Uma carona inesperada — Cap 7

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Gay
Contém 4372 palavras
Data: 28/02/2022 00:59:38

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Eu havia acabado de acordar; me sentei na beira da cama e fiquei olhando para o nada, mas pensando em como minha família estava afastada pela primeira vez em toda a minha vida.

Talvez eu tivesse uma visão muito fantasiada da família perfeita e só fui me dar conta de que nada era como eu pensava ser, quando meu tio e avó brigaram.

Enfim, só vi que horas eram, quando meu tio entrou no quarto me chamando.

Ele estava preocupado e perguntou o quê eu fazia ali, parado.

Apenas disse que estava pensado na vida e ele se sentou pra conversar um pouco.

ㅡ Eu te conheço desde quando você ainda estava na barriga da sua mãe, garoto. E se você quer saber? Vai dar tudo certo! Uma hora seu avô engole aquele orgulho e vem falar comigo.

ㅡ Como sabia que eu estava pensando nisso? Virou bruxo, agora? 一 ele gargalhou e me abraçou.

ㅡ Não sou bruxo, mas se estivesse pensando no Maurício, você estaria feliz e não com essa cara de preocupado.

Vai, se levanta e bora trabalhar! Esquece esse assunto por enquanto. Ah, vê se come alguma coisa porque sua vó anda reclamando que você está meio abatido e concordo com ela.

ㅡ Eu estou ótimo, relaxa! Ah, posso fazer uma pergunta?

ㅡ Claro!

ㅡ Nossa familia nunca foi perfeita, né?

ㅡ Não! ㅡ Ele deu um breve suspiro e continuou. ㅡ Seu avô e eu sempre nos demos bem, mas ele também sempre tinha atitudes homofóbicas.

Por essa razão eu nunca contei pra eles que sou gay. Eu já sabia que ele não ia reagir bem. Mas Tavinho, esquece isso! Toda família tem conflitos e a nossa não seria diferente. Uma hora isso passa. E outra coisa, a noite você vai se encontrar com o homem dos seus sonhos, foca nisso!

一 Tudo bem! Ah, acho que preciso de roupas novas e um meio de locomoção que não dê a impressão de que eu esteja sempre viajando quando chego em algum lugar.

ㅡ Vai vender a Lata Velha? Aí, to magoado!

ㅡ Claro que não! Só vou aposentar ela um pouco. Acho que vou comprar uma moto, é mais econômico.

Ele considerou minha ideia de comprar a tal moto e combinamos de conversar sobre o assunto em outra oportunidade.

Tomei meu café da manhã e acompanhei minha vó até o supermercado ali mesmo no bairro e a ajudei com as compras.

Passamos em frente a oficina e meu avô fingiu não nos ver, mas percebi seu olhar de tristeza. Ele sentia falta da minha vó, mas o orgulho era maior que ele.

Incrível a capacidade que ele tinha em se fazer de forte.

Depois de ajudar minha vó com as compras, passei o dia enfiado no escritório fazendo ligações para os fornecedores e negociando um preço mais justo e, de repente, escuto baterem na porta.

Pedi quem entrasse e para minha surpresa, era o Maurício.

Como ele estava bonito e parecia muito feliz ao me ver. Fiquei bastante animado!

Me levantei rapidamente e fui cumprimentá-lo. Ele estava tão radiante e com um sorriso encantador de tirar meu fôlego.

Ele deu a volta na mesa e veio até mim de braços abertos.

Me surpreendi com o abraço acalorado, que de imediato me fez sentir tão a vontade, que acabei me derretendo diante àquele homem maravilhoso.

Por alguns segundos senti seu coração palpitar quando nossos corpos se tocaram.

Não consigo explicar em palavras o tamanho da minha felicidade em vê-lo ali, bem na minha frente.

Era como se fôssemos íntimos o suficiente para tamanha entrega em demonstrar nossa saudade, um pelo outro.

Aquele gesto fez-me ter um átimo de pequenas certezas de que seus sentimentos por mim era recíproco.

ㅡ Que surpresa maravilhosa! O quê te trouxe ao meu humilde estabelecimento? Precisa de alguma coisa? ㅡ disse lhe oferecendo assento e sorrindo de uma maneira boba.

ㅡ Você! Quero dizer, vim somente pra te ver; antes que fosse lá em casa. Eu fui levar meu filho na escola e, como estava voltando pra casa, achei que não seria má ideia, te fazer uma visita.

ㅡ Eu adorei! Estou entediado com tanto trabalho. Agora tenho responsabilidades, sou um homem de negócios! ㅡ Disse rindo e ele me olhava de um jeito tão carinhoso, que me fez ficar encabulado. ㅡ Mas me fala, como foi sua viajem?

ㅡ Bom, só posso dizer que foi muito lucrativa, mas deixarei os detalhes para mais a noite. Não quero tomar muito do seu tempo e também não posso demorar. Tenho uma reunião logo mais. Só queria te ver um pouco. Sei lá, senti saudades! E ter a certeza que você não se esqueceu do nosso compromisso de hoje.

ㅡ Eu jamais esqueceria e também senti saudade suas! E o Lucas, te contou sobre nosso passeio?

ㅡ Contou! Estou impressionado! Sua amizade está fazendo muito bem a ele. Obrigado!

一 Imagina! Não precisa me agradecer. Se ele está feliz, eu também estou. Mas se eu ultrapassar algum limite, por favor, me avise. Não fiz nada de errado, fiz? 一 Ele sutilmente segurou minha mão e eu não sabia o quê fazer.

ㅡ Pelo contrário, ele só fala em você e está ansioso pra te ver novamente. É que...bom...eu pretendo te agradecer direito, mas vai ter que esperar até a noite e não me pergunte nada, porque não vou dizer.

ㅡ Poxa, quanto mistério! Agora vai me deixar ansioso!

ㅡ Não me olhe assim, garoto. Vai ter que esperar!

Me senti fuzilado com seu olhar e, antes dele se levantar, disse para eu ir o mais confortável possível em sua casa e que eu levasse roupa de banho, pois entraríamos na piscina com o Lucas.

Agradeci a rápida visita e quase morri quando ele se despediu de mim com um beijo em meu rosto.

Me senti nas nuvens, mas ruborizado ao mesmo tempo e ele percebeu pois delicamente acariciou meu rosto e se foi.

Meu tio entrou em seguida e fechou a porta rapidamente.

Me entrevistou por longos minutos e perguntou se havíamos nos beijado, pois viu quando ele acariciou meu rosto.

Fiquei extremamente constrangido, mas rimos muito, pois eu parecia um garotinho apaixonado.

ㅡ Não nos beijamos, mas se ele quisesse, eu aceitaria!

ㅡ Mas de hoje não passa! Só avisa, caso não venha dormir em casa.

ㅡ Bobo! Ele disse pra eu levar roupa de banho. Nem tenho nada novo, minhas roupas estão tão usadas. Preciso ir ao Shopping assim que acabar o expediente. Não posso ir de qualquer jeito, tio!

ㅡ Faça isso! Vai dar tempo! Agora me ajuda aqui com essa tabela de preço, porque ainda temos muito trabalho pela frente.

Saí meia-hora mais cedo, fui ao Shopping e comprei umas roupas novas. Eu estava com pressa, provei tudo rapidamente e fui pra casa tomar banho e me arrumar para o jantar de mais a noite.

Eu estava no meu quarto e minha vó bateu, perguntou se poderia entrar e disse a ela que sim.

Ela sorria e disse que tinha feito uma Torta de Marzipan com ganache de chocolate; era a torta favorita da minha mãe.

ㅡ Vi que você estava bem ocupado hoje e tomei a liberdade de fazer essa torta pra você levar no seu encontro.

ㅡ Poxa, vó, muito obrigado! Eu ia passar na panificadora e comprar uma sobremesa, mas essa torta é especial e tem um significado incrível. Valeu, a senhora é demais!

Ah, eu nem sei se é um encontro. Além do mais, ando pensando muito naquele seu conselho. Acho que o Lucas e eu nos damos muito bem. Amei ter levado ele a praia ontem. Ele ficou tão feliz.

ㅡ Se vocês pretendem ter alguma coisa, é importante que o menino goste de você. Esse homem já tem uma vida e não é fácil cuidar de uma criança sozinho. Não espere ser prioridade na vida dele, porque você não será, mas você já sabe disso, não é mesmo?

ㅡ Eu sei sim e não pretendo, jamais, interferir na relação dos dois.

Bom, vamos deixar o tempo decidir se ficaremos juntos ou não.

ㅡ Seus olhos brilham quando fala dele. Eu ainda não o conheço, mas se ele for uma boa pessoa, torço pra quê dê certo. Agora termine de se arrumar, já está quase na hora de você ir.

Lhe dei um beijo na testa, agradeci por ter feito a torta e peguei minha mochila.

Desci para esperar o táxi, não queria chegar na casa dele com minha "casa" junto, embora o Lucas adorasse.

Passei o endereço ao motorista e, dentro do carro, senti minhas mãos suando de nervoso por vê-lo novamente, ainda mais em sua casa.

Assim que chegamos, vi o Lucas segurando um coelho de pelúcia; ele já me esperava e veio correndo até mim todo feliz e me agradeceu por eu ter ido até sua casa.

Imediatamente deixei a torta sobre o táxi, pois o menino pulou em meu colo, me abraçando com todas as suas forças.

Eu estava com o menino no colo e Maurício passou por mim, me cumprimentou rapidamente com um aperto de mão e gentilmente pagou minha corrida.

ㅡ Obrigado, você é muito gentil! ㅡ Disse e ele pediu ao Lucas, que chamasse Yolanda, sua cozinheira.

Maurício me convidou a entrar, agradeceu por eu ter levado a sobremesa e pediu a Yolanda que colocasse gelar.

ㅡ Não precisava ter se incomodado, mas obrigado! Parece muito saborosa. 一 Ele agradeceu pela torta que eu havia levado.

ㅡ Bobagem! É a torta favorita da minha mãe. Foi minha vó quem fez. Espero que gostem!

ㅡ Ah, pode apostar que vamos adorar, eu amo sobremesa.

ㅡ Eu também gosto! Vou comer tudo! ㅡ Lucas disse e começamos a rir.

Me pedindo permissão, tirou minha mochila das costas e a guardou no armário. Me chamou pra irmos até a piscina e fiquei encantado com a casa na árvore que ele havia construído para o Lucas brincar.

Me vendo de boca aberta, Lucas me pegou pela mão e me levou até lá.

Pediu que eu entrasse e questionei se suportaria nós três e Maurício disse que sim, pois os pilares que a sustentavam, eram de concreto.

Assim que entramos, rimos por não conseguirmos ficar em pé, apenas o Lucas.

ㅡ Caramba, tem até ar condicionado! ㅡ disse rindo e o Lucas se sentou no chão, que estava coberto por um tatame de EVA.

ㅡ Senta aqui do meu lado, Tavinho. E papai, senta do lado do Tavinho.

Achei a situação a mais fofa do mundo. Eu estava amando tudo aquilo e ficamos bons longos minutos desfrutando da aconchegante casa na árvore.

Maurício estava sentado ao meu lado e perguntou ao pé do meu ouvido, se eu queria beber alguma coisa.

Senti meu corpo entrando em combustão assim que ele se aproximou. Ele sabia que estava mexendo comigo, pois se levantou me estendendo a mão e, quando a segurei, fez questão de não me soltar e descemos de mãos dadas até a piscina.

Nesse momento, tudo ficou claro para mim e tive a absoluta certeza que ele também me queria.

Aos poucos fui perdendo a timidez e me deixei levar por ele e suas gentilezas.

Já havia uma mesa posta com todo o capricho do mundo, enquanto estávamos com o Lucas na casinha.

Estava tudo muito bonito e ele fez questão de servir vinho para nós dois.

ㅡ Espero que você goste, trouxe esse vinho especialmente pra você. ㅡ Ele disse e me sentei na borda da piscina com os pés dentro d'água.

ㅡ Confio em você! Mas vai me deixar mal acostumado me tratando bem assim!

ㅡ Poxa, deixa eu te mimar um pouco!? Você merece! Lucas disse que você o ajudou a conversar com sua mamãe. Ele estava tão empolgado. Obrigado! Faz tempo que não vejo meu filho tão feliz e é graças a você.

ㅡ Bom saber que ele se divertiu. Espero ter mais oportunidades como as de ontem. Me faria feliz também. Ele é um bom garoto, Mauricio, e não me deu nenhum trabalho.

ㅡ Que bom! Ele é um menino muito sensível e muito apegado a mim. Fiquei admirado quando ele aceitou sair contigo. Ele não gosta de sair nem com minhas irmãs, mas contigo foi diferente. Ele gosta muito de você e isso é muito importante pra mim e creio que seja importante pra você também, não é mesmo?

一 É sim! Eu poderia me fazer de desentendido, mas acho que não preciso. Se o Lucas não gostasse de mim, eu nem estaria aqui. Não quero de forma alguma que ele pense que estou invadindo seu espaço. E se ele me permitir ficar, eu fico! 一 Nos encaramos por alguns segundos e era fato que nós dois estávamos apaixonados.

一 Se depender do Lucas, você fica!

一 E se depender de você? Fico?

Ele não me disse nada, apenas me estendeu sua mão e pediu para que eu o acompanhasse; me levou até seu quarto e abriu uma gaveta na mesa de cabeceira.

Maurício pegou uma caixa a abrindo e tinha um cordão lindíssimo e fez questão de me presentear.

Me pedindo licença, me pediu para deixá-lo colocar em meu pescoço e nesse momento nossos olhos se encontraram e ouvimos o Lucas nos chamando.

一 Droga, queria te dar um beijo, agora! 一 Ele disse baixinho em meu ouvido e desejei o mesmo.

一 É muito lindo, nem sei o quê dizer. Muito obrigado! Me abraça!?

一 Você merece! 一 Ele sorriu e me abraçou bem apertado, como se não quisesse nunca mais me soltar.

Disfarçamos um constrangimento por quase o Lucas ter nos pego em um possível beijo e Maurício pegou o menino no colo.

Lucas segurava um livro de histórias e perguntou se eu leria pra ele antes de dormir e prontamente disse que sim.

Agradeci o presente novamente e voltamos para piscina.

Lucas disse que queria entrar na água e Maurício pediu que ele fosse se trocar e que também faríamos o mesmo.

Vesti um calção de banho e, quando retornei a piscina, eles já estavam dentro d'água.

ㅡ Vem brincar comigo, Tavinho?! ㅡ disse o Lucas nas costas do pai.

Entrei na piscina e a água estava uma delícia.

Brincamos um pouco com o Lucas, que se ria todo feliz com nossas peripécias.

Senti uma paz no meu coração. Uma sensação boa que me fez sentir estar em casa. Era como se nos conhecêssemos há anos. Nossa afinidade era inexplicável.

Yolanda trouxe o jantar, arrumou a mesa e saiu sorrindo em ver a felicidade do Lucas.

Saímos da piscina, trocamos de roupa e jantamos com o Lucas perguntando o tempo todo se poderia comer a torta que eu havia levado.

ㅡ Está tudo delicioso! Faz tempo que não me divirto tanto. ㅡ disse e Maurício segurou minha mão sutilmente.

ㅡ Fico feliz que tenha gostado! E me desculpe o atraso. Acho que acabei exigindo demais da Yolanda. Queria que ficasse tudo perfeito.

ㅡ E ficou! Relaxa, eu amei o jantar.

Lucas nos interrompeu e perguntou se poderia comer a torta que eu havia levado.

Eu mesmo fiz questão de servir e eles adoraram tanto que repetiram.

De repente vi se aproximando uma outra senhora, era a babá do Lucas e veio chamá-lo para escovar os dentes e dormir.

Ele disse que iria, mas eu teria que ler a história que eu havia prometido.

Maurício e eu subimos, esperamos ele se vestir pra dormir e, como a cama era de casal, ele se deitou encostado na parede para que sobrasse espaço para Maurício e eu sentarmos.

Fiquei no meio dos dois. Confesso que eu estava meio constrangido, mas conforme fui lendo a história e rindo com o Lucas, percebi o quanto Maurício estava relaxado ao meu lado e, então, me deixei levar pelo momento.

Lucas não demorou a dormir e saímos do quarto bem devagar para não acordá-lo.

Descemos e voltamos para a piscina. Percebi que haviam tirado a mesa do jantar e colocaram uma garrafa de vinho com taças no lugar.

ㅡ Bom, agora somos só nós dois! ㅡ Maurício disse e fiquei com um pouco de vergonha.

ㅡ Quando quiser dormir, me avisa e vou embora.

ㅡ Dormir? Não, ainda é cedo! Quero curtir essa noite maravilhosa contigo.

ㅡ Posso te fazer uma pergunta?

ㅡ Claro!

ㅡ Por que ficou tantos dias sem falar comigo? ㅡ Ele arrastou a cadeira para mais perto de mim e deu um longo suspiro.

ㅡ Pensei que você não iria mais se lembrar dessa parte, mas vamos lá! Bem, eu sou um tonto! E não me olhe como se não entendesse o quê está acontecendo entre nós. ㅡ Nessa hora senti meu corpo pegando fogo e não sabia o quê dizer.

ㅡ E o quê está acontecendo aqui, tem a ver com o fato de você ter me ignorado?

ㅡ Gosto de você e sei que também gosta de mim! Pensei ser o certo a fazer, naquele momento. Você é jovem e eu tenho uma bagagem imensa. Eu estava disposto a não mais falar contigo e fingir que você nunca me deu aquela carona, mas você não saía da minha cabeça. Pior foi os dias que fiquei sem entrar em contato contigo; meu filho não parava de falar em você todas as vezes que eu ligava pra ele; sempre querendo saber quando ele iria te ver novamente. Caramba, não tinha como te esquecer!

ㅡ Não acredito nisso! Você quase estragou com tudo.

ㅡ Me desculpa!? Diz que sim!

Me levantei e fiquei olhando para o céu; estava lindo!

Fiquei imaginando o quê se passava pela cabeça dele, afinal, estava me poupando de algo que eu não queria ser poupado. E se ele simplesmente tivesse sumido?

ㅡ Pensei que tinha encontrado algum argentino bonitão e se esquecido de mim. ㅡ disse quase rindo e senti seus braços me puxando para perto de seu corpo.

ㅡ Bobo! Sério que pensou isso? Eu fui a trabalho e estava ocupado demais pensando em você. Não tive tempo de olhar para mais ninguém. Olha pra mim!

Me virei de frente pra ele e suas mãos seguravam meu rosto delicadamente me guiando até o centro do seu peito e o abracei com todas as minhas forças.

Suas mãos acariciavam minhas costas e ouvi sua voz bem baixinho no meu ouvido, me pedindo um beijo e não precisou pedir duas vezes.

Me entreguei a ele em um beijo apaixonado. Meu mundo parou naquele momento e jamais beijei alguém com tanta paixão.

Ele foi parando o beijo devagar e me olhando, disse estar apaixonado por mim.

Sorri lhe dando longos selinhos e me declarei também estar apaixonado por ele e o ameacei caso pensasse sumir novamente de minha vida.

ㅡ Está me ameaçando, de verdade? 一 Ele gargalhava e soquei seu ombro.

ㅡ Ah, estou!!! Nunca mais faça isso!

ㅡ Só se estiver disposto a embarcar nessa comigo, topa?

ㅡ Está me pedindo em namoro? Assim, de cara? 一 Eu me senti completamente envaidecido.

ㅡ Ah, acho que estou! Quer namorar comigo?

ㅡ Hum...deixa eu pensar... ㅡ Ele me jogou na piscina e, em seguida, pulou na água comigo.

ㅡ Você é um bobo, garoto! Vai namorar comigo, sim! 一 Eu não conseguia parar de rir, pois ele havia molhado toda minha roupa.

ㅡ Claro namoro contigo! Mas e o Lucas? Não tenho filho, não sei como irei agir diante tudo isso e ele me vê como um amigo. Tenho medo de dar um nó em sua cabecinha e não conseguir desfazê-lo. Estou me preocupando a toa?

Ele me encostou na borda da piscina e, ficando de frente a mim, disse que daríamos um jeito de contar, da forma mais natural possível, pois não tinha nenhuma intensão de manter nossa relação escondida de ninguém.

Não sei porquê, mas me senti seguro com suas palavras e tocamos no assunto do nosso acampamento.

Seria o momento ideal de contarmos ao Lucas, sobre nós é decidirmos fazer no próximo final de semana.

Estávamos tão felizes que nem percebemos a aproximação da Yolanda. Ela estava toda sem graça quando nos viu aos beijos e, eu, mais que rapidamente saí dos braços do Maurício morrendo de vergonha pelo flagra.

Muito gentil, ela perguntou se precisávamos de mais alguma coisa e Maurício disse que ela já poderia se deitar, pois ele mesmo daria conta de ajeitar tudo antes de dormir.

一 Hei, vem aqui! Não foge de mim, assim não. 一 Ele disse e fui me aproximando lentamente.

一 Fiquei sem graça, sei lá! Não tenho costume de outra pessoa me flagrar aos beijos com alguém.

一 Eu também não, mas agora já foi! Quer entrar? Podemos assistir alguma coisa e quando você quiser ir, eu te levo. Bom, por mim, você dormiria aqui.

一 Agradeço o convite, mas não sei se é uma boa ideia eu já ir invadindo assim o espaço do Lucas. Aceito subir contigo e ficar abraçado assistindo um filme, mas prefiro que me leve depois.

一 Tudo bem, eu te respeito! Vamos?

Eu o ajudei a levar toda a louça que sujamos para dentro e fiz questão de lavar, antes de irmos para seu quarto.

Subimos devagar para não acordar ninguém e ele acabou me emprestando uma roupa seca, pois precisou colocar a minha na secadora.

Deitamos na cama, ele ligou a tv e ficamos assistindo um filme e tomando o resto da garrafa de vinho.

Eu estava deitado entre suas pernas e apoiado em seu peito, quando senti suas mãos acariciando meu rosto.

Tudo era tão palpável; todas as emoções e sentimentos que fervilhavam em mim eram tão reais, que desejei jamais estar em outro lugar a não ser ali.

Eu simplesmente me entreguei aos seus carinhos.

Nas pouquíssimas vezes que me relacionei de fato com alguém, não passou nem perto de tudo que eu estava sentindo naquele momento.

Ele me tomou em seus braços e, quando dei por mim, já era de manhã.

Acordei perdido, desesperado e tentando entender o quê havia acontecido ou o quê não havia acontecido, pois estava ciente que havia bebido além do quê era acostumado.

Me levantei devagar, na tentativa de não fazer barulho, mas foi em vão. Maurício acordou e me puxou de volta pra cama.

一 Estava indo embora sem me dar um beijo? 一 E le disse me beijando e retribui o carinho.

一 Eu bem que tentei, mas você não deixou. A…gente…? Eu dormi? 一 Confesso que fiquei envergonhado em perguntar e ele simplesmente sorriu.

一 Fique tranquilo! Eu jamais transaria com você estando bêbado, mas foi quase. Eu estava pior que você, mas quando senti que estava esquentando demais o clima, pedi para pararmos. Você sorriu lindamente dizendo que queria, mas te coloquei no meu peito e você dormiu. Te deitei melhor e caí no sono também. Não se preocupe, está tudo bem.

一 Você não existe! Bom, eu preciso ir. Me leva?

一 Mesmo? É sábado, fica comigo!? Podemos passar o dia só nós três aqui em casa. Hoje é folga da Yolanda e da babá. Eu adoraria cozinhar pra vocês. Sabe quem iria adorar que você ficasse?

一 Está me chantageando e, ainda por cima, usando seu filho? 一 Comecei a rir e ele me abraçou.

一 Estou! Vai ter coragem de ir embora?

一 Eu aceito! Só preciso dar um jeito de sair daqui sem que ele me veja. E se eu for para um quarto de hóspedes?

一 Deixa que do Lucas, cuido eu. Não precisa ficar cheio de dedos com ele. Quero que ele saiba que estamos juntos da forma mais natural possível, já conversamos sobre isso. Ele é um menino ótimo e vai saber entender.

一 Tudo bem! Será como você quiser. Vou no banheiro, já volto!

Lhe dei um selinho e pulei da cama rapidamente.

Ele me mostrou onde estava tudo que eu precisava e voltou para o quarto.

Fiz minha higiêne matinal e, assim que voltei, vi o Lucas sentado na cama, vendo desenho.

Fiquei paralisado, em choque! Eu não sabia se ia ou se me escondia no banheiro, mas ele me viu.

Como sempre, ele correu até mim e girei com ele no colo o sentando novamente na cama.

一 Bom dia, Tavinho! Você dormiu aqui, que legal!

一 Bom dia, bagunceiro! Sim, eu dormi. Onde está seu pai?

一 Não sei! Acho que desceu pra tomar café. Assiste desenho comigo?

一 Claro!

Me senti um pouco envergonhado por estar ali, ocupando um lugar que, antes, era da mãe do Lucas.

Uma sensação de estranheza foi tomando conta de mim, até que a porta se abriu e Maurício trazia uma bandeja enorme com o café da manhã.

Vi que sua expressão mudou assim que viu o Lucas.

Assim, como eu, ele também se sentia um pouco envergonhado, mas manteve a naturalidade.

Ele deixou a bandeja em uma mesa de centro e o menino pulou em seu colo lhe dando bom dia.

Nosso constrangimento foi se dissipando aos poucos. Nos sentamos no chão em volta da mesa do café e Maurício fez questão de nos servir.

Lucas estava bem animado. Tanto que me fez rir a todo momento.

Era uma situação que jamais imaginei estar e, por mais que parecia estranha, eu estava me sentindo bem e incrivelmente como se eu estivesse em casa. Era como se aquele momento tivesse sido reservado para mim.

Assim que o Lucas terminou o café da manhã, ele nos deu um abraço e disse que iria brincar em seu quarto e nos deixou a sós.

一 Me desculpe! Não imaginei que ele acordaria tão cedo, hoje. 一 Maurício disse e me sentei na cama.

一 Eu saí do banheiro e ele estava aqui assistindo o desenho. Fiquei sem saber o quê fazer. Ele perguntou se eu havia dormido aqui e, sei lá, acabei confirmando. Ele pareceu não se importar. Até achou legal. 一 Disse rindo e Maurício me abraçou.

一 Está vendo? Não se preocupe com ele. Quando chegar a hora certa, vamos contar que estamos juntos. Tudo bem?

一 Tudo bem!

一 Bom garoto! Agora relaxa e termina seu café…

Continua…

*

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Desculpe a demora!

Como vcs estão? Espero que bem!

Volto assim que possível! Grande beijo e até o próximo capítulo! Abraços! 😉🏳️‍🌈

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Comentários

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Que saudade eu estava, por favor não nos deixe mais tanto tempo assim.

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Tentarei não demorar tanto, mas tá difícil viu rs

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Volta nos prestigiar com esse maravilhoso ato de amor

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Que bom que voltou, fico feliz!

Ótimo conto, como sempre.

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