Quando chegamos em casa eu tremia como uma vara verde. Havia chego o momento decisivo de nossas vidas. Se papai se recusasse a me beijar, então ele estaria fora daquela lista que fez de que ninguém resistiria me beijar. E se ele me beijasse, mesmo que não significasse que avançaria além do beijo, era um sinal que poderia me querer também. Mas eu tinha minha consciência pesada diante do pai perfeito que fui privilegiada de ter. E diante da lembrança daquele sonho tenebroso.
Quando fechou a porta de casa, o abracei de frente passando os braços em seu pescoço pronta para um beijo. Eu sentia seu corpo másculo e ele o meu todo tremulo. Segurou deliciosamente em minha cintura me olhando fixo com aqueles olhos esverdeados.
– Papai, eu te amo e te quero muito. Você sabe disso. Mas antes de acontecer qualquer coisa preciso ter certeza de que não vou te magoar e me arrepender. Tenho horror a homens que abusam de suas filhas, sem que elas queiram. E em nosso caso pode acontecer o inverso. Posso estar abusando de você com uma chantagem que vou embora se você não me quiser como mulher. E se sentir que algo entre nós aconteceu por esse motivo não vou me perdoar jamais por ter feito isso com você. Se você estiver se sentindo obrigado a isso para me manter junto a você, é melhor não começarmos nada, falei com o coração aberto olhando em seus olhos.
Senti ele me puxar mais forte apertando meu corpo ainda mais e seu rosto de aproximar. Quando senti seus lábios tocarem os meus quase desfaleci apenas com o toque me largando em seus braços que precisaram me segurar. Papai começou um beijo de lábios em que eu sentia o seu amor por mim fluindo entre nossos corpos. De olhos abertos ele me olhava com amor. Quando nossos lábios estavam já úmidos, colocou com calma sua língua dentro de minha boca e lágrimas escorreram de meus olhos de felicidade.
Também coloquei minha língua dentro de sua boca e com calma ia procurando fazer o que ele fazia. Minha xoxota escorria, mas a melhor sensação naquele momento era de amor. Puro amor. Enfim estava beijando o homem que sempre amei. Sem ser afoito em nenhum momento, ele levou aquele beijo o deixando cada vez mais delicioso e eu sem controle de meu corpo ia me soltando e ele me segurando com sua força de homem, não de um garoto. Me sentia nos céus tendo aquele primeiro beijo tão diferente do que as amigas me contavam. Era tudo tão perfeito e mesmo sendo meu primeiro beijo, é até hoje o mais gostoso de minha vida sem comparação.
Após alguns minutos, papai enfim encerrou o beijo me olhando e tendo que me segurar pois minhas pernas estavam dobradas e soltas.
– Você não está abusando de mim Tina. Esses dois anos me mostraram que não consigo viver sem você. Não sei que sentimento é esse ou talvez não queira admitir. É um conflito de sentimentos, mas com certeza é algo mais do que sempre senti como pai. Por favor, tenha paciência para que eu possa ter certeza e assimilar esse sentimento.
Eu estava extasiada com aquele beijo. Por mim faria amor com ele naquele instante, mas seria aquele abuso que eu queria evitar.
– Papai, esse é o momento mais feliz de minha vida. Sei como deve ser difícil para você que sempre me tratou como a filhinha intocável. Tenha o tempo que quiser. Agora só quero que você me veja e me ame como mulher. E me beije de novo, por favor. Pois foi a melhor sensação de minha vida, falei levando meus lábios até os seus novamente começando outro beijo.
Consegui me recompor fixando novamente os pés no chão me encostando mais em papai durante aquele beijo sem nenhuma pressa e se aquele já era o melhor momento de minha vida, se tornou infinitamente melhor quando senti o membro ereto de papai pressionando meu ventre sentindo seu calor. E ele parecia ser imponente me dando arrepios. Não querendo deixar de sentir aquele contato, não deixava papai parar de me beijar até o momento que inesperadamente tive um orgasmo e papai percebeu pois novamente me larguei em seus braços e gemi gostoso em sua boca.
– Hummmmmmmmm.
Foi meu primeiro orgasmo na vida sem que fosse em uma masturbação e o primeiro com um homem. O homem de minha vida.
Quando terminei, papai me pegou no colo ou eu cairia ao chão e me levou ao sofá me colocando deitada nas almofadas e se sentou ao meu lado me olhando com ternura esperando me recuperar. E quando me recuperei estava gentil e brincalhão e brincou.
– Você gostou mesmo do beijo, perguntou sorrindo.
Corajosa eu queria deixar claro o que ele tinha me proporcionado.
– Adorei com todas minhas forças, mas você sabe que não foi só o beijo que aconteceu, né?
– Percebi. Você é já uma mulher em todos os sentidos.
– Antes disso só consegui sozinha papai. Além do primeiro beijo você me deu o primeiro orgasmo com um homem. Me desculpe falar assim, falei inibida.
– Pode falar como você quiser. Não tenha freios para falar comigo. Quero ver você feliz e nesse momento estou muito feliz de te ver assim.
– Foi a noite perfeita. Espero ter muitas assim.
– Veremos Tina. Agora vamos dormir?
– Vamos para a cama, pois não vou conseguir dormir, falei sorrindo
– Acho que nem eu, também sorriu
– Posso dormir com você? Juro que é só dormir.
– Evidente que sim. Faz mais de dois anos que não dormimos juntos.
– Se você ficar conversando comigo, acho que consigo dormir.
Trocada e com minha camisola curta não queria mais nada de papai naquela noite, além de dormir a seu lado. Ele já tinha me dado muito mais do que eu esperava que ele pudesse dar. E o melhor foi que não tinha sido forçando a barra, mas papai fazendo com naturalidade. Sabia que seria muito difícil quebrar todas as barreiras do pai certinho, mas enfim ele já me via como mulher e confessou sentir algo mais do amor paterno, além de ter sentido sua ereção me desejando.
Ao me deitar em seu braço só com o rosto encostado em seu corpo, não demorou dois minutos e dormi com seu carinho em meus cabelos após um beijinho de boa noite na testa. E para completar o melhor dia de minha vida foi a melhor noite de sono também.