A Sociedade Alfa, Beta, Gama - Parte 2
Uma sociedade num futuro não tão distante onde um casal pode escolher mudar para uma definitiva relação D/s. Mas algo não sai como o planejado.
(Essa é uma estória de ficção erótica. Todos os personagens e situações dessa estória são fictícios e todos personagens tem mais de dezoito anos de idade. Não existem doenças sexualmente transmissíveis de qualquer tipo no universo dessa estória.)
Sissie Hipnose - sissiehipnose@gmail.com
Ouço a voz alterada de Beth chamar o meu nome e com calma falar:
— Acorda dorminhoco. Você precisa comer algo e depois vamos sair.
Abri os meus olhos e me acomodei. Perguntei:
— Eu dormi por quanto tempo?
— Umas três horas e um pouco. Preparei um lanche para você.
Olhei para a bandeja ao meu lado com uma xícara de café e a metade de um sanduíche. Minha companheira avisou que tomaria um banho para sairmos e rapidamente sumiu da minha vista.
Mordi o lanche com calma. Como tudo em minha vida o sabor está diferente. O queijo está com um sabor mais forte. Nunca gostei muito de peito de peru, mas o sabor atual me pareceu muito gostoso.
Bebi um gole do café e ele me pareceu horrível e amargo demais. A máquina prepara o café personalizado para Beth ou para mim. Eu gosto de menos açúcar e café mais forte e Beth de mais açúcar e café mais fraco. A não ser que esse seja o café de minha companheira, meu paladar mudou nesse quesito também.
Desisti do café e terminei o meu sanduíche rapidamente. Eu também quero tomar um banho renovatório.
Sai do banho para encontrar Beth se olhando no espelho. Reconheci imediatamente ela roupas minhas e preocupado me lembrei o quanto o meu corpo está menor que antes.
Ela me observou sob a toalha. Por um momento imaginei que ela estava pensando em me usar para sexo, mas ela disse simplesmente:
— Estou calçando mais do que você antes, esse sapatênis está apertado, mas foi o que serviu melhor. Amanhã iremos a uma loja para Alfas.
Ela percebeu a minha imobilidade e com voz irritada falou:
— Está esperando o que? Escolha algo no meu armário. Ou você acha que algo seu ainda ficaria bom em você?
Segui para o closet de Beth. Ela tem muitas roupas, muito mais do que eu. Abri a primeira porta.
Porta a porta fui abrindo e olhando as roupas de Beth, tentando entender a lógica da sua organização. Em certo momento encontrei as roupas mais unisex que ela tinha.
Acabei vestindo uma camiseta amarela que não ficou muito bem arrumada nos ombros, uma calça jeans que ficou um pouco curta na altura e apertada na cintura e peguei um dos tênis de ginástica que ficaram um pouco frouxos.
Retornei para o quarto e minha companheira estava entretida em seu tablet. Ao perceber a minha presença falou:
— Impressionante a quantidade de alterações que posso requisitar em seu corpo.
Um pouco receoso falei:
— O meu corpo está ótimo como está.
Ela riu e levantando os olhos para me olhar falou:
— Talvez sim, talvez não. Não sei se você compreendeu, mas você é minha propriedade, não preciso de sua concordância ou autorização para requerer alterações em seu corpo.
As palavras dela me fizeram sentir medo. Eu nada sabia sobre isso. Talvez ela esteja mentindo.
Beth largou o tablet sobre a cama e me olhou com atenção. Brevemente pude enxergar em sua tela fotos de vários seios femininos.
— Você poderia ter escolhido algo mais feminino e mais formal. Mas tudo bem. Vamos para a casa de nossos amigos.
***
Foi Douglas que abriu a porta e com extrema perplexidade me olhou e depois olhou para Beth. Nós entramos e ele gritou para a sua companheira Ana:
— Querida, vêm até aqui que você não vai acreditar.
Ela veio da cozinha secando as mãos num pano e também parou com uma expressão de surpresa no rosto. Um pouco depois falou:
— Acho que algo não saiu como o planejado. Vêm me ajudar e você me conta, quero saber de tudo.
Beth seguiu com Ana para a cozinha e um pouco desconfortável fiquei sozinho com o meu amigo Nelson.
Seguimos para a sacada. Ele me falou para eu me sentar. Pegou uma garrafa de cerveja em seu frigobar e me entregou. Ainda observando o meu corpo falou:
— Realmente nada foi como você disse. Você é um Gama agora?
— Sim. E a Beth um Alfa. Eu fiquei tão surpreso como você. Não faz sentido.
Ele tomou um gole de sua cerveja enquanto eu abri a tampa da minha. Depois ele falou:
— Eu nunca pensei em me submeter a esse processo, mas já li que ele é completamente imprevisível. Nem mesmo os médicos sabem ou definem quem será o Alfa ou o Gama. Por alguma razão você se tornou o Gama.
Tomei um gole de minha cerveja, mas imediatamente senti a repulsa por ela. O sabor é amargo demais, quase insuportável.
Continuamos a conversa por algum tempo, às vezes falando sobre a minha nova condição, às vezes sobre outros assuntos. Nelson é um amigo querido de muitos anos, mas algo forte mudou em meus sentimentos. Ao seu lado só consigo me sentir cumprindo algum tipo de obrigação, não consigo sentir nenhum prazer ou satisfação com sua companhia.
Por outro lado, estar provisoriamente afastado de minha Alfa é uma sensação diferente. Meus pensamentos ficam mais claros e nítidos e me parece que sou mais capaz de tomar as minhas decisões sem pensar em agradar a ela ou no que ela vai pensar a respeito.
Ana entra na sacada nos chamando para jantar e volto a sentir a proximidade do odor Alfa de Beth.
A companheira de Nelson me observou bastante quando me levantei. Não sei o que ela e Beth conversaram na cozinha, mas é natural que ela esteja curiosa sobre a minha nova situação.
O jantar foi uma mistura de conhecer novos sabores. O paladar de quase tudo sofreu mudanças. Mas não tem um modo de seu deixar de sentir indiferença pela presença de Nelson ou de Ana. É como se eles fossem vazios.
A noite terminou em muitas conversas intermináveis onde sempre procurei ser o mais simpático possível.
***
Chegamos à grande loja Alfa pouco depois de sua abertura. Beth estava ansiosa em fazer compras.
Pude perceber a predominância de roupas mais masculinas no local que de roupas mais femininas. Um homem Alfa se encontrava olhando roupas.
Uma vendedora Beta me conduziu a uma sala anexa separada onde haviam alguns bancos. Um Gama do sexo feminino se encontrava sobre um banco olhando o seu celular. Ela é bonita, veste um vestido rosa relativamente curto e é dotada de um belo par de seios.
Sentei em frente a ela. Não sei bem como me comportar em frente a outro Gama. Não precisei fazer nada, ela fechou o seu celular e com um bonito sorriso falou:
— Olá. Eu me chamo Erica.
— Oi. Eu sou Douglas.
— A primeira vez por aqui?
— Sim, como você sabe?
Ela riu com a pergunta. Senti simpatia por ela, uma atração como se fôssemos amigos de longa data. Ela falou:
— Isso é nítido. Você olha tudo como se fosse um gato assustado. Você é um Gama a quanto tempo?
— Um dia. A minha transformação aconteceu ontem.
Ela me olhou com compreensão e falou:
— Nossa, você é muito novo. Eu sou um Gama há pouco mais de um ano. É a melhor coisa do mundo. Ter um Alfa é a segunda melhor coisa do mundo.
Ela riu. Transpira felicidade e tem uma aura de quase inocência. Meus pensamentos são interrompidos quando sinto a presença Alfa. Um cheiro diferente do de Beth.
O impotente Alfa entra na sala. Olho para os passos determinados e poderosos. Ele apenas fala com uma voz grossa:
— Já terminei por aqui. Podemos ir.
Erica quase saltitou em direção ao homem. Se despediu de mim e eles deixaram a sala. Ainda permaneci algum tempo sozinho antes de Beth vir me buscar.
***
Os últimos três dias foram de muitas adaptações. Temos uma folga de uma semana em nossos empregos, mas algumas vezes Beth precisou se ausentar. Percebi que começo a sentir falta de sua companhia após duas horas e meia ou três horas e essa falta se torna angustiante após umas quatro ou cinco horas.
Preencho o meu tempo assistindo a vídeos de culinária, nunca fui bom cozinheiro e assumi a maioria das tarefas domésticas que antes eram feitas por Beth.
Minha companheira gosta de sexo tanto quanto eu. Eu tenho pelo menos quatro ou cinco orgasmos por dia. Às vezes ela me penetra e às vezes me faz realizar um boquete nela. Para o meu corpo isso é indiferente, o contato com o seu esperma em qualquer lugar me provoca intenso prazer e orgasmo segundos depois. Seria impossível tentar explicar a sensação para um Beta.
Eu estou no meio de um vídeo quando Beth apareceu em nosso quarto e falou:
— Vista-se, você tem que ir assinar no seu serviço os seus papéis.
Coloquei o meu tablet de lado e com dúvida perguntei:
— Mas eu tenho uma semana de folga. Só preciso comparecer ao trabalho na semana que vem.
Ela riu e depois ficou séria falando:
— Quem falou em trabalho? Você precisa assinar os papéis de sua demissão de forma presencial, é a burocracia. Já enviei para eles seus novos documentos como Gama. Agora você trabalha apenas aqui no lar.
A informação me deixou chateado. Não tinha passado pela minha cabeça deixar o meu emprego. Me lembrei sobre o fato de não ver Gamas na empresa e das palavras de Beth me explicando que sou propriedade dela.
Uma vez na empresa segui para o setor de RH. Foi estranho olhar para os muitos Betas em todos os lugares com seus passos apressados e as vidas desinteressantes. Felizmente não cruzei com nenhum colega.
No RH assinei alguns papéis que me pareceram bastante inúteis. A funcionária Beta recolheu tudo e depois falou:
— Aqui já terminou. A última etapa de seu desligamento é a entrevista com o Sr. Anderson, sala onze no final do corredor.
Segui para a sala destinada. A porta se encontrava parcialmente aberta. Quase imediatamente senti o odor de um Alfa.
Entrei na sala e olhei para o homem sozinho, devia ter mais de cinquenta anos, trajando um terno, sentado atrás da grande mesa. Ele olhava alguns papéis e imediatamente os soltou com a minha chegada. Ele sabe que sou um Gama. Com uma voz que pareceu um trovão falou:
— Entre e feche a porta.
Por um momento fiquei indeciso. Uma parte minha queria que eu me afastasse. Não estou acostumado a uma presença Alfa que não fosse minha companheira. Mas apenas segui a instrução. Ele continuou:
— Agora tire as suas roupas.
A sua voz não demonstra nenhuma alteração ou nervosismo, mas é firme e poderosa. Eu fico confuso sobre o que devo fazer e me observando ele fala de uma forma um pouco mais energética:
— Eu mandei você tirar a roupa Gama!
As palavras me excitaram. Eu me sinto bem quando a Beth me manda fazer algo, mas a ordem mais enfática do Alfa desconhecido foi ainda melhor.
Peça a peça, retirei as roupas de Beth e logo eu me encontrava nu e ansioso por novas ordens. Ele pareceu satisfeito e falou:
— Lá, de quatro.
Olhei para a direção apontada onde havia uma espécie de banco comprido de meia altura, caminhei para ele e me coloquei na posição ordenada.
Não demorou e senti o toque do Alfa em minha bunda. Ele verificou a umidade em meu anus e depois segurou a minha cintura com força.
Senti o pinto dele tocar o meu orifício e depois ele entrou com força, me fazendo perder a respiração. Pela minha experiência com Beth sei que os pintos de um Alfa se tornam rígidos muito rapidamente.
Ele bombou dentro de mim muitas vezes. A sensação como sempre foi deliciosa e muito prazerosa. Meu corpo parece criado para ser penetrado.
Senti o molhado de seu orgasmo em meu corpo para depois sentir explodir o orgasmo explodir em meu corpo. Ele me segurou ou eu teria caído sobre o piso.
Um pouco depois ele se afastou e falou:
— Quando você se recuperar pode se vestir e sair. Ninguém deve saber o que aconteceu aqui, nem mesmo o seu Alfa.
Eu não senti nenhum desejo de comentar o acontecimento com Beth ou com qualquer pessoa.
***
Eu não dormi muito bem durante a noite. Estou preocupado com o meu retorno ao médico. Beth foi bastante econômica com informações sobre isso, mesmo com as perguntas diretas que fiz, mas por algumas vezes eu a vi usando o seu tablet de uma forma bastante concentrada. Como uma propriedade dela eu nada posso fazer.
Voltamos ao centro médico. Já faz uma semana que estivemos nele e onde me tornei um Gama.
Diferente da outra vez, uma enfermeira Beta me conduziu para um dormitório com uma cama de casal e fui deixado sozinho. O meu nervosismo e ansiedade são aparentes.
Algum tempo depois uma enfermeira Gama apareceu no quarto. Elas parecem ser mais simpáticas. Com uma voz agradável falou:
— Estou aqui para prepará-lo para o procedimento.
Preocupado perguntei:
— O que a minha Alfa mandou vocês fazerem comigo?
A garota me olhou com certo pesar. Mas respondeu simplesmente:
— Eu não tenho acesso a essa informação. Alguns Alfas infelizmente são assim. Tire as suas roupas e deite sobre a cama.
Eu não me senti compelido a obedecer a qualquer ordem da enfermeira, mas fiquei imaginando o que poderia acontecer se eu me negasse. Em minutos eu estava imóvel sobre a cama.
Ela preparou o suporte do soro e fez a aplicação da agulha no meu braço. Olhei para o cair das gotas e um pouco depois o sono não permitiu mais que meus olhos ficassem abertos. Apenas ouvi a voz distante da enfermeira falando:
— Bons sonhos.
Continua...