TUDO QUE É BOM, NÃO É ETERNO
A medida em que o tempo passava, o desejo entre Heliodora e Raul crescia de maneira desmesurada; os encontros tornaram-se ainda mais frequentes e já não mais apenas sobre o manto da noite. Sempre que podiam estavam juntos às escondidas deliciando-se com o prazer nascido do temor de serem descobertos. Nas tardes do último mês antes das férias escolares de meio de ano, quando a frequência dentro do educandário diminuía sensivelmente, Heliodora convocava Raul para uma reunião em seu gabinete, tomando a precaução de dispensar os serviços de Hermínia, a secretária, e assim que viam-se a sós, ela se despia exibindo sua nudez provocante para o macho que não conseguia resistir a este tipo de assédio.
-Minha branquinha é doida de tudo! – comentava ele em tom brincalhão, tomando-a nos braços e deliciando-se com os mamilos intumescidos dentro de sua boca gulosa.
-Sou doida, sim! Doida pelo meu homem …, pelo meu macho! – sussurrava ela no ouvido de Raul enquanto já tinha nas mãos a vara rija e pulsante.
Imediatamente, Heliodora fazia com que Raul se sentasse sobre sua mesa de trabalho abocanhando o mastro que era sugado e lambido com imensa avidez, obrigando o zelador a abafar seus gemidos com uma das mãos sobre a boca, enquanto a outra acariciava os cabelos da parceira incentivando que ela prosseguisse em sua carícia oral. A certa altura, Heliodora interrompia o gesto e punha-se a empurrar Raul até que este ficasse deitado sobre a mesa permitindo que ela subisse sobre ele dando início a uma fogosa cavalgada cujo único empecilho residia na obrigação de ambos manterem o silêncio.
Subindo e descendo sobre o mastro viril, Heloísa experimentava uma sucessão de gozos delirantes que elevavam seus sentidos ao estado de êxtase total. E quando ela sentia o corpo de Raul tremelicar e se contorcer anunciando a chegada de um novo gozo, Heliodora dava um pulo e retomava a manopla rija em sua boca até Raul explodir em um orgasmo; ela se esmerara em reter o gozo do macho em sua boca e mesmo quando ele se mostrava muito volumoso ela resistia o quanto era possível chegando a engolir boa parte do sêmen quente e viscoso para que ele não vazasse e se perdesse.
Recompostos eles se despediam na porta do gabinete com troca de olhares que prometia mais prazer ainda naquela noite, o que se comprovava quando a freira adentrava à edícula do zelador ávida por senti-lo dentro de si. De outra feita, no curso de uma obra de ampliação das instalações do educandário com a edificação de um novo prédio, Heliodora convocou Raul para acompanhá-la em uma vistoria no final da tarde quando os trabalhadores contratados já haviam se retirado da obra. Sobre um tablado destinado ao armazenamento de sacos de cimento, Heliodora estendia uma sacaria que encontrara e despia-se apontando o indicador em riste para que o parceiro a possuísse.
-Minha branquinha …, estou com medo – confidenciou Raul logo depois de copularem até o êxtase com a religiosa envolvida em seus braços – Tenho muito medo que nos peguem …, tenho medo do que pode acontecer com a minha princesinha …, tenho medo de ficar longe de você!
-Eu também tenho medo, meu preto – respondeu ela apertando as mãos dele contra seu peito – Não sei o que será de mim sem você! Mas, aconteça o que acontecer …, largo tudo para ficar ao teu lado …, para sempre!
Mais tarde ainda naquele dia, Heliodora sentiu uma pontada aguda em seu peito como um mau presságio de que a conversa mantida com Raul na construção pudesse tornar-se realidade. Mesmo temendo por seus pais e pela repercussão causada por um escândalo daquela monta, Heliodora tinha convicção de que não podia mais recuar fosse para o que fosse!
Dias depois, em uma tarde chuvosa de outono, Heliodora foi chamada às pressas ao gabinete do Padre Ignácio, mentor e conselheiro da ordem para os assuntos relacionados ao educandário. Com a lembrança de pontada que sentiu dias antes, ela vestiu sua capa e seguiu para a residência paroquial que situava-se atrás da igreja matriz. Chegando lá foi atendida por um noviço que a conduziu até o gabinete do clérigo que já se encontrava a sua espera.
-Irmã, não vou perder tempo com rodeios – iniciou o padre com tom soturno e quase ameaçador mirando o rosto da religiosa – seu envolvimento carnal com o zelador do educandário chamado Raul, chegou aos meus ouvidos causando-me enorme mal-estar!
Heliodora reagiu instintivamente, encolhendo-se na poltrona em que estava sentada, baixando o olhar e orando por alguma comiseração por parte do clérigo que nesse momento levantou-se andando em torno dela.
-Veja bem, irmã Heliodora – retomou ele sempre rodeando a freira encolhida e cabisbaixa – essa conjuração carnal, pérfida e pecaminosa não tem precedentes em nosso meio, e portanto, exige uma resposta eficaz para impedir que isso se perpetue …, imagino que você tenha pleno conhecimento das consequências desse seu arroubo carnal instigado pelo demônio?
Heliodora bem que tentou articular uma argumentação, porém a garganta seca e o coração tomado por enorme temor a impediam de proferir uma palavra sequer.
-Creio que tenhamos dois caminhos a seguir – reiniciou Padre Ignácio, sentando-se na beirada de sua mesa em frente da religiosa – O primeiro envolve um doloroso processo canônico de excomunhão tanto sua como daquele desclassificado, além de, é claro, o rumoroso escândalo que destruiria a vida de sua família e a integridade moral de seus pais …, por outro lado, podemos tentar resolver isso aqui e agora de uma maneira bem simples …, uma sessão de exorcismo!
-Exorcismo? Mas porque? Como? – questionou Heliodora levantando o olhar tomada por enorme apreensão.
-É muito simples, irmã – respondeu o pároco já com um tom mais irônico – você seria submetida a um rito de exorcismo, porque tenho certeza que seus atos foram instigados pelo demônio, assim como providenciaríamos o afastamento de Raul. A seguir você seria removida para um convento afastado onde permaneceria em penitência sob minha orientação pessoal.
-E nada aconteceria com ele? – tornou ela a perguntar sem esconder sua preocupação com Raul e seu destino.
-Isso veremos depois …, então …, submete-se ao ritual? – quis ele saber também denotando certa ansiedade.
Heliodora baixou a cabeça acenando em concordância sentindo-se derrotada e submetida; imediatamente o clérigo abriu a porta do gabinete chamando pelo noviço e comentando alguma coisa ao pé de seu ouvido. Em seguida o rapaz segurou o braço da religiosa fazendo com que se levantasse e o acompanhasse. Foram para os fundos da residência paroquial, onde adentraram a uma construção de pedra sólida e aspecto sombrio. Em uma sala Heliodora viu-se sozinha mergulhada em uma penumbra suave amenizada pela luz tênue de duas lamparinas.
Padre Ignácio logo veio ter com ela acompanhado e um monge que trajava uma túnica acinzentada com o capuz cobrindo-lhe a cabeça e ocultando sua face que foi sentar-se em uma cadeira mais ao fundo da sala. Sobre a tosca mesa de madeira que estava em um dos cantos podia-se ver uma série de instrumentos de penitência como chicotes, palmatórias e outros não tão conhecidos.
-DISPA-SE, SUA VADIA PECADORA! – gritou o clérigo com tom ameaçador – VOCÊ NÃO TEM PRIMAZIA PARA TRAJAR ESSE HÁBITO! …, VAMOS, CADELA ENDEMONIADA!
Sentindo o corpo tremer e com alguma dificuldade, Heliodora livrou-se de suas vestes mostrando-se nua ante os olhos cobiçosos do clérigo que não perdeu tempo em algemá-la e prendê-la com os braços levantados em um gancho que pendia do teto. Em seguida, ele também tirou suas vestes ostentando uma ereção denunciadora de suas reais intenções …, aquilo não era nada mais que uma sessão para que Heliodora fosse abusada!
Tendo seu corpo apalpado pelas mãos abusadas do padre, Heliodora resignou-se pensando que seu sacrifício pouparia sua família e principalmente o homem a quem desejava pertencer pelo resto de sua vida. As primeiras chicotadas foram tão intensas que ela não conseguiu conter o ímpeto de gritar o que pareceu excitar ainda mais o clérigo que acentuou a velocidade e tensão dos açoites, causando vergões profundos na pele alva de Heliodora que ainda gritava e choramingava, mas resistia por um bem maior.
-ABRA AS PERNAS, PROSTITUTA DO DEMÔNIO! – gritou o clérigo mais uma vez encerrando a sessão de açoite, mas pronto para mais punições – ABRA BEM …, VOU ARRANCAR O DEMÔNIO DE TUAS ENTRANHAS!
Heliodora obedeceu e Padre Ignácio aproximou-se tendo nas mãos uma palmatória com a qual ele começou a vagina da religiosa com golpes cada vez mais contundentes; a dor chegava a ser insuportável e houve um momento em que Heliodora quase desfaleceu o que foi evitado com uma série de bofetadas no rosto desferidas pelo clérigo que parecia investido de uma fúria sem limites. Em dado momento, Heliodora notou que o monge sentado ao fundo havia levantado a túnica masturbando-se vigorosamente como se apreciasse o espetáculo; ele mantinha o rosto coberto pelo capuz, mas proferia algumas ofensas dirigidas a ela como forma de sua reprovação.
Algumas vezes o padre sugava os mamilos de sua prisioneira chegando mesmo a mordê-los com alguma violência ao mesmo tempo em que prosseguia com os golpes da palmatória contra a gruta avermelhada da freira. Ofegante ele abandonou aquele castigo libertando Heliodora do gancho e empurrando-a até a mesa onde a fez ficar em decúbito dorsal com o peito sobre ela e seu traseiro empinado; ordenou que ela abrisse as pernas e sem qualquer cerimônia penetrou-a com seu membro causando ainda mais dor; seguiu golpeando com força enquanto desferia sonoras palmadas em suas nádegas.
-Ahhh …, agora …, vou humilhar esse demônio que habita em ti! – rosnou o clérigo sacando seu membro da gruta de Heliodora e avançando contra o pequeno selo que jazia no rego das nádegas da freira.
-Ohhh! Não …, por favor! Pare! Ahhh! – implorou Heliodora ao sentir as estocadas contra seu selo virginal – AHHH! COMO DÓI! PARE! POR FAVOR! AIII! AIII! …, nãoooooo …
De nada adiantaram suas súplicas e lamúrias vendo seu ânus invadido pelo membro furioso de Padre Ignácio que rompendo a resistência inicial, seguiu afundando em suas carnes até preencher por completo o reto iniciando então uma sequência de estocadas sempre profundas e dolorosas; Heliodora ainda podia ouvir o monge gemendo enquanto atingia seu clímax ejaculando vigorosamente. E logo o mesmo aconteceu com o clérigo que após um rosnado rouco ejaculou profusamente nas entranhas de Heliodora. Sentado em sua cadeira, nu e suado, padre Ignácio ordenou que Heliodora se recompusesse vestindo seu hábito.
-Agora, vá embora! – ordenou ele ainda ofegante – Amanhã resolvo o que farei com você e também com aquele negro abusado! Vais servir a mim até que eu julgue que estás livre do mal …, compreendestes? Vá! Não quero mais vê-la na minha frente.