Nos dias seguintes, Raul foi expulso do educandário por Hermínia que agora exercia a direção, sob ameaça de um processo de excomunhão. Já Heliodora foi transferida para um convento distante onde diariamente recebia a visita do padre Ignácio que incumbia-se de mais sevícia travestida de punição. Humilhada com tarefas subalternas, Heliodora resignava-se pensando em sua família e no seu Raul. Uma noite em sua cela, ela ouviu passos vindo em sua direção e temeu que se tratasse do clérigo para mais algum tipo de abuso …, e quando a porta se abriu seu rosto foi tomado por pânico.
Eram o tal monge e Eleutério! “Pensou que viveria para sempre chafurdando no leito daquele negro safado? Agora, está aqui …, e não tem ninguém pra te proteger, cadela!”, vociferou o frade aproximando-se do leito da religiosa que ainda esboçou alguma reação sendo impedida pelo monge que a segurou firmemente pelos braços; Heliodora pôde então ver o rosto dele que parecia deformado ostentando um sorriso malévolo na boca desdentada.
-Pare de falar, seu monte de estrume e faça o que viemos fazer! – exigiu o monge mantendo Heliodora impossibilitada de reagir.
Eleutério então rasgou a camisola de Heliodora, abriu suas pernas e pôs-se e lamber, chupar e morder sua gruta imbuído de toda a grosseria que um canalha pode demonstrar; ela ainda tentou desvencilhar-se, mas foi inútil, pois o monge a mantinha imobilizada como também abafara seus gritos e lamúrias com uma das mãos sobre sua boca. Saciado em castigar oralmente o sexo da religiosa, Eleutério se colocou de joelhos sobre a cama, flexionando as pernas de Heliodora até que pudesse enterrar seu membro dentro dela que ainda esforçou-se em reagir não obtendo êxito.
-Eu sei que você gosta de caralhos grandes e grossos! – murmurou o frade enquanto seguia golpeando com força – o meu não é grande, mas é bem grossinho …, sei que está apreciando, sua vagabunda!
Depois de algum tempo, o frade suspirou enquanto ejaculava dentro da religiosa golpeando uma última vez antes de sacar seu membro de dentro dela. “Sei que gostou, cadela! E se prepare porque outras vezes estão por vir!”, disse o frade em tom ameaçador enquanto pulava da cama saindo da cela acompanhado pelo monge. Choramingando baixinho, encolhida em sua cama, Heliodora não se importava mais com os abusos …, tudo que ela queria era estar com Raul. E assim seguiu sua vida entre trancos e barrancos servindo de depósito de sêmen de clérigos abusadores e imorais.
Uma tarde, Heliodora estava varrendo o pátio externo do convento quando notou que alguém tentava pular o alto muro que cercava o local; ao distinguir de quem se tratava, Heliodora abriu um enorme sorriso …, e logo ela estava nos braços de Raul; eles se beijavam sem parar e sem se importar de onde estavam e do risco que corriam.
-Ah, minha branquinha! Estava morrendo de saudades de você! – confessou Raul entre beijos – Minha vida não vale nada sem você junto de mim!
-Vem, meu preto! Vem comigo! – pediu Heliodora em tom impaciente, puxando Raul pela mão.
Ela dirigiu-se para o depósito de víveres e mantimentos e assim que entraram ela livrou-se do hábito ajudando Raul a despir-se; deitaram-se sobre alguns sacos vazios e Heliodora abriu-se para seu macho. “Vem, meu homem! Me faz tua mais uma vez! Me faz tua sempre!”, pediu ela em tom de súplica alucinada, sentindo Raul penetrá-la cheio de carinho e docilidade digna de um macho sequioso por sua fêmea. Heliodora experimentou a doce sensação que há muito não sentia: ser possuída pelo homem a quem sempre pertencera e isso aliviou suas dores e suas tristezas, deixando-se levar pelo delicioso momento.
Após desfrutar de muitos orgasmos proporcionados por Raul, Heliodora ainda não se dava por satisfeita, querendo mais; trocaram de posição com ela cavalgando o macho deliciando-se com o membro entrando e saindo de sua gruta graças aos seus movimentos de sobe e desce sobre o corpo suado de Raul que tinha nas mãos as mamas da parceira que ele, vez por outra, erguendo o tórax, abocanhava os mamilos sugando-os com enorme avidez. Tomada por uma impaciência incomum, Heliodora saltou permanecendo ao lado do parceiro apoiando-se sobre joelhos e mãos.
-Meu preto …, vem me possuir por trás – pediu ela com tom ansioso.
-Minha branquinha! Como assim? – perguntou Raul tomado pela surpresa do pedido – Tem certeza de que é isso que você quer?
-Sim! Sim! Tenho toda a certeza do mundo – ela respondeu em tom exasperado – Venha e me faça toda tua!
Um pouco atabalhoado com a surpresa do pedido inusitado, Raul tomou posição e após algumas cuspidelas em seu membro, pincelou a glande na entrada do orifício antes de arremeter com vigor; e já na segunda arremetida, ele logrou êxito em fazer com que a glande rasgasse a resistência inicial avançando para dentro do selo anal; Raul seguiu enfiando seu membro sempre com movimentos cuidadosos esperando para que sua parceira se acostumasse com o intruso; ele não sabia que aquele buraquinho já fora rompido por homens brutos e desprovidos de sensibilidade e Heliodora sentia-se em êxtase ao ver-se preenchida pelo único homem que desejava ter dentro de si.
Logo, Raul estava estocando com movimentos lentos e profundos que foram se intensificando aos poucos até ganhar um ritmo alucinante, provocando indescritíveis sensações em sua parceira que pela primeira vez via-se desfrutando de um orgasmo por penetração anal; Heliodora estava plena de sua felicidade como fêmea pertencendo ao único macho com quem sempre sonhou e desejou. E mais gozos sobrevieram quando Raul lhe disse: “Brinca com tua grutinha, minha branquinha …, vai gozar ainda mais!”. Heliodora obedeceu sendo que no início fez movimentos tímidos procurando acertar o ritmo o que logo conseguiu desfrutando de uma sucessão de gozos caudalosos.
-Ahhh! Branquinha! Teu homem vai gozar! – murmurou Raul enquanto acelerava as estocadas – espera que vou tirar e …
-Não! Não faça isso, por favor! – gritou ela em tom exasperado – Quero sentir teu gozo inundando minhas entranhas …, Ahhh! Quero teu caldo me aquecendo e selando este pertencimento!
Enlevado pelas palavras tocantes de Heliodora, Raul segurou-a com firmeza pela cintura intensificando suas estocadas até o momento em que uma forte contração muscular seguida de espasmos fê-lo atingir o clímax orgásmico enquanto ejaculava profusamente dentro do ânus de Heliodora que a seu tempo, gemia e balbuciava elogios vendo-se inundada pelo esperma quente e viscoso de seu homem. Logo depois permaneceram deitados e abraçados sobre os sacos de algodão e estopa vazios. Heliodora não conseguia parar de trocar beijos e carícias com seu homem, pois temia que não houvesse outra oportunidade.
-Você precisa ir, meu preto – pediu ela em tom desalentado – Se te pegam aqui, será um escândalo e não quero que se prejudique por mim …, afinal, não passo de uma pecadora!
-Nunca mais diga isso, minha branquinha! – retrucou ele segurando o queixo de Heliodora com tom ternurento – somos um do outro …, eu te pertenço e sempre serei seu!
-Você é meu dono! – respondeu ela com beijos – sou tua para sempre, meu preto lindo e carinhoso! Mas, nada poderei fazer enquanto estiver presa neste hábito …
Com o passar do tempo os encontros entre Heliodora e Raul tornaram-se frequentes com ele pulando muros ou arrebentando cadeados para estar com ela. Uma noite em que o casal perdera-se em uma deliciosa cópula que perdera a noção do tempo, Heliodora pediu a ele que, mais uma vez, a possuísse por trás a fim de encerrar a noite da forma mais deliciosa possível. Raul, extasiado com o pedido de Heliodora sorriu e ajudou-a em tomar posição. Antes de iniciar, ele separou as nádegas dela, mergulhando sua boca no rego e deixando que sua língua experiente desfrutasse do pequeno orifício que logo receberia a vara do macho.
Heliodora gemia e se contorcia de prazer e com a cabeça enterrada no travesseiro esforçava-se para sufocar os gritos que irrompiam em sua garganta. No instante seguinte, Raul pôs-se de joelhos e pediu que sua fêmea se incumbisse de separar as nádegas com suas mãos, o que ela fez com imensa satisfação; ele então apoiou uma mão na cintura da parceira e com a outra conduziu seu instrumento em direção ao orifício corrugado que piscava ansioso por ser rompido recebendo o intruso em seu interior.
Raul estocou com firmeza enfiando boa parte de seu membro com um único golpe avançando resoluto ante os gemidos ansiosos de sua parceira; a cópula anal evoluiu de tal maneira que ganhou um ritmo alucinante com Heliodora desfrutando de gozos propiciados pela manipulação de sua gruta que somavam-se aos que sacudiam seu corpo em função das estocadas profundas desferidas por seu parceiro. Infelizmente, quis o destino que eles não pudessem atingir um ápice mútuo, pois o quarto foi invadido pelo padre Ignácio que vinha acompanhado do tal monge e também do frade Eleutério.
Gritando ofensas e munido de um chicote, o pároco tencionou açoitá-los como forma de castigo antes de expulsar Raul do convento; todavia, não esperava ele que o sujeito corpulento reagisse à altura pondo-se em pé e arrancando o chicote de suas mãos; os três religiosos recuaram temendo por suas vidas. “Nunca mais levante sua mão contra a minha mulher! Se fizer isso acabo com tua raça!”, rosnou o negro com uma expressão de profundo ódio. Heliodora se levantou e o abraçou sentindo-se realizada ao ouvi-lo chamá-la de sua mulher. Na manhã seguinte, Heliodora foi expulsa do convento sob uma investigação aberta em um processo canônico que logo reverberou por toda a cidade trazendo mágoa e desgosto para seus pais.
Sem saber para onde ir, ela e Raul vagaram perdidos aqui e ali, até que o irmão da ex-religiosa viesse a sua procura; Leônidas, seu irmão mais velho ofereceu a pequena edícula nos fundos de sua casa para que eles morassem, assim como lhe entregou uma caderneta de depósito bancário; surpresa Heliodora quis saber de quem era aquele dinheiro já que ao ingressar na ordem religiosa, seus pais foram obrigados a pagar um dote por sua filha. “Foi mamãe que guardou esse dinheiro para você …, antes de ir embora ela me instruiu a dá-lo a ti, minha irmãzinha querida! E não se preocupe …, não sou ninguém para te julgar!”, disse o irmão recebendo um carinhoso abraço de Heliodora que debulhava-se em lágrimas de júbilo. Por outro lado, soube ela também que seus pais haviam deixado a cidade, pois não suportaram a bisbilhotice, os comentários maldosos, e os olhares reprovadores que os acompanhavam desde que o escândalo viera a público.
Com o dinheiro, Heliodora contratou os serviços de um advogado especializado em direito canônico que conseguiu não apenas reverter e excomunhão como também ver sua cliente indenizada por meio de um acordo velado. Meses depois, Heliodora pôs-se a trabalhar da padaria de seu irmão e Raul também viera para ajudar; o negócio progrediu e em pouco tempo a cidade esqueceu-se de Heliodora e de Raul e muitos clientes que frequentavam a padaria passaram a tratá-los com respeito. E o mesmo se deu com pais de alunos do educandário que sugeriram a Heliodora que lhe desse aulas particulares o que ela aceitou com imensa felicidade. Assim seguiu-se a vida da ex-freira e seu homem …, envelheceram sempre juntos e sempre cheios de desejo um pelo outro.
NOTA: Parte desse conto é verídica presenciada pelo próprio autor que omitiu nomes e incluiu detalhes e romantizações necessárias.