Não conhecia, senão de vídeos e de ouvir falar, um cinema pornô. Num domingo de forte cio, resolvi conhecer.
Curioso a logística da entrada: se você não sabe onde é, passa direto e não vê, tão disfarçada é. A bilheteria fica a um recanto, completamente a salvo de olhares indiscretos da rua.
Ingresso na mão, dirijo-me à catraca – sim, ainda existem catracas – e adentro no ambiente, a poucos metros de uma escura e grossa cortina. Afasto-a e mergulho na mais completa escuridão. Gemidos e foda na tela. Até que meus olhos se acostumem ao breu, avanço por um corredor de mãos que me tocam, me alisam, a furto – sinto-as nos braços, nas coxas, no pescoço, na bunda, no pau. Furtivas – não se demoram. Sinto-me excitar.
Uma meia-parede antes da última fileira de cadeiras. Encosto-me, enquanto habituo o olhar. Outras pessoas estão ali. Não demoram segundos e já percebo roçares no meu corpo. Uma mão alcança-me a bunda, acaricia-me. Um dedo sobe pela perna folgada da bermuda e enfia-se no meu cu lubrificado. Outra mão acaricia-me a rola, rígida, por sobre o tecido. Sinto um corpo colado em minhas costas, a pica pressiona-me a bunda – sua respiração na minha nuca. Tudo muito breve.
Ataques vão rareando, e já posso ver o salão. Não está lotado. Rolas duras nas mãos, um ou outro boquete. Escolho um lugar, na ponta de uma fila, dirijo-me para lá. Um cara, na fileira em frente à minha, come o cu de outro. Saco a pica e passo a me manipular. Dois caras pedem licença para passar: passam roçando meu pau – os dois. Já outro se aproxima, da fila de trás; sussurra um pedido de permissão de sentar junto – aceito.
Ao meu lado, já com a pica de fora, apoderou-se da minha e massageia. Imagino que devo retribuir e toco na sua, que pinota ao meu toque. Ele geme e se arruma melhor na cadeira. Nos masturbamos devagar. Ele se abaixa e toma minha rola com a boca – suga muito bem. Engole-a toda, sinto-lhe a garganta.
Novo sussurro: “conhece a sala escura?” “Não!” “Aquela porta ali!” Levanto e, sem nem guardar a rola, me dirijo pra lá. Sinto-o atrás de mim. Nova cortina – esta dupla – e mergulho em completo pretume. Gemidos e barulhos de foda. Instintivamente, estendo a mão para caminhar e toco em corpos nus que se sarram. Avalanche de toques e dedadas me cobrem. Sem violência ou agressividade. Carinhosos. Toco em seios, desço a mão e encontro uma rola em riste.
Zero luminosidade: alguém desce minha bermuda, descobrindo-me a bunda. Uma pica plastificada chega ao meu cu e vai me penetrando. Sinto seios esmagados nas minhas costas. Uma bunda esfrega-se na minha rola dura. Tateando, localizo o cu e aprumo meu cacete. Penetro. Sou sanduíche: alguém me come e eu como alguém.
Uma boca ansiosa e cheia de pelos ao redor pousa sobre a minha, e uma língua desembarca sobre minha língua. Cheiros vários enchem o ar: de perfume, de sêmen, de suor... Retiro-me do sanduíche, caminho mais um pouco e a cena praticamente se repete. Desorientado, começo a ficar nervoso, quando uma luz vermelha informa a saída; dirijo-me para lá, passando por assédios vários. Toco a dupla cortina e de novo estou na sala de exibição.
Na ponta da fila, a minha frente, um cara balança acintosamente seu membro teso. Me aproximo e o toco. Está plastificado. Resolvo ousar: finjo que vou passar, mas paro em sua frente, baixo a bermuda e vou sentando. Ele me agarra pela cintura e vai me socando, enquanto cavalgo. Ele geme. Dois carinhas, na fila da frente, voltam-se para assistir à foda e se punhetam. Trans, os dois. Minha rola dura balança no ar. Ele acelera as estocadas e sinto a gozada dentro de mim.
Retiro sua rola do meu cu e passo, sentando três cadeiras adiante. Ele chega junto, pega-me pelo queixo e me tasca um beijo demorado. Lábios carnudos... Enquanto me beija, plastifica-me e em seguida senta-se sobre meu pau, passando a quicar, requebrar, mastigar. Sinto o gozo chegando, tento faze-lo parar, mas ele não para – ao contrário: acelera os movimentos. Não tenho alternativa senão aceitar a explosão dentro daquele homem.
Ao gemer em suas costas, ele levanta-se e minha pica ainda dura expõe o leite sobre a ponta do preservativo. Eu estou exausto. Coração acelerado. Diviso as duas da frente, que nos assistiam, também em plena foda. Uma, virada pra mim, geme, apoiada no recosto da poltrona, enquanto a outra soca-lhe o rabo. Seus seios tremem... Aproximo meu rosto do dela e rasgamo-nos num beijo aberto e molhado; sinto em sua boca o impacto cadenciado das estocadas. Acaricio sua rola megadura e seus cunhões.
Antes que terminem, levanto-me e me dirijo ao banheiro, para me livrar da camisinha cheia de porra. Ao abrir a porta, encontro um festival de fodas e boquetes. Dois caras fazem mão-amiga; me aproximo, me abaixo e pego as duas rolas – punheto uma enquanto chupo a outra. Até que acomodo as duas na boca, e minha língua fica passeando sobre as duas cabeças que se tocam. A explosão é quase simultânea – recebo os leites daqueles caralhos, engulo o que dá, o que sobra escorre pelo meu queixo. Eles se beijam enquanto gozam.
Vou à pia e passo a retirar o possível de gala do meu rosto, para sair do cinema com um mínimo de dignidade. Pia baixa, preciso arrebitar o rabo; não demora e uma pica o alcança, baixa novamente a bermuda e se enfia dentro de mim. Essa é fina e o cara parece ansioso para gozar. Acelera as enfiadas. Rebolo escrotamente, e enquanto enxugo meu rosto com o papel toalha, sinto as golfadas do gozo no meu cu. O cara retira-se de dentro de mim, dá uma tapinha de leve na minha nádega direita, guarda a rola e se retira.
Deixo o banheiro, passo pelo salão; tem mais gente do que quando cheguei. Consequentemente, mais fodas, mais gemidos... Minha rola se anima, mas está na hora de encerrar a festinha. Dirijo-me à saída, passo novamente pelo corredor humano, levo dedadas, passo a mão em alguma pica livre e dura, afasto a cortina, e meus olhos precisam se acostumar novamente à claridade da entrada.
Meu domingo está completo agora! Minha vida, satisfeita: experimentei um cinema pornô.