O mestre caralhudo

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Gay
Contém 20602 palavras
Data: 12/02/2022 10:54:13

O mestre caralhudo

Não fui só eu quem reparou nele assim que adentrei à sala e virei o centro das atenções de todos os presentes, ele também fixou seu olhar escrutinador sobre mim, de uma maneira tão incisiva que me fazia parecer estar nu. Minha intuição me dizia que aquilo não ia prestar. Desde criança eu me sentia ainda mais acanhado ao virar o alvo dos olhares das pessoas, não foi diferente naquela noite de Ano Novo.

Recém mudado para uma casa com quintal e direito a cachorro, árvores frutíferas e um charmoso jardim que conduzia à entrada, numa cidade do interior paulista; fruto da insistência do casal de amigos que fizera a mudança alguns meses antes e, na casa dos quais havia sido convidado a fazer a passagem do ano, eu ainda me sentia um peixe fora d’água por não conhecer praticamente ninguém naquela sala de ares festivos.

Procurei, em vão, disfarçar o repentino tremor que se apossou da mão que estendi para cumprimenta-lo e, fiz um esforço tremendo para que meu olhar não me denunciasse, encantado com aquele homem grande, espadaúdo e másculo que me dirigia um sorriso largo enquanto amassava meus dedos em sua mão potente. A voz grossa, ao pronunciar seu nome, Fernando, quando se apresentou, parecia reverberar no meu peito. Por mais contido e discreto que um gay como eu fosse, era impossível não sentir as preguinhas anais se contorcendo em espasmos de euforia diante do calor que vinha daquela mão e do macho viril que estava me encarando.

- Arthur! – devolvi, com a voz mais firme que pude entoar. O fato de seu sorriso se alargar ao ouvir o tom tímido que saia por entre meus lábios pareceu um sinal de aprovação irrestrito.

Enquanto minha amiga Luciana me conduzia entre os convidados me apresentando com uma série de elogios tanto às minhas qualidades pessoais quanto profissionais, numa prova contundente da intensidade de nossa amizade, o Fernando me seguia com os olhos cada vez mais inquisitivos e atentos, a ponto de eu, mesmo de costas, senti-los pousados sobre mim.

Levei um tempo para me restabelecer daquela apresentação intensa. Embora soubesse que não tardaria a ele me abordar mais discreta e pessoalmente assim que surgisse a primeira oportunidade, procurei relaxar e interagir com meus novos interlocutores. Quase todos eram parentes da Luciana, ou amigos do Thiago de longa data, uma vez que ele também era originário da cidade antes de ter ido cursar a faculdade em São Paulo onde conheceu a Luciana e se casar com ela. A ideia de voltar para o interior surgiu pouco depois do nascimento do primogênito deles, um garotão rechonchudo e de sorriso fácil que me foi confiado como afilhado. Na ocasião, fizeram mil afirmações sobre a qualidade de vida no interior na tentativa de me arrastar junto com eles para essa nova vida.

Meses depois, não foi apenas a falta que a presença deles me fazia que me fez pensar melhor sobre o assunto. Eu andava desgostoso com o marasmo que minha vida parecia estar enfrentando. Ficava aborrecido no trânsito caótico a caminho do trabalho todos os dias. Não me sentia realizado no emprego que pagava bem, mas deixava a desejar numa série de outros requisitos. A princípio achei que era eu quem estava sendo exigente demais, querendo muito além das oportunidades que a empresa oferecia. Mas, cada vez que me punha a refletir sobre isso, concluía que estava no lugar errado, que meu futuro tanto profissional quanto pessoal não estava atrelado àquele emprego, nem àquela cidade onde nasci. Os contornos de uma mudança radical de vida começaram então a ganhar força, bastando pouco menos de um ano para eu adquirir a casa que estava à venda a poucos quarteirões da casa do Thiago e da Luciana, num bairro tranquilo e próximo a todas as facilidades do centro da cidade. Afinal, nada ficava muito distante na relativamente pequena, porém rica cidadezinha, cercada por fazendas e campos de cultivo de cana-de-açúcar, soja, trigo e milho. Era um estilo de vida ao qual eu não estava acostumado, mas que tinha muito a ver com minha personalidade introvertida. Tanto que resolvi arriscar.

Meus amigos brincavam comigo me chamando de bruxo quando eu fazia alguma afirmação prevendo determinado acontecimento, antes de ele realmente se materializar. No caso da minha suspeita quanto ao Fernando, não deu outra. Assim que me viu sem ninguém à minha volta, num canto mais tranquilo da sala, ele se aproximou sorrateiro pelas minhas costas, embora eu já tivesse notado seus passos em minha direção. Havia chegado o momento de encará-lo de frente, deixar que seus atributos físicos fizessem o menor estrago possível aos meus pensamentos libidinosos e ouvir o que ele tinha para me dizer, da forma mais cordial possível, uma vez que teria que conviver com a presença dele mais amiúde, já que era cunhado da Luciana, o que nos levaria a estar presentes em muitas reuniões festivas e familiares dali em diante.

Para ser franco, não sei o que nele me deixou tão abalado. Indiscutivelmente era um macho portentoso, daqueles cuja virilidade é exalada por cada um dos poros de um corpo sensual e vigoroso. Sempre fui fissurado em homens assim desde que, na adolescência, me descobri gay. Contudo, nunca procurei me relacionar com alguém com essas características. Aliás, nunca me atrevi a me meter num relacionamento homossexual, embora não tivessem faltado nem assédios, nem oportunidades para tanto. No fundo, eu achava que eram relacionamentos sem futuro, complicados demais, socialmente muito controversos e conflitantes para serem levados adiante.

- Então resolveu abandonar tudo e se instalar nesse pequeno paraíso perdido no nada! – disse ele, para iniciar a conversa

- Mais ou menos isso! – exclamei, após deixar arrefecer o arrepio que o hálito quente dele provocou na minha nuca. Ele logo percebeu o quanto mexia comigo e, parecia estar sentindo o mesmo efeito cada vez que nossos olhares se cruzavam.

- Vai gostar de morar aqui. E, se precisar de alguma ajuda nessa adaptação, pode contar comigo. – sentenciou, desconsiderando que eu já dispunha de ajuda para tal. Era apenas uma forma de se garantir presente num futuro próximo.

- Creio que sim! Obrigado! – devolvi, sem saber como continuar aquela conversa. Por conta disso, sorri feito um idiota, escancarando todo meu embaraço.

- A única dificuldade que consigo enxergar é você conseguir alguém por aqui que esteja à altura da sua beleza e carisma. – sem dúvida era um atrevido que tinha pouca sutileza para dar uma cantada.

- Então não terei problema algum de adaptação, pois não estou à procura de ninguém. – retruquei educadamente, fazendo desaparecer o sorriso que havia nos meus lábios.

- O que é uma pena! Melhor, um desperdício! – exclamou, sem se abalar

- Não vejo porque!

- O que é belo deve ser compartilhado, não acha?

- É um modo de pensar, embora não saiba se concordo plenamente com ele.

- Deveria! Ia fazer muita gente feliz! – logo me dei conta de que não havia limites que o impedissem de chegar junto a quem lhe despertava o interesse.

O que eu me questionava, era o tipo de interesse que ele podia ter em mim, uma vez que era casado, pai de um adolescente de dezessete anos e de uma menina que estava às portas da menarca. Nem a presença de toda a família o persuadia a ser mais moderado com aquela cantada, o que me fez concluir que se sentia um machão daqueles a quem tudo é permitido. O que, de fato, seus atos posteriores confirmaram ao longo daquela noite. Fernando era um bronco, não só pela instrução que o levou a se tornar um mero técnico agrícola, como pelos modos grotescos, entre os quais manter as pernas sempre bem abertas para que seu dote ficasse evidente, levar constantemente a mão à virilha para ajeitar o cacete, usar um tom de voz acima dos demais para se fazer presente e, o mais abominável, tratar abertamente as mulheres como seres inferiores. A irmã da Luciana era a única dos irmãos e irmãs que não frequentara uma faculdade por alegar não gostar de estudar. Não progrediu muito na vida baseada nessa escolha. Trabalhava num emprego sem grandes desafios, mas que lhe garantia um salário que pagava seus pequenos luxos pessoais, uma vez que o marido, também sem muito estudo e, uma espécie de capataz, de faz-tudo, para uma família tradicional da região em cuja fazenda dos arredores ele trabalhava, não podia lhe custear todas as regalias femininas. O Fernando tinha na submissão da esposa a parceira ideal, que não questionava muito, cumpria suas obrigações no leito conjugal sem expressar se estava satisfeita ou não e, se ocupava da criação dos filhos, desonerando-o dessa tarefa ingrata. Parecia um casamento morno que atendia bem às normas sociais sem gerar grandes expectativas por parte de ambos. Havia, por parte dele, uma dedicação explícita ao filho adolescente a quem desejava transformar numa cópia de si mesmo, ou seja, um garanhão pegador. O rapaz, apesar de quieto e ainda um tanto quanto inseguro, seguia rigorosamente a cartilha ditada pelo pai, o que constatei quando se deslumbrou com a protuberância carnuda da minha bunda, chegando a procurar disfarçar as seguidas ereções que se armavam dentro de suas calças ante a visão de curvas tão abastadas, mesmo elas pertencendo a um homem, o que parecia não fazer diferença para seu apetite e voracidade de adolescente priápico com os hormônios fervilhando nas veias. A filha parecia ser seu tesouro a ser preservado a qualquer custo. Embora a garota se fizesse parecer mais adulta com uma maquiagem exagerada e vulgar, o Fernando continuava a enxerga-la como uma menininha indefesa, pela qual estava disposto a rechaçar qualquer engraçadinho que viesse a cobiçar sua virgindade; a qual, pela disposição da garota, não passaria incólume pelo primeiro moleque que a abordasse. Toda aquela situação não deixava de ser irônica diante do quadro que aquela família formava, uma vez que o pai não estava medindo esforços para me seduzir, se exibindo como um pavão com seus atributos viris. Talvez a circunstância fosse até hilária, não estivesse eu tão incomodado com aquele macho me cercando por todos os lados como se eu fosse sua presa. E, o mais desacertado, gostando dessa situação esdrúxula, sem, contudo, encontrar uma explicação lógica para isso. Provavelmente, eu gostava de ter o ego adulado.

Quanto mais as horas passavam e mais ele me cercava com seu papinho sem sentido, mais eu me convencia de que aquilo não ia acabar bem. Como já mencionei anteriormente, não ia prestar, ou seja, ia dar merda. Eu já me via enroscado e dominado por aquele corpão sensual, sentindo aquele dote rijo rasgando minha carne à medida que me penetrava impunemente. E, o pior, eu desejando sentir aquele macho plenamente enfiado nas minhas entranhas. Clamando pela racionalidade que sempre guiou meus atos, eu me afastava a cada investida dele, ou melhor, fugia como uma gazela assustada.

- Está tudo bem com você? – perguntou-me a certa altura a Luciana, quando me juntei à rodinha onde ela e o Thiago relatavam as peripécias do filho como pais corujas que eram.

- Sim, tudo! – devolvi, sem convencer.

- Você parece lívido! – exclamou o Thiago, ao constatar que a dúvida da esposa fazia sentido.

- Não, está tudo em ordem. Talvez ainda não esteja completamente acostumado ao calor, só isso. – tentei justificar

- Tratemos de tomar algo bem gelado, então! – exclamou o Thiago, me tirando dali e me levando até a cozinha onde abriu a geladeira e me deixou escolher entre a variedade de bebidas que havia ali.

Não seriam alguns goles gelados que apagariam aquele fogo que ardia em mim, disso eu tinha certeza. Mas, por alguns minutos ali com ele trocando amenidades, fiquei livre do assédio cerrado que o Fernando vinha impondo.

- E aí, o que achou do Fernando? – perguntou o Thiago de supetão

- Parece ser um cara legal! – respondi, para ser educado, pois não conhecia detalhes sobre o relacionamento dele com o cunhado.

- Notei que tiveram a chance de conversar bastante. – continuou ele, como se estivesse me sondando

- Pois é! – devolvi sem saber o que acrescentar

- Cá entre nós, o sujeito é meio sem noção. Sem falar que ignorância e grosseria chegaram ali e pararam. Tanto as irmãs da Luciana quanto os cunhados mais o toleram do que admiram. Eu particularmente troquei meia dúzia de frases com o cara, uma vez que seus únicos assuntos são voltados para o trabalho, futebol e mulheres. Quem o ouve falar pensa que toda mulher nasceu para satisfazer o ego e a pica do sujeito. – sentenciou o Thiago. – Aposto que foi com esses assuntos que ele está te aporrinhando. – emendou, antes de eu ter chance de responder.

- Meio que por aí! – retruquei. O que mais eu podia dizer, que ele estava me cantando na cara dura?

- Fico imaginando o que um cara culto e viajado como você, habituado a estar cercado de pessoas interessantes, pode ter conseguido conversar com ele. – conjecturou o Thiago.

- É mais uma faceta da vida a se conhecer! – afirmei. O Thiago riu.

A meia-noite chegou. Brindes, abraços, desejos de um novo ano cheio de adjetivos tomaram conta do pessoal, enquanto pela vizinhança explodiam fogos de artifício anunciando a chegada do novo ano. Tentei escapar do abraço efusivo que o Fernando distribuía a torto e direito sob o efeito de uma mistura imprudente de cerveja, vinho e espumante, me esgueirando pelas paredes para não ser notado. Inutilmente, tenho que admitir. Ele veio direto na minha direção a passos firmes, vendo que finalmente surgira a oportunidade de sentir meu corpo junto ao dele e seus braços me prendendo lascivamente no que não seria visto pelos demais além de um simples cumprimento. Sem reação, eu me vi preso naqueles braços musculosos. O – Feliz Ano Novo! – foi sussurrado junto ao meu ouvido somado a um toque discreto e sutil da boca dele no meu cangote, enquanto uma de suas mãos deslizava voraz e impudica sobre as minhas nádegas. Alarmado, olhei para os lados para ver se alguém estava presenciando aquela libertinagem. À exceção do filho dele, com um sorriso contido contornando sua boca, ninguém mais prestou atenção à cena. Eu tremia da cabeça aos pés, enquanto ele se regozijava sentindo meu corpo estremecido colado ao dele, numa prova de que aquele round ele havia vencido.

Parti pouco depois, só me despedindo discretamente dos meus anfitriões. Emocionalmente exaurido e abalado pelo fato do Fernando ter não apenas descoberto minha condição de gay, como se aproveitado disso, eu precisava respirar ares mais leves do que os da festa. Em casa, levei algum tempo para que meu corpo e meu espírito se acalmassem. Eu não podia nem sonhar em voltar a encontrar aquele homem. Eu não precisava de um escândalo naquela cidade onde praticamente todos se conheciam, nem precisava que meu segredo trazido, até então, trancafiado a sete chaves viesse à público e, muito menos, podia me envolver com um pai de família por mais tesudo que fosse e por mais que meu cuzinho se assanhasse por ele.

Nenhum esforço de minha parte conseguia tirar aquele homem da minha cabeça. Volta e meia eu me pegava divagando, os pensamentos voando livres e soltos, e uma curiosidade mórbida voltada a desvendar todo o potencial que aquele macho carregava consigo. O que havia a explorar naquele corpo vigoroso se não fossem as roupas a cobri-lo? Que sabor teriam os beijos que aqueles lábios carnudos incitavam? Quais seriam as reações que ele experimentaria se meus dedos se atrevessem a deslizar irrestritamente sobre seu peito peludo, seu ventre sensual, seu rosto hirsuto e sedutor, seus genitais que, ao que tudo indicava, eram bem avantajados? Seria ele carinhoso e criativo durante o sexo? Eram perguntas que acabavam sem resposta quando eu voltava à realidade.

Felizmente, por semanas não tive mais notícias do Fernando, mesmo tendo ido diversas vezes à casa da Luciana e do Thiago. Constatei que a pouca afinidade que tinham com ele, conforme o Thiago havia dito, restringia os encontros com ele e sua família aos estritamente necessários. Portanto, o convívio com a Luciana e o Thiago e minhas idas à casa deles, continuava a se mostrar um porto seguro.

Haviam me indicado um carpinteiro capaz de fazer o caramanchão que pretendia construir no quintal dos fundos sob o qual queria fazer uma mesa que possibilitasse refeições ao ar livre nos inúmeros dias quentes e ensolarados daquela região e, que apoiasse trepadeiras floridas que criassem um oásis sombreado. O sujeito morava num sítio nos arredores da cidade e, numa manhã de sábado, mesmo o céu prenunciando um temporal, eu me aventurei pelas estradas vicinais de terra batida desenhadas em traços rudes sobre uma folha de papel a título de mapa para me guiar até o sítio. Nem o GPS do carro, nem os aplicativos do celular mostravam aquelas estradas, apenas as asfaltadas que havia já uns 15 minutos tinham ficado para trás. Eu estava perdido. De quilômetro em quilômetro só se viam canaviais de ambos os lados da estrada, o que complicava a localização de onde eu exatamente estava. A implacável Lei de Murphy logo se fez sentir. Um temporal desabou sobre a região e, em questão de minutos, as estradas que serpenteavam entre as plantações se tornaram lamacentas e quase intransitáveis. Meu SUV escorregava de um lado para o outro à medida que eu avançava cauteloso, jogando ondas de água barrenta a cada buraco que as rodas caiam. Em pensamento, despejei sobre mim mesmo uma batelada de adjetivos pouco elogiosos. Só mesmo um idiota para se aventurar num lugar desses e sabendo que o tempo estava prestes a mudar. Era tarde demais para arrependimentos. Depois de ter rodado por mais de uma hora sem fazer a menor ideia de onde estava, finalmente encontrei um pasto aberto e no centro dele uma pequena casa de alvenaria carecendo de reparos por todos os lados. Enfiei o carro pela porteira aberta e cheguei o mais próximo possível da casa. A chuva torrencial não dava trégua e não me arrisquei a descer do carro porque dois cachorros pouco amistosos rosnavam exibindo os dentes junto à porta do carro.

- Ó de casa! Bom dia! Alguém em casa? – berrei, procurando superar o latido dos cães

Uma mulher magra de cabeleira emaranhada que lhe chegava abaixo dos ombros apareceu no alpendre. Trazia uma vassoura consigo, cuja finalidade me fez pensar se fora por estar envolvida nos afazeres domésticos, ou se lhe serviria de defesa, caso necessário. Ela me encarou permanecendo muda.

- Bom dia! Estou perdido. A senhora por acaso conhece um carpinteiro que mora por essas bandas, o nome dele é João Vitinho? – perguntei de dentro do carro, pois ela não chamou os cães, nem me deu sinais de que desejasse que eu descesse.

- Você está perdido mesmo! O sítio do Vitinho é para lá desse morro. – afirmou ela

- E como chego até lá?

- Olha moço, com esse tempo eu não ficaria andando por essas estradas! É melhor o moço voltar até a pontezinha de madeira sobre o córrego que você passou; uns poucos metros depois dela, à esquerda, tem uma estrada no meio do canavial. Você vai seguir por ela e dar a volta nesse morro ali, tá vendo? Na bifurcação pegue à direita, é a estrada que vai dar na casa do Vitinho. – instruiu ela.

Olhei desanimado mais uma vez para as linhas traçadas no ‘mapa’ que eu trazia. Absolutamente nada fazia sentido. Agradeci e dei ré saindo pela porteira. Os cães me acompanharam até lá como se estivessem me expulsando. Com a atenção redobrada, procurei a tal pontezinha de madeira e o tal córrego. Encontrei-os cerca de quatro quilômetros depois. A enxurrada lamacenta cobria boa parte do madeiramento da ponte, ousado e louco, atirei o carro sobre ela. Mas, ao querer subir o aclive do outro lado, as rodas patinavam sem sair do lugar e, mesmo acionando o sistema 4x4 não progredi sequer um metro. Com a minha expertise de motorista urbano, consegui cavar dois enormes sulcos na lama até ficar completamente atolado naquele fim de mundo. São Pedro ou, seja lá quem se encarrega de despejar trovoadas e tempestades sobre nós pobres mortais, parecia estar se divertindo às custas da minha tolice, uma vez que a chuva não dava trégua. Mesmo havendo sinal no celular, para quem ligar? Enquanto jantavam comigo na noite anterior, o Thiago e a Luciana haviam me dito que passariam o fim de semana num hotel-fazenda próximo à divisa do Estado. Quem mais eu conhecia naquela cidade? Ninguém. Ao menos ninguém que pudesse acionar para me prestar socorro. O jeito era descer do carro, encarar a chuva, e voltar até o sítio de onde acabara de pedir informações, apesar da cara pouco amistosa da mulher e dos rosnados dos cães.

Cheguei à porteira encharcado até a alma. Fui recebido pelos cães que, impressionantemente, apesar de fazerem um estardalhaço com seus latidos, não partiram para cima de mim. Até eles deviam ter adivinhado que se tratava de um tolo que não oferecia perigo algum e, ainda por cima, estava numa condição miserável. A mulher reapareceu logo em seguida, desta vez sem a vassoura nas mãos.

- Me desculpe, mas o carro atolou logo depois da ponte. A senhora conhece alguém que pudesse me ajudar a sair de lá? – perguntei, regelado e com os lábios tremendo

- Eu num disse que era melhor o moço não ficar rodando por essas estradas! – exclamou ela, me encarando como se eu fosse um parvo. No que estava coberta de razão. – Só tem um jeito do moço sair daqui, temos que pedir um trator na fazenda do Seu Júlio. Ele costuma mandar um tratorista ajudar o pessoal nesses casos. – sentenciou ela.

- E como podemos encontrar esse Seu Júlio?

- Ligando para a fazenda, ora essa! – nessa altura do campeonato a mulher devia ter plena certeza de que eu era o mais estupido dos homens que ela já havia visto. Eu lhe devolvi um sorriso amarelo e tenso, pois concordava com ela.

Liguei para o número de celular que ela me deu, ali mesmo, da varanda, pois me recusei a entrar na casa com os tênis cobertos de barro e as roupas pingando. O tal do Seu Júlio parecia ser um senhor de idade, pela voz rouca e fraca. No entanto, ele me garantiu que enviaria um funcionário com um trator para me tirar daquela situação. Ele desligou enquanto eu agradecia a gentileza e o enorme favor. Fiquei sentado nos degraus do alpendre por mais de duas horas quando finalmente surgiu um trator diante da porteira. A chuva não tinha amainado nem um pouco, continuava tão intensa que não distingui o tratorista por trás dos vidros embaçados da cabine. Ao mesmo tempo em que me pus de pé, o sujeito desceu do trator.

- É o Fernando, capataz do Seu Júlio! – exclamou a mulher às minhas costas, saindo da casa ao ouvir o barulho do trator.

- É, é o Fernando! – repeti eu, sem acreditar no que meus olhos estavam vendo e, certo de que era tudo o que me faltava para fazer daquele dia um péssimo dia.

- Arthur? – disse o Fernando, assim que me identificou.

- Vocês se conhecem? – perguntou a mulher, um tanto quanto estarrecida. Eu continuei mudo, procurando assimilar toda a extensão da minha desgraça.

- Oi Dona Lurdes! Como vai o Pedro? Que temporal, hein! – a voz do Fernando era amistosa, de quem conhecia aquela gente de longa data.

- Pois é! E esse moço resolve se enfiar nessas estradas desse jeito! – respondeu ela. O Fernando me encarou e riu.

- Pra senhora ver! Tem maluco pra tudo!

- E não é? – ela parecia feliz por ter encontrado quem pensasse como ela. A mim, restou fazer cara de paisagem e deixar que tripudiassem sobre minha imbecilidade.

- Vamos lá? Onde está o carro? – perguntou o Fernando se voltando para mim com ar triunfal.

- Depois da ponte. – respondi. Aquele sujeito ia se valer daquela situação tão certo como dois e dois são quatro.

Assim que entrei na cabine do trator ele se voltou para mim com o olhar fixo nas minhas roupas encharcadas coladas ao corpo permitindo que se distinguissem todas as curvas. Um risinho sarcástico surgiu nos lábios dele.

- O que deu em você para se enfiar nessas bandas num dia como esse? – perguntou, para ver se conseguia me deixar menos encabulado.

- Vim procurar um carpinteiro, só que os traços que rabiscaram no papel não me levaram a lugar algum, ou melhor, me trouxeram para cá. - respondi

- Por que não me ligou, eu te levava até ele. Quem é ele, o João Vitinho?

- Esse mesmo!

- Você veio parar do outro lado do morro onde ele mora.

- É, estou sabendo disso agora! – devolvi. Ele não escondeu a risada. – Não foi burrice minha, vou te mostrar o tal mapa que fizeram para mim. Com aqueles rabiscos ninguém chega a lugar algum. – afirmei, tentando parecer menos tonto.

- Esqueceu que não está mais em São Paulo? Aqui não dá para pegar as estradas num dia como hoje, elas ficam intransitáveis.

- Estou percebendo! Também não precisa ficar me censurando! – exclamei. Ele procurou disfarçar a risada percebendo que meu humor não era dos melhores.

Sacolejamos num silêncio embaraçoso pela estrada dentro da cabine do trator sob uma chuva que parecia não terminar nunca. Eu não fazia ideia de que meu carro tinha ficado tão distante ou, talvez, fosse a minha ansiedade para chegarmos logo a ele que me fazia ver o caminho mais longo do que na realidade era. De soslaio, eu acompanhava a destreza com a qual o Fernando conduzia aquela geringonça desajeitada, quando reparei que ele estava rindo.

- Está se divertindo com a minha situação, não é? – perguntei, um tanto quanto irritado com aquela risada de deboche.

- Você há de concordar que é bem engraçado, não é? Você fugiu de mim a noite toda na festa de Ano Novo, recusou educadamente, mas recusou, o convite que minha mulher te fez para vir ao churrasco que fizemos no final de semana seguinte só para não ter que se ver frente a frente comigo e, ainda, deu uma desculpa para não aparecer na pizzaria na última sexta-feira à noite quando havíamos combinado com a Luciana e o Thiago de nos encontrarmos para um bate-papo. E agora, vejam só, eis que o destino nos uniu mesmo à sua revelia. É engraçado, não acha? – sentenciou ele.

- Eu não fugi de você! Que suposição estapafúrdia! Por que eu fugiria de você? – questionei, tentando manter a pose.

- Pensando bem, fugir de mim foi o jeito que você encontrou para fugir de si mesmo. – a afirmação dele me abalou

- Deu para filosofar? – perguntei, voltando a ficar tenso como as cordas de um violino.

- Não! É fácil chegar a essa conclusão. – a certeza com a qual ele fazia essa afirmação era desconcertante. Para me safar daquela conversa a pontezinha e meu carro surgiram diante de nós ao final da curva que a estrada fazia entre o canavial.

A chuva apertou, e sob o aguaceiro inclemente o Fernando fixou um cabo de aço preso à traseira do trator ao gancho de reboque do meu carro e, facilmente, puxou o SUV de quase duas toneladas para fora do atoleiro, deixando-o num ponto mais plano da estrada para que eu pudesse seguir meu caminho de volta para casa. Ambos estávamos encharcados, as roupas coladas ao corpo, grossas gotas pingando dos cabelos diante dos nossos rostos. Por uns instantes nenhum dos dois disse nada. Eu precisava agradecer a providencial ajuda dele, mas estava tão inibido que não encontrava as palavras certas para isso. De repente, do nada, ele me encostou contra a lateral do meu carro lançando seu corpo contra o meu e, sem perder tempo, colou sua boca na minha esfregando os lábios sedentos nos meus numa volúpia selvagem. Tomado pelo espanto fiquei inerte, somente após alguns segundos abri lentamente a boca e aceitei a língua ávida dele me invadindo com seu calor determinado. Instintivamente espalmei minhas mãos abertas sobre o tórax largo dele, não para rechaça-lo, mas para me apoiar e ter a certeza de que aquilo era real, e não um dos meus delírios libidinosos. Com movimentos firmes de sua pelve, ele me prensava contra o carro, enquanto uma das mãos descia pelas minhas costas em direção à minha bunda, onde começou a apertar minhas nádegas numa sofreguidão quase animalesca. Não sei quanto durou aquela insanidade, pois pareceu que o tempo repentinamente estagnou, deixando que apenas as espessas gotas da chuva arrefecessem nossos corpos ardentes.

- Sabe sair daqui? – perguntou ele, ainda ofegante e cheio de tesão, quando desgrudou sua boca da minha.

- Sim, acho que sim! – respondi, tão atordoado que mal me lembrava de onde estava.

- Vou seguir na frente, te deixo próximo ao asfalto, de lá você se acha. Vou ficar maluco se continuar aqui vendo essas roupas coladas às curvas do seu corpo. Não sou de ferro! – acrescentou impulsivo.

- Obrigado, Fernando! – subitamente foi tudo que consegui balbuciar. Minha cabeça rodopiava como um pião.

Tão logo cheguei em casa, me enfiei debaixo do chuveiro. Eu precisava sentir aquela água morna descendo pela pele para acalmar o reboliço que sentia no peito. Vesti uma roupa confortável e comecei a preparar um chá. Ainda estava na cozinha envolvido com essa tarefa quando o videoporteiro tocou, era o Fernando com roupas secas e cabelos em desalinho. Tão logo o reconheci na imagem da tela, as palpitações voltaram, perturbadoramente aceleradas. Destravei a fechadura do portão e fui em direção à porta de entrada para deixa-lo entrar. Como um touro bravio que é conduzido ao brete, ele atravessou o umbral, agarrou minha cintura e me grudou contra a parede e, novamente, impulsionou a pelve contra a minha enquanto seus lábios tateavam cobiçosos sobre os meus. Como se ambos estivéssemos carregados de energia estática, o toque de nossas peles provocava faíscas invisíveis que pareciam pequenos choques.

Para que a minha camiseta folgada saísse pela cabeça expondo meu tronco liso e meus mamilos enrijecidos foi uma questão de segundos. Primeiro foram os lábios molhados dele que roçaram os biquinhos salientes dos meus mamilos, depois os dentes os prenderam com força me obrigando a soltar um gemido e, em seguida, a boca úmida e quente os chupava como se eu tivesse tetas cheias de leite a ser sugado. Mergulhei as pontas dos dedos na cabeleira dele, afaguei o rosto barbado que me espetava como uma lixa, deixando minhas mãos percorrerem sua nuca, seu queixo e o contorno sedutor de sua boca. Eu nunca tinha sentido tanto tesão, nem meu cuzinho se contorcido com tamanha intensidade. Sentindo-se aceito e com as minhas mãos entrando por baixo de sua camiseta, ele a tirou apressadamente pondo à mostra o tronco virilmente peludo, por onde tateei devasso e ganancioso. Nossas bocas não se soltaram enquanto eu era arrastado para o quarto e despido do short e cueca pelo caminho. Ao me lançar sobre a cama, eu estava nu, o olhar dele brilhava, a cabeçorra da pica emergia pelo cós do jeans tão obscena e indecente que só aumentou o meu tesão. Não desgrudei os olhos dele enquanto se livrava do jeans e da cueca, o que ele fez tão sensualmente que ficava impossível não desejar que a nudez completa se materializasse o mais breve possível. Um caralhão enorme pulou para fora da cueca quando ele a arriou. Jamais tinha visto um cacete daquele tamanho, sempre pensei que as imagens dos caralhos dos atores pornôs fossem manipuladas para que parecessem gigantescos. Não era o caso do Fernando. As reais dimensões daquela jeba estavam bem diante do meu rosto, intimidadoras e másculas. A caceta reta, grossa, contornada por uma ramificação de veias saltadas dava curtos pinotes à medida que o sangue impulsionado por seus batimentos cardíacos acelerados chegava até ela. Foi a coisa mais linda e sensual que já vi. A gigantesca glande saliente brilhava com a umidade translúcida do pré-gozo que a lubrificava, exalando um perfume que logo adentrou nas minhas narinas como um convite a degustar aquela pica. Ele me deixou admirar seu dote sem pressa, estava orgulhoso dele e queria que eu me encantasse com ele, pois isso facilitaria tudo para o que tinha em mente fazer. A virilha do Fernando era tão peluda que mal se distinguia a pele do sacão globoso e pesado que pendia entre suas coxas, era um escroto taurino. Não pude deixar de imaginar a quantidade de sêmen que aqueles testículos gigantescos eram capazes de produzir, nem de quantas fêmeas eram capazes de inseminar. Notando que eu demorava a tomar a iniciativa, o Fernando se aproximou ainda mais do meu rosto e começou a pincelar o cacete babão nas minhas bochechas, no meu queixo, nos meus lábios. O aroma de almíscar era inebriante, sutilmente comecei a abrir a boca e, levando minha mão até o caralho grossão, coloquei o que coube entre os lábios e suguei o sumo pegajoso que ele soltava. Um grunhido escapou por entre os dentes do Fernando quando sentiu minha boca aveludada chupando seu pau. Ele agarrou minha cabeça pelos cabelos e a empurrou para dentro de sua virilha pentelhuda. Respirar com aquele cacetão entalado na boca ficava cada vez mais difícil, especialmente quando o Fernando o forçava em direção a minha goela, procurando foder minha boca com o destempero do tesão que o consumia.

Ele agora me observava, os olhos a me queimar, deitado nu sobre a cama enquanto ele, ainda em pé, apoiava um dos joelhos sobre o colchão. Inibido com aquele olhar, não sabia o que fazer com as mãos, então deixei-as cair sobre o peito e o ventre. Senti meus mamilos endurecendo. Automaticamente meus dedos deslizaram pela barriga, as mãos dele se entrelaçaram com as minhas e desceram também. Minha pele estava tão arrepiada quanto a de um ganso depenado. As mãos dele continuavam descendo, estavam agora entre as minhas coxas musculosas e lisas, tocando gentilmente, afagando, apertando, cada vez com mais força, mais depressa, seguindo em direção ao meu rego apertado e profundo entre as bandas carnudas da bunda. Fui dominado por um turbilhão frenético de sensações que pareciam explodir dentro do meu corpo. Nunca naqueles meus vinte e oito anos de vida eu sentira uma mão me explorando aquela região. Balbuciei, atordoado pelo tesão, o nome dele. Um sorriso doce e ganancioso surgiu no rosto dele. Ao mesmo tempo em que girava meu corpo até eu ficar quase de bruços, ele se inclinou sobre mim. O primeiro beijo com os lábios úmidos tocou meu ombro, os demais foram descendo pela coluna até que a primeira mordida nas minhas nádegas se fizesse sentir. Dava para ouvir a respiração profunda e acelerada dele, sentir o calor que seu corpo emanava, o tesão que o instigava. Aquelas mordidas que estavam deixando as marcas dos dentes dele desenhadas sobre a minha pele estavam me levando à loucura. Meu cuzinho piscava alucinado, parecendo ter vida e vontade próprias. Um gritinho exaltado escapou dos meus lábios quando o dedo devasso dele entrou no meu cu e começou a rodopiar lá dentro, cada vez mais fundo e assanhado. Empinei o rabo na direção dele como uma cadela no cio ao sentir que ia ser montada. O frenesi que fazia meu corpo todo tremer aumentou quando a língua dele começou a lamber minhas preguinhas anais corrugadas. O Fernando olhava para meu buraquinho rosado como se estivesse enfeitiçado. Aos poucos ele foi montando em mim. Enquanto procurava por uma posição estável, guiava com a mão a caceta completamente rija dentro do meu rego. Fazia-a deslizar no fundo dele para encontrar aquela fenda que o enfeitiçara e onde ia atolar a pica assim que a encontrasse. Durante esses intermináveis segundos, minha respiração parou. Era angustiante aquela espera com o cuzinho se projetando para fora enquanto espasmos o contraiam com força. A cabeçorra lambuzada agora estava exatamente sobre a portinha, dava para sentir ele forçando a entrada e meus esfíncteres se contraindo atrozmente. Durante uma breve distensão e, com um vigoroso impulso, ele enfiou a cabeçorra e parte do caralhão no meu cuzinho macio. Meu grito ecoou pelo quarto confirmando a bem-sucedida penetração, que ele não demorou a sentir quando meus esfíncteres úmidos e quentes envolveram sua rola numa constrição voraz. Passaram-se alguns segundos antes de ele ter certeza de que estava dentro de mim, tamanho o prazer que vinha de sua virilha que, de súbito, passara a concentrar todas as suas emoções. De tanto que minha musculatura anal constringia a pica dele, ele precisou fazer força para movimentá-la.

- Ai, ai Fernando! – gani, ao sentir que ele voltava a forçar a jeba para dentro do meu cuzinho.

- Está doendo muito? – a pergunta parecia descabida, mas escapou sem ele se dar conta.

- Não sei! Estou tão confuso! – balbuciei, diante daquela sensação inusitada que mexia com todo meu corpo e todas minhas emoções.

- Quero você! Quero essa bunda e quero esse cuzinho. Não me negue esse prazer, Arhtur. – sua voz rouca e grave sussurrada junto ao meu ouvido parecia fazer toda aquela dor valer a pena.

Joguei a cabeça para trás, de encontro ao ombro dele, e deixei que sua mão guiasse minha boca para junto da dele. Foi esse beijo demorado que sufocou todos os ganidos que soltei enquanto ele enfiava, com impulsos abruptos, o caralhão todo até o talo no meu rabo. Começou um vaivém frenético daquele cacetão entrando e saindo do meu cuzinho, o Fernando rosnava entre dentes procurando imobilizar minhas pernas e braços que se debatiam debaixo daquele corpo forte e viril. Foi a primeira vez que me senti tão subjugado.

- Ah, Arthur, não faz ideia do quanto estou querendo você! – grunhiu ele.

Ouvi-lo dizer isso me deixou em êxtase, experimentei uma alegria intensa, plena. Valera a pena passar todos aqueles anos cercado de dúvidas, sem saber o que significava aquela inclinação que me levava a admirar mais os garotos que as garotas, valera a pena a angustia que sentia com isso, a solidão que havia em meu peito mesmo estando cercado de amigos, valera a pena a humilhação na adolescência quando o corpo dos outros garotos ia se tornando cada vez mais viril enquanto o meu ganhava contornos que instigavam os homens a me cobiçarem. Eu me abri de repente para ele, apertando o cacete dele com os esfíncteres e gemendo lascivamente para externar todo aquele prazer que ele me proporcionava. Mesmo sendo um homem experiente, que já estivera com muitas mulheres e até rapazes na cama, o Fernando sentia uma compulsão desmedida por aquele corpo que se contorcia trêmulo debaixo dele. Era um prazer ímpar, algo que até então nunca havia sentido, por isso me envolvia em seus braços numa sofreguidão desmesurada, como se me perder levasse consigo parte de sua felicidade. Era a intensidade dos meus gemidos que controlava sua sanha. Ele não queria me machucar, mesmo sabendo que seu cacetão já tinha arregaçado minhas preguinhas apertadas. A maneira meiga e carinhosa como eu me entregava a ele levou-o a sentir a comichão aumentando em sua virilha, seu baixo ventre enrijecia, os impulsos que dava moviam o cacete mais devagar dentro do cuzinho, o sacão que ficara o tempo todo batendo de encontro às minhas nádegas começou a se contrair em espasmos ligeiramente dolorosos. Ele sentia os testículos tão abarrotados que pareciam querer explodir. Eu virei mais uma vez o rosto na direção dele, pouco depois dos nossos lábios se entrelaçarem, veio o urro gutural, e ele despejou todo o conteúdo opressivo dos colhões naquele casulo quente que o acalentava. Eu sentia os jatos quentes de porra escorrendo para as profundezas das minhas entranhas e soube que tinha satisfeito aquele macho intrépido com os atributos do meu corpo, cujo potencial até então eu desconhecia. Só então, percebi que estava todo melado, em meio aquelas socadas potentes no meu cuzinho eu havia gozado sem perceber.

Ainda levou um tempo antes de ele tirar a pica do meu cu e se deixar cair pesadamente ao meu lado. Ficou me encarando em silêncio, os olhos tinham um brilho de jubilo. Eu sorri. Ele me puxou para junto de si, sobre seu peito. Eu o beijei, não uma, nem duas vezes, mas inúmeras. Eram beijos sutis, quase imperceptíveis não fosse a excitação que ainda estava no corpo dele; tocavam seu rosto, desciam do queixo para o pescoço, seguiam rumo a orelha e a nuca, onde provocavam uma ereção dos cabelos. Ele se entregava quase delirando. Fazia a mão deslizar sobre a nádega lisinha que mantinha aprisionada, e procurava controlar os arrepios que as pontas dos meus dedos provocavam ao deslizarem sobre o caminho de pelos que ia de seu ventre até a virilha.

- Me prometa, não, jure, que vai ser meu de novo! – murmurou ele, mantendo aquele olhar fixo no meu rosto exultante. Eu prometi, sem me importar com as consequências dessa promessa.

Havia anoitecido, o quarto estava imerso numa penumbra abafada, os aromas de sexo ainda preenchiam o ar, nós continuávamos abraçados. Por vezes, imperavam longos silêncios, apenas nossas mãos continuavam a explorar nossos corpos e, em outras, conversávamos sobre o que acabáramos de fazer, sem que nenhum dos dois sentisse qualquer remorso. Desde o dia em que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez, sabíamos que mais cedo ou mais tarde aquilo ia acontecer. Era mais forte do que qualquer subterfúgio que pudéssemos inventar para não deixar acontecer.

A porra do Fernando formigava entre a ardência das minhas preguinhas quando o roçar dos meus dedos em sua coxa peluda produziu uma nova ereção nele. Os afagos que sua mão fazia deslizando sobre meus glúteos levaram-no a enfiar um dedo no meu cu. Eu gemi e depois juntei meus lábios aos dele. Ele rolou por cima de mim. Eu fui lentamente abrindo as pernas, até meus joelhos tocarem meus ombros. Ele meteu o caralhão duro no meu cu, embora a porra anterior tivesse me lubrificado, eu gani quando os esfíncteres se distenderam e rasgaram. Ele me encarava como se não soubesse o que fazer com toda aquela felicidade que estava sentindo. Eu ergui minha pelve na direção de sua virilha o que fez o cacete mergulhar por inteiro no meu rabo receptivo, fazendo o sacão se alojar entre as bandas distendidas. Suas arremetidas vigorosas faziam meu corpo afundar no colchão, e sua rola socar a minha próstata, o que levava a uma dor que se irradiava por toda a pelve. Nunca imaginei que um macho pudesse me dar tanto prazer, que fizesse meu corpo descobrir todas aquelas sensações. Enquanto suas estocadas davam ritmo ao coito, eu acariciava seu rosto, o contorno de sua boca, tocando as pontas dos dedos em seus lábios úmidos, iluminados por um sorriso carinhoso. Eu gozei, ele gozou. A última esporrada densa e esbranquiçada ainda foi ejaculada quando ele tirou a pica do meu cuzinho, caindo sobre o meu rego. Fechei apressadamente as pernas para que o sumo viril dele não escorresse pela fenda anal arregaçada, mas ele teve tempo suficiente para constatar o dano que sua rola grossa havia feito, e que se traduzia em gotas de sangue rutilantes que afloravam das preguinhas inchadas. Beijou-me com uma ternura intensa, como para compensar a atrocidade que seu membro colossal havia feito no meu cu. Eu só pensava em mantê-lo em meus braços, querendo que aquele momento durasse uma eternidade. Estava tão feliz que havia me esquecido que existia um mundo inteiro lá fora, que talvez não fosse condescendente com o que havia ocorrido entre aquelas paredes. Era tarde quando ele partiu para casa. Agarrou-me mais uma vez e me prensou contra a parede, enquanto sua língua explorava minha boca num beijo devasso quando o levei até porta. A condição para me soltar foi eu prometer que nos veríamos em breve. Prometi.

As sequelas no meu cuzinho se fizeram sentir no dia seguinte, eu mal conseguia sentar ou dar um passo mais largo sem que a ardência se tornasse pungente. Eu ainda estava úmido, e guardaria o esperma do Fernando no meu rabo enquanto a natureza não o expulsasse espontaneamente, o que levou o dia todo. Aquela embriaguez sedutora na qual estava envolvido também não havia passado. Passei o dia inteiro desatento, nas nuvens.

Apenas no início da semana, retomando minha rotina, é que comecei a sentir um peso pelo que havíamos feito. Questionei-me se não havia me deixado levar por uma atração física que podia resultar num enorme desastre. Afinal, o Fernando era casado, tinha uma família, era cunhado do casal de amigos que eu mais prezava. Se nossa orgia viesse à tona, estaríamos envolvidos num escândalo sem tamanho, eu teria traído uma amizade de longa data, ele faria ruir um casamento de dezoito anos. Subitamente, fui tomado por um medo que chegava a gelar meus nervos. Já podia ouvir os comentários ecoando no meu cérebro – o viado tanto fez que levou um marido e pai dedicado a se sodomizar numa trama sórdida. Sim, pois no final das contas e, de uma forma ou de outra, a culpa sempre recairia sobre o gay. Segundo a crença da sociedade, não são eles os imorais?

Meio da semana, passava ligeiramente das nove horas da noite, eu estava fazendo a minha contabilidade mensal quando o videoporteiro tocou, era o Fernando.

- O que faz aqui a essa hora? – questionei

- Vim cobrar a promessa que me fez! – exclamou, com um sorriso ladino

- Que promessa? Eu não fizPrometeu que nos encontraríamos em breve, ou costuma não cumprir suas promessas? – indagou

- Eu estive pensando, Fernando, e acho queVocê pensa demais e age de menos! – retrucou. Ele me contemplou, os olhos cheios de admiração estavam focados nas duas auréolas castanho claras dos meus mamilos que se destacavam da pele lisa e branca do meu peito nu, e no short cujas profundas fendas laterais estavam abertas, esticadas por conta da bunda volumosa que mal cabia dentro dele.

No mesmo instante em que cobria minha boca com a dele e me puxava com força para junto de seu corpo maçudo, ele me fez sentir sua urgência através da ereção aprisionada em seu jeans. O beijo, com direito a um frenético entrelaçamento de nossas línguas, fez minhas pernas bambearem e minha resistência se dissipar. A mão dele já estava debaixo do meu short e apertava minhas nádegas despudoradamente.

- Não podemos ... – tentei argumentar enquanto era conduzido afobadamente para o quarto

- Diga isso à minha pica e a esse cuzinho travesso agasalhando meu dedo! – interrompeu-me, mais uma vez.

Minutos depois, senti que ele erguia meus quadris, abria minhas nádegas comprimindo seu corpo contra o meu e enfiava o pênis enorme no meu cuzinho apertado me rasgando, eu gania debruçado na beirada da cama com as pernas bem abertas tentando encontrar um ponto de apoio no chão, enquanto ele bombava vigorosamente meu rabo distendido além do limite suportável dos meus esfíncteres. A dor era insuportável. O Fernando se movia cada vez mais depressa e mais fundo, até que um gemido selvagem saiu do âmago dele e explodiu junto ao meu ouvido. Em menos de quinze minutos eu estava todo esporrado. Parte se devia ao meu gozo, e parte se devia ao dele, que inundara meu cu com um líquido cremoso e tépido que agora escorria sobre a minha mucosa esfolada. Eu não tinha mais nada a dizer a ele, só queria cobrir seu rosto com meus beijos e minhas carícias, fazendo brotar um lascivo sorriso no contorno de sua boca. Ali eu percebi que jamais encontraria justificativas para não transar com ele, pois o desejo de aconchegar aquela verga colossal nas minhas entranhas era uma prioridade do meu corpo, que estava muito acima do que me aconselhava a razão.

- Você não devia estar aqui! É casado, tem mulher e filhos aos quais deve fidelidade. Não pode se deixar levar pelo instinto. – sentenciei.

- Você não me quer? Não é isso que sinto quando estou dentro de você! – retrucou ele.

- Não se trata disso! Trata-se de .... – estávamos abraçados deitados de lado com os corpos colados e eu senti que a pica dele começava a escorregar para dentro do meu cuzinho. Um impulso brusco e determinado a enterrou no meu casulo, a partir daí eu não tinha mais nada a dizer.

Para ser completamente sincero comigo mesmo, tive vontade de não deixá-lo partir quando o vi vestindo a calça e colocando a verga satisfeita dentro dela. Ele pareceu adivinhar meus pensamentos e sorriu.

- Não fique triste, estarei de volta antes que possa sentir saudades minhas! – exclamou, fitando meu corpo nu queimando de desejo. Eu sorri condescendente.

A semana havia transcorrido rápida. Era sábado novamente e me pareceu que tinha sido ontem que eu me vi atolado e perdido nas estradas de lama à procura do carpinteiro. Antes do toque da campainha, Theo, meu pastor-belga-malinois, separou-se de mim na cozinha, onde preparava o desjejum, e correu para a porta latindo e agitando a cauda de alegria. Quando fui atender, o Fernando estava diante da porta com um homem de uns cinquenta anos, costeletas grisalhas e braços musculosos e peludos saindo das mangas da camisa.

- Bom dia, Arthur! Este é o João Vitinho! – exclamou o Fernando, enquanto trazia o homem para dentro.

- Bom dia! Soube que há uma semana enfrentou uma saga para me encontrar. – disse o homem, numa voz firme e amistosa.

- Nem me fale! Foi o maior sufoco que já passei desde que me mudei para cá! – respondi, apertando a mão que ele me estendia.

- Ingenuidade e inexperiência de garoto de cidade grande, sabe como é, não é João? – sentenciou o Fernando, enquanto piscava na minha direção. Então é essa a opinião que tem a meu respeito, pensei com meus botões. Nem havia como retrucar, eu fora, no mínimo, ingênuo de me aventurar por aquelas estradas num dia chuvoso e, quanto a inexperiência, bem, essa ele havia comprovado no instante em que meteu seu falo no meu cuzinho virgem.

- Preciso dos seus serviços, Sr. João, e acho que me precipitei um pouco ao tentar encontrar sua casa. – afirmei, para não parecer um tolo.

Mostrei ao carpinteiro o que queria fazer no quintal, dei-lhe uns croquis para que pudesse fazer um orçamento e levei-o até a porta quando ele havia se inteirado do meu pedido. O Fernando ficou. Estava acariciando a barriga do meu Theo deitado de costas e latindo quando voltei à cozinha.

- Não precisava ter se dado ao trabalho de trazer o homem até aqui, eu podia perfeitamente encontrar a casa dele, agora que já me localizei. – sentenciei, para que ele soubesse que não ia ficar na dependência dele para nada. Ele riu.

- Sei, sei! Você parece querer provar para todo mundo que não precisa de nada que venha dos outros. – afirmou ele, sem parar de brincar com o Theo.

- Não é nada disso! Só gosto de resolver meus problemas por mim mesmo. – revidei, estendendo-lhe uma xícara de café.

- Até esse aqui? – perguntou, deixando a xícara sobre a mesa e enlaçando minha cintura com força enquanto me trazia para junto dele. – Acha que consegue resolver esse problema sem mim? - emendou

Eu não quis beijá-lo naquele momento, precisava manter minha dignidade, embora aquela mão que apalpava meus glúteos quisesse dizer o contrário, assim como meu cuzinho, que já se contorcia com a possibilidade de sentir o membro viril dele se alojando dentro dele. Passou-se apenas o tempo de tomarmos o café da manhã juntos para estarmos novamente nus na cama, trepando como dois tarados selvagens.

As semanas continuavam passando e eu me perguntava do que realmente esse macho fogoso carecia para me procurar com tanta frequência. Arrisquei-me a sondar a Luciana durante um almoço para o qual a convidei durante a semana, num restaurante que acabara de abrir as portas na cidade. Fui sutil e cauteloso nas perguntas, a última coisa que eu queria era que ela começasse a desconfiar de alguma coisa, de um interesse meu por seu cunhado, ou qualquer outra coisa nesse sentido. A sinceridade dela não demorou a aparecer, éramos bons e verdadeiros amigos, não havia porque esconder as coisas de mim.

O relato dela começou pelo dia em que a irmã completava 23 anos. Entre os convidados para uma festinha despretensiosa, estava um amigo de colégio que trouxe o Fernando a tiracolo, uma vez que havia boca livre. Ela não se deixou impressionar pelos galanteios dele, no entanto, não deixou de notar que era um cara bonito, corpo atlético, olhar aquilino que acompanhava, sem muita discrição, todas as garotas da festa. A irmã da Luciana já havia declarado inúmeras vezes para a família que não estava a fim de se casar, de ter que lavar as cuecas de um homem, de deixar que seu corpo se deformasse com uma criança crescendo dentro dele. Ninguém a levava muito a sério, achavam que o tempo a levaria a desejar a maternidade tanto quanto a um homem que lhe desse segurança. Estavam enganados. Ela queria aproveitar a juventude, a vida, a liberdade sem se privar de nada, inclusive do sexo. O Fernando estava naquela fase na qual qualquer corpo de mulher lhe provocava uma ereção. Durante uma semana de verão em que a galera de amigos se juntou e foi curtir uma casa alugada no litoral, aconteceu o previsível. A tara do Fernando e a da irmã da Luciana os levou a trepar pelos cantos da casa e pelos becos ermos da praia banhados pelo luar mortiço da pequena enseada como se fossem dois animais. O Fernando tinha então pouco mais de dezoito anos. O garotão parrudo, tarado e inexperiente se tornou um fetiche para a irmã da Luciana. O que ela não contava, era que dois meses depois daquela semana libidinosa, sua menstruação não descesse. De início, ela não se preocupou, costumava ter um ciclo bastante irregular e aquilo não era nenhuma novidade. Ao completar o terceiro mês sem sinais do paquete, uma inquietação começou a tirar seu sossego. Não era só a menstruação que estava bem atrasada, as mamas estavam tensas e pareciam maiores, embora ela atribuísse isso à paranoia que tomava conta dela. As dores de cabeça constantes, todo aquele cansaço sem explicação, uma sonolência quase incontrolável, sem mencionar a pele do rosto que voltou a se cobrir de acnes como na adolescência, as tonturas e aquele enjoo que qualquer cheiro ou comida parecia provocar foram parte do relato que contou à ginecologista com a qual costumava se consultar. O diagnóstico – Você está grávida, minha querida! – a voz da médica lhe pareceu uma gozação. O passar das semanas provou que não. Como contar àquele filho da puta daquele moleque que ele havia me engravidado? Ela se fez essa pergunta durante toda uma quinzena antes de chama-lo para uma conversa, pois não tinham mais se encontrado desde o verão passado no litoral.

- Grávida? Caralho! Quer dizer que você vai ter um bebê? – o moleque mal atinava com o que estava acontecendo.

- Não! Engoli uma bexiga que está se enchendo de ar e me deixando barriguda. Claro que vou ter um bebê, é isso que costuma acontecer quando uma mulher fica grávida, seu panaca! – respondeu ela, irritada.

- Legal! – balbuciou ele com sua voz grossa e abobalhada. A ficha ainda não tinha caído.

Por pressão da família, ela aceitou se casar e evitar que caíssem na boca do povo, o que numa cidade como aquela era um prato cheio para as fuxiqueiras de plantão. Aceitou-o como teria aceitado qualquer outro naquela circunstância, pois nada sentia por ele, além de uma súbita raiva que crescia junto com a barriga que lhe destruía as curvas do corpo. Ela viu-se obrigada a ter um filho que não queria, que lhe sugaria as tetas até que seus seios cheios e rijos se transformassem em duas muxibas, e o culpado disso tudo era aquele moleque sem eira nem beira que enfiava o pinto no primeiro buraco que encontrava.

Ao ver o rosto rosado e ainda disforme do filho embrulhado feito um pacote na maternidade, o Fernando sentiu as pernas estremecerem. Ele era pai. Um pai é provedor, é um esteio, é quem sustenta uma mulher e sua prole, foi isso que aprendeu durante sua curva vida. E, como fazer isso dignamente com o emprego mixuruca que tinha, trabalhando até aos domingos e feriados na época das safras na fazenda de uma gente endinheirada da cidade? Subitamente, ele teve medo. Medo de não dar conta do recado, medo de ser incapaz de criar aquele bebê, medo de não ser homem o suficiente. O olhar recriminatório da esposa, que conseguiu alojar numa das casas cedidas pelos patrões na fazenda, parecia atestar que ele não era aquele macho que julgava ser. Por muitos meses ele não a procurou na cama, tinha receio de que o caralhão do qual tanto se orgulhara, não fosse mais dar conta do recado. Ela não fazia questão alguma de saber quais continuavam sendo as necessidades daquela pica que lhe desgraçara a vida. Contudo, ele sentia o clamor de seus instintos atormentando sua virilha e, para dissipá-lo, trabalhava redobrado, resolvera fazer o curso de técnico-agrícola numa escola nos arredores da cidade, no período noturno, para que não fosse acometido de tentações ao se deitar ao lado da mulher.

Os anos passaram, ele continuava no emprego, agora numa posição de mando, uma vez que conhecia cada hectare daquela fazenda e cada necessidade das culturas plantadas. Angariara a confiança dos patrões que foram lhe concedendo cada vez mais responsabilidades, além de um percentual a título abono ao final de cada safra, o que melhorou consideravelmente as condições financeiras da família. Estava conseguindo criar aquele garotinho que crescia a olhos vistos, esperto, irrequieto como ele, um parceiro que animava seus dias. Recobrara a autoestima, assim como a necessidade de satisfazer aquele cacetão que trazia entre as coxas. Ele jamais soube dizer o que sentia pela esposa. Talvez gratidão por ter lhe dado um filho, talvez amizade por ser uma companhia com quem podia falar de seu trabalho, uma vez que não dominava outros assuntos, à exceção do futebol, pescarias e mulheres ou, talvez uma resignação por ser incapaz de encontrar coisa melhor. Ele não a amava, e sabia que o sentimento era recíproco. Apesar disso, procurava-a entre as outras das quais se valeu para fazer sexo. Ambos tomavam todos os cuidados para que daqueles encontros insossos não resultassem noutra catástrofe. No entanto, seis anos depois, uma menininha de carinha atrevida e espevitada resultou de uma camisinha apertada demais, para aquele caralhão, que arrebentou durante o coito. Foi o que bastou para que a esposa se transformasse numa quase estranha a partir de então. Ela mergulhava de corpo e alma nos empreguinhos que conseguia e, que a mantinham longe dos afazeres e responsabilidades da casa, e ainda, lhe garantiam pequenos luxos pessoais. Enquanto isso, ele voltou a se sentir solteiro, disposto a satisfazer suas necessidades e receber carinho de quem estivesse disposto a lhe conceder esses privilégios.

- E é essa a história da minha irmã. – concluiu a Luciana.

- Desculpe a franqueza, mas me parece uma mulher com uma frieza enorme. – afirmei. No momento, senti pena do Fernando, e consegui entender porque ele curtia tanto as carícias com as quais eu o cobria depois de termos transado.

- De certa forma é! Ela sempre foi a diferente lá em casa. Não cursou uma faculdade, não tinha um objetivo definido na vida, menosprezava a harmonia familiar que sempre reinou entre nós e por aí vai. Confesso que nunca a entendi direito. Acho que ninguém a entende direito, nem mesmo o Fernando. Há vezes em que tenho pena dele, outras em que acho que é um canalha, o que ficou sendo a maneira pela qual toda a família o considera.

- Já te passou pela cabeça que ele pode ter sido a grande vítima dessa história toda? – de repente, senti uma necessidade de defender aquele homem.

- Ele vítima? Você pensa assim porque não conhece esse sujeito direito. Ele é mulherengo, impertinente, inculto, grosseirão e, por rumores que não sei se são verdadeiros porque nessa cidade se fuxica mais do que se trabalha, até chegado em bundas de garotos gays ele é. – afirmou ela. Eu engoli em seco.

Depois dessa conversa com a Luciana meu pavor de que descobrissem que eu estava dando o cu regularmente para o Fernando se transformou uma verdadeira paranoia. Eu precisava acabar com aquilo, o quanto antes. O problema era que eu não sabia como fazer isso, especialmente quando ele me encarava com aquele olhar cobiçoso e vinha para o meu lado, me tomando em seus braços, me sufocando com seus beijos lascivos, me fodendo como se eu fosse sua cadela preferida deixando meu cu todo rasgado e, me recompensando toda a dor com os afagos mais tórridos e gentis que eu conhecia. Foi o que me levou a demorar a perceber que para o Fernando eu era uma trepada descomplicada, podia ser facilmente justificada através da relação próxima com os cunhados sem gerar suspeitas, era também uma maneira rápida de chegar onde queria sem ter que se envolver com estranhos; estávamos sempre juntos nos encontros familiares e sociais, enfim, era chegar, se apossar de mim e do meu cu, satisfazer suas necessidades de macho e usufruir das benesses de um segredo que ambos fazíamos questão de manter a sete chaves.

Até para mim aquele parecia ser um arranjo perfeito. Depois de perder a virgindade nos braços dele, e descobrir todo o potencial que meu corpo tinha para satisfazer um macho, eu me sentia mais confiante com a minha homossexualidade. Era a primeira vez que me sentia contente comigo mesmo, em paz com meus antigos fantasmas. Devia tudo isso a esse homem que agiu como um verdadeiro mestre me ensinando a satisfazer o meu corpo e o meu espírito com as blandícias do sexo; mas precisava cortar esse vínculo antes de uma tragédia acontecer.

Já fazia um tempo que me sentia incomodado quando o Bruno me encarava com aquele olhar indecifrável, pois tinha a impressão de que na minha testa estava escrito em letras garrafais – Passei o final de semana inteiro dando o cu para um macho casado – e, que ele as lia tirando conclusões tão indecifráveis quanto a expressão de seus olhos. Mesmo assim, quando o observava executando suas tarefas, não conseguia deixar de admirar veladamente o tremendo corpo másculo e viril que ele tinha. Desavergonhadamente, eu chegava a dissimular a procura que meu olhar libidinoso fazia para conferir as dimensões daquele volume protuberante em suas calças. Chegava mesmo a sentir um arrepio de excitação quando ele, discretamente, levava a mão para ajeitar aquela massa colossal que parecia nunca encontrar um lugar confortável. Estávamos trabalhando juntos na mesma empresa desde que me mudei. O Bruno era um cara jovial, expansivo, muito bonito e másculo, tinha fama de fazer derreter os corações das mulheres com seus olhos vivos, verde claros, de deixar suas bucetas úmidas e, até de colocar os cuzinhos de alguns rapazes em verdadeira polvorosa quando tirava o cacetão para fora na hora de mijar nos urinóis enfileirados junto à parede dos banheiros da empresa. Rodava o boato jocoso de que ele tinha um caralho tão grande quanto o de um touro. Até onde isso era verdade muitos se questionavam, entre eles eu. Meu interesse pelos cacetes dos machos ganhara contornos lascivos desde que conheci a rola colossal do Fernando. Será que um cara podia ter uma pica ainda maior do que a dele?

Toda essa expansividade parecia sofrer um baque quando se aproximava de mim. Era como se ele subitamente não soubesse como agir, o que falar, como me encarar sem deixar transparecer o enorme tesão que sentia pelo meu sorriso, pelo meu corpo, pela minha bunda provocantemente roliça e cobiçada, pois outro comentário que não saia da boca do pessoal da empresa eram o tamanho e sensualidade da minha bunda. Eu também me sentia estranho ao lado dele, minhas mãos inexplicavelmente começavam a suar, eu perdia o fio da meada quando tentava expor minha opinião sobre um projeto que estávamos discutindo durante as reuniões de trabalho e, quando íamos a um barzinho nos finais de tarde das sextas-feiras, eu procurava ficar o mais distante possível daquele corpão que me intimidava; pois sabia que se ele fosse puxar qualquer assunto fora da esfera do trabalho, eu certamente começaria a gaguejar e não encontraria as palavras para uma conversa desse tipo. No entanto, o que mais me perturbava nele, era uma certeza crescente de que ele sabia que eu era gay, que ele sabia que eu tinha dado o cu para o Fernando quando aparecia na empresa na segunda-feira ainda sentindo as pregas todas arregaçadas e doloridas. Não era censura que eu via no olhar dele, mas uma inquietante vontade de descobrir que mistérios e prazeres se escondiam por debaixo das minhas roupas.

O Bruno e eu nunca havíamos ficado a sós no mesmo ambiente, ambos pareciam fugir disso com a mesma determinação. Por isso, eu estranhei quando ele me convidou para um chopp no bar à beira da piscina do Tênis Clube do qual ele e a família eram sócios, numa noite quente de sábado. A mensagem de voz chegou pelo celular ao entardecer. Rodopiei o aparelho entre os dedos por um longo tempo, avaliando aquele inesperado convite. O que responder, eis a questão? Poderia ser um mero convite descompromissado onde também haveria outros colegas da empresa ou amigos dele, não me ocorreu perguntar se haveria mais alguém. O que eu ia conversar com ele, uma vez que jamais havíamos trocado nenhuma conversa que não fosse um assunto do trabalho? Era melhor recusar, concluí, e voltei a abrir a tela do Whatsapp para gravar a resposta. Antes de iniciar a gravação, apaguei a tela. Cacete, por que tanta dúvida por conta de um simples convite para um chopp? A merda é que esse macho cheio de testosterona embaralha seu cérebro, seu gay enrustido e cagão. Foi a resposta a que cheguei. Joguei o celular no sofá e me afastei dele. Eu precisava pensar bastante antes de dar uma resposta.

O Fernando costumava aparecer aos sábados no final da tarde depois de ter trabalhado até por volta do meio-dia. Não sei que desculpa ele dava em casa para se ausentar. Provavelmente nenhuma. A irmã da Luciana não fazia o tipo controladora nem com os filhos, quanto mais com o homem que a colocara naquela vida sem atrativos. Era por isso que, quando ele aparecia com os cabelos ainda úmidos, a barba hirsuta escanhoada, um jeans meio surrado e confortável e uma camiseta polo aderida ao tronco musculoso, sem nenhuma pressa de voltar para casa mesmo quando muitas vezes a madrugada já corria solta, eu já sabia perfeitamente o que tinha vindo buscar, meu cuzinho macio e quente, e todo o carinho que eu tinha a oferecer. Mas o Fernando estava fora da cidade, passaria uns quinze dias na outra fazenda que a família de patrões tinha no Mato Grosso do Sul. Ele havia me ligado naquela manhã quando eu ainda estava me espreguiçando na cama, enquanto ele já estava rodando por uma estrada poeirenta na cabine de uma camionete.

- Estou de pau duro pensando em você! – começou ele, através de um sorriso largo. – Ainda não saiu da cama, preguiçoso?

- Sabe que horas são? – balbuciei, esfregando os olhos. – Ainda nem são sete e meia da manhã! Só nos finais de semana é que posso me dar ao luxo de ficar um pouco mais na cama. – retruquei. Ele riu.

- Está sozinho aí? – perguntou ele

- Que tipo de pergunta é essa? Claro que estou sozinho! – respondi zangado

- Não dizem que quando os gatos saem os ratos fazem a festa? – indagou, antes de dar outra risada

- Acha que é isso que eu faço quando você não está? – eu continuei de cara fechada.

- Vai saber!

- Não me avalie pelo seu comportamento! Não traio a confiança das pessoas! – sentenciei

- Não fica bravo comigo! Sabe que sinto sua falta. – devolveu ele, arrependido.

- Desconfiando de mim?

- Falei por falar, me perdoa! – o sorriso havia desaparecido do rosto dele e, no lugar, apareceu uma carinha de cão abandonado com o poder de me fazer sentir um crápula.

- Há quantos dias não faz a barba? Está tão sexy! – afirmei, para amenizar o clima.

- Três! Ia deixar a pele da tua bundinha toda avermelhada quando fosse lamber o seu cuzinho. Deixa eu ver como você está aí. – ele sorria novamente, safado e tarado.

- Do tamanho que eu gosto! Parece uma lixa, mas é deliciosa de acariciar. – provoquei. – Estou assim, olha! – antes de focar a câmera do celular para a minha nudez, eu havia arriado completamente a bermuda do pijama e a cueca, expondo a bunda que o deixava ensandecido.

- É disso aqui que você está precisando para parar de ficar mostrando esse rabão na câmera do celular. – disse ele, apontando a câmera para o cacetão que estava totalmente duro e fora da calça. Ele ouviu minha risada e fez cara de enciumado.

- Eu ia adorar dar um trato nele! Sinto sua falta! – asseverei.

Nem foi tanto pela sacanagem excitante das frases e imagens que estávamos trocando que ele se abalou, foi pela última coisa que eu falei, tanto que me fez repetir o que tinha acabado de dizer.

- Sinto sua falta! – repeti sincero. Ele ficou uns minutos em silêncio, chegou a estacionar a camionete entre dois talhões de soja, para firmar a tela do celular diante de si e voltar a afirmar – Sinto falta de você.

Por uns segundos fiquei atordoado com essa afirmação. Por qual caminho estávamos enveredando? Eu não podia cair na cilada de me apaixonar por esse homem, não havia um futuro possível para nós dois se aquilo que havia entre nós se transformasse em amor.

Foi essa conversa com o Fernando daquela manhã que ainda martelava na minha cabeça quando voltei a pegar o celular atirado sobre o sofá. Fazia mais do que três horas que o Bruno havia me mandado a mensagem com o convite para o chopp, eu precisava dar uma resposta, pois não faltava muito para o horário que ele havia proposto de nos encontrarmos.

- Bruno! Oi! – comecei hesitante quando ele atendeu. – Então, eu já havia combinado um compromisso com um casal amigo para essa noite e até tentei desmarcar, mas fiquei meio sem jeito de deixá-los na mão, você entende, não é? – justifiquei, com uma mentira que nem mesmo eu conseguia engolir.

- Ah, claro! Sem problema! Combinamos outro dia! – a voz desapontada dele era indisfarçável.

- Desculpe, ok! Sabia que ia entender. Fica para uma próxima. – estava me sentindo mal por dispensá-lo, talvez estivesse jogando fora uma oportunidade de estreitar um relacionamento com um cara lindo, inteligente, muito do gostoso, livre e desimpedido que parecia estar a fim de mim.

- Nos vemos na segunda-feira na empresa. Abração! – disse ele ao se despedir. Eu estava puto comigo mesmo, mas já era tarde para voltar atrás.

O Bruno mal falou comigo na segunda-feira. Em resposta ao meu – Bom dia – ele apenas acenou com a cabeça, e tive a impressão que me evitou o dia todo. Fui uma besta, pensei comigo mesmo, perdi a chance de descobrir exatamente o que esse macho tesudo queria comigo. Em nenhum dia daquela semana ele almoçou com o grupinho que regularmente saia junto para almoçar. Eu o havia desapontado, isso era certo.

Na noite de sexta-feira daquela semana o Fernando apareceu em casa, tinha acabado de voltar do Mato Grosso do Sul, e veio direto me encontrar. Ele alegou estar morrendo de saudades quando rodopiou comigo nos braços com a boca colada na minha, assim que passou pela porta. Nem aquela língua libidinosa se movendo na minha boca, nem aquele par de mãos fortes amassando minha bunda me deixou excitado. Eu ainda estava aborrecido comigo por ter dispensado o Bruno, ao que se somava o receio de que essas constantes vindas do Fernando à minha casa, sem nem mesmo ter se encontrado com a mulher e os filhos depois de uma quinzena inteira ausente de casa, estava me fazendo perder o tesão. Ele, ao contrário, estava com o dele à mil, tanto que mal tinha tocado em mim e já estava com o pau duro dentro do jeans.

- Estava com saudades? – perguntou ao me colocar no chão. – Temos todo o fim de semana pela frente, só para nós dois. – emendou, na certeza de que ia me foder por dois dias inteiros.

- Oi Fernando, bom que está de volta! – respondi

- Só isso? Ao celular você tinha me dito que sentia minha falta. Não parece. – questionou ele.

- Você já passou na sua casa?

- Por que pergunta? Não, não passei, vim direto para cá. Olha para mim, estou louco para te pegar de jeito. – respondeu, me mostrando sua ereção.

- Você acha certo o que está fazendo?

- Qual é a sua, Arthur? Não gostou de me ver? Eu aqui cheio de tesão para enfiar meu pau nessa bunda e você preocupado com a minha família. – ele ficou chateado e tirou o sorriso da cara.

- Claro que eu gostei de te ver! A questão não é essa. Imagina se alguém descobre que você voltou e se alojou aqui comigo sem nem ao menos dar uma satisfação para sua família. Você sabe que eu morro de medo de que alguém descubra o que estamos fazendo. – argumentei

- Isso não vai acontecer! Você é muito medroso. Faz meses que você toca sempre a mesma música, esqueça esse pavor infundado que te domina, e vem cuidar do teu macho carente, vem. – ele usou o tom rouco e sensual de sua voz para pronunciar a última frase, na expectativa de me foder na sequência.

Percebi que diante daquele tesão todo ele não ia me ouvir mesmo, e como aquele cacetão duro formando uma baita saliência junto a coxa dele já estava me deixando excitado, acompanhei-o até a ducha e cuidei de suas necessidades sexuais. A pegada dele, que já costumava ser bem forte, foi ainda mais intensa devido aos dias de abstinência pelos quais aquela rola passou. Eu o estava chupando, sorvendo carinhosamente o pré-gozo abundante que escorria da pica dele, quando a urgência incontrolável o fez partir para cima de mim como um touro ensandecido. Eu gania debruçado de quatro, enquanto ele me estocava as entranhas com uma força desmedida, em pé ao lado da cama. A dor foi ficando insuportável, ele parecia tomado de uma selvageria que o impedia de ouvir meus ganidos suplicantes.

- Ai, Fernando, você está me machucando! – balbuciei entre os gemidos.

- Senti tanta falta desse cuzinho! Se entrega para o seu macho, entrega! – grunhiu ele, continuando a me foder sem dó.

Depois de inundar meu rabo com sua porra, ele se atirou sobre a cama e me puxou para cima de seu peito suado e arfando. Compreendi o quanto pesava a abstinência sexual para um macho como ele quando o vi sorrindo para mim todo carinhoso por eu o ter satisfeito. Não consegui me zangar com ele, apesar de sentir que meu cu estava todo lanhado e dolorido. Ele acabou pegando no sono enquanto meus dedos se moviam em círculos ao redor do umbigo dele. O gigante estava exausto, devia ter tido uma semana dura e puxada. Tive pena dele. Meus sentimentos em relação àquele homem eram confusos.

Já era tarde quando o Fernando acordou. Ele passara umas cinco horas ressonando tranquilo enquanto eu havia tomado uma ducha após o coito, onde constatei que ele tinha rasgado algumas das minhas pregas anais fazendo-as sangrar, ido até a cozinha e preparado algo para jantar, o que acabei fazendo sozinho pois queria deixa-lo descansando e, por fim, voltado para o quarto, onde me pus a ler sentado na cama ao lado dele.

- Dormi muito? – perguntou ele, esfregando os olhos e tomando ciência de onde estava.

- Umas cinco horas. Conseguiu descansar?

- Estou novo em folha! E com muito tesão! – exclamou ladino, querendo me pegar outra vez.

- Aquieta o facho! Espera, espera Fernando! – retruquei, impedindo-o de me virar de bruços para ter acesso à minha bunda. – Vá tomar uma ducha, e depois, vamos descer que deixei uma coisa preparada para você comer, deve estar com fome, não está?

- Faminto! Faminto por esse corpão tesudo. – ronronou ele.

- Nada disso! Vá fazer o que mandei! – ele riu

- Sim senhor, chefe!

- Você me machucou, sabia? Estou P da vida com você! – confessei, quando ele voltou da ducha, nu e sensual a ponto de fazer meu cuzinho começar a ter espasmos. Ele se aproximou de mim e me beijou demorada e carinhosamente, era assim que se desculpava de seus desatinos.

Como eu já esperava, ele passou a noite comigo. Consegui conter o tesão dele por quase toda a noite, não permitindo que ele voltasse a me enrabar com aquele caralhão que parecia não amolecer nunca. A noite mal dormida me fez acordar tarde no dia seguinte, acabando com meus planos de ir cedo ao supermercado e acabar logo com essa tarefa detestável. O sol já alto atravessava as frestas da janela e lançava seus raios sobre nossos corpos nus trazendo uma quentura confortável. Quando senti o braço peludo e forte dele me enlaçando já era tarde para esgueirar minha bunda, a ereção matinal do Fernando, enorme e dura como uma barra de ferro, atolou no meu cuzinho com uma única arremetida potente dele.

- Ai! – gani, sentindo a carne se rasgar.

- Eu precisava acordar assim todas as manhãs, mergulhando direto nesse rabão quentinho. – sussurrou ele, vindo me beijar.

Passei quinze minutos debaixo do corpo pesado dele, rebolando para encontrar uma posição para aquele cacetão onde ele me fizesse sentir menos dor. O binômio dor/prazer era indissociável num coito com o Fernando, dada a enormidade do cacete dele, com isso já estava conformado. Eu esquecia de tudo quando sentia aquela explosão na minha virilha, me fazendo ejacular de tanto prazer com a rola dele enfiada no cu, que sublimava a tortura que ela me impunha.

- Agora me traga um café da manhã reforçado, você e esse cuzinho acabam com as minhas forças! – sentenciou ele, em tom jocoso e cheio de manha.

- Café da manhã na cama? Não é muita mordomia, não? Safado! – devolvi

- Você precisa cuidar do teu macho, não precisa? – dengoso e nu, como ele estava naquele momento, ficava difícil negar-lhe qualquer coisa.

- Dar uma de machão para cima de mim não cola! Nem vá se iludindo, entendeu? Pilantra! – devolvi rindo, a safadeza dele não tinha limites. Mas, acabei indo fazer o que ele me pediu.

Foi aí que todos os meus temores viraram realidade.

Já tinha disposto dois copos de suco, torradas, frutas, queijo, xícaras e talheres numa bandeja e estava aguardando o café coar quando a campainha tocou. Quando vi o rosto do Thiago e da Luciana na tela do videoporteiro quase tive uma síncope. O dia que eu tanto receava havia chegado. Pensei em ir até o portão, mas não deixá-los entrar, mas eu estava usando apenas a bermuda do pijama, e que desculpa eu daria para tomar essa atitude? Ia parecer um louco. Abri o portão e fui ter com eles. Não havia cerimonia entre nós, e eles foram entrando atraídos pelo cheiro do café recém-coado.

- Hummm amor, chegamos na hora certa! – exclamou o Thiago, caminhando diretamente para a cozinha; afinal, ele era de casa.

- Um dia você vai me revelar o que faz o teu café ser tão gostoso, Arthur! – acrescentou a Luciana, seguindo o marido.

Meu coração quase saiu pela boca quando vi que eles notaram a bandeja toda arrumada para duas pessoas.

- Pelo visto estamos interrompendo alguma coisa, amor! – disse o Thiago, assim que viu a bandeja.

- Sério, Arthur? Estamos atrapalhando? Desculpe, a gente devia ter ligado antes. – questionou a Luciana.

Eu fiquei mudo, estava tentando inventar qualquer coisa para me safar daquele flagrante, queria evaporar no ar. Eu olhava dissimuladamente para a escada, torcendo para que o Fernando não fizesse nenhum ruído lá em cima e nos pusesse na maior encrenca de nossas vidas. Não era meu dia de sorte.

- O café do teu macho sai, ou não sai! – exclamou a voz grave e sonora do Fernando quando ele surgiu de cueca na base da escada, que era visível de onde estávamos na cozinha.

Houve um silêncio constrangedor quando o Fernando estancou ao perceber que os cunhados estavam comigo. Por infindáveis minutos ninguém conseguia dizer nada. Além de estar tremendo feito junco ao vento, senti meu rosto em brasa quando os olhares do Thiago e da Luciana focaram em mim.

- Não é o que parece! – gaguejei na direção deles.

- É o que parece! – afirmou categórico o Fernando, encarando os cunhados sem o menor abalo.

- Não precisamos explicações. Vocês são adultos e não temos nada a ver com a vida de vocês. – disse a Luciana

- É que eu... Não era para ser assim, eu queria ... – resolvi me calar, pois nada ia justificar a presença do marido da irmã dela àquela hora da manhã, de cueca, saindo do meu quarto e se intitulando meu macho. O mundo estava desabando na minha cabeça, isso sim era real.

- Arthur, calma! – disse o Thiago, pegando no meu braço, pois ele tinha a certeza de que eu ia acabar desabando dali a pouco. – Fica tranquilo, está tudo bem! A gente te adora. Ninguém está aqui para te julgar. – emendou prestativo. Não consegui conter o choro.

Agora todos iam saber que eu sou viado, um viado que não tem o menor pudor de se envolver com um pai de família. Eu só queria sumir dali, nunca ter vindo para essa cidade, nunca ter conhecido o Fernando, nunca ter deixado me levar pelo tesão e pelos atrativos físicos dele. Nunca ter nascido gay.

- Voltamos outra hora, está bem, Arthur? Recupere-se, não foi nenhum fim de mundo, ok! – disse a Luciana, vindo colocar um beijo no meu rosto.

- Não! Esperem, eu preciso...

- Não precisa nada, Arthur! Está tudo bem, acredite. Deixa você se acalmar e a gente volta para conversar com você ainda hoje. – acrescentou o Thiago. Eles se despediram e foram.

Eu encarava o Fernando sem encontrar palavras, sem saber o que dizer. Ele se aproximou de mim e fez menção de me abraçar. O simples toque da pele dele na minha me provocou um choque.

- Não! – foi quase um berro

- Cara, o mundo não acabou porque descobriram que a gente transa! Nem você, nem eu, devemos nada a ninguém, mete isso na tua cabeça! – ele parecia não estar vivendo o mesmo dilema que eu, parecíamos estar em mundos diferentes.

- Você não entende, não é.

- O que é que há para entender?

- Você não pensa na sua família? O que é que você acha que sua mulher vai dizer a respeito disso? E teus filhos, já pensou, eles ficarem sabendo que o pai deles trepa com um gay. – argumentei, aos prantos.

- Você faz a menor ideia de como é a minha vida com a minha mulher? Aliás, não é uma vida, pois não é nada. Nada, entende. Nada para nenhum de nós dois. Estamos vivendo debaixo do mesmo teto porque isso é conveniente, nada mais. Você está se martirizando à toa. Acredite em mim, Arthur. Você não fez nada de errado, de pecaminoso, de censurável. – retrucou ele.

Tão logo me senti mais estável, pedi que ele fosse para a casa dele. Não dava para continuar com aquilo, a farsa chegara ao fim. Eu me sentia a mais abjeta das pessoas, tudo aquilo não combinava com a formação que eu recebi de casa, com os princípios e valores nos quais fui criado. De agora em diante, eu ia encarar e assumir meu erro perante as pessoas pelas quais tinha admiração e respeito e, provavelmente, voltaria para São Paulo, o quanto antes.

No final daquela tarde o Thiago veio me pedir que o acompanhasse até a casa deles para uma conversa. Apesar de não estar preparado psicologicamente para mais um embate, resolvi acompanha-lo. Quanto antes essa história terminasse, melhor.

Quando me deparei com a irmã da Luciana sentada ao lado dela no sofá da varanda nos fundos da casa, que dava para um gramado que sempre me pareceu artificial de tão perfeito e, além de outras duas pessoas que eu nunca havia visto antes; uma garota de corpo escultural que devia ter mais ou menos a minha idade e, um carinha extremamente bonito, com um rosto imberbe e angelical, que eu podia jurar ter mal chegado aos dezoito anos, voltei a sentir as mãos úmidas e um constrangimento sem tamanho. A essa altura metade da cidade já está a par do meu caso com o Fernando, concluí para mim mesmo. Cumprimentei-os com um acesso de cabeça e um esboço de sorriso, pois não tive coragem de abrir a boca. Também não consegui olhar diretamente para nenhum deles, especialmente para a irmã da Luciana, ela devia estar me odiando àquela altura dos acontecimentos.

- Bem, minha irmã você já conhece, Arthur, portanto, dispensa apresentações. – começou a Luciana, num tom que me pareceu descontraído demais para o que estava por vir. – E, esta é Alice, e este é o Vinicius. – continuou ela. O rapaz deu um sorrisinho assanhado e cruzou as pernas de tal forma que não tive dúvida de que era gay. Não sei porque, mas eu achei que ele exagerara no trejeito de propósito, para que eu tivesse certeza de que era homossexual.

- Oi! – cumprimentou o Vinicius. A Alice apenas sorriu. A irmã da Luciana continuava me encarando, muda.

- Eu queria me desculpar com você, sei que não há justificativa para o que eu fiz, porém, .... – desatei a falar para a irmã da Luciana como se, de repente, uma enxurrada de frases precisassem extravasar do meu peito.

- Calma, Arthur! Deixe minha irmã te contar umas coisas primeiro, e você vai ver que sua preocupação e suas desculpas são totalmente desnecessárias. – interrompeu-me a Luciana.

- Em primeiro lugar, Arthur, saiba que eu estou muito mais constrangida do que você, e que lamento muito que esteja se vendo nessa situação embaraçosa para todos nós. – foram as primeiras palavras pronunciadas pela irmã da Luciana numa tranquilidade impressionante. – Devíamos ter te alertado antes e, por isso, sou eu quem te pede desculpas, pois todos já desconfiávamos que você seria a próxima vítima do Fernando. – juro que eu não estava entendendo nada, mas deixei-a continuar. – Soubemos disso na noite do Ano Novo, quando o Fernando começou a dar em cima de você, e você se esquivava dele como um ratinho assustado. Nem nisso ele é criativo, as táticas são sempre basicamente as mesmas. Por umas semanas eu até cheguei a pensar que ele tinha dado com os burros n’água, mas ao perceber que ele estava começando a se preocupar por demais com a aparência, reclamando que suas roupas não estavam bem passadas, que eu falasse para a moça que ajuda nas tarefas de casa para passar as roupas direito, que ficava muito mais tempo pelas manhãs diante do espelho se esmerando ao fazer o contorno da barba e, principalmente, que dava umas sumidas sem que ninguém soubesse de seu paradeiro, eu cheguei à conclusão que você tinha caído na armadilha. Sim, só podia ser você porque ele repentinamente começou a se interessar e se informar sobre o que fazia exatamente um engenheiro de projetos, a sua formação. Você cativou a todos nós, minha família não se cansa de te elogiar, de comentar como você é educado e gentil, de como deixa transparecer sua cultura sem nenhum pedantismo, e de como é um homem dos mais lindos que já vimos. Um prato cheio para quem conhece meu marido. E, estão aí a Alice e o Vinicius para comprovarem. A Alice foi vítima do assédio do Fernando há cerca de uns três anos, por aí, não é Alice? – a moça corou e confirmou com um aceno. – Durou o quê, uns 18 talvez 20 meses, foi isso? Quando ela caiu na besteira de dizer que estava apaixonada por ele e por seu desempenho na cama. – a moça parecia querer evaporar no ar de tão envergonhada. – Levou um fora no dia seguinte, o mesmo no qual descobriu que o Fernando andava arrastando as asas para o Vinicius aqui. – o rapaz, ao contrário da Alice, me encarou com um risinho petulante, até desafiador eu diria. – os empregados da fazenda se divertiam com os comentários jocosos que rolavam de boca em boca, dando conta das trepadas que os dois davam dentro da camionete protegidos entre os talhões de cana. – tive a certeza de que o rapaz não sabia o que significava a palavra ‘jocosos’, no entanto, ele deu uma risadinha ladina quando a irmã da Luciana pronunciou a palavra ‘trepadas’. E, como foi mesmo que vocês romperam, Vinicius? – perguntou a irmã da Luciana

- Eu me apaixonei perdidamente por ele, o bofe é um pedaço de mau caminho, e eu estava de quatro, arriado por ele. – confirmou o Vinicius, com um ar de tristeza que repentinamente surgiu em seu semblante. – Foi quando ele me deu um chute na bunda sem a menor compaixão. – emendou.

- Sabe agora quem é o Fernando, Arthur? – questionou o Thiago.

- A rejeição da família por ele não é gratuita, Arthur, convivemos com ele em consideração aos meus sobrinhos e à minha irmã. – afirmou a Luciana. – E mesmo assim, o estritamente necessário, em datas festivas quando não dá para ser diferente sem que se crie um climão generalizado.

- Eu não entendo por que então ainda continua casada com ele. – eu havia recobrado minha coragem, já não me sentia mais um hediondo destruidor de lares, quando interpelei a irmã da Luciana.

- Para ser sincera, nem eu! Quando fiquei grávida pela primeira vez, topei casar para não colocar meus pais numa situação vexatória. Eu não estava apaixonada, apenas sentia tesão pelo Fernando. Nisso, não dá para negar, ele é um mestre. Depois, com o tempo, vi que criar um filho sozinha seria complicado, então deixei rolar. Ele pagava as contas, sempre foi um pai dedicado, isso tenho que admitir, não ficava me cobrando as obrigações de esposa na cama, só raras vezes, e o tempo foi passando. Apesar de casada, eu me sinto livre. Não quero dizer com isso que fico por aí procurando outros homens. Na verdade, não curto ficar num relacionamento longo, nem morro de amores por um casamento ideal. Gosto de me sentir livre, de fazer as coisas para mim mesma. Nunca quis ser mãe, mas precisei encarar o que o destino me concedeu. Amo meus filhos, mas não os teria por vontade própria. – revelou a irmã da Luciana. Fui me sentindo cada vez menos culpado diante daquela mulher que, subitamente, se apresentava mais fria do que eu podia imaginar.

Quando a Luciana deu por finalizada a contribuição da Alice e do Vinicius e os acompanhou até a porta, a moça estava visivelmente aliviada por ter tido que cumprir mais uma vez o papel de concubina desprezada, enquanto o Vinicius estava visivelmente contrariado por ter que deixar aquele papo do babado exatamente quando ele começava a ficar interessante, sem ter descoberto se eu continuaria a me relacionar com o macho que ambos desejavam.

- Entende agora porque não cabem desculpas de sua parte? – recomeçou o Thiago. – A Luciana e eu sempre soubemos do segredo que você guardava. Nunca tocamos no assunto porque isso não faz a menor diferença para nossa amizade e porque te amamos muito. Faz um tempo que queríamos te alertar quanto ao Fernando, mas ficamos sem saber como chegar em você, de talvez te magoar ao revelarmos que sabíamos que é gay. O flagra dessa manhã foi providencial, deu para te contar tudo o que vínhamos guardando. – acrescentou

- Esteja certo de que continuo a te admirar, Arhtur! Não é porque você se envolveu com o meu marido que eu vou mudar a minha opinião sobre você e seu caráter. Só lamento que tenha caído nas garras sedutoras dele. – afirmou a irmã da Luciana.

- De certa forma me sinto bastante aliviado agora. Não gosto de segredos, mas peço que, por favor, também não me deixem cair na boca do povo. – pedi

-- Claro que não! Nem precisava pedir isso para a gente. A sua discrição faz parte da sua elegância. – disse a Luciana

- Juro que fiz força para resistir às investidas do Fernando no início, mas acabei cedendo por uma fraqueza qualquer, sei lá.

- Esteja certo de que não foi o primeiro, como acaba de comprovar e, nem será o último, enquanto meu marido tiver aquele corpo e aquela pica funcionando, que sei, faz qualquer um perder a cabeça. – quase precisei rir com o despojamento das palavras dela.

- Mesmo assim, não posso dizer que o Fernando seja má pessoa. É um homem insatisfeito com a vida que tem e procura quem possa apimentar sua existência. Ele nunca foi rude ou grosseiro comigo, ao contrário, foi carinhoso e atencioso. O lindo caramanchão que está no meu quintal saiu pelo empenho dele em me ajudar e supervisionar o trabalho do carpinteiro. No mais, ele sempre se fez um amigo, e eu o respeito por isso. – confessei, pois naquele momento descobri que o que eu sentia pelo Fernando era gratidão. Gratidão de um aprendiz cujo mestre teve o maior empenho e dedicação em instruir nos meandros do sexo.

- Ele não é mesmo uma má pessoa, isso não dá para se dizer dele. Só é um cara que põe suas necessidades sexuais acima de tudo, e vai em busca delas sem o menor constrangimento ou pudor. – afirmou a esposa.

Ao chegar em casa, sem aquela nuvem escura pairando sobre a minha cabeça, nem a culpa arqueando meus ombros, eu liguei para o Fernando e pedi que viesse me ver. Em menos de meia hora ele estava à porta.

- Oi! – disse, ressabiado.

- Oi Fernando! – minha voz estava firme, o que o deixou inquieto

- E aí? Foi mal esta manhã, não foi?

- Foi pra lá de mal! Meus receios se tornaram reais, como eu vinha dizendo, não foi?

- Devo admitir que sim. Mas, o mundo também não acabou, não é?

- Não, não acabou! O que vai acabar é o que estava rolando entre a gente. Não porque eu esteja com raiva de você, pelo contrário, eu gosto verdadeiramente de você. Gosto de cada parte de você, como já te fiz sentir e como já te confessei muitas vezes. – ele conteve o sorriso, mas estufou o peito orgulhoso.

- Eu já esperava por isso! Sabia que iam encher a tua cabeça e que você ia pular fora.

- Não é por isso que estou pulando fora. Aliás, eu já vinha sinalizando que precisávamos colocar um fim no nosso relacionamento, quero dizer, na questão do sexo, porque eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, eu ia me apaixonar verdadeiramente por você e, que isso ia me trazer muito sofrimento. Então, antes de chegarmos a esse ponto, é melhor pararmos por aqui. Assim, vamos poder continuar nos encontrando, o que será inevitável, sem rancores ou remorsos. Continuo gostando de você, te admirando, fique certo. Mas, é só. – concluí, orgulhoso de mim mesmo.

- Cara! Você sabe ser um anjo de candura na cama, mas também sabe ser bem durão quando quer. Estou abismado! Tem outro macho na parada, não tem? – questionou ele.

- Ainda não, mas espero ardentemente que em breve haja um. – respondi sincero.

- Bom, sinceridade é tudo! Mais um ponto para você!

- Obrigado, Fernando! Do fundo do coração, obrigado por tudo! – disse, ao me levantar e indicar que nossos assuntos haviam chegado ao fim.

- Quem precisa te agradecer sou eu. Você é incrível! Posso ao menos te dar um abraço de despedida?

- Só um abraço? – perguntei, dando um sorriso amistoso e abrindo meus braços. Foi a última vez que senti aqueles braços fortes e aquele peito quente me envolvendo, enquanto minha boca aconchegava aquela língua devassa e impetuosa se movendo dentro dela, e minhas nádegas sendo vilipendiadas sofregamente por aquelas mãos viris.

Eu podia me esconder, quem sabe fugir para São Paulo e tentar esquecer que agora outras pessoas conheciam meu segredo e até os pormenores da intimidade que tive com meu primeiro homem, mas isso não ia me deixar mais tranquilo. Em outras situações, em outro lugar qualquer do mundo, uma hora meu segredo seria novamente exposto. Era preciso aprender a conviver com ele da melhor forma possível. Meus verdadeiros amigos continuavam a ser meus melhores amigos, isso não mudara e, era isso que importava.

Quando vi o Bruno, na segunda-feira, após aquele final de semana tumultuado, ele me pareceu mais lindo e charmoso do que nunca. Eu devia ter investido nele, antes de me deixar envolver pelo Fernando. Ele era solteiro, livre, um tremendo de um macho tesudo e não escondia que eu mexia com seus brios. No entanto, ele continuava se mostrando frio e distante, depois de eu ter dispensado o convite para o chopp.

- Sabe aquele cliente do projeto de expansão da linha de produção, ele quer agendar uma reunião para amanhã de manhã com os executivos do time dele, por isso vim rever com você as duas opções que havíamos planejado apresentar, tudo bem? – disse o Bruno, a uma hora do final do expediente quando veio à minha mesa.

- Tudo bem! Qual delas você acha que devemos apresentar? – perguntei solícito. Ao sentir meu perfume cítrico chegando em suas narinas ele se desconcentrou momentaneamente. – senta aí para a gente rever a questão. – sentenciei ao empurrar uma cadeira de rodízios na direção dele.

- Qual você acha melhor? – ele queria me agradar, sem sombra de dúvidas, enquanto procurava recuperar a postura que minha proximidade e meu perfume haviam conduzido sabe-se lá para onde.

- Podíamos começar pela segunda opção, que no caso deles me parece a mais acertada, embora haja custos maiores envolvidos, e deixamos a primeira como um trunfo na manga caso eles se mostrem reticentes à primeira opção, o que acha? – propus, deixando que a mão dele, que segurava o projeto esmiuçado num grande esquema, resvalasse no meu braço devido à proximidade de ambos debruçados sobre a folha de papel desenrolada diante de nós.

- Legal! Concordo. Acho que podíamos dar uma ensaiada nos argumentos que vamos usar, uma hora você fala outra eu falo, assim eles vão perceber que temos o mesmo ponto de vista e estamos sincronizados na solução. – sugeriu ele, animado.

- Perfeito!

Trabalhar com o Bruno era como estar passando férias num lugar paradisíaco. Nós nos completávamos, produzíamos muito melhor juntos do que separados, e isso podia ser comprovado por todo o time e pelos donos da empresa.

Na manhã seguinte, estávamos na tal reunião, nossa proposta mais abrangente e cara passou pelo crivo dos executivos sem o menor questionamento. Ganhamos o trabalho. O Bruno propôs que almoçássemos juntos depois da reunião antes de voltar para a empresa, queria comemorar nosso desempenho. Eu topei. Ia topar tudo o que ele fosse me propor dali em diante, não haveria mais ‘nãos’ para aquele homem.

Semanas se passaram sem que o Bruno voltasse a me convidar. Tinha voltado a conversar comigo como antes, mas não tocava em nenhum assunto mais privado que envolvesse apenas nós dois. Achei que ele tinha desistido de mim, talvez eu não valesse o esforço de uma conquista e a constatação de que eu e meu corpo o excitavam. Se eu quisesse que um coelho saísse daquela cartola, era eu quem precisava deixar isso bem claro.

Sexta-feira de um mês de julho particularmente frio e chuvoso, eu estava louco para chegar em casa, tomar um banho bem quente, jantar e me enfiar debaixo das cobertas com um livro que tinha adquirido na livraria de um shopping durante o intervalo do almoço naquela semana. Nossa empresa era dona do edifício de dezoito andares numa avenida movimentada do centro da cidade, embora ocupasse apenas os dez superiores. Um grupo de funcionários estava descendo pelo elevador após o final do expediente, entre eles, encostado no fundo da cabine, com seu 1,90 de altura, o Bruno sozinho parecia ocupar praticamente todo o espaço. Como o sensor de carga do elevador não tinha chegado ao limite programado, ao chegarmos ao oitavo andar começou a parar de andar em andar nos quais tinha sido solicitado. No sexto, uma mulher de meia idade entrou no elevador com uma gigantesca cesta com pelo menos meia dúzia de arranjos florais das mais distintas espécies, obrigando a todos a dar um passo para os fundos e se comprimir um contra o outro para não pressionar as flores. É meu aniversário, exclamou a mulher numa alegria contagiante e, numa forma de se desculpar pelo incomodo que estava causando. Uns a parabenizaram, outros apenas sorriram. Eu dei um passo para trás e me encostei sutilmente no Bruno. Sou um pouco mais baixo do que ele, mesmo assim, nossas curvas e saliências se encaixaram como se tivessem sido esculpidas para isso. Senti um arrepio de puro tesão quando o calor do corpo dele se fez notar nas minhas costas e, instintivamente, comprimi minhas nádegas de encontro a virilha dele, onde se encaixaram tão perfeitamente que ele precisou inspirar profundamente para controlar um ímpeto primitivo que começava a atormentá-lo. O peso da mulher foi insuficiente para que o elevador deixasse de parar a cada andar e, a cada nova partida, ele dava um pequeno solavanco, fazendo com que eu começasse a perceber a ereção do Bruno crescendo em contato com a minha bunda. Nem ele nem eu nos esquivamos daquela posição, aquilo estava sendo maravilhoso demais para ser desperdiçado. Ele até aproveitava o solavanco para me dar uma encoxada sutil querendo fazer parecer que era devido ao solavanco e não à arremetida intencional dele. No térreo, fomos os últimos a sair, mesmo o espaço se abrindo com a saída das pessoas, nós continuávamos colados um no outro. Ele estava com uma papelada nas mãos e precisou se valer dela para esconder o cacetão que estava aprisionado em suas calças quando saímos do elevador.

- Bom fim de semana, Bruno! Até segunda! – desejei, antes de dar uma última olhada para aquele volume instigante que ele fez questão que apenas eu visse.

- Até, Arthur! – exclamou todo empertigado e com um sorriso que ia de orelha a orelha. – Talvez aquele chopp possa sair nesse sábado ou domingo, o que acha? – emendou, quando eu já estava a uns cinco passos dele.

- Eu ia adorar! – devolvi, estupidamente feliz, como uma cotovia nos primeiros dias de primavera. O brilho que se instalou no olhar dele foi a coisa mais linda que eu já tinha visto.

A despeito da manhã fria e da neblina que ainda cobria o céu, prenunciando um dia ensolarado, eu aproveitei para dar um banho no Theo, o que para ele, consistia de uma brincadeira generalizada. Ele ficava elétrico quando me via fazendo os preparativos para o banho, que costumava acontecer no box do banheiro próximo à lavanderia nos meses de inverno, pois contava com água quente. A agitação dele era tanta que eu era obrigado a vestir apenas um short, uma vez que, invariavelmente, acabava tão ensopado quanto ele. Agachado junto a ele, que tentava lamber meu rosto, eu espalhava o xampu friccionando-o entre seus pelos macios e, com isso, cobrindo-o com uma espuma grossa. Ele já havia se sacudido umas duas vezes, o suficiente para que houvesse quase tanta espuma sobre mim quanto nele. A campainha tocou. O primeiro latido alto e forte aconteceu a centímetros do meu rosto, seguido de uma disparada em direção ao portão que ia deixando um rastro de espuma pelo caminho. Contrafeito com aquela interrupção e, antevendo a trabalheira que teria para limpar tudo aquilo, me encaminhei até a parede da cozinha onde estava instalado o videoporteiro. Era o Bruno, bermudão, camiseta polo revestindo aquele tórax largo, sorriso desajeitado encravado no rosto que não tinha visto barbeador desde a manhã anterior. Me vi rodopiando feito uma barata tonta sem saber se abria o portão e me apresentava naquele estado deplorável, ou se o deixava esperando até conseguir me recompor minimamente. Que se danem as regras, pensei comigo mesmo, e fui atender.

- Oi! Não aguentei esperar até mais tarde. – desculpou-se, ampliando aquele sorriso esfuziante. – Cheguei em má hora, não foi? Podemos combinar outra hora. – emendou, quando aquele par de olhos vigilantes me examinou tão detalhadamente da cabeça aos pés que os senti queimando minha pele. Eu havia jurado a mim mesmo que nunca mais o dispensaria, e foi o que fiz.

- Está tudo bem, não tem problema! Desculpe eu estar nessas condições! Mas, vamos entrando e não se preocupe, o Theo não morde. – notei que havia uma súbita alegria no tom da minha voz, embora me sentisse constrangido naquele short encharcado e colado às minhas coxas.

- Está ótimo! – exclamou ele, deixando escapar impensadamente o entusiasmo e a excitação que minha quase nudez lhe provocava.

O olhar dele não se desviava de mim, como se estivesse hipnotizado, o que me fez corar, especialmente quando um chumaço de espuma que estava no meu ombro começou a escorregar para baixo indo se alojar sobre um dos meus mamilos. De repente, havia uma tara no brilho daqueles olhos pousados em mim. Constrangido, levei uma das mãos ao peito e tirei o montículo de espuma de cima do mamilo, o que obrigou o Bruno a ajeitar a caceta priápica debaixo da bermuda.

- Sente-se por uns momentos na sala. Vou só terminar de dar banho no Theo e já venho me encontrar com você. – disse, procurando fugir daquele embaraço.

- Você se incomoda se eu os acompanhar? Não sou um cara de cerimonias, para mim essa descontração toda é muito benvinda. – afirmou ele, me seguindo até os fundos da casa. Descontração? Zorra, você quer dizer, pois não podia ter me flagrado numa situação mais do que constrangedora, pensei para mim mesmo.

O Theo correu sozinho para dentro do box, como se soubesse que o banho ainda não estava concluído. Se a minha situação já era vexatória, ter que me abaixar junto ao box fez com que as fendas laterais do short se abrissem e expusessem as dobras entre as minhas coxas e os glúteos carnudos, ela se intensificou ao oferecer gratuitamente ao Bruno uma visão de puro erotismo. Eu quase podia sentir sobre a pele a penetração daquele olhar tomado por uma sanha quase irrefreável. A mão que ele havia levado até a pica, não dava conta de acomodá-la na cueca, já que endurecia à revelia de sua vontade.

- Pronto, rapazinho! Por hoje você já fez estragos suficientes. Cada banho seu é uma bagunça só! – exclamei ao terminar. O Theo saltou sobre mim me lambendo numa gratidão agitada. – Agora é minha vez! Me dá um tempinho, Bruno! Só uns minutinhos para eu tomar uma ducha, ok? – emendei, me dirigindo ao Bruno.

Antes de deixa-lo, eu havia reparado na ereção dele, o que me deu uma grata satisfação por saber que ele me desejava; o quanto e como eu ainda não sabia, mas estava mais do que disposto a descobrir. Foi mais rápido do que eu podia supor.

Ao sair do banheiro da minha suíte com a toalha enrolada na cintura, dei de cara com o Bruno nu recostado na cama me esperando. Dessa vez fui eu quem começou a sentir a agitação na virilha se transformando numa ereção. Simultaneamente, também comecei a corar, diante daquele macho enorme e varonil que não disfarçava o que queria de mim. Os pelos no corpo de um homem eram praticamente um fetiche para mim. Ele os tinha na abundância certa, distribuídos sensualmente sobre o peitoral vigoroso, o ventre trincado, as grossas e musculosas coxas e, ao redor do caralhão sacudo numa profusão pecaminosa. Por uns segundos interrompi minha marcha, minhas pernas bambeavam e não queriam se mover. Ele estendeu os braços na minha direção ao notar minha hesitação.

- Não estou me aguentando mais, Arthur! Algo me diz que queremos a mesma coisa, ou estou errado? – a voz nunca me soou tão viril. Se continuasse parado ali diante do olhar cobiçoso dele eu tive a impressão de que derreteria de tanto tesão. – Vem cá e me mostra o quanto está a fim de mim! – emendou.

- Está, está certíssimo! Tudo está acontecendo tão rápido que estou um pouco atrapalhado! – confessei.

- Sabe que fica um tesão, assim todo atrapalhado? – indagou, ao mesmo tempo em que afastava ligeiramente as pernas e me exibia a verga colossal emergindo rija feito um poste no meio de suas coxas.

Não era mais eu quem controlava as coisas, e sim, meu cuzinho se contraindo num desejo insano por aquele macho e aquela rola. Eu não conseguia deixar de reparar nela, nem imaginava que o Bruno tivesse algo tão descomunal entre as pernas. Então os boatos não são fantasiosos, ele tem mesmo uma verga taurina. Se por um lado isso me deixou encantado, por outro, me deixou apreensivo, pois eu sabia muito bem o que um cacetão daquelas proporções era capaz de fazer num cuzinho apertado como o meu. O caralhão tem minimamente uns 24 centímetros de comprimento, o que faz o meu de uns 16 parecer uma miniatura. Ele é reto, terminando numa chapeleta enorme e arroxeada que agora se mostrava lustrosa com a umidade do pré-gozo que a cobria. O diâmetro, contudo, é o mais impressionante e, dado o que eu conhecia sobre picas, o mais assustador, pois uma buceta ou um cu precisavam se alargar muito para que aquilo os penetrasse. Imprevistamente, me lembrei das vezes em que o Fernando precisou estocar a portinha do meu cu umas três ou quatro vezes antes de lograr a penetração e, nas quais comentou que eu era deliciosamente apertado. A jeba que eu estava para encarar era bem mais corpulenta que a do Fernando, o que me levou a concluir que para satisfazer aquele macho e me deliciar com o prazer que ele tinha a me oferecer, eu ia ser arregaçado até o âmago do meu ser. Lembrei-me do Bruno no trabalho, da química que se instalou entre nós desde o primeiro dia que nos conhecemos, de ambos inicialmente se esquivando do um sentimento recíproco que começava a se intensificar dentro de nós, de quando a troca de olhares já não conseguia mais esconder o que estava a nos corroer dentro do peito, da necessidade que ambos sentiam de se aproximar um do outro, da insidiosa ereção de ontem dentro do elevador, tudo conspirara para aquele momento. Eu o quis como jamais quis outra coisa qualquer.

- Vai só ficar aí me olhando, ou quer experimentar o que tenho guardado para você? – indagou rindo. Precisei sacudir a cabeça para afastar esses pensamentos e fazer o que precisava ser feito.

Aproximei-me dele, chegando ao alcance de suas mãos. A primeira coisa que fizeram foi tirar a toalha da minha cintura. Meu interesse por ele era visível na discreta ereção que crescia e nos mamilos enrijecidos pelo tesão. Um sorriso de satisfação deu contorno à sua boca. Eu me inclinei na direção dela e sobrepus a minha àqueles lábios que logo se fecharam aprisionando e chupando os meus. Uma tremedeira desenfreada tomou conta do meu corpo, ele a sentia nas mãos que acariciavam meu tronco e rumavam em direção à minha bunda. A saliva dele entrava em mim e parecia ser o bálsamo mágico que prenunciava a mais intensa felicidade que eu já sentira. Beijamo-nos tão demoradamente que o tempo parecia ter deixado de existir. Aquela força que se materializava entre nós era uma novidade para ambos, tentávamos decifrá-la no contato crescente dos nossos corpos acalorados. Ele amassava minhas nádegas, sôfrega e intensamente. Comecei a dirigir meus beijos para o pescoço dele, desci pelo centro do peito seguindo o caminho atapetado de pelos que ia em direção à barriga dele. Os suspiros dele se tornavam cada vez mais audíveis à medida que ele via a proximidade da minha boca com seu falo se encurtando a cada um daqueles beijos. O perfume almiscarado do sexo dele me atraiu como moscas ao mel. E lá estava ela, a cabeçorra enorme e estufada, despejando lenta e continuamente aquele almíscar translúcido e viscoso numa profusão que já havia melado metade do caralhão. Com algum esforço, coloquei-a na boca, comprimindo meus lábios ao redor dela para começar a chupar aquele fluido. Ele deixou o ar escapar estridente entre os dentes cerrados, e se contorceu de tanto tesão. Eu o suguei até tirar todo aquele melzinho da superfície, onde grossas veias ingurgitadas se entremeavam com a pele que as revestia. Chupar uma caceta com perfeição tinha se tornado quase uma obsessão de minha parte, tanto isso me dava prazer. Enquanto o Bruno gemia ao menor toque da minha boca no seu cacete, eu devorava aquele sumo numa ganancia desmedida. As mãos dele tinham migrado das minhas nádegas para a minha cabeleira, ele agarrava meus cabelos controlando a posição da minha cabeça, ora mergulhada em sua virilha pentelhuda, ora mal tocando no cacete quando a iminência de um gozo se fazia sentir com o retesamento da musculatura do escroto.

- Caralho, Arthur! Eu vou acabar gozando a tua boca! – grunhiu ele. Meu olhar desejoso o encarou enquanto eu voltava a sugar a cabeçorra, desconcertando-o de vez. – Cacete! Jura que é isso que você quer? – questionou perplexo. Deslizei a ponta da língua sobre o orifício uretral dele e dei uma boa sugada, estava aí a minha resposta.

Os jatos de porra espessa começaram a eclodir como lava de um vulcão, ele urrava agarrando minha cabeça com mais força para que ela não se distanciasse da pica dele e daquela deliciosa sensação de ter seu sêmen devorado com um prazer indescritível. Eu os engolia alvoroçado, temendo não dar conta de toda aquela porra, e vir a me engasgar com aqueles goles soberbos. Ele experimentava um êxtase sublime ao ver como eu engolia seu esperma como se estivesse engolindo um vinho de safra única. Nunca antes haviam tomado sua porra, muito menos com tamanho desvelo e paixão. Ele estava nas nuvens, e queria que aquilo nunca terminasse. Meu coração parecia querer sair pela boca, tamanho meu tesão. Ainda aturdido com o sabor e o aroma de toda aquela porra, eu queria mais, eu queria sentir aquele macho por inteiro dentro de mim. Continuamos a nos beijar, pois essa era a única maneira de extravasar todo aquele sentimento. Deitado sobre o peito dele, para onde havia me puxado assim que terminei de limpar seu cacete com as minhas lambidas dengosas, dava para sentir e ouvir o ritmo acelerado no qual o coração dele pulsava ali dentro. A rola pesadona estava naquele período refratário após o gozo, mas o tesão continuava a exigir mais dele. Enquanto bolinava meus glúteos, que ele agora sabia lhe pertenceriam dentro em breve, e enfiava seu dedo no meu cuzinho, explorando-o sem o menor pudor, aliadas às caricias que as pontas dos meus dedos faziam, afagando o sacão não plenamente esgotado, ele foi se inclinando sobre mim. Eu tinha girado ligeiramente o corpo para o lado, fletido uma das pernas o que descortinou o rego profundo e tão lisinho quanto o de um recém-nascido. Ele quase pirou. Aquilo seria dele, eu seria dele. Com ambas as mãos espalmadas sobre as nádegas ele as afastou abrindo o rego e expondo o cuzinho rosado encravado dentro dele, algo tão delicado e frágil que mal podia crer pertencer a um cara com um corpo das dimensões do meu. Por uns instantes, passou-lhe pela mente o estado no qual aquela fendinha não ficaria após seu falo penetrá-lo tomado de toda a tara que ele estava sentindo. Por hora seu primeiro desejo era me ver implorando por ele. Mordiscadas na pele aveludada das minhas nádegas cobertas por uma lanugem dourada seriam um bom começo, pensou. Eu gemi quando os dentes dele prenderam minha pele mudando de um lugar para o outro numa lentidão desesperadora. Aos poucos, as mordiscadas foram se encaminhando na direção do rego, meus gemidos se espalhavam pelo quarto, ele sorria eufórico. Um gritinho de puro tesão escapuliu da minha boca quando a língua dele começou a se mover em círculos sobre as preguinhas salientes. Eu me agarrara aos travesseiros, estava prestes a implorar para que me penetrasse, para que possuísse.

- Me pega, Bruno! Quero ser seu! – minhas palavras não passavam de sussurros de um êxtase que já não podia controlar.

- Vai me entregar esse cuzinho e me deixar fazer o que quiser com ele? – ele estava a me torturar, sabia a resposta, mas queria ouvi-la saindo da minha boca.

- Vou, vou! Só me pega, entra em mim!

O peso do corpão dele foi aumentando sobre o meu, eu estava meio que aprisionado entre as coxas dele, o cacetão úmido escorregava para cima e para baixo dentro do meu rego, eu mal respirava. Veio a primeira pressão, a cabeçorra forçou as pregas, os esfíncteres resistiam, a dor me fez ganir. Tremendo feito gelatina debaixo do Bruno, ele voltou a pressionar a portinha da fenda, ela se abriu mais, faltou pouco para que a chapeleta a atravessasse. Eu havia gritado e agora, além de quase não respirar, espasmos por todo o corpo contraiam meus músculos como se estivessem tetânicos. Ele quase podia palpar o desejo que meu corpo estava sentindo por ele. E então, veio a terceira forçada, mais impetuosa, mais bruta, e a glande mergulhou na maciez úmida e receptiva do meu cu. Eu mordia o travesseiro ganindo e sentindo a enormidade daquele macho entrando em mim. Gozei quase aos prantos. Não era a primeira vez que sentia uma pica entrando no meu rabo, mas era a primeira vez que essa pica pertencia ao macho com que havia idealizado a vida inteira.

- Te machuquei, não foi? Eu devia saber que isso ia acontecer. Não chore, vou tirar meu pau bem devagar, prometo! – grunhiu ele.

- Nem pense nisso! Essas são lágrimas de uma felicidade que jamais imaginei pudesse existir. – respondi ligeiro, antes que ele pudesse sair de dentro de mim e deixar aquele vazio que tinha sido a minha vida até então.

Ele apertou meu tronco contra o dele, virou meu rosto para o lado e me beijou, enquanto com um vaivém cadenciado, enfiava aquele mastro de carne nas minhas entranhas. A cada estocada eu afrouxava os esfíncteres deixando a pica deslizar para dentro, depois travava-os para comprimir a rola contra a minha mucosa. Era um exercício exaustivo, prazeroso, que me deixava sentir toda a cobiça do Bruno por mim. Os grunhidos dele eram roucos, extasiados, brotavam do fundo de seu peito cada vez mais sonoros. Eu me empinava, oferecia minha bunda à sua tara, mas nada parecia suficiente para o tesão que queimava dentro dele. Com um único golpe ele sacou a pica do meu cuzinho, gani mais do que uma cadela arregaçada. Ele me colocou na posição de frango assado, voltei a fletir as pernas até meus joelhos tocarem meus ombros, o cuzinho era agora de um vermelho vivo e brilhante que o chamava para a perversão. Outro golpe único e intrépido, desta vez do avesso, estocou novamente o caralhão no meu cu, fazendo continuar o vaivém que nos embalava no mais inebriante prazer. Meus gemidos o afogueavam, ele os sentia entrando em sua alma como um cântico divino.

- Ah Arthur! Você não faz ideia do quanto eu te quero! – era apenas um rugido, o tesão convertido em palavras.

Segurei o rosto dele entre as mãos, afaguei-o, puxei-o para um beijo e chupei a língua que se movia na minha boca. O Bruno soltou um urro selvagem, e aquela repentina rigidez dos músculos dele e a contração da pelve significavam apenas uma coisa, ele estava gozando. Uma quentura viscosa começou a escorrer pelas minhas entranhas, despejada em ejaculações abundantes. Envolvi o tronco dele com meus braços e comecei a cravar as pontas dos dedos em suas costas, gemendo e ganindo entre soluços de prazer. Ele se entregou aos meus afagos, aos toques carinhosos dos meus dedos roçando sua nuca, enquanto deixava seu peso cair sobre mim. Não houve apenas aquele primeiro beijo demorado, foram incontáveis, antes do torpor nos mergulhar num sono profundo.

Havia planos agora, muitos. Aquele coito já havia ficado meses num passado que se transformou em presente, onde eles eram frequentes. Discutiam-se agora questões práticas, a mudança dele para a minha casa, a receosa comunicação aos familiares de que decidimos assumir nossa relação, o projeto de talvez abrirmos nossa própria empresa e, para não dizer, uma bronquinha ou outra porque uma cueca havia sido deixada no banheiro, a parte dele do closet viver numa eterna bagunça, eu deixar banco, espelhos e tudo desregulado quando usava o carro dele, sempre me esquecer de deixar algumas latas de cerveja no refrigerador, colocando-as rapidamente no freezer quando ele as mencionava, fazendo-as estourar lá dentro depois de três quartos de hora. As caras amarradas não chegavam a durar algumas horas depois disso, e acabavam em beijos, agarramentos, carícias e coitos devassos sem hora para terminar.

O ano passara voando, só me dei conta disso quando o Thiago e a Luciana vieram nos comunicar que o Natal seria na casa deles. Quisemos transferir os festejos para a nossa casa, afinal ela agora estava novinha em folha, com cara de lar. Porém, havia as questões familiares e o melhor, concluímos de comum acordo, seria a casa deles.

Me reencontrar com o Fernando seria inevitável, não que isso significasse algum problema para mim, pois nossa história era página virada de um livro que há muito eu havia fechado. Pensei unicamente no Bruno, ele e sua ciumeira podiam tirar o brilho da data. Eu nunca mais vira o Fernando depois de nos despedirmos, e tinha encontrado a esposa dele casualmente duas vezes no supermercado, onde trocamos não mais do que meia dúzia de frases. Eu havia chegado à conclusão de que não gostava daquela mulher, sem encontrar uma explicação para isso. Nossos santos não batiam.

Fomos os últimos a chegar, pouco antes da ceia. O Bruno resolveu dar uma passada na casa dos pais dele e entregar os presentes que havíamos comprado. Insistiram para que ficássemos, eu já havia sido incorporado à família, inicialmente como algo que fugia ao desejo deles, depois como alguém que veio completar não só a felicidade do filho, mas a dos irmãos e pais dele. Os tempos estavam mudando e os casais já não eram como antigamente, dizia o pai dele quando interpelado por parentes ou amigos.

O Bruno e o Fernando não se conheciam, mas bastou a primeira troca de olhares para se detestarem. Ambos se comportaram civilizadamente apesar disso, e a noite acabou sendo bastante agradável. Poderia ter sido perfeita, não fosse o Fernando ficar me acompanhando com seu olhar reprovador durante toda a noite, e não disfarçar que ainda sentia uma comichão nos testículos quando olhava e se recordava da minha bunda servindo sua masculinidade. Eu tremia só de pensar no Bruno flagrando aqueles olhares libidinosos que partiam não só do Fernando, como daquele moleque assanhado que chegara à maioridade tão tarado quanto o pai. A irmã da Luciana assistia a tudo aquilo indiferente tanto ao furor sexual do marido quanto ao do filho, sobre o qual já não tinha o menor controle e estaria, ao que tudo indicava, seguindo o destino do pai, engravidando a primeira incauta que lhe caísse nas mãos. Não tive dúvidas de que o Fernando havia conversado com o garoto sobre nós, pois o moleque me olhava como se quisesse arrancar as minhas roupas e se perder nas ancas roliças que o pai afirmara serem o éden da luxuria.

- Foi aquele cara, não foi? O cara que te fez levar um tempão para reparar em mim. – questionou o Bruno, assim que chegamos em casa.

- Foi! Porém, não para eu reparar em você, pois isso aconteceu no instante em que te conheci. – revelei.

- Mas foi ele que ficou te empatando! Sujeitinho bronco, o que foi que você viu nele?

- Uma maneira de descobrir que o homem que eu queria e amo é você! – retruquei. Ele me encarou e sorriu.

- Sério?

- Nunca falei tão sério!

- Sabia que eu te amo? – sentenciou lépido, circundando os braços na minha cintura e me beijando a nuca

- Tenho uma leve desconfiança! – devolvi, virando-me de frente para ele e começando a enfiar a mão na cueca dele.

- Então vou te dar essa certeza agora mesmo! – exclamou libidinoso. O som das primeiras gotas de chuva caindo do telhado embalou a penetração do cacetão dele no meu cuzinho, nos fazendo gemer de felicidade como um coro bem sincronizado. Até o Theo soltou um suspiro, ajeitando-se ao pé da cama, ele também sabia que não havia lugar melhor para estar.

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Comentários

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Não some por favor... sou teu fã forever beijão no coração

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Oi Kherr! Sou leitor novo por aqui! Logo na primeira história que eu li gostei demais!!! É quase uma volta ao mundo muito excitante. Se você vendesse seus contos na Amazon, eu com certeza compraria!

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amei o conto!!! vai ter continuação com a estória do casal?

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Que bom que você voltou Kherr, é alegria chegar aqui e encontrar um conto novo seu, aliás entro quinzenalmente no seu perfil para ver se tem algo novo hahahaha. Sei que escrever com tantos detalhes dá um trabalho danado, mas não some desse jeito não, nós ficamos carentes de suas histórias.

Quanto a história, devo admitir que queria ver o Arthur e o Fernando tentando construir uma vida juntos, mas o final do protagonista ao lado do Bruno também foi muito bom.

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Você é meu autor favorito aqui, acompanho suas histórias desde a primeira, já li todas. Parabéns pelo trabalho, me conecto de uma forma inexplicável com elas.

Sou tão que tenho seu perfil no favoritos do navegador e é por ele que entro no site, uma forma de ver se tem história nova.

Abraços de um leitor.

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