Bruna se sente pressionada pela presença de Anderson e resolve fazer uma viagem sozinha. Acaba escolhendo ir para uma praia em Portugal. Lá ela conheça uma senhora que iria lhe ajudar muito a entender sua atual situação emocional.
Enquanto isto no escritório de advocacia, Elisa surpreende Renato por sua postura e habilidade profissional. Renato começa a vê-la de uma forma diferente e a convida para um drink, fazendo com que a garota perca o controle.
...
–(Renato) O dia foi cansativo, porém, produtivo. A gente podia tomar um suco, ou uma cerveja para espairecer um pouco.
–(Elisa) Eunãopossotenhoqueirpracasa.
Ele se lamentou pensando: “Pronto. Foi tudo para o buraco de novo. Essa garota não tem jeito mesmo. Será que ela pensou que eu estava a fim dela?”.
Nem precisou pensar na resposta. Cinco minutos depois Edna entrava na sua sala, já pronta para ir embora e falou da porta mesmo ao perceber que a secretária de Renato já havia se retirado:
–(Edna) Escuta aqui Renato. Desde quando você começou a dar em cima de nossas colaboradoras. Você nunca foi disso! O que foi? É a idade?
–(Renato) O que você quer dizer com isto? Eu não dei em cima de ninguém.
–(Edna) Diga isso para a Elisa. Ela está chorando no banheiro.
–(Renato) Essa garota é doida. Eu só sugeri que, pelo dia ter sido cansativo e ao mesmo tempo proveitoso, se ela não aceitava ir tomar um suco, ou talvez uma cerveja.
–(Edna) Ah! Um suco ou uma cerveja! Sei bem do que você está falando.
–(Renato) Pare com isso Edna. Você, melhor que ninguém, sabe que eu não sou disso.
–(Edna) Vai saber! Nunca é tarde para começar. Não é neném.
–(Renato) Oras bolas. Quer saber de uma coisa Edna. Vá se … Ops … desculpe. Não quis dizer isso.
–(Edna) Sei que você não quis e isso acontece sempre quando alguém está sendo acusado de alguma coisa. Principalmente se a acusação tiver um pouco de verdade.
Dizendo isso, Edna se afastou rindo, deixando Renato sem ação, olhando para a porta onde ela estava antes com a expressão de um emoji de susto.
Continua ...
Capítulo 06 – Uma Festa Inesquecível
Depois de um final de semana sem nenhuma novidade, Renato chegou ao serviço alguns minutos atrasado e encontrou Elisa esperando por ele na recepção do seu escritório. Só então lembrou que havia combinado com ela de que hoje treinariam como fariam para apresentar as alegações finais. Muitas alterações haviam sido feitas por Elisa e a pauta original parecia mais um mapa, com muitas partes riscadas e um número igual de observações nas margens, escritas com a letra miúda e caprichosa dela. Renato pensou: “Até a letra dela é pequena e bonita”.
A intenção era que fosse ele a apresentar aos jurados as alegações e por isso ele começou a falar, procurando dar ênfases às partes importantes, falar em voz mais alta as partes que poderiam beneficiar seu cliente e mais baixo as que eram desfavoráveis a ele. Mas ele não conseguia progredir muito, pois a todo instante era interrompido por Elisa que, ora criticava a impostação da voz, outras o volume e em algumas era para observação quanto à postura do corpo. Eram tantas interrupções que ele começou a se irritar ao ponto de, a certa altura, reclamar em voz alta:
–(Renato) Isso não vai dar certo, você é muito crítica, – Elisa olhou para ele com o rubor de seu rosto já se destacando, porém, ele não perdoou e continuou: – Já estou ficando com saudade do tempo em que você ficava muda na minha frente.
Aquilo era a coisa errada a fazer e ele se deu conta disso no exato momento em que parou de falar. Elisa, de cabeça baixa, parecia olhar fixamente para as folhas que repousavam sobre suas pernas. Ela estava sentada e quando ela começou a se levantar, o que deu certeza a ele que ela sairia da sala, ele se ajoelhou diante dela, falando:
–(Renato) Não, não. Fique aí. Me desculpe, Pelo amor de Deus, me desculpe. Eu não pretendia ser rude.
–(Elisa) Nan … Nan… é nan … nada. Eeeeeu, nan … nan … de … de … via.
–(Renato) Para. Pode parar. A culpa é minha. Você só está querendo fazer o melhor. Talvez o seu melhor esteja sendo muito pra mim. Olha, procure se acalmar, você está fazendo tudo certo. Por favor. Se acalme. Eu preciso muito de você.
Ouvir de Renato que precisava dela foi algo que penetrou fundo na alma de Elisa. Aquele homem que, desde o primeiro dia que começou a trabalhar naquele escritório mexia com todo o seu ser, bastando vê-lo para ficar totalmente desorientada estava ali, ajoelhado à sua frente, dizendo que precisava muito dela. Ela pensou o quanto ele devia achar que ela sempre estava agindo como uma idiota, sem conseguir nem falar direito só de estar na presença dele e que ele estava até mesmo sendo muito bom para ela. Qualquer outro já a teria demitido, enquanto ele estava na verdade oferecendo uma ótima oportunidade para ela. Então orou: “Meu Deus! Eu não posso perder essa oportunidade. Ajude-me a enfrentar tudo isso”.
Como ela não se movia enquanto pensava, Renato entendeu que ela não sairia. Então se levantou, pegou os papéis que estavam no colo dela e colocou na mesa, mas, ao fazer isso, roçou levemente a mão no braço dela e percebeu que ela teve um leve tremor ao sentir o toque. De repente, veio-lhe à mente uma ideia:
–(Renato) Vamos fazer uma pausa. Dez minutos está bom para você?
Elisa afirmou balançando a cabeça. Ele foi até o frigobar que mantinha em sua sala, pegou duas garrafas de água e um copo. Encheu o copo de água e entregou para Elisa e depois abriu a segunda e começou a beber no gargalo mesmo. Sentou-se em uma poltrona, pegou uma revista no aparador ao lado e ficou folheando enquanto observava disfarçadamente Elisa que, na sua frente, ainda mantinha a cabeça baixa segurando o copo de água em uma mão enquanto a outra repousava na sua perna e estava fechada com tanta força que dava para perceber as juntas dos dedos dela embranqueceram. Elisa vestia saia preta abaixo do joelho e uma blusa branca abotoada até próximo ao pescoço e ficou admirado, pois mesmo com aquela roupa séria e sóbria, ela estava linda.
A impressão que Renato tinha sobre Elisa mudava muito. Quando ela arregalava seus lindos olhos claros e começava a gaguejar ou a falar rápido ele a via como uma menina assustada e, nas poucas vezes que a viu agindo normalmente, sendo prática, exigente e sempre eficiente, a visão era de uma mulher linda e sedutora.
Quando era uma menina, sua vontade era abraçá-la com carinho, pegá-la no colo e ficar falando em voz baixa para acalmá-la. Mas quando a aparência era de uma mulher, seu desejo não tinha nada de fraternal. Ele desejava abraçar forte seu corpinho perfeito, beijar sua boca sensual e ter esse desejo correspondido por ela.
Naquele momento, por estar enxergando a menina, a admirava enquanto esperava pacientemente que ela se acalmasse. Quando finalmente ela informou que poderiam continuar, retomaram o ensaio e ele notou que ela não estava dizendo mais nada.
Sabendo que isso só estava acontecendo porque ela evitava irritá-lo, teve ganas de parar tudo, porém, foi buscar dentro de si uma calma que normalmente não tinha e começou a pensar como fazer, então, lhe veio uma ideia e ele resolveu arriscar:
–(Renato) Vamos tentar uma coisa diferente aqui. Você fala e eu fico observando. Você vai poder parar de falar e fazer alguma observação sempre que achar que deve me chamar a atenção para algum detalhe.
Elisa ficou ainda mais tensa. Falar na frente de Renato, para ela, não era uma opção. Aliás, era algo fadado a se transformar em um grande desastre. Por outro lado, ela temia que ele pudesse ficar contrariado. Pensando nisso, tentou encher-se de coragem, uma coragem que ela sabia que não tinha, mas que precisava demonstrar naquela hora. Então, aceitou e se levantou. Renato foi se sentar no sofá e ficou olhando para Elisa que parecia em transe, como se quisesse buscar algo na memória. Curioso, ele pediu:
–(Renato) Me dê aquelas folhas sobre a mesa. Lá tem suas anotações e poderei acompanhar melhor. Pegue as minhas para ler enquanto fala.
Ela obedeceu entregando as folhas para ele, porém, não pegou as que ele estendia para ela, dizendo que não precisava. Em seguida, postou-se na frente dele e começou a discursar.
No princípio ela foi hesitante, pelo menos um pouco. Tropeçou em algumas palavras, porém, na medida em que avançava, ela melhorava e chegou ao ponto de surpreender Renato que a olhava admirado. Ela falava, parava em certos pontos e fazia observações para ele, sempre se aproximando dele e se curvando para apontar, nas anotações que ele segurava, sobre o que estava falando. Esses gestos de Elisa não expunham nada de seu corpo, diante da roupa comportada que ela usava, só o perfume leve que ela exalava.
Ele não conhecia aquele perfume suave e inebriante que lhe proporcionava prazer em sentir. Era leve e passava uma impressão de pureza. Não havia nada de sedutor no perfume de Elisa e, mesmo assim, ele sentia vontade de tocar seu corpo e poder abraçá-la, tendo que se controlar, pois sabia que, se fizesse isso, estaria provocando um verdadeiro desastre.
Fizeram um intervalo e foram almoçar juntos. Renato, não querendo assustar Elisa, manteve a conversa sempre focada no trabalho e conseguiu o resultado esperado. Elisa interagia com ele, dando suas opiniões de forma correta. Voltaram do almoço e por volta das quatro horas se deram por satisfeitos. Comentaram algumas coisas a respeito do julgamento no outro dia e Elisa se retirou para sua sala.
No dia seguinte, já no tribunal, agiram normalmente durante a primeira parte do julgamento, com Elisa passando informações ou sugestões para Renato, sempre por escrito, até que o Juiz que presidia o julgamento declarou um recesso para o almoço. Almoçaram juntos com todos os participantes, pois a saída de qualquer membro não é permitida nesses casos e, no horário determinado para reiniciar o julgamento, já estavam a postos. O processo correu dentro da normalidade e não demorou a chegar o momento das alegações finais. O promotor falou antes e usou um pouco mais da metade do tempo destinado, passando a palavra à defesa.
Entretanto, Renato não se levantou para se dirigir aos jurados. Em vez disso, virou-se para Elisa e falou:
–(Renato) Vai você. Sei que está mais bem preparada que eu.
Elisa olhou para ele com uma expressão assustada e balançou a cabeça em negativa. Ele insistiu e ela se recusava. Ficaram naquela situação por pouco tempo, pois logo o Juiz chamou a atenção deles:
–(Juiz) Doutores, seu tempo já está correndo.
–(Renato) Vai logo, Elisa. Você já perdeu dois minutos. Vai, senão nós vamos perder esse julgamento.
Ainda tremendo, Elisa se levantou e andou lentamente até se postar diante dos jurados. Começou a fazer os agradecimentos de praxe e que fazem parte da liturgia de um julgamento, saudando o juiz, o promotor, os jurados, os presentes e sei lá mais o que, e depois começou a falar. Da mesma forma como tinha ocorrido no dia anterior na sala de Renato, ela começou insegura, porém, logo começou a se sentir segura e falou, usando todo o tempo destinado a ela.
O promotor dispensou seu tempo de réplica e Renato, obedecendo a cortesia que é normal nesses casos, também abriu mão do seu. Só faltava então a decisão dos jurados para encerrar o julgamento.
No outro dia, com todos os funcionários reunidos para brindar a vitória obtida no tribunal, Renato explicava feliz a todos, não se importando de repetir tantas vezes a mesma coisa. Ele dizia que Elisa era perfeita. Que falou como uma veterana, sendo sucinta e clara quando desejava que os jurados entendessem o que dizia e, depois de explicar toda a parte técnica do julgamento, continuou a discursar com emoção enquanto parecia jogar aos jurados a responsabilidade da vida do réu. Para ele, foi ela que, com uma exposição perfeita do caso, conseguiu a absolvição do acusado.
Essas reuniões festivas sempre ocorriam na empresa quando um caso importante tinha um resultado favorável aos clientes. Elisa estava radiante e era requisitada a todo o momento pelos seus colegas, todos com mais tempo de profissão que ela, para falar sobre o julgamento. Quando a comemoração se aproximava do fim, Renato se aproximou de Edna que estava afastada dos demais, acenando para que Álvaro também se aproximasse. Cuidando para que ninguém ouvisse o que iria falar, se aproximou ainda mais dos dois e baixou sua voz:
–(Renato) Edna, você está certa. Pode promover a Elisa. – Edna apenas o olhou admirada enquanto Álvaro colocava a mão no ombro da esposa e a felicitava. Mas Renato ainda não tinha acabado de falar e completou: – Promove logo, antes que ela comece a ser assediada pelos nossos concorrentes.
–(Edna) Vamos anunciar agora para todos? – Sugeriu Edna.
–(Renato) Melhor não. Chame ela amanhã na sua sala e comunique para ela. Depois reúna o pessoal e deixe todos a par. – Respondeu Renato e concluiu ordenando: – Ah, sim! E pode dar início à reestruturação da empresa.
Edna não cabia em si de felicidade, porém, disse a Renato com uma expressão que se notava ela estar forçando para parecer séria.
–(Edna) Faço a reunião e comunico para todo mundo, mas para a Elisa será você a comunicar. É obrigação sua, afinal, você é que é o patrão aqui.
–(Renato) Não sou mais, vocês dois agora são meus sócios. Estão lembrados?
–(Edna) Nós ainda não decidimos sobre isso, Renato. Precisamos conversar a respeito.
–(Renato) Não. Sem mais conversas. E não aceito um não como resposta.
–(Álvaro) A Edna e eu discutimos a respeito e fizemos planos para levantar o dinheiro. – Argumentou Álvaro.
–(Renato) Que dinheiro? Eu não mencionei preço nenhum! Mas se vocês dois estão tão ansiosos para se livrarem de seus bens, façam doação para alguma instituição de caridade.
–(Álvaro) Mas …
–(Renato) Nem mais, nem meio mais. – Sentenciou Renato, – esse assunto, no que me diz respeito, está encerrado.
Dizendo isso, se aproximou de Elisa e estendeu a mão para ela, sentindo o tremor dela quando aceitou o cumprimento. Tudo terminaria aí se uma das advogadas da empresa não tivesse provocado. Ela disse, para todos ouvir, que uma vitória daquelas merecia mais que um aperto de mão. Que eles tinham que se abraçar.
Elisa olhou para a colega com aquele olhar que, se matasse, ela cairia fulminada na hora. Mas o mal já estava feito com todos em volta exigindo o abraço. Renato fez cara de resignação e abriu os braços enquanto Elisa se aproximava dele. O abraço entre os dois foi breve, porém, foi impossível para Renato não sentir o tremor no corpo de Elisa e a reação do seu corpo também foi inesperado.
Era como se uma descarga elétrica atingisse os dois e ele apertou o corpo dela junto ao seu com uma pressão bem acima do que seria normal nesses casos, o que permitiu que ela soubesse o que estava acontecendo com ele.
O pior foi quando se separaram. Elisa se afastou dele andando para trás e com uma expressão que não conhecia, mas podia jurar que viu um leve sorriso acompanhado de um brilho diferente em seus olhos claros.
Depois, virando em sua cama a noite sem conseguir dormir, com a imagem daquele rosto que não saía de sua mente, pensava em como um momento tão rápido, menos de cinco segundos, poderia causar um efeito tão devastador nele. Então liberou a mente para sonhar e se imaginou com Elisa nos braços, nus e dando prazeres um ao outro.
O curso de Bruna finalmente foi concluído com resultado satisfatório para ela. Ela passara os últimos meses, um pouco mais que três, dedicando-se exclusivamente ao ensino. Abandonou a academia, o curso de francês e, quando não estava na Universidade, estava fazendo pesquisas e estudando.
O rompimento com Anderson foi muito estressante. Ela teve que agir com energia e firmeza, fazendo-o entender que não era possível haver nenhum tipo de relacionamento entre eles e, mesmo assim, foram vários dias para que ele finalmente entendesse e, quando isso aconteceu, ele agiu como um garoto mimado de quem havia sido tirado seu brinquedo preferido e, a partir de então, recusava-se a falar com Bruna até mesmo para executarem os trabalhos em grupo, fazendo com que ela fizesse toda a parte dele nesses trabalhos.
Se com Anderson foi difícil, com Clara foi pior ainda. Ela pressionou a morena que a princípio negou tudo, mas ela insistia, fingindo que tinha conhecimento de tudo, o que era mentira, pois havia apenas a suspeita implantada em sua cabeça por Ida. Porém, deu resultado, pressionada, Clara confessou que suas viagens foram custeadas pelos pais dela e que, todas as vezes que voltava ao Brasil, tinha que fazer um relatório completo de como ela estava vivendo.
Pediu então para que Clara saísse de sua presença e, no calor do momento, ligou para os pais reclamando deles e pedindo para que eles a deixassem em paz. Clara ainda tentou uma reaproximação, dizendo que, apesar de sua conduta, ela a amava demais e que não conseguiria viver sem ela. Bruna, mantendo a calma, mas sendo firme em sua decisão, simplesmente a dispensou e, quando a morena percebeu que não conseguiria que ela voltasse atrás, começou a ofendê-la e no final encerrou a conversa com algumas ameaças veladas. Como as ameaças eram todas sobre revelar o que sabia sobre a família dela, ela respondeu:
–(Bruna) Eles que armaram isso. Então eles que resolvam.
Mas Clara já havia desligado o telefone.
A separação com Clara foi mais sentida do que a de Anderson, lógico. Apesar de saber que jamais poderia confiar nela, sentia falta do carinho e do prazer que aquela linda morena, de corpo exuberante e cheiroso lhe proporcionava.
Com relação ao sexo, ela sabia que era só se afastar de qualquer pessoa que demonstrasse interesse para ela que ficaria longe de mais problemas nesse sentido. O único senão foi que, a partir de então, passou a sentir uma falta enorme de Renato e passava o pouco tempo que dispunha a imaginar uma forma de voltarem a ser um casal.
Finalmente, estava pronta para voltar ao Brasil e retomar a sua vida de antes.
Nesses três meses que se passou, a situação de Elisa na empresa de Renato estava consolidada. Ela resolveu facilmente os problemas surgidos pelos demais advogados que se sentiram ofendidos por terem sidos preteridos para ocupar a função de Supervisor, mesmo tendo mais tempo de serviço, exercerem a advocacia há mais tempo e, segundo eles mesmos, mais experiência.
A maioria deles logo percebeu que Elisa estava acima deles em todos os sentidos. Era mais inteligente, mais competente e não tinha medo de enfrentar situações que pareciam ser adversas. Demonstrou também um conhecimento sobre o assunto muito acima da média e usava esse conhecimento para auxiliar a todos a resolverem os problemas que surgiam.
Deixava claro para todos, não com palavras, mas com ações, de que estaria sempre ao lado deles para auxiliá-los em todos os seus problemas e, como problema era o que sempre surgia e ela realmente os ajudava na solução, ela foi conquistando o respeito de todos, com exceção de dois que, ainda na primeira semana sob o comando dela, se demitiram, indo trabalhar para outros escritórios.
O relacionamento entre Elisa e Renato também passou a acontecer de forma mais natural. Como eles estavam mais próximos, pois ele teve que passar a ela as informações sobre cada um dos processos em andamento eles ficavam juntos várias horas no princípio, o que foi diminuindo na medida em que avançavam nessa tarefa. Ela já agia e falava com naturalidade na frente dele, exceto quando ele lhe fazia algum elogio, aí então ela abaixava a cabeça tentando esconder seu rosto rubro de vergonha e ficava várias horas sem pronunciar uma única palavra, respondendo a todos aos comentários dele com acenos de cabeça ou murmúrios.
Por tradição, havia dois dias em que a empresa de Renato comemorava. A bem da verdade, as comemorações eram sempre marcadas para os finais de semana mais próximo do dia do evento quando então ele alugava, algumas vezes chácaras, outras casas de praia e levava todos para um tradicional churrasco que ele mesmo insistia em preparar. Os dias eram onze de agosto, Dia do Advogado e 23 de outubro, dia da fundação da empresa.
Naquele ano o Dia do Advogado teve uma comemoração simples. A promoção de Elisa ainda estava causando problemas no relacionamento e, pela primeira vez, ele não reuniu o pessoal em algum local fora da cidade, porém, fez questão de que se reunissem em um restaurante depois do expediente, fazendo questão de pagar a conta. Por esse motivo, desejava que o aniversário da empresa fosse algo especial.
Ele alugou uma chácara que estava bem aparelhada para um evento desse tipo. A área reservada a churrasqueira ficava próximo de uma piscina enorme e ainda tinha campo de futebol, um playground completamente equipado, um pomar com uma variedade incrível de frutas e um sistema de som instalado que permitia transformar o espaço ao lado de piscina em uma verdadeira pista de discoteca.
Com tudo resolvido, acordou no sábado bem cedo e se dirigiu ao local, levando carnes e todos os acessórios para um bom churrasco. Quanto às bebidas, ele não se preocupou, pois contratou um buffet que forneceria todos os acompanhamentos de um bom churrasco, além de garçons para preparar todos os tipos de drinques e também servir aos seus convidados.
Edna chegou logo depois dele e o informou que o buffet também enviara junto dos garçons, dois especialistas em churrascos para que ele pudesse curtir a companhia de seus colaboradores. Ele recusou e ela não fez caso da recusa dele, apenas informando aos dois servidores que era para eles permanecerem ali e fazerem tudo o que Renato mandasse. O que ele não sabia era que Edna tinha planos para ele.
Quando Elisa chegou e veio cumprimentá-lo, Renato sentiu um frio na barriga. Ela estava simplesmente linda. Um shorts normal que deixava suas pernas roliças à mostra, uma camiseta apertada que delineava seu corpo, permitindo a percepção de sua barriga chata e firme e seus seios médios empinados e firmes, mas deixando claro que ela usava sutiã.
Não bastasse estar linda, Elisa demonstrava estar mais descontraída e, chegou um momento em que Renato percebeu que, sempre que olhava para ela rodeada pelos colegas, ou conversando com Edna de quem parecia desejar ficar junto, ela também estava olhando para ele e, duas ou três vezes, manteve o olhar sem desviar como sempre fazia. Na cabeça de Renato, houve um momento em que ela até sorriu para ele, porém, ele creditou esse fato à sua imaginação.
O que aconteceu em seguida foi como se houvesse um roteiro a ser seguido e os papéis de Renato e Elisa foram bem desempenhados nele. Bem, na verdade, havia sim um roteiro. Um roteiro preparado por Edna, se bem que eles não sabiam disso.
Primeiro foi o fato de Elisa não estar preparada para entrar na piscina. Edna insistiu e ela dizia que não queria e por fim alegou que não seria possível, pois não trouxera roupa de banho. Ao que Edna informou:
–(Edna) Não seja por isso. Trouxe um a mais e posso te emprestar.
–(Elisa) Que jeito? Uma roupa sua deve caber duas de mim. – Disse Elisa bem com bom humor.
–(Edna) Como você sabe? Nem experimentou ainda. Vem cá.
Dizendo isso, Edna segurou na mão de Elisa arrastando-a para dentro da casa onde, em um quarto, tirou de sua bolsa um biquíni.
–(Elisa) Eu não uso biquíni, Edna. Usaria se fosse um maiô. – Elisa não escondia sua satisfação em achar uma justificativa para não aceitar a oferta da amiga.
–(Edna) Bom. Eu tenho aqui um maiô também. Mas acho que você vai preferir o biquíni. O maiô é fio dental. – E dessa vez retirou um maiô preto que estendeu sobre a cama.
Era realmente uma peça a ser usada para quem desejasse provocar. Até a metade, a peça era normal e tinha um decote normal, porém, a partir daí, ia se estreitando e chegava ao final com a parte da frente sendo uma tira que mal cobriria uma xoxota pequena e a de traz apenas uma tira que fatalmente entraria entre as nádegas de quem o usasse, deixando a bunda exposta.
Elisa, crente que nenhuma das duas opções serviria para ela, optou pelo biquíni que era bem-comportado. Pegou as duas peças e foi para o banheiro onde o vestiu e descobriu que o tamanho era exatamente o seu número e encontrou a etiqueta da loja que arrancou. Saiu vestida com ele e foi logo dizendo:
–(Elisa) Você me enganou. Esse biquíni não é seu. Você comprou para mim. – Enquanto falava, entregava para Edna a etiqueta que trouxera consigo.
–(Edna) Alguém tem que cuidar de você querida. Afinal de contas, você é muito nova para ficar agindo como uma freira. Vai viver a vida menina.
–(Elisa) Você ainda vai me pagar por isso, Edna. – Disse Elisa sorrindo.
Elisa se olhou em um espelho que ocupava quase que a parede todo e examinou sua aparência, chegando à conclusão de que ela ficava bem naquele biquíni que não tinha nada de anormal. Resolveu então não lutar contra Edna porque sabia da inutilidade disso. Edna não era o tipo de pessoa que desistia tão facilmente. Agora de biquíni, enrolou o cabelo no alto da cabeça e quando olhou do lado Edna já estava ali com um daqueles palitos para prender o cabelo. “Puxa vida. Ela pensa em tudo” – Pensou Elisa.
Desceram e a aparição de Elisa em um biquíni passou a ser o assunto do dia. Porém, isso só aconteceu pelo fato de ela nunca ter sido vista vestida daquela forma por nenhum deles, porém, como ela agia com naturalidade, logo a atenção de todos se dirigia para outros assuntos. Todos não. Renato, ao longe, não perdia um único movimento que ela fazia.
Edna, depois de deixar Elisa com seus colegas na piscina, foi até Renato:
–(Edna) Você vai ficar com essa cara pidona aqui, ou vai lá fazer companhia pra ela?
–(Renato) Ela quem?
–(Edna) Não se faça de bobo comigo Renato. Você sabe de quem estou falando.
–(Renato) Agora não dá. Tenho que preparar o churrasco.
–(Edna) Não. Você não tem que preparar o churrasco. Tem dois profissionais em churrascos aqui que entendem disso muito melhor que você. Vai fazer o que você está morrendo de vontade e deixa de ser bobo.
–(Renato) Você me paga Edna.
–(Edna) Nossa! Acho que vou ficar pobre.
Renato não entendeu o comentário de Edna, porém, se rendeu, não aos argumentos dela, mas ao seu desejo, pois queimava de vontade de ficar perto de Elisa. Então foi até a piscina e, ao chegar lá, se surpreendeu da forma como Elisa aceitou sua aproximação.
O dia foi memorável. A conversa com Elisa fluía fácil e ela estava em estado de graça. Alegre, inteligente e bem-humorada, fazia comentários que levavam Renato a rir muito. Nadaram juntos, passearam pelo pomar, com ele colhendo frutos e descascando para eles e, nem mesmo quando Renato viu ao lado da boca de Elisa o resto de uma fruta, estendeu a mão e tocou o rosto dela e retirou o resíduo dali ela reagiu da forma como fazia antes, limitando-se a olhar para ele e sorrir.
Depois de um dia esplêndido, com Renato explodindo de felicidade, veio a cereja do bolo. Elisa, que não dirigia ainda, tinha sido trazida de carona por uma das advogadas que trabalhava com ela. Quando Renato soube disso e se ofereceu para levá-la embora, ela aceitou naturalmente.
Estavam a meio caminho de casa quando tiveram que parar em virtude de um acidente. Havia uma fila longa e Renato encostou obedecendo ao sinal do policial e não desligou o carro. Por curiosidade, Elisa inclinou o corpo para o lado dele, na tentativa de ver o que se passava na frente e seus rostos ficaram muito próximos.
Renato, sentindo o perfume dela, virou o rosto ao mesmo tempo para ela e de repente eles estavam muito próximos um do outro, com seus olhos fixos a se fitarem. Sem resistir, Renato levou a mão para os cabelos dela, segurou sua cabeça e se inclinou um pouco para que suas bocas se encontrassem. Foi um beijo rápido, porém, intenso.
Quando Renato a soltou ela se afastou dele apenas alguns centímetros e ele começou a se desculpar:
–(Renato) Desculpe, eu não tinha intenção de …
–(Elisa) Renato – Ouviu Elisa dizer em voz baixa.
–(Renato) Eu … Eu quero dizer … não sei o que deu … – Continuou tentando justificar.
–(Elisa) Renato. – Disse Elisa, agora em voz alta e audível.
Só então ele parou e olhou para ela que ainda se mantinha perto dele.
–(Renato) O que foi? O que você vai falar. Sei que vai me acu …
–(Elisa) Cale a boca e me beije de novo.
Não havia como não obedecer. Renato levou seu corpo para frente, levou as duas mãos aos ombros de Elisa e a puxou para ele. Seus troncos ficaram amassados com ele sentindo a maciez dos seios dela encostado ao seu peito enquanto suas bocas coladas davam início a um beijo longo, explosivo e intenso. Elisa segurava a cabeça de Renato e apertava contra seu rosto e parecendo que desejava se fundir formando ambos um único ser. Aquele beijo poderia ser eterno. E seria se um dos policiais não batesse no vidro chamando a atenção deles.
Envergonhado, Renato abaixou o vidro do carro e ouviu o policial dizer:
–(Policial) Pode seguir em frente senhor.
E antes que Renato agradecesse, ele comentou rindo:
–(Policial) Melhor mesmo. Vocês dois parecem estar com muita pressa.
Assim que se livrou dos outros carros parados na pista, sendo que um deles estava com as rodas viradas para cima, Renato puxou Elisa para si e ela deixou-se ficar ali, com a cabeça repousando nos ombros dele e a mão esquerda em sua perna. Viajavam em silêncio até que ela perguntou:
–(Elisa) Você vai me levar para minha casa?
–(Renato) Não. Vou te levar para a minha.
–(Elisa) Está muito longe ainda. Será que aguentamos chegar até lá?
Renato exultou. Precisou fazer um esforço sobre humano para manter o controle do carro. Entendeu exatamente o que significava aquela frase de Elisa, assim como também sabia que ela estava certa. Dirigir naquelas condições poderia causar um acidente. Então, sem dizer mais nada, saiu da estrada quando passavam pelo acesso que ia até o aeroporto e foi em direção aos hotéis ali existentes e entrou no primeiro de cinco estrelas que viu.
Mal fecharam a porta do quarto do hotel e se agarraram. Elisa, nas pontas dos pés, ainda se esticava toda para poder alcançar a boca de Renato com a sua, mesmo ele se curvando para sugar os lábios macios e receptivos dela. Sem desgrudarem a boca um do outro, ela começou a puxar a camiseta dele para cima e ele, animado, a imitou, conseguindo antes dela e só depois a ajudou.
O beijo só foi interrompido para poderem se livrar das camisetas e depois disso ela começou a abrir a bermuda de Renato que logo caiu aos seus pés. Ele ia na onda dela e fez o mesmo. Então ele resolveu tomar a frente pela primeira vez e, levando as mãos à costa dela, soltou o fecho do sutiã e ela se afastou um pouco dele, que pensou que tal gesto era para facilitar a retirada daquela peça. Porém, viu Elisa com as duas mãos cobrindo o rosto e falando para ele:
–(Elisa) Você vai me deixar nua aqui?
–(Renato) Se você quiser a gente faz um furo no lençol.
–(Elisa) Como assim? – Perguntou ela sem entender.
–(Renato) Furo no lençol. Tempo dos nossos avós. Já viu falar.
Ela entendeu finalmente a piada e, tirando uma mão no rosto deu um tapa carinhoso no ombro dele enquanto dizia:
–(Elisa) Seu bobo – E depois, descobrindo totalmente o rosto se abraçou a ele e disse ao seu ouvido. – Você é muito cachorro, sabia?
–(Renato) Sei. Mas eu gosto de ser cachorro. Cachorro é o bicho mais fiel que existe e é isso que eu quero ser pra você, o mais fiel dos homens.
Aquilo, como promessa, agradou muito Elisa. Emocionada, ela pressionou ainda mais seu corpo de encontro a ele e começaram a se beijar novamente. Quando o folego os obrigou a se separarem, ela olhou nos olhos dele e entregou de vez os pontos, pois disse:
–(Elisa) Por favor, me leve pra cama logo.
Renato a pegou no colo e se dirigiu para a cama, onde a soltou lentamente. Deitou-se ao lado dela e ficou admirando. Era como se uma musa do passado tivesse fugido da moldura que prendia seu quadro e fugisse para perto dele. Os cabelos se esparramaram sobre o travesseiro e os cachos loiros brilhavam dando mais vida ao seu rosto lindo. O sutiã, solto atrás havia subido e seus seios lindos apontavam para Renato. A barriga firme subia e descia ao ritmo de sua respiração alterada e mostrava uma faixa de pelos, também loiros e sedosos, que sumiam atrás do elástico da calcinha.
Admirava as pernas que, apesar de pequenas eram roliças, com pelos também loiros surgindo de sua pele que, a esta altura estava totalmente arrepiada e, quando voltou a olhar o seu rosto, percebeu que ela havia se livrado do sutiã e percebeu, pelo movimento que ela fazia, que estava tirando também a calcinha.
A visão que Renato tinha agora era daquele corpo lindo e jovem totalmente nu. Quis conferir os pelos dourados que cobriam o púbis e gemeu de tesão ao ver que eram aparados e a sua volta todos raspado, inclusive, terminavam antes de chegar à sua xoxotinha, o que permitia a ele ter uma visão daquele grelinho que surgia de seus grandes lábios. Sem resistir, deitou-se na cama ao lado dela e voltou a beijá-la. Outra vez o beijo não durou por muito tempo. Elisa empurrou Renato pelo peito obrigando-o a parar e se apoiar nos braços se afastando dela que, olhando nos olhos dele, pediu:
–(Elisa) Tira logo essa cueca e vem. Já esperei muito tempo por isso. Por favor, eu te quero muito.
Obediente, não demorou nem um minuto para que Renato, já totalmente nu, se posicionasse entre as pernas dela, que as abriu ainda mais para permitir o encaixe de seu homem entre elas. Seu pau, duríssimo, já estava na entrada da bucetinha e ela levou a mão para empurrar aquele feixe de músculos para dentro dela, gemendo quando sentiu a penetração. Voltaram a se beijar. Totalmente invadida pelo pau de Renato, Elisa olhava para ele com um sorriso nos lábios, demonstrando sua felicidade em se entregar a ele, enquanto pensava em como era bom se entregar ao homem que ama.
Por outro lado, Renato sentia a bucetinha quente e totalmente melada dela apertar o seu pau como se quisesse prendê-lo ali para sempre e também pensava em como era bom se entregar a ela. Chegou a pensar que seria maravilhoso ser ele seu primeiro homem, porém, decidiu que não era hora para pensamentos ruins e afastou essa ideia da cabeça. Então Renato começou a movimentar o pau dentro dela e todos os pensamentos que ambos estavam tendo foram expulsos de suas mentes e só a sensação celeste que os invadia ficou presente.
Era muito tempo de desejo acumulado. Muitas situações de controle para não estragarem a relação profissional e, mesmo um sabendo do desejo do outro, evitavam cruzar qualquer linha. Muito tempo perdido, pois sabiam que estavam destinados a terem aquele momento maravilhoso e, diante de tanto tesão acumulado, entregaram-se ao prazer e gozaram juntos, com suas bocas se procurando e suas línguas explorando um ao outro, prolongando o prazer que sentiam.
Permaneceram deitados e grudados. Nenhum dos dois se atrevia a se separar do outro, parecendo até que suas vidas dependiam disso. Renato, deitado ao lado dela, enfiou o braço por baixo de seu pescoço e puxou para que a cabeça dela ficasse repousada em seu peito. Ela sentia os movimentos do tórax dele a cada respiração forte, alterada pelo prazer, que ele dava e ele sentia a maciez dos seios dela que estavam espremidos na lateral de seu corpo. A impressão que tinham é que o tempo havia parado, pois resolveu dar tempo aos dos amantes voltarem à normalidade.
Foi Elisa que falou primeiro:
–(Elisa) Nossa! Muito melhor do que eu imaginei.
–(Renato) E você imaginava muito? – Perguntou Renato todo presunçoso.
–(Elisa) Muito mais do que você pode imaginar.
Elisa, que estava com a mão direita apoiada sobre o peito dele, começou a movimentar essa mão e foi descendo até encontrar o pau dele. Bastou Elisa tocar e o pau começou a endurecer, fazendo com que ela brincasse:
–(Elisa) Mas já?
–(Renato) Isso te assusta?
–(Elisa) Lógico que assusta. Vai ter uma hora que vamos ter que trabalhar. – O riso cristalino dela invadiu todo o ambiente depois de dizer isso.
Renato não desistiu, empurrou o corpo dela para que voltasse a se deitar de costas, subiu em cima dela e voltaram a transar. Embora fosse a segunda vez em pouco tempo, a sensação não mudou em nada. O mesmo calor, a mesma textura e mesma fome que isso provocava nele fez com que nada mais importasse. Elisa esticou os braços, enlaçou o pescoço de Renato e o puxou para si. Ele resistiu dizendo
–(Renato) Não. Não faça isso. Não quero te machucar com meu peso.
–(Elisa) Deixa de ser bobo. Vem pra mim. Eu quero sentir todo você em cima de mim. Não faça isso. Vem cá e me beija de novo.
Renato mais uma vez se rendeu à ternura que via em cada gesto, em cada palavra, em cada movimento daquele anjo embaixo dele e soltou todo seu peso. O momento não permitia a ele perceber, entretanto, diante de um desejo tão forte de ter mais prazer, a pequenina Elisa conseguia levantar o quadril e o arrastava da cama quase dez centímetros, no intuito de conseguir uma penetração mais profunda, chegando a levantar o corpo dele, a despeito da diferença de peso.
Ela não queria só o pau dele dentro dela. Ela queria todo seu ser, sua alma, seus desejos mais escondidos e seu prazer fundido e batendo ao compasso de um só coração.
Gozaram novamente. Mais uma vez ficaram coladinhos até normalizarem a respiração. Então Renato perguntou:
–(Renato) Até que hora podemos ficar aqui.
–(Elisa) Eu só trabalho amanhã às oito horas. E você? – Lógico que ela sabia o horário dele.
–(Renato) Mas não temos roupas. Como vão chegar lá desse jeito. Você de shorts e eu de bermuda.
–(Elisa) Sei lá. Talvez a gente deva pedir para a Edna resolver isso. Afinal, ela fez de tudo para que a gente acabasse aqui. Aquela alcoviteira ainda me paga. Você vai ver só.
A gargalhada dos dois amantes vibrou no ar daquele apartamento.
Continua ...