Amora, a garota do cabelo rosa, estava sentada na minha frente, nua, de pernas cruzadas, o que me expunha a buceta escancarada, vermelha, encharcada, escorrendo mel entre os lábios carnudos. Ela sorria com o rosto inteiro: “Tudo bem?!” Eu, com a pica em riste, endireitei o corpo e sorri de volta. “Eu sou Amora”, ela disse, e projetou o corpo para a frente, catando-me um selinho. “Eu sou Cláudio”, consegui dizer, com a voz meio embargada ainda, pelas fortes emoções há pouco vividas, com Jonas dentro de mim.
“Queria muito conversar com você”, falou Amora, com a voz sussurrante, meio rouca... Devo ter feito algum gesto de concordância com a cabeça. Ela continuou: “Mas antes devemos sossegar nosso tesão”. De fato, a enxurrada que escapava de sua buceta e a rigidez palpitante do meu membro sugeriam, exigiam um encontro urgente dos dois.
Assim, nossas bocas voltaram a se unir, e desta vez as línguas lançaram-se em vigorosa batalha, enquanto Amora se jogava sobre mim e, em pouco tempo, eu sentia minha pica adentrando sua caverna cálida, enquanto ela gemia e sorria, cavalgando intensamente. O barulho de minha rola em sua buceta lubrificada enchia o ambiente; no sofá, uma trans espirrava seu suco de prazer no cu de alguém, enquanto gemia profundamente.
Minhas mãos agarraram os seios túmidos, que se balançavam rígidos, em minha frente, e amora soltava grunhidos de um prazer íntimo, enquanto rebolava com perícia sobre meu mastro, que sentia todos os espaços de sua xoxota. De repente, ela soltou um grito agudo, que ecoou na sala, enquanto seu corpo dava chicotadas involuntárias, num gozo intenso; não pude mais segurar e esporrei todo meu tesão naquela amazona perfeita, que se transfigurava na imagem de uma deusa no paraíso.
Ela desabou sobre meu peito, sorrindo e respirando fortemente, acompanhando o ritmo de minha própria respiração. Quando conseguimos articular algumas palavras, foi ela quem falou primeiro: “Agora, sim, satisfeitos, podemos nos concentrar na conversa...!”. Desceu do meu peito, sentou ao meu lado; eu também aprumei meu corpo e me pus em sua frente – de onde eu podia admirar os últimos movimentos espontâneos de seus lábios vaginais recém gozados, de entre os quais descia um fio de mel branco.
Amora falou então sobre si, de quanto era feliz em ter encontrado pessoas que entendessem sua bissexualidade sem a criticar, nem a considerar uma anomalia humana. Também exultava em conhecer pessoas que não lhe exigiam compromissos maiores que o prazer de cada transa, e que sentia a manifestação da Natureza em tudo, naquela “baleia” maravilhosa.
Eu a ouvia e concordava, intimamente, com tudo que dizia, porque Amora parecia ser minha versão masculina, nos seus desejos, seus pensares, seus anseios. Eu me sentia bem como jamais me sentira antes. Afinal, eu estava num apartamento, fazendo parte de um grupo LGBTQIA+, pessoas super do bem, distribuídas pelos cômodos, que se carinhavam, se beijavam, se fodiam e gozavam, ou simplesmente conversavam (como eu e Amora naquele momento), sem que qualquer uma estivesse interessado no que o outro fazia, ao seu lado ou ao alcance de seus olhos – cada um estava interessado apenas na pessoa ou pessoas com quem estava se relacionando.
Naquela noite, eu mesmo conversara e me emocionara com Jonas, fora fodido por ele, fodera Amora e agora conversávamos, e novamente eu me via com os olhos úmidos e um nó na garganta vez em quando, escutando o relato de minha amiga, bem mais jovem que eu, mas com uma serenidade e sensatez como vi em poucas pessoas, mais maduras que fossem. Ela entendia perfeitamente a função da Natureza e sua ação sobre cada um de nós, sobre nossos corpos, nossos sentires.
Eu também lhe falei de minha difícil caminhada como heteronormativo a vida inteira, e o quanto eu sofrera (e ainda sofria) intimamente com isso, o quanto isso não me satisfazia; disse da minha angústia em não poder experimentar tudo que a Natureza me exigia, ao fustigar meu corpo com desejos que eu não sabia como satisfazer, por não ter coragem de responder afirmativamente a eles.
O encontro com Jonas e a descoberta de que havia mais pessoas que pensavam como eu, que sentiam o que sinto, e que eram felizes nessa espécie de Shangri-lá, a completa entrega nos braços da Mãe-Natureza e a certeza física da felicidade, espraiada por todo o corpo, tudo isso me punha em estado de nirvana. Amora se encontrava e se identificava perfeitamente no que eu relatava sobre mim.
Enquanto trocávamos nossas experiências e impressões sobre o que vivíamos ali, percebi Jonas sair do apartamento, acompanhado pelo trans que há pouco beijara; casais conversavam e riam, expressando felicidade... E eu constatava – Amora também – como é tão simples seguir as regras da Natureza, sem ligar a mínima para as regras convencionais da sociedade. Que se meu corpo estava naturalmente a fim de ser comido, e Jonas estava ali, com uma rola pronta e também desejando me penetrar; que se Amora passara por nós, enquanto transávamos e se sentiu atraída, a xoxota encharcada; se ela sentara perto de mim e admirara meu pau ansioso por gozar; e tudo isso se realizava ali, na frente de outras pessoas, cada uma delas também voltadas para a satisfação dos próprios desejos – isso tudo era a verdadeira epifania da felicidade.
Sentíamos que o paraíso não era uma metáfora criada por um monte de velhos e velhas rançosos, que envenenavam os jovens e inutilizavam seus corpos juvenis e ávidos do prazer instigado pela Mãe-Natureza, tudo em nome de um deus temeroso e raivoso, criado e alimentado por esses mesmos velhos e velhas, como forma de se manterem no comando da vida dos outros, e, mesmo contra os princípios sagrados da Natureza, obrigavam os outros a se condicionarem, a se mutilarem, a negarem o chamado clamante da vida que pulsava em cada um.
Todas essas coisas conversávamos, eu e Amora. E como eu me sentia feliz e excitado com o raciocínio magnífico daquela garota! Minha rola estava dura, como manifestação natural dos hormônios sexuais, mas eu não estava a fim de foder, da mesma forma que ela, com a xoxota em brasa também não ansiava por mais pica dentro dela, porque tínhamos nossos corpos satisfeitos fisicamente, e agora transávamos e gozávamos intelectualmente...
Alguém tocou a campainha e quem estava mais perto da porta foi abrir: era uma mulher linda que chegava; deveria ter seus trinta anos, e se jogou nos braços de quem a recebera, e beijou sofregamente sua boca. Depois, dirigiu-se para onde estávamos eu e Amora, e já veio retirando a blusa (seios lindos tremendo aos movimentos cadenciados de andar) e passando a mão carinhosamente em quem encontrava pelo caminho.
Chegando onde estávamos, abaixou-se e beijou demoradamente a boca de Amora; quando terminaram aquela pura e linda demonstração de carinho, Amora me apresentou a Fúlvia, e foi a minha vez de experimentar aqueles lábios carnudos e aquela língua em frenesi. Ela sentou-se entre nós, e enquanto retirava a curta saia e a calcinha, expondo uma buceta cuidadosamente depilada, falava para nós dois: “Ai, amores, o dia hoje foi brabo! Preciso urgente relaxar!” E já foi tomando novamente a boca de Amora, num beijo espetacular, enquanto a acariciava e ela retesava o corpo como uma enguia... “Não sai daí, Cláudio, que quero saber mais de você... Estou ansiosa por saber de gente nova!” Ela dizia isso para mim, nos intervalos dos gemidos e beijos que trocava com a amiga.
Então fiquei ali, assistindo de camarote, bem pertinho, sentindo o cheiro de cio que emanava daquelas duas fêmeas febris que se comiam amorosamente. Amora deslizava, sinuosa, pelo corpo de Fúlvia, enquanto esta gemia e atingia pontos erógenos de Amora, que faziam esta estremecer de prazer. Não demorou muito e as duas gozavam – Amora com seu característico gritinho agudo, Fúlvia urrando e se esfregando com furor nos seios da parceira. Em seguida, a respiração ofegante e o relaxamento mútuo...
Quando voltaram ao normal possível, Amora continuou a falar, como se nada a tivesse interrompido, e Fúlvia passou a participar da conversa como se ali estivesse desde o começo. Eu achava impressionante aquela sintonia toda. E me sentia o mais feliz dos mortais, por ter descoberto aquela “baleia” maravilhosa, que entrava definitivamente para meu espaço de visita sempre que eu estivesse naquela cidade.