Everton estava sentindo-se infeliz; era uma infelicidade acompanhada de profunda tristeza; ao cabo de mais de sessenta anos de vida ele se sentia vazio e sem perspectiva; gordo de pau pequeno, em um casamento falido esperando apenas que a ceifadora viesse em sua busca, ele era um homem incompleto. Em sua casa, ele e Samara sua esposa conviviam em um marasmo total; Anete, a única filha aparecia de vez em quando sempre com uma companhia masculina diferente.
Até o dia em que ela os apresentou o Vinícius, um sujeito boa-pinta com conversa agradável e muito atencioso não apenas com Anete, mas também com seus pais; a partir daquele momento desenvolveu-se uma amizade muito próxima de Vinícius com Everton o que alegrou o restante da família, pois tanto mãe como filha estavam preocupadas com a saúde emocional do chefe da família. Sempre que possível namorado e pai de Anete saíam para tomar café expresso em um lugar diferente. E depois vieram as caminhadas matinais sempre juntos e também os almoços de domingo que passaram a ser uma adorável rotina para todos.
Com a proximidade de um feriado prolongado, Vinícius convidou a todos para passarem aqueles dias em sua casa de veraneio convite aceito de imediato; Percebendo a curiosidade do pai por saber de onde vinha tantas posses Anete contou ao seu pai que o namorado era um microempresário bem-sucedido e que por isso mesmo dava-se ao luxo de possuir casa no litoral, um apartamento na cidade e um chalé nas montanhas. Everton surpreendeu-se com a informação e ficou feliz por sua filha.
Na noite de sexta-feira eles viajaram para o litoral; a casa de Vinícius estava situada dentro de um condomínio luxuoso com direito a orla privativa e também quadras de tênis, basquete e até mesmo um campo de minigolfe; Everton ficou extasiado com a propriedade e elogiou-a para Vinícius que sorriu discretamente ao mesmo tempo em que tinha uma expressão enigmática. Foi um feriado muito divertido e repleto de bons momentos para serem sempre lembrados. Uma tarde, as meninas decidiram ir até a cidade próxima para comprarem algumas coisas, deixando Everton e Vinícius a sós na casa.
Embora fosse abstêmio e ante a insistência do futuro genro, Everton aceitou tomar uma taça de vinho, quantidade suficiente para deixá-lo um tanto “alegrinho”. Estava muito calor e ambos estavam sentados confortavelmente na ampla varanda da casa quando Vinícius se levantou e tirou a camiseta exibindo seu peitoral malhado e tatuado aos olhos surpresos de Everton que sugeriu que também ele ficasse à vontade.
-Ah, que é isso! Sou um velho gordo e sem graça! – respondeu o sujeito tentando declinar da sugestão.
-Isso é o que você pensa! – retrucou Vinícius em tom maroto – Acho que você ainda dá um caldo!
Aquela frase deixou Everton um tanto desconcertado, mas ele acabou por atribuí-la ao vinho; pedindo licença para Vinícius ele disse que queria tomar uma ducha e retirou-se para seu quarto. Logo após secar-se, Everton sentiu uma sonolência sutil e nu deitou-se de bruços sobre a cama adormecendo logo em seguida. Sem noção de tempo, ele foi acordado ao sentir mãos quentes e firmes acariciando suas nádegas. “Você tem um bundão delicioso, sabia?”, sussurrou uma voz rouca em seu ouvido apertando um pouco mais as nádegas de Everton.
Ao dar-se por si percebeu quem era o dono da voz e das mãos abusadas; com um pulo, Everton empurrou Vinícius pondo-se de pé e notando que ele estava nu e de pau duro! “Você tá maluco? O que você pensa que está fazendo?”, perguntou o velho com tom embasbacado, olhando para a rola dura e notando suas dimensões um tanto intrigantes.
-Você não percebeu, não é? – questionou o rapaz aproximando-se de Everton com um olhar faiscante e cheio de malícia – Desde o primeiro dia que te vi senti um tesão da porra por você! Olha como eu fiquei de ver você pelado na cama?
-Mas isso é errado! Você é namorado da minha filha! – retrucou Everton sem coragem para recuar – E pelo que eu soube, vocês pretendem se casar! Como pode sentir tesão por mim?
-Porque você é um velho gostoso! – respondeu Vinícius em tom enfático – Eu desconfiava que você tinha um bundão gostoso e ao vê-lo aqui …, deitado …, peladão com a bunda pra cima …, fiquei doido!
Everton não sabia o que fazer e muito menos o que pensar; as palavras de Vinícius caíram como uma bomba sobre sua mente deixando-o atônito. Eles continuaram se entreolhando e o pai de Anete percebia um fogaréu queimando no olhar do namorado de sua filha; sem aviso, Vinícius veio para cima dele abraçando-o com força enquanto sua boca caçava e dele. Everton ensaiou uma resistência que se mostrou pífia quando sentiu a língua de Vinícius dentro de sua boca e um estremecimento inexplicável também o deixou excitado.
O beijo mesclava-se com a deliciosa sensação de roçar de membros rijos, especialmente quando Vinícius segurou os dois juntos em uma de suas mãos executando uma masturbação lenta e progressiva. Everton fechou os olhos e entregou-se àquele momento em que beijos e carícias de um outro homem fizeram-no experimentar uma sensação delirante impondo que ele se entregasse de corpo e alma. E os beijos sucederam-se cada vez mais veementes e demorados, até Vinícius obrigar Everton a ficar de costas para ele.
O sujeito empurrou o pai de sua namorada contra a cama e se pôs entre as pernas dele entreabrindo as nádegas rechonchudas até vislumbrar o pequeno orifício corrugado que logo estava a servir-se de sua língua hábil com lambidas insistentes, algumas chupadas e linguadas simulando uma penetração. “Ahhh! Que cuzinho lindo e gostoso! E essas nádegas, então? Você é mesmo uma vadiazinha enrustida!”, comentou Vinícius sem perder o ritmo de sua língua abusada no vale entre as nádegas de Everton que via-se rendido ao jugo de outro homem.
-Ahhh! Para com isso! Por favor …, para! – murmurava Everton já sem muita convicção de suas palavras, dominado pelo êxtase ser usado por um parceiro faminto de sexo.
-Não paro não! Você vai ser meu …, de um jeito ou de outro – respondeu Vinícius com tom enfático e quase dominante – Você pode resistir, mas eu sei que é isso que você quer! Minha putinha da bunda grande!
Antes que eles pudessem continuar o ruído de um motor de carro anunciou que Samara e Anete haviam retornado de seu passeio. Vinícius desapareceu do quarto quase em um passe de mágica, deixando Everton pelado ruminando tudo que havia acontecido. Nos dias seguintes, eles mal trocaram alguns cumprimentos e frases soltas, procurando disfarçar o constrangimento que surgia quando estavam sozinhos e disfarçando quando na presença das meninas. No caminho de volta para a cidade, Vinícius pediu desculpas aos pais de Anete e retornou com ela antes deles sugerindo que caso quisessem poderiam ficar mais alguns dias.
Samara adorou a ideia e Everton limitou-se a aquiescer, pois ainda não tinha processado o que acontecera entre ele e Vinícius e precisava compreender o que ele próprio estava a sentir. No momento em que Samara disse que iria para a praia, ele preferiu ficar na casa e depois de uma ducha permaneceu nu olhando-se no espelho de corpo inteiro que havia no closet; ele se examinou detidamente e ainda não conseguia entender o que despertara o desejo de Vinícius. Everton era um homem de mais de sessenta anos, gordo e com alguma barriga.
É verdade que não tinha muitos pelos pelo corpo e sempre rejeitara a ideia de ter barba ou bigode, barbeando-se diariamente; mirou seu pênis murcho e pequeno com as bolas pendendo e parecendo até um pouco maiores que seu apêndice e sentiu-se ridículo fazendo aquela autoavaliação como se buscasse uma razão para despertar o desejo de Vinícius …, será que era isso que ele almejava? Encontrar uma justificativa para deixar-se levar pelo sentimento que o namorado da filha nele despertara?