QUANTAS NOITES
Quantas noites esperando …, sozinho em uma cama; o corpo desnudo implorando para ser aquecido, ansiando por um contato íntimo, um toque, um carinho, uma carícia.
Quantas noites ansiando pela chegada de quem que me fará feliz e a quem almejo dar todo o prazer que merece, e muito mais!
Quantas noites a minha nudez me excita sempre a espera de uma mão quente, carinhosa, ousada e até mesmo safada! Uma apalpação abusada que me faz derreter, gemer e implorar por uma esmola de prazer!
Quantas noites sonhando com teu corpo colado ao meu, ambos nus de conchinha sentindo um roçar provocante, um beijo ofegante, um desejo ardente, um aperto viril, denotando a quem pertenço, a quem sirvo, a quem existo e porque para teu prazer eu respiro.
Quantas noites mais sofrendo pela tua ausência, mesmo sonhando sempre com tua presença, esperando aflito que aqueças minha essência.
Quantas noites sinto o ventre arder, quase queimar exasperado para todo desejo mitigar, em um gozo inequívoco mergulhar e do teu corpo desfrutar.
Quantas noites ainda terei apenas a solidão e o abandono, quando o que preciso e mereço é uma arrasadora paixão, um fogaréu de tesão tudo a mostrar quem é meu dono!
Quantas noites mais terei que suportar tanta distância que parece indiferença, fazendo-me vagar em mendicância com essa labareda de desejo ardendo de tanta querença.
Quantas noites …, quantos dias, quantos momentos sem uma palavra sequer, um aceno, um sorriso, restando a mim apenas o vazio e frio silêncio que afoga meus sentimentos, mas jamais apaga o ímpeto sexual que escraviza meu temperamento sempre sedento.
Quantas noites passarão e quantos dias chegarão com meu corpo incendiando de tesão carecendo pertencer e entregar todo meu prazer, esquecendo que há um amanhã e vivendo apenas o momento presente.
Se isso não acontecer verei secar meu fruto sumarento, esfriar meu vulcão interior, restando apenas o lamento do perdimento, do eterno desejo de pertencimento do qual fui privado sem jamais sentir relegado ao esquecimento.
E assim todas as noites estarão perdidas e as oportunidades esquecidas; apenas meu corpo ansioso e carente cujo tesão ardente somente se apagará quando houver a certeza de que você não mais virá; e quando essa certeza chegar eu ainda vou esperar nutrido pela esperança de que minha chama de desejo tu virá apagar e em meu corpo vai se espojar e antegozar todo o prazer que apenas eu posso te proporcionar.
Quantas noites e quantos dias não mais importarão, porque mesmo definhando de tesão, sei que minha existência somente terá sentido quando saciar minha sofreguidão entregando-me sem limitação para dar e receber prazer, pois apenas isso levarei comigo para o desconhecido.
Quantas noites? Quantos dias? São apenas números vazios e sem sentido diante da enormidade que é sentir-se querido e desejado, assim como querendo e desejando reduzindo o mundo a apenas uma cama quente e macia onde nossos corpos serão a única imensidade!