Tenho setenta e dois anos. Cinquenta de casado – com a mesma mulher. Fomos muito fogosos e felizes sexualmente. Fizemos muitas loucuras. Realizamos muitas fantasias. Mas o tempo é implacável e corrói o tesão; fica só a amizade, o carinho, o respeito – essas coisas que são importantes na velhice. Só que os corpos não se desejam mais, de tanto que se comeram – é natural. A menopausa a fez fechar as pernas de vez para meu pau. Ele também já não mais se enrijecia facilmente, e quando acontecia não demorava muito – às vezes nem o tempo de uma punheta. Descobri, escondido de tudo e de todos, vibradores masculinos, massageadores prostáticos que esticavam por mais tempo minha ereção até eu conseguir orgasmos fabulosos.
Ainda circulavam em meu corpo agitados hormônios, que me faziam desejar prazer. Eu me deliciava admirando as roupas minúsculas das jovenzinhas, com seus corpos esculturais. Queria sentir-lhes o cheiro bom de xoxota novinha, chupar algumas – sei que ainda conseguiria fazer-lhes gozar. Mas reconhecia meu lugar de velho, recolhia-me a minha insignificância.
Eu passava o final de semana, juntamente com minha esposa, num puta resort, cheio de luxo, de mordomias e de gatinhas gostosas – estas últimas eu até evitava olhar, por sabe-las impossíveis. Muito verdes, diria a raposa sobre a uvas inalcançáveis. Peguei meu copo de uísque a que me permitiam os remédios que controlavam minha carcaça corporal, para não desmontar de vez, busquei uma cadeira afastada, numa sombra da piscina... e pronto. Eis-me tudo a que tinha direito: bebericar sem pressa minha porção consentida de álcool.
Saindo da piscina e se dirigindo ao bar, em busca de uma bebida, passa pela minha cadeira um jovem de seus 18, 20 anos. A sunga branca, molhada, decalcava com nitidez a rola, que se mantinha de lado. Pelos deuses! O que era aquilo que eu estava sentindo, ao ver o membro transversal, daquele garoto? Tudo bem que me masturbava com um tubo que vibrava dentro do meu cu, mas, porra, eu nunca fora senão hétero a vida toda, jamais cogitei uma relação homo, e – com todos os demônios – eu estava fascinado com aquilo, o coração disparado.
Na sua volta do bar, cerveja na mão, passou novamente rente a mim, e fixei o olhar sobre a cabeça que se desenhava na roupa de banho. Devo ter sido indiscreto, porque ele me mandou um sorriso de educação, acompanhado de um “bom dia, tio!” Devo ter gaguejado a resposta ao cumprimento, recostei-me na cadeira e tomei de uma só vez o restante do malte.
Mil pensamentos cruzavam em azougue minha cabeça. O sangue parecia ferver nas veias. Se não me engano cheguei mesmo a sentir um leve endurecimento da minha rola. O que era aquilo, afinal? Armário de ação retardada? Meu corpo buscando substituir prazeres héteros reprimidos por fascínios homos? O “brinquedinho” erótico que enfiava no rabo despertara-me tais sentimentos? Eu jamais tivera nada contra gays, preconceito algum – até tentara uma vez, em noite de forte bebedeira, muitos anos atrás, mas brochei miseravelmente, não senti qualquer atração...
Minha mulher saíra, com umas amigas, para um tour pela cidade, mais uma gentileza do hotel. Eu estava sozinho ali, excitado com a visão de uma rola deitada sob uma sunga molhada. Não sei o que diabos me deu, levantei-me e me dirigi à piscina. Era um enorme espaço, que chegava a dar voltas. Não consegui ve-lo, de imediato (“Velho esclerosado, decerto não está mais aqui!’ – pensei), mas entrei assim mesmo. Estava uma delícia. Mergulhei e fiquei a chafurdar na água, a ver se acalmava o corpo e se a cabeça parava de pensar naquela situação esdrúxula.
Nadei para um dos extremos, onde havia menos pessoas, e eis que o descubro, sozinho, tomando sua cerveja, encoberto por uma ramagem que enfeitava a curva. Ele não pareceu me reconhecer, nem eu tive coragem de me aproximar e puxar assunto. Na verdade, eu não tinha a menor ideia sobre o que fazer. Fiquei a olhar a paisagem, na certa com a maior cara de idiota do universo.
Ele tomou o último gole da cerveja, jogou a latinha na lixeira (boa pontaria!) e foi se afastando do recôndito onde estava; passaria por mim para se dirigir a qualquer parte da piscina. Foi aí que aconteceu: uma enorme bola, com que algumas crianças jogavam, na água, escapou delas e veio em minha direção; preparei-me para rebatê-la, enviando-a de volta, mas ao fazer esse movimento, desequilibrei-me e trombei de costas justamente com ele, que nesse instante passava por mim. Senti todo seu corpo roçando no meu corpo e, principalmente, sua rola na minha bunda. “Opa!” “Desculpe!” “Não foi nada!” Ele continuou seu caminho, saiu da piscina, enquanto eu o acompanhava com meus olhos, disfarçando o mais que podia.
Coração aos pulos, respirei fundo, nadei um pouco e também dei por encerrada minha presença na piscina. Passei pela cadeira onde estivera, recolhi uma toalha e me dirigi ao banheiro, a fim de tomar uma ducha, para ver se baixava aquela instabilidade hormonal. A rola dava sinais de que endureceria – quem sabe eu conseguiria uma punheta... E naquele momento era bom, porque o banheiro estava sem ninguém, todos se divertiam na piscina, e a balbúrdia só começaria em uma hora, quando se aproximasse a hora do almoço.
Fui direto para o último box, já mexendo na rola, a ver se a despertava. Ao passar pelo penúltimo chuveiro, senti meu coração na boca do estômago – pela porta entreaberta, vi o garoto objeto do meu desejo, completamente nu, com a rola dura na mão, deliciando-se numa bela bronha. Assustou-se ao me ver, quis parar, mas consegui ser mais rápido desta vez: “Não, não para não! Pode continuar!” Ele hesitou alguns segundos, mas retomou a rola, que pulsava dura para o alto, e continuou a se manipular.
Meus olhos estavam cravados naquele belo e rígido monumento de músculo. Como se não estivesse em mim, como se uma força externa me movesse, entrei no box, cheguei junto dele, estendi meu braço e toquei no seu mastro. Como se esperasse por aquele gesto, ele não resistiu, antes retirou a própria mão, deixando a rola toda para mim.
Estava rígida, mas era suave, envolvi-a com a mão e a senti quente. Tentei continuar a punheta, não tinha prática para masturbar outro homem. Meus joelhos se dobraram e, sem ter a menor ideia de como, vi-me agachado diante dele; aproximei minha boca e toquei, com a ponta da minha língua, a cabecinha de sua pica. Ele gemeu baixinho. Então fui avançando a boca e agasalhando aquele mastro, como vira tantas vezes minha mulher fazer comigo. Que delícia era o gosto de uma rola! Daquela, pelo menos... Passei a suga-la com certa avidez, enquanto o rapaz gemia mais alto e se remexia – minhas mãos acariciavam suas nádegas e os polegares estavam perto do seu cu...
Sentia minha rola duríssima e meu próprio cu piscando. Resolvi levar aquela ousadia ao limite máximo. Soltei sua pica babada no ar, levantei-me, coloquei-me de costas para ele, meio agachado, com as mãos na parede. Senti quando ele foi baixando minha sunga e passando o dedo no meu cu – senti um arrepio de corpo inteiro.
Percebi sua rola dura roçando o rego da minha bunda e descendo até meu buraquinho; ele forçou um pouco e o senti entrando em mim. O alargamento e relaxamento proporcionados pelo vibrador facilitou a entrada e não me fez sentir dor alguma. Apenas achava estranho um cilindro dentro do meu cu, que não era controlado por mim, pois que agora ia e vinha, entrava e saía, me elevando a Nirvana. Minha pica rígida balançava-se a minha frente, aos movimentos do meu comedor.
O garoto gemia e eu sentia sua respiração ofegante em minha nuca, enquanto todo seu corpo cobria o meu. Ele acelerou as estocadas e, de repente, parou; senti sua rola pulsar dentro de mim e golfadas quentes me inundarem. Grunhidos roucos e abafados. Quando ele se afastou, seu leite desceu aos borbotões do meu cu, pelas minhas pernas, chegando rapidamente ao chão.
Sem saber absolutamente o que dizer – ele também no mais completo silêncio –, subi minha sunga como pude, deixando a rola dura de fora, e saí do seu box, entrando no chuveiro seguinte. Ouvi o barulho da água quando ele abriu sua torneira; olhei para minha pica dura, pinotando no ar. Será que eu conseguiria gozar antes de amolecer? Passei a me masturbar com sofreguidão, passando a outra mão pelo meu cu encharcado ainda de esperma; o barulhinho da pele da minha pica, sendo arregaçada, era sufocado pelo da água caindo no box vizinho.
Até que senti os raios de prazer tomando meu corpo e se concentrando na minha genitália, minha boca enchendo-se d’água e então... gozei! Gozei com todo o prazer a que eu tinha direito, minha outra mão quase toda enterrada no meu cu. Eu admirava, extasiado, cada jato de porra que saía com força de mim.
Às últimas golfadas, eu estava exausto, meu peito subia e descia, acompanhando a respiração ofegante. Ao levantar os olhos, dei com o rapaz parado, à porta do box – o puto acompanhara todo meu prazer, os olhos grudados na minha pica. Olhou-me, com uma expressão que não consegui definir, sorriu com os lábios e foi concluir seu banho.
