O que é o Amor! (3a Temporada - CAPÍTULO 04) - Um Amigo Indesejado

Um conto erótico de IDA (Autorizado por Nassau)
Categoria: Heterossexual
Contém 5089 palavras
Data: 04/02/2022 02:10:16
Última revisão: 30/11/2022 18:42:04
Assuntos: Heterossexual

Renato recebeu e ficou abalado com o relatório que recebeu de Edna sobre Elisa. O relatório mostrava uma vida difícil, principalmente após a morte do irmão vingando o assassinato da irmã pelo namorado. Depois disto foi enganada por um professor inescrupuloso que se aproveitou dela.

Enquanto isto Bruna, depois de passar por uma situação inesperada na Itália se mudou para a França.

Continua ...

Capítulo 04 – Um Amigo Indesejado

Renato foi cedo para o escritório na manhã seguinte. Antes das sete horas já tinha passado pela mesa de sua secretária e levado a correspondência e recados para seu escritório e, depois de examinar alguns, em uma folha de bloco de recados rosa, a característica das mensagens de Edna, leu a mensagem resumida: “Precisamos conversar. Me ligue quando puder.”

Sabendo que naquela manhã deveria estar estudando o processo que estava com Elisa, resolveu que a melhor hora seria naquele momento, então chamou o ramal de Edna e nem ficou surpreso quando ela atendeu no segundo toque, pois Edna sempre foi a primeira a chegar na empresa. Em poucas palavras ficou combinado que ela viria até seu escritório e, menos de cinco minutos depois, Edna entrou sem bater à porta. Ela trazia um maço de folhas sulfite que abraçava mantendo de encontro ao corpo. Ele falou em tom de brincadeira:

–(Renato) O que é isso aí? Está juntando os documentos que sua protegida esparramou pela empresa toda e ferrou com o processo?

–(Edna) Não, não e não outra vez. – Respondeu Ester um pouco séria demais para quem sabia que se tratava de uma brincadeira. Renato já conhecia sua amiga e colaboradora fiel há tanto tempo que aguardou que ela explicasse o que seria cada um daqueles papeis, o que não demorou a acontecer: Não são aqueles documentos do processo, ela não esparramou nada pela empresa toda, só lá sala de cópias e o processo não está ferrado, pois até mesmo os documentos danificados já foram substituídos. Ah sim! E antes que eu me esqueça, ela não é minha protegida.

Renato apenas sorriu sem acrescentar nenhum comentário e aguardou e Edna foi direto ao assunto que a tinha levado até ali:

–(Edna) Bom Renato. Não sei se você percebeu, mas andamos meio bagunçados por aqui. Desde que a Bruna foi embora que as coisas começaram a ficar confusas. Antes tínhamos uma definição nítida das tarefas e cada tipo de processo ficava a cargo de um de nós. Você atuava na área cível, a Bruna na área penal e eu ficava com o resto que sempre foram em menor número, pois os dois primeiros sempre foram nossa prioridade. Além disso, sempre pude contar com a ajuda de Álvaro que faz toda a parte administrativa e na época me ajudava. Quer dizer, ele ajuda até hoje. Mas esse não é o ponto.

Renato ouvia atentamente e Edna sabia que ele só diria algo depois que ela terminasse sua explanação, a não ser que ele detectasse algo muito importante, então ela continuou:

–(Edna) Depois que a Bruna saiu você passou a acompanhar os processos penais e cíveis, porém, não tem como você cuidar de ambos, acho que ninguém conseguiria, nem mesmo você que sempre foi o mais ativo entre nós. – Nessa hora Renato fez um movimento com a mão na frente do seu rosto, como se quisesse dizer que dispensava os elogios e para que ela prosseguisse e foi o que ela fez: – Então, para mim não mudou nada porque continuei cuidando dos mesmos tipos de processo, porém, isso só na teoria, porque na prática a coisa está muito diferente.

“Como você está sobrecarregado, muitos dos processos que seriam para você acompanhar acabam ficando comigo, isso sem falar que toda a parte de administração de pessoal, que a Bruna fazia muito bem, acaba estourando no meu colo. Com isso, eu estou sobrecarregada, você está sobrecarregado e é muita coisa para que a ajuda de Álvaro resolva. Então planejei uma reorganização e gostaria de discutir com você para que, se for aprovada, colocaremos em prática”.

–(Renato) Boa ideia. Vamos ver o que você tem aí. – Disse Renato a incentivando a continuar.

–(Edna) Então. A minha sugestão é que você fique com os casos de processo cível e deixe os casos do penal para outra pessoa. Eu volto a cuidar do resto e a administração dos recursos humanos fica com o Álvaro que é melhor que eu para cuidar das pessoas.

–(Renato) Até aí tudo bem. Só faço uma ressalva. Gostaria que você e seu marido, voltando a um assunto que já conversamos, assumissem a sociedade. Nós podemos dividir os cinquenta por cento que me pertencem em três e quando a Bruna voltar conversamos com ela para dividir a parte dela também.

–(Edna) Você acha que a Bruna vai voltar algum dia? – Perguntou Edna dando uma entonação a voz que deixava bem claro que ela duvidava que isso viesse a acontecer.

–(Renato) Bom! Um dia ela vai ter que vir. Nem que seja para vender a parte dela, ou exigir a liquidação da empresa. Sei lá. Essa situação atual não pode ser ad eternum.

–(Edna) Tudo bem. Vou novamente falar com o Álvaro a respeito disso e você pode ir pensando no preço que vai querer para abrir mão de dois terços de sua parte.

–(Renato) Não preciso pensar. Não tem valor. Eu passo para vocês e pronto.

–(Edna) Sei não. Desconfio que o Álvaro não aceitará isso. Ele é muito orgulhoso.

–(Renato) Mas você aceita, não aceita?

–(Edna) Para dizer a verdade, não acho que isso seja justo. Por outro lado, eu te conheço o suficiente para saber que você vai ficar insistindo nisso até nos vencer pelo cansaço. Então vou ficar de fora assistindo essa disputa de camarote. Mas te prometo que aceitarei o que vocês, meninos, decidirem.

Chamar Álvaro de menino era uma brincadeira de Edna que dizia que só usava esse termo quando se referia a eles todos: Renato, Bruna, Álvaro e ela mesma como se fossem todos de uma mesma família.

–(Renato) Você já conversou com o Álvaro sobre este assunto? – Perguntou Renato.

–(Edna) Já sim e, antes que você pergunte, ele se interessou. Ele já deve ter pensado e feito planos para levantar o dinheiro. Venda de carro, venda da nossa casa na praia. Sei lá o que mais. Mas ele demonstrou muita empolgação.

–(Renato) Bobagem dele se preocupar com isso. Afinal de contas, você e seu marido são hoje a única família que tenho.

Edna não conseguiu disfarçar a emoção em ouvir aquilo e sabia o tanto de verdade que tinha na afirmação de Renato. Foi ela e Álvaro que seguraram as broncas de Bruna e Renato quando houve o episódio dela com o tio dele e sempre procuraram dar conselhos que levassem os dois a ficarem juntos. Faziam isso porque sabia que eles se amavam. Depois, o casal de idosos ficaram ao lado de Renato quando Bruna surtou de vez e entrou em uma roda viva destrutiva.

Eles tomaram essa atitude, não por terem ficado magoados com a atitude dela. Eles cuidaram só do Renato e não dela pelo simples motivo que ela nunca os procurou. Ela não pediu conselho, não contou seus problemas e, quando resolveu largar tudo e sair pelo mundo, se limitou a informar a todos e nunca mais entrou em contato com eles. Tanto Edna como Álvaro entendiam que a culpa de tudo o que aconteceu era de Bruna, porém, eles a viam como uma filha, assim como Renato era o filho.

Um casal de filhos que eles nunca tiveram e de repente ganharam ao frequentar uma faculdade tardiamente, pois já deviam estar aposentados e em vez disso, iniciaram ambos outra profissão. Para Edna, foi o destino que os direcionou para aquilo, para Álvaro, muito religioso, era a mão de Deus. Álvaro tinha uma crença tão forte em Deus que um dia, quando Edna lhe perguntou como ele agiria quando e se a Bruna voltasse, ele respondeu sem vacilar:

–(Álvaro) Não quando e se. Só quando. Ela vai voltar e, quando ela voltar, vai ser tratada como foi o filho pródigo da parábola de Jesus Cristo.

Edna, naquele dia chorou muito. A ausência de Bruna lhe causava dor maior do que se podia imaginar, porém, jamais ela e seu marido iriam atrás dela para fazer com que mudasse de ideia. Isso não era da natureza deles. Porém, havia uma coisa no qual eles não concordavam: Álvaro acreditava que Bruna voltaria, ela e Renato se acertariam e voltariam a ser um casal feliz, ao passo que ela achava que isso jamais aconteceria.

Aquela relação era como um vaso quebrado em mil pedaços, ou seja, poderia até ser colado pedaço a pedaço, mas isso demandaria muito tempo e paciência e ela não achava que, tanto Renato como Bruna tivessem qualquer um dos dois. Não na quantidade necessária. E também, mesmo depois de remontado através de cola, um vaso nunca mais vai ficar igual ao que era antes e isso também se aplicava aos seus queridos filhos.

–(Renato) Planeta terra chamando! – Falou Renato segurando a mão de Edna e balançando.

–(Edna) Ah! Desculpe! Eu viajei aqui com o que você falou. – Respondeu Edna com voz sonhadora.

–(Renato) Então aterrissa e vamos em frente. Vamos deixar essa parte da sociedade para discutirmos depois em três. Continuemos com os seus planos. – Estimulou Renato e já foi dando sua opinião. – Você não mencionou que vai assumir os processos penais.

Edna pensou muito antes de falar, demonstrando que estava indecisa:

–(Edna) Então. Como eu tenho estado mais em contato com o nosso pessoal, tenho observado e avaliado cada um deles. Você sabe que essa não é uma tarefa …

–(Renato) Pare de enrolar e desembucha logo Edna. Eu te conheço o suficiente para saber que você já tem um nome.

–(Edna) Tenho sim. Acho que a pessoa indicada é a Elisa. – Ao dizer isso, Edna baixou a voz a um volume quase inaudível. Porém, não tanto para que Renato não a ouvisse.

–(Renato) O QUE? VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO. – Gritou ele.

–(Edna) Fale baixo Renato. Ninguém precisa saber o que estamos falando aqui.

Renato obedeceu e baixou a voz, continuando seu protesto:

–(Renato) Que loucura é essa Edna? Parece que você se encheu de amor maternal por essa garota! Presta atenção no que você está falando …

–(Edna) É que …

–(Renato) Não. A credencial da OAB dela não deve ter um ano. Ela não consegue nem falar direito. Ela é inexperiente, se veste mal o que lhe dá uma aparência bizarra e nem sei se ela tem alguma capacidade de liderança para chefiar. Para. Você agora exagerou.

–(Edna) Você viu o vídeo que te mandei dela?

–(Renato) Vi sim. Parece tudo legal, mas você não pode achar que, por se impor em uma reunião com esse pessoal nosso, onde a maioria valoriza mais o dinheiro que o conhecimento é a mesma coisa que falar diante de um corpo de jurados.

–(Edna) Você está enganado sobre ela. Ela só passou por um trauma. Você leu o relatório sobre ela. Ela é boa. Confio nisso. Quem que, sozinha, sem apoio e sem ajuda profissional consegue se sobrepor a um trauma como o dela? Você pode citar alguém?

–(Renato) Não. Não conheço. Nem ela eu diria. Afinal, já tivemos demonstrações de sobra de que ela não venceu trauma nenhum. Eu nem consigo me comunicar com ela. – A voz de Renato demonstrava toda a sua irritação. – E quanto ao resto? Apresentação pessoal, inexperiência e tudo o mais? Como você vai resolver isso?

Edna também começava a se irritar e subiu um ponto.

–(Edna) Quer dizer que a forma dela vestir te incomoda? Deixa de ser bobo Renato. Volto a insistir, você leu o relatório. Ela sempre teve problemas financeiros e continua tendo, está tudo lá. Com um salário melhor eu garanto que ela vai ser a moça mais vistosa em qualquer tribunal. E quanto a experiência, vou te lembrar uma frase do escritor e filósofo mineiro Ledo Ivo: “A experiência é como faróis instalados na traseira de um carro”.

–(Renato) E isso quer dizer que?

–(Edna) Quer dizer que a experiência só ilumina o caminho já percorrido. Para ir em frente é preciso ter inteligência, força de vontade, discernimento ao julgar e ela tem tudo isso.

–(Renato) É. Estou vendo que você se apaixonou mesmo pela tal de Elisa.

–(Edna) Quer saber, Renato. Deixa pra lá. Estou indo.

Dizendo isso, Edna pegou suas anotações e saiu da sala pisando duro, cuidando para que, ao fechar a porta, ela batesse e provocasse um barulho. Era a forma dela dizer a Renato que ele a estava decepcionando.

Aquele assunto, porém, não terminou naquele dia. Durante o resto daquela semana e na semana seguinte, sempre que ficavam a sós, Edna e Renato voltavam no assunto e a discussão sempre acabava com um dos dois se estressando e encerrando o assunto de forma brusca e demonstrando irritação. Até que, na sexta-feira, Renato sugeriu:

–(Renato) Vamos fazer o seguinte. Marque uma reunião para segunda-feira no final do expediente. Mas quero o Álvaro presente nessa reunião.

–(Edna) E você pensa que eu já não consultei o Álvaro? Lógico que já!

–(Renato) E o que ele disse?

–(Edna) Ele disse que não pode opinar. Não conhece a garota direito.

–(Renato) Então fale para ele conhecer. Afinal, ele também é sócio nessa empresa e a opinião dele é importante.

–(Edna) Esse assunto de sociedade ainda não foi decidido Renato. Você já falou com ele?

–(Renato) Falei. E ele disse que só aceita se pagar pela parte de vocês.

–(Edna) Bom. Eu te avisei. – Comentou Edna com expressão que demonstrava superioridade.

–(Renato) Ok! Eu queria compensar toda a dedicação que vocês tiveram comigo e com essa empresa, mas está difícil. – Lamentou Renato e, depois de pensar um pouco, completou: Vamos fazer assim então. Marcaremos a reunião para decidir sobre a sociedade e, quando estivermos juntos você entra no assunto “minha advogada preferida” e a gente vê como fica.

–(Edna) Você é tão irritante quando resolve ser irônico que fico com ganas de te dar um soco. – Disse Edna já se afastando e pisando duro.

...

Enquanto Edna e Renato se digladiavam com relação ao assunto Elisa, Bruna já se instalara na França. Existente desde antes da invasão romana, guarda até hoje resquício da antiguidade. É também uma cidade fervilhante, tendo sido considerada pela revista Times em 2008 como a cidade com mais vida na história. Além disso, tem o orgulho de ser a cidade natal do escritor Júlio Verne.

Entretanto, Bruna não teve muito tempo para disfrutar da história, beleza e vida de Nantes, pois mal teve tempo de se instalar e já teve que começar a frequentar as aulas.

Já, no primeiro dia de aula, teve uma surpresa que a deixou pesarosa, apesar de ser algo que deveria deixá-la feliz. Entre os participantes do curso havia cinco brasileiros. Três mulheres e dois homens, todos com idades compatíveis a dela e também cada um deles de uma cidade diferente do Brasil. Havia uma baiana, uma de Santa Catarina e outra de Goiás.

Entre os homens, um era gaúcho e o outro era Anderson, de São Paulo e fonte do pesar de Bruna, pois os pais deles pertenciam ao mesmo círculo social dos pais dela e, para ficar ainda pior, estudaram juntos todos os ciclos de ensino até chegarem na faculdade e Anderson, quando criança e até na adolescência se referia à Bruna como namorada. Ela já ficou com a certeza de que teria aborrecimentos.

Anderson se tornara um homem bonito. Aquele menino que sempre agira como um nerd, tinha cara de nerd e agia como um nerd, ou seja, um nerd completo, agora era um homem alto, com mais de um metro e oitenta, corpo moldado em academia e, apesar de moreno, possuía olhos azuis e um rosto com traços harmoniosos, porém, com uma aparência máscula, e não escondeu de Bruna sua alegria ao saber que conviveria os próximos oito meses.

Apesar de toda a indiferença que demonstrava com relação a Anderson, ela não conseguiu se ver livre dele. Como a estada de Anderson na França fora planejada com mais tempo e, tendo dinheiro suficiente para viver bem em qualquer lugar no mundo, ele alugou um apartamento o qual mobiliou ao seu gosto e já era proprietário de um Lamborghini que adquiriu na fábrica e isso fez com que ele se candidatasse a ser o protetor, guia turístico e tudo o mais que Bruna precisasse na França.

Lógico que suas intenções não eram tão altruístas assim, pois ele tinha tido sim uma paixonite por Bruna e via agora surgir a oportunidade de se aproximar dela. Sua intenção era levar a mulher para cama, porém, não via problema nenhum caso isso se tornasse algo mais sério. Sua própria família ficaria muito feliz em ter Bruna como nora, mesmo sabendo que ela já fora casada, pois ninguém sabia que Bruna e Renato nunca tomaram nenhuma providência para desfazer o casamento deles. Oficialmente, ainda eram marido e mulher.

Com a desculpa de estudarem juntos, uma vez que a administração do curso não permitia que os componentes de um grupo formado com vistas aos trabalhos fossem todos de um mesmo país. Assim, eles foram divididos em grupos de cinco e só era permitido dois de cada país em um mesmo grupo e Anderson foi logo administrando tudo para que ele e Bruna ficassem no mesmo grupo, o que fez com que ficassem próximos um do outro e passassem a ser vistos sempre juntos e, enquanto ele já acreditava que ter sua amiga nos braços eram favas contadas, Bruna gastava algum tempo para encontrar uma forma para que ele entendesse que eles só poderiam ser amigos.

Não que isso fosse fácil. O interesse dele já havia disparado aquele gatilho que a transformava na mulher que agia sem pensar e se entregava àqueles que demonstravam interesse. Porém, ela estava determinada a mudar isso e, apesar de sentir suas carnes queimando de desejo, sempre dava um jeito de evitar de se entregar a ele.

Esse fato ocasionou noites de insônia, muito sexo solitário, por parte dos dois, uma vez que Anderson também viva se masturbando ao se imaginar na cama com aquela linda mulher. Ou seja, o que poderia ser um acontecimento que a ajudaria a passar aqueles oito meses na França, acabou por se tornar uma verdadeira tortura.

Outra coisa que incomodava Bruna era com relação ao aprendizado do idioma. Por estarem sempre juntos, o idioma usado era sempre o português enquanto, na sala de aula e durante as reuniões para os estudos em grupo, eram obrigados a usar o inglês, já que os outros três componentes do grupo eram: um hindu, um chinês e um russo.

Por causa disso, Bruna acabou por entregar os pontos e comprar um carro para ela e assim não ficar dependente de Anderson com relação ao transporte. Também usou esse veículo para viajar sozinha nos finais de semana, visitando outras cidades da França, onde se misturava aos locais e procurava fugir do estereótipo de turista.

Em uma dessas viagens aconteceu algo inesperado. Retornava para a cidade de Nantes em um domingo à noite quando se viu envolvida em um acidente de trânsito. Não fosse um detalhe, nada aconteceria, pois o acidente foi leve e ninguém se feriu. Até mesmo seu carro não teve avarias que impedisse dar continuidade na viagem.

Entretanto, o proprietário do outro carro envolvido tinha que fazer um boletim de ocorrência com vistas a se reembolsar com a seguradora pelos reparos que seriam necessários e, quando a polícia compareceu ao local para adotar essa providência, constatou-se que Bruna não possuía a licença internacional que permitia dirigir em outro país.

Era como ela estivesse dirigindo no Brasil sem sua CNH e, como as leis de trânsito nos países europeus são severas, ela foi encaminhada para uma delegacia e não viu outra saída senão ligar para pedir ajuda a Anderson que, sem vacilar um segundo, foi ao encontro dela.

Anderson se viu em uma situação em que sua única utilidade foi a de servir de companhia para Bruna. Não teve acordo. Ela teria que comparecer perante um juiz no dia seguinte para responder por sua conduta irregular. Um advogado foi contratado às pressas e ela se viu na condição de condenada a prestar serviços para a comunidade, pagar uma pesada multa e estava proibida de dirigir, com ou sem licença internacional pelo período de seis meses, prazo esse maior do que o que restava para terminar o curso.

A cidade onde ocorreu o acidente ficava a uma distância de 80 quilômetros de Nantes e a viagem de volta foi um caleidoscópio de emoções para Bruna diante da insistência de Anderson. Depois de prestar um favor para ela, se deslocando para salvá-la, mesmo perdendo um dia de aula, entendia que agora por gratidão teria o seu interesse por ela correspondido. Bruna percebia isso e ficava imaginando como um cara tão inteligente como ele poderia agir de forma tão infantil e, ao mesmo tempo, o interesse que ele demonstrava provocava nela um tesão enorme e ela tinha que lutar contra isso.

Para piorar, ela estava subindo nas paredes. Já fazia mais de dois meses que Clara não aparecia, alegando problemas na sua empresa e a falta de sexo, que por si só já era um fator que complicava, agora ainda tinha sua libido sendo multiplicada pelo interesse. Ela procurava observá-lo e via que, apesar de todos os indícios de que ele estava excitado, não dava para notar se o pau dele estava duro.

Pensou, de forma jocosa: “Nossa! O cara está subindo nas paredes também. Dá até para perceber as narinas dilatadas e a respiração acelerada, além de sua voz que está um pouco tremida, mas o pau a gente nem nota. Deve ser muito pequeno.”

Depois, tentando se controlar, se criticava: “Não. Eu não posso fazer isso. Não quero mais passar pelos problemas que já passei. Além do mais, se eu vacilar ele vai começar a agir como se fosse meu dono. Tenho que resistir.”

Mas não resistiu.

Quando chegaram ao apartamento dela ele fez questão de acompanhá-la até dentro do apartamento que ela alugara e tentou a sorte, pois mal entrou a abraçou por trás e encostou seu corpo ao dela, dando beijos no rosto, orelha e só não na boca porque ela virava o rosto sempre que ele tentava.

Porém, as mãos dele subindo por seu abdômen em direção aos seus seios e a respiração ofegante no seu pescoço minaram a resistência dela que, depois de evitar o beijo pela quarta vez, entregou-se na seguinte e deixou seus lábios ao alcance da boca ávida dele e foi se virando até ficarem de frente. Enlaçou então o pescoço dele e começou a fazer carinhos no cabelo dele, ouvindo o gemido abafado pela junção de suas bocas.

Em seguida, sem se separarem, foram se movendo em direção ao quarto, onde ela foi atirada na cama e despida por ele.

Não foi a foda do ano. Não seria nem a do mês se ela tivesse transado, porém, desde o que acontecera a ela na Itália, ela não tinha mais transado com nenhum homem, apenas com Clara e, mesmo tendo gozado, não foi nenhuma transa para ser lembrada depois. Não que o pau dele fosse pequeno como ela imaginara, fazendo com que ela ficasse se perguntando onde ele guardava aquilo que ela não pudera perceber nada no carro.

Aliás, não havia nenhum problema com Anderson, pensou ela logo depois da transa. Na verdade, o problema era ela que se sentia dividida entre a culpa de quebrar sua promessa de resistir aos seus desejos e aquilo que ela acreditava ser uma necessidade.

E o pior aconteceu. Já no dia seguinte, enquanto se vestia para se dirigir à Universidade, Anderson chegou no apartamento para levá-la e agiu como um feliz namorado, fazendo com que ela, entrando no banheiro, batesse de leve a cabeça na parede enquanto falava baixinho: “Burra, burra e burra! Meu Deus! Como eu sou burra!”.

Entretanto, ela teria que administrar isso, porém, não tinha a mínima ideia de como fazê-lo.

...

A reunião da sexta-feira entre Renato, Edna e Álvaro estava se encaminhando para um fracasso total. Edna não conseguiu cooptar Álvaro que permanecia neutro. Alegava que não tinha tido muito contato com Elisa e, por isso, não poderia opinar e a falta da adesão dele ao seu projeto de elevar Elisa à função de Coordenadora estava fazendo com que ela ficasse possessa.

Renato, percebendo isso, não estava conseguindo entender o motivo pelo qual Edna estava tão empenhada em promover a garota chegando a perder seu habitual temperamento calmo. Justo ela, que sempre era a pacificadora nas ocasiões em que surgiam algum estresse. Ele sentia um amor muito grande por Edna, afinal, ela praticamente tomara o lugar de sua mãe quando essa ficou contra ele e a favor de seu tio.

Foi Edna que manobrou as coisas enquanto ele e Bruna estavam separados e com seu jeito calmo e carinhoso colaborou na reaproximação dos dois. Ele sabia disso, como sabia que Álvaro tinha participado sim, porém, mais por amor à sua mulher agindo com um cúmplice, o que era comum na relação deles. Talvez por isso, aceitou a sugestão de Álvaro que, também percebendo a forma como Edna estava agindo, resolveu contemporizar e falou:

–(Álvaro) Por que a gente não faz um teste?

–(Edna) Que teste? – Perguntou Edna sem esconder que estava interessada em ouvir.

–(Álvaro) Muito simples. Deixe-a agir em alguns processos e vamos ver como ela se sai. Lógico que isso aconteceria sob a supervisão do Renato, afinal, não podemos arriscar e, de repente, ela pode se sair muito mal.

Todos concordaram. Edna por ter uma fé cega em Elisa e Renato, por dois motivos. O primeiro por Edna e o segundo, por acreditar que a garota seria um completo desastre e isso colocaria um ponto final na pretensão de Edna.

Dessa forma, ele não demorou para agir. Logo na segunda-feira, na primeira hora de expediente, ele entrou na sala onde Elisa trabalhava junto com os demais advogados e, dirigindo-se a ela, perguntou:

–(Renato) Aquele processo que te dei para você examinar ainda está aí com você?

–(Elisa) Sim. – Respondeu Elisa, evitando olhar para ele.

–(Renato) E você já acabou esse exame?

–(Elisa) Não.

A espertinha está usando a tática de se expressar por monossílabas. Vejamos até onde isso vai. Então ordenou:

–(Renato) Onde está?

–(Elisa) Aqui. – Respondeu Elisa abrindo uma de suas gavetas e retirando uma pasta pesada.

Renato estendeu a mão e ela o entregou, sem conseguir esconder sua expressão que ficava entre a decepção e a tristeza. Sem se conter, ela falou:

–(Elisa) Maseuaindanãoacabeiapesquisa.

–(Renato) Calma moça. Respira. – Renato não conseguia esconder o fato de que aquela situação já lhe parecia divertida e resolveu ir além continuando: – Isso. Faça assim como eu. – E inspirou com força, segurou o ar um pouco e depois soltou e disse emitiu um som, como se estivesse pronunciado apenas a letra ‘a’.

Elisa olhou para ele com os olhos azuis arregalados, porém, ele insistiu:

–(Renato) Faça como eu. Inspire, respire e fale “aaaaaa”.

Elisa olhou para os lados e depois voltou a fitá-lo. Seus olhos começavam a lacrimejar e ele, com pena dela, resolveu encorajá-la:

–(Renato) Vamos Elisa. Faça como eu.

Então, ela obedeceu. Quando ela finalmente fez, ele repetiu, agora usando a letra ‘e’ e a encorajou até que ela o fizesse e ele prosseguiu até completar todas as vogais. Dando-se por satisfeito, ele falou:

–(Renato) Isso. Agora repita o que você disse.

–(Elisa) Eu não acabei pesquisa ainda.

Chegava a ser cômica a lentidão com que ela pronunciou a frase. Então ele entregou outra pasta e explicou:

–(Renato) Não tem problema. Depois você continua. No momento eu preciso que você estude esse outro aqui.

Elisa aceitou os documentos confirmando com um aceno de cabeça. Renato então se virou para sair, porém, quando chegou à porta ele se voltou para ela e informou:

–(Renato) Eu vou precisar que você saiba de tudo a respeito desse processo até quinta-feira, e aí teremos a sexta e a segunda da semana que vem para efetuarmos qualquer alteração que surgir, ou que você sugerir. Na terça-feira de manhã haverá o julgamento no Tribunal do Júri e você vai comigo para atuar como minha assistente.

Disse isso e se virou, saindo de vez da sala. Se não tivesse saído tão depressa, teria visto Elisa se curvar escondendo seu rosto entre os braços que repousavam na mesa, tentando esconder seu desespero de todos, enquanto dois colegas que haviam chegado para o dia de trabalho a observavam curiosos.

Meia hora depois, Elisa estava aos prantos na sala de Edna implorando para que ela fizesse Renato mudar de ideia. Entendendo imediatamente os planos de Renato, Edna deu um lenço de papel de uma caixa que mantinha na gaveta e disse:

–(Edna) Por que você está tão abalada? Tem colegas seus que dariam uma mão para ter uma oportunidade dessas.

–(Elisa) Então pode colocar qualquer um deles no meu lugar. – Respondeu Elisa ainda com a voz embargada pelo choro.

–(Edna) Não vai dar, Elisa. E mesmo que isso fosse possível, eu não faria isso. Jamais me perdoaria por tirar de você uma oportunidade como essa.

–(Elisa) Mas eu não quero isso. Por que eu? Ele só me olha com desprezo e hoje ainda ficou zombando de mim, fazendo eu fazer aquele exercício idiota.

–(Edna) Que exercício? – Perguntou Edna curiosa.

Elisa contou então para Edna, entre um soluço e outro, o que acontecera de manhã e a mulher não conseguiu resistir e começou a rir. A princípio a garota olhou para Edna, meio ofendida, meio assustada, mas logo entendeu o ridículo da situação e começou a rir também.

Quando as duas finalmente controlaram o riso, Edna explicou:

–(Edna) Pense bem Elisa. Ele pode estar fazendo por não acreditar que você seja capaz e desista. Ou então pode ser porque ele quer te testar e ver até onde vai sua capacidade. De uma forma ou de outra, você vai fazer o que ele te pediu e provar para ele que é capaz sim. Vamos dar uma lição naquele metido.

Edna não podia dizer para Elisa que a intenção de Renato era mesmo que ela fracassasse e assim, colocar um ponto final naquele assunto. Então pensou: “Mas que filha da puta é você Dr. Renato. Eu acho que você precisa aprender uma lição”. E depois, em voz alta, disse para Elisa que já saia da sala:

–(Edna) Qualquer coisa que você precisar de ajuda, é só vir na minha sala.

Continua ...

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Comentários

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Como a gente torce pra que as coisas de certo! Já estou simpatizando com Elisa, mas também acho que Bruna não seja caso perdido! .....muito inteligente o enredo da história !

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A Elisa é uma querida. Uma alma boa (boa até demais, você vai ver). Quanto a Bruna ... aguarde os próximos capítulos !!!

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E pelo jeito Edna vai ser o cupido deste dois,já está agindo reconhece que Eliza e uma profissional compete,agora ela só quer que Eliza para com este trauma de se relacionar com pessoas mas velha

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Você vai ver o que ela vai aprontar !!! Logo, logo !!!

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Que coisa e este do destino,Bruna na seca não quer se envolver com um homem para romance e aí vem o senhor destino e coloca um sujeito como este Anderson na vida dela,e Eliza tadinha Renato curtiu com a cara da pobre menina, aparência dar-se um jeito,faz umas compras,leva num salão e da um trato na pobre,e pelo jeito vai haver muito mas no caminho deste dois

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As coisas para a Bruna vão ficar mais agitadas agora !!! Os próximos capítulos serão esclarecedores !!!

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Só a passar para dar as estrelinhas.

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JaxPalm, muito grata pelas ✨✨✨

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Caro Jambo, acredito, pelo seu comentário, que o próximo capítulo (o qual pretendo postar ainda hoje), ja irá começar a te surpreender. Aguarde.

Muito grata pelo seu comentário

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Querida estava relendo esse capítulo e lembrei do Álvaro, não sei se vc e o seu colaborador já terminaram a 4 temporada mas seria muito bom se vcs explorarem mais o personagem do Álvaro, acho que ele tem mais pra acrescentar.

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MarceloMotta, iremos tentar usar os personagens atuais assim como alguns novos serão apresentados.

Muito grata por acompanhar

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Gostaria de parabenizar você Ida pelo belo conto que está revisando. este conto não acompanhei na 1º versão por isso, as surpresas em cada leitura!! Comecei acompanhando os contos do Lael e do Mark, autores de 1ª qualidade. Você também é de uma categoria a parte e aguardo ansioso pelos próximos capitulos! Desejo todo sucesso!! E aproveitando a oportunidade, não sei se isso será possível em virtude dos acontecimentos, mas serei sempre do time "BRUNATO" ..... sem desmerecer de nenhuma forma a Elisa!! 3 estrelas para voc~e sempre!!

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Antoper, muito grata pelo seu comentário e por estar acompanhando a obra. Adoro quando os leitores tomam algum partido. Mostra o interesse em entender os personagens, cada um a seu modo. Muito grata mesmo.

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Gente !!!! Que coisa incrível !!!! Passei de 70 seguidores !!! Uhuhuhuhuhuh !!!!

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Ansiosa pelo próximo e pela entrada de uma personagem muito especial... Bruna parece que gosta de arrumar para a cabeça.

⭐⭐⭐

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Se você está ansiosa, imagine eu !!!! Estou me coçando toda para postar o próximo capítulo !!!

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⭐⭐⭐ faz tempo que leio algo tão bom. Ansioso pelo próximo capítulo.

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Caro Takarara, fico muito contente que você esteja gostando. O próximo capítulo é muito especial para mim. Aguarde !!!

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Este é o Quarto Capítulo da Terceira Temporada !!!

Espero que gostem e aproveitem !!!!

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Voltando a ler essa terceira temporada com muuuuito cuidado kkk pq a segunda só li o capitulo 1 e a metade do 2. Não aguentei a ler e de fato devl ter perdido pontos importantes.

Algo a se notar é que na primeira temporada o autor acabou acatando alguns pedidos de seus leitores, e ao meu ver teve dois efeitos de:o autor nao se sentiu satisfeito com o fim da historia porem a sua audiência acabou amando um final de certa forma corrido porem foi o melhor possível comparando com o quebo autor chegou a relatar que queria que tivesse acontecido.

Se na primeira temporada torci pro tio dele se sucumbir hj eu torço para que pelo menos Bruna fique longe de Renato... Pq sei que quando ela retornar ao BR e sentir o choque de ver ela com Elisa vai ser forte o sentimento de "Ele me esqueceu". Porem Nassau saiba que independentemente se eu abandonar a essa temporada caso fiquei pesado denovo do que vc for escrever, vc é um excelente escritor e se vc estiver escrevendo outors contos (sems ser tao erótico) eu tb gostaria de ler.

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Listas em que este conto está presente

O QUE É O AMOR!
Em ordem de capítulos.