Bruna ajuda Elisa depois da discussão com Renato. Elisa confronta Renato que se declara para ela. A sociedade do escritório é refeita e tanto Bruna como Renato, Elisa, Edna e Álvaro ficam sócios com 20% cada um.
Bruna conversa com o pai e pede para este manter a rede de informações ativa, exceto quando se trata do escritório. Ela quer manter a pureza do local de trabalho.
...
–(Pai da Bruna) Se é assim, precisamos providenciar novos informantes para a sua empresa de advocacia, pois os que estavam lá foram embora e não dá para colocarem eles de volta sem provocar suspeitas.
–(Bruna) Não. Não quero. Qualquer coisa que fizermos daqui para a frente, qualquer coisa mesmo, nunca envolva aquela gente. Não quero que jamais eles sejam alvo de espionagem, influência comercial ou política, nada. Lá eu não quero nada disso. – Disse Bruna de uma forma tão incisiva que o pai não ousou discordar.
Mas isso não quer dizer que ele não ficou curioso, então perguntou o motivo e teve como resposta um lacônico “porque sim”.
Aquela decisão, meses mais tarde, se tornou quase que uma religião para Bruna que foi, a cada dia, sendo dominada pela sensação de poder que ela sabia ser detentora. O fato de poder fazer reis ou de destruir reis e reinados a seu bel prazer, fez com que ela fosse pendendo para a vida que o pai lhe oferecia, porém, ao ver que não resistiria e continuaria a agir como seu pai sempre agiu, pensou sobre a empresa e pensou: “Juro que jamais vou deixar que aquela sociedade seja infectada por nada que esse outro mundo me ofereça. Lá vai ser sempre o meu Oásis de moralidade. Meu recanto encantado. Somente agindo dessa forma, poderei manter um elo entre o que me transformei e o que era antigo. Será como a minha fonte de amor, onde eu sempre poderei me sentir viva em conviver com as pessoas que eu amo.”
Menos de dois meses depois, com o divórcio já homologado, Elisa e Renato faziam seus planos para o casamento, porém, esse foi um projeto que teve que esperar por mais tempo, pois ela resolveu adiar qualquer assunto que se referia ao casamento em respeito a Bruna, quando a morte já anunciada de seu pai ocorreu.
Continua ...
Capítulo 10 – A Sala de Segurança
O falecimento do pai de Bruna já era um fato anunciado. Sete dias antes dele ter sua morte confirmada ele já estava em coma induzido e desde então não se comunicou com mais ninguém. Ela resistiu bem ao golpe, mesmo porque já era esperado.
Administrou as cerimônias do velório e o sepultamento estoicamente, recusando as ajudas que lhe foram oferecidas, inclusive, de Edna e Álvaro que, mesmo com a recusa dela, ficaram ao seu lado durante todo o tempo, oferecendo consolo. A mãe dela, por ser uma pessoa fútil, provocou algumas cenas, porém, ao perceber que todas as atenções sempre estavam voltadas à sua filha, ligou o desconfiômetro e passou a se comportar com discrição.
O que impressionou a Bruna foi a lista de presentes. Pessoas conhecidas e importantes de todas as áreas compareceram para prestar tributo ao falecido. Artistas, políticos e empresários de conglomerados de todos os tipos de atividades ali estavam, porém, o que mais surpreendeu aos mais atentos é que, depois do sepultamento, cada um deles se aproximou de Bruna e, com muita reverência, se colocaram ao dispor dela. Essa era uma forma deles dizerem que ela era considerada como a sucessora do pai.
Compreendendo de forma definitiva qual o seu papel diante do mundo exclusivo que seu pai criou, Bruna agia como uma rainha recém coroada e não se fez de rogada, passou os quinze dias seguintes conhecendo mais profundamente aquele mundo e ficou impressionada com a extensão dele. Sabia que seu pai foi um homem poderoso, mas não tinha a menor ideia do quanto e, ao descobrir o quão comprido eram as mãos de seu pai e o império que ele comandava sem aparecer, se sentiu como nas vezes em que, ao se ver desejada, se rendia aos desejos e se atirava aos prazeres sexuais. Sorriu ao fazer a comparação e, talvez pela primeira vez, se deu conta de que existia mais um fator que a realmente a excitava. O poder.
Se dedicou a relembrar toda a sua vida. Primeiro a fase da infância até a adolescência, quando, incomodada pela riqueza e posição social que ocupava, procurou viver como uma “mortal comum” e acabou por se aproximar de Aline e sua família. Comparou então sua mãe a Ester e não foi difícil para ela concluir que as duas tinham muito em comum, sendo a única diferença a situação financeira, pois enquanto sua mãe vivia de banalidades, usando a posição social que a fortuna lhe conferia para seduzir e ser seduzida, ser a mulher marcante na vida de cada homem que passou por sua cama, Ester fazia a mesma coisa, porém, sem ter a fortuna nem a posição social, usava o poder que o sexo lhe conferia para conquistar essas coisas.
Uma era frívola, fútil e usava seu corpo como uma recompensa para quem demonstrava interesse, sem nunca se apagar a ninguém, enquanto a outra usava o sexo para galgar degraus que a levasse a uma posição social mais elevada e, ao mesmo tempo, o dinheiro que, na verdade, é a principal alavanca para essas conquistas.
Só havia uma diferença entre as duas. A mãe de Bruna negligenciou a filha por toda a sua vida, nunca sendo sua amiga ou mesmo nunca sendo uma mãe. Ester usou a beleza e sensualidade da filha no intuito de acelerar o sucesso que almejava. Nenhuma se deu conta que jamais foram mulheres por inteiro. Nunca tiveram ao seu lado um homem que fosse parceiro, cúmplice e companheiro. Na verdade, nunca tiveram a felicidade de se sentirem amadas e amar alguém.
Depois da adolescência veio a fase com Renato que aos poucos foi se transformando no seu porto seguro e a sua zona de influência foi se deslocando do núcleo Ester e Aline para ele, o que fez que se sentisse ameaçada. Então veio o episódio com o tio dele. A forma como ele a assediou disparou o gatilho de sua compulsão, mais por poder do que por sexo.
Depois veio o arrependimento e o velho agiu da forma mais errada possível, pois se continuasse agindo como agiu antes, teria conseguido novamente que aquela menina, outrora inocente, se entregasse a ele de todas as formas, porém, por sua personalidade arrogante e machista, se achou o dono da situação e isso fez com que ela, na época ainda sem saber de sua potencialidade, o recusasse.
Ele entendeu que ela estava com medo e armou todo aquele plano, fazendo isso porque a realidade era que ele fora dominado pela garota. Ele a desejava mais do que tudo nesse mundo e a negativa dela só fez com que esse desejo aumentasse mais ainda. Agiu de forma precipitada e acabou se dando mal.
Depois disso, ainda assustada pelo que aconteceu, Bruna resolveu ser a mulher que Renato queria. Ou melhor, a mulher que ele achava que tinha e conseguiu por um longo tempo. Não sem esforço. Foram muitas as vezes que sentia uma vontade enorme de ser fodida pelo marido como daquela vez no motel, porém, não era a natureza dele. Sempre calmo, controlado e agindo para ser o senhor da situação, ele manteve sua postura.
Então o desejo transbordou e ela passou a ansiar por um sexo intenso, puramente carnal, com outras pessoas, mas sempre homens, nunca com mulheres, até que surgiu Ester e ela deu mais um passo para se tornar a mulher que era hoje, descobrindo que o prazer com outra mulher também podia ser intenso e selvagem. Ela foi fodida como sonhava a muito tempo, para depois ficar dividida entre a culpa e a vontade de repetir. Para piorar, Renato ainda a acusou de ter transado com outro homem.
Ela negou a acusação. Negou por não ser a verdade. Ela não tinha transado com outro homem e Renato jamais poderia imaginar que ele acertara apenas a metade ao fazer sua acusação. Ela transara sim, mas não com um homem. Então Bruna resolveu dar um tempo e se afastou dele, o que só serviu para piorar as coisas.
Então ela soube que estava em um caminho sem volta. O vaso estava quebrado e poderia até ser colado pedaço por pedaço, mas seria sempre um vaso quebrado. Então tomou outra atitude que a levou ao encontro de seu destino, se afastou de todos e de tudo, o que na realidade foi uma fuga, uma fuga muito covarde por sinal, pensando que esse afastamento seria essencial para que ela fizesse um exercício de autoconhecimento. Não adiantou.
Agora, a volta com uma situação que entendia ser uma mudança radical na sua vida, ela começou a se preparar para assumir essa nova responsabilidade e passou a estudar com afinco toda a documentação e anotações que conseguia acessar.
Durante o treinamento que seu pai lhe ministrara, houve um dia em que a levou até a adega da casa, fazendo com que ela estranhasse aquela atitude dele, pois o que poderia existir em uma adega que tivesse ligação com os negócios de seu pai. Então o velho pediu para que ela levantasse uma determinada garrafa e, para seu espanto, quando ela obedeceu viu toda a prateleira onde estava aquela garrafa se deslocar, deixando à mostra aquilo que ela ocultava. Bruna olhava assustada para uma porta de cofre enorme, indicando pelo seu tamanho que, atrás dela, só poderia existir uma sala. Ansiosa, aguardou que o pai abrisse aquele cofre, porém, ele não o fez, limitando-se apenas a informar-lhe:
–(Pai da Bruna) Atrás dessa porta você encontrará todas as informações que vai precisar. Porém, ainda é cedo para isso. No futuro eu te mostrarei tudo.
Entretanto, o pai não cumpriu a promessa. Bruna não sabia se, por esquecimento ou de propósito, ele nunca a conduziu para o interior daquela sala e agora levara para o túmulo o segredo que abriria aquela porta. Sabendo que era de vital importância entrar naquela sala, Bruna chegou a pensar em contratar especialistas para abrir a porta fortificada, porém, receosa de que o segredo da existência dele ficasse exposto, achou melhor deixar essa providência para o futuro.
Mas a existência daquela sala, cujo segredo era total. Sabia disso por ter feito algumas sondagens depois da morte do pai e chegar à conclusão de que nem sua mãe tinha conhecimento da existência dela. Como resolvera não abrir a sala por enquanto, deslocou a informação para um compartimento afastado de sua mente e se dedicou a estudar os documentos dos quais dispunha.
Cerca de quinze dias depois do sepultamento do pai, como sempre fazia depois do jantar, estava no escritório que fora de seu pai analisando os documentos. Terminou de examinar o conteúdo da terceira gaveta do arquivo que o pai mantinha e, diante do avançado da hora, resolveu deixar a quarta e última gaveta para um outro dia, porém, ainda sem sono, começou a examinar o conteúdo das gavetas da mesa, se dando ao trabalho apenas de ir abrindo e fechando cada uma delas, sem se deter no exame do conteúdo.
A mesa, enorme, continha gavetas de ambos os lados. Ela abriu e fechou rapidamente as quatro gavetas do lado esquerdo e a já estava na segunda do lado direito, porém, notou algo estranho quando a fechou, pois, diferente de como ela a encontrara, notou que a gaveta não se encaixava perfeitamente. Voltou a abrir a gaveta para ver se havia algum objeto em seu interior que impedisse o seu completo fechamento, porém, constatou que as duas únicas pastas que repousavam no fundo da gaveta de forma organizada não seria empecilho para o seu fechamento correto. Tentou novamente sem resultado, a gaveta não se encaixava perfeitamente.
Bruna voltou a tentar várias vezes e se irritou por não conseguir sucesso. Então, resolveu retirar a gaveta por completo e bastou isso para descobrir o que estava impedindo o fechamento. Atrás da gaveta, grudado no fundo da mesa com fita adesiva, havia um pequeno caderno, mais parecendo uma agenda. A fita se descolara em uma extremidade e o livro se deslocou e era o que impedia o fechamento da gaveta. Puxou o livro para fora, colocou a gaveta no lugar e ficou examinando a pequena agenda que agora repousava na mesa diante dela, imaginando o que teria de tão importante nela para que fosse ocultada daquela forma. Respirou fundo e abriu o livro.
Na verdade, era um misto de agenda com uma espécie de diário, onde seu pai, com sua letra perfeita detalhava algumas de suas ações. Leu apenas as duas primeiras páginas e notou que a terceira fora usada para a anotação de números telefônicos. Apenas nomes e números, porém, logo percebeu que os nomes não eram reais e em alguns casos ficava claro que se tratava de apelidos. Logo lhe chamou a atenção o que era a alcunha “Gray Eminence” (Eminência Parda), pois esse apelido fora mencionado duas vezes nas duas páginas que já havia lido.
Seguiu folheando as anotações e verificou que um pouco mais adiante a lista telefônica se repetia, porém, bastou uma breve verificação para se certificar que apenas os nomes se repetiam, enquanto os números estavam modificados, com exceção de um deles. Examinou melhor para notar que estava enganada, pois os últimos dois algarismos eram diferentes.
Curiosa, avançou mais e viu o processo se modificar. Novamente os mesmos nomes com números de telefones diferentes e um deles com apenas dois algarismos diferentes, dessa vez, porém, os dois últimos haviam sido suprimidos e dois novos foram inseridos na frente. Olhou o nome e verificou que, nos três casos, havia apenas as iniciais SS. Ficou cismada com aquilo. Quem seria afinal esse misterioso SS em meio a tantos outros misteriosos, pois mesmo quando não citava apenas as iniciais, os nomes eram totalmente estranhos para ela, inclusive, com a utilização de apelidos. Intrigada, recolocou a gaveta no lugar e se recolheu para dormir, levando com ela o estranho livro.
Sem conseguir dormir, Bruna passou a ler as informações da pequena agenda e foi ficando cada vez mais intrigada. Eram informações bastante resumidas e pareciam não ter nenhuma relação de uma com a outra, porém, ela estava atenta observando, não apenas o conteúdo, mas todos os aspectos daquelas informações e, talvez por isso, notou mais um aspecto estranho. Sua atenção tinha se voltado para o fato de que nenhuma página fora escrita na sequência da anterior.
Essa conclusão aconteceu, principalmente, porque até a caneta utilizada para escrever nunca era a mesma, chegando até mesmo a alterar a cor da tinta de azul para preta ou verde. Mas quando ela se deparou com uma página escrita com uma caneta que parecia falhar, se lembrou que já havia reparado esse fato em uma página anterior. Procurou por essa página específica e a encontrou, comparando não só a escrita, mas também o conteúdo e ficou estarrecida que a primeira que lera era uma sequência da segunda.
Aquilo era muito interessante. Estranho, porém, muito interessante. Tão interessante que qualquer resquício de sono ou cansaço a abandonou na hora. Animada, Bruna se levantou e voltou até o escritório que fora de seu pai e acendeu uma luminária que ele usava para leitura e passou a examinar com atenção cada página da agenda, até que percebeu que no rodapé de cada uma delas havia um número que não fora escrito com caneta, mas sim com algum objeto que apenas marcava o papel, ficando assim quase que imperceptível.
Comparou as duas páginas que lhe haviam chamado a atenção e constatou que a numeração de ambas estava em sequência. Tentou então destacar essas duas páginas e percebeu que elas se soltaram com facilidade. Examinou melhor e percebeu que as capas da frente e do verso da Agenda eram ligadas por uma peça de aço que, por estarem cobertas por um material que imitava couro, dava a impressão de ser apenas uma peça, porém, eram duas capas ligadas a uma peça que funcionava como uma presilha que prendiam as páginas. Contente com sua descoberta, comentou em voz baixa:
–(Bruna) Que pai mais espertinho esse que eu tive.
Desvendando aquele pequeno segredo, soltou todas as folhas e foi colocando na ordem dos números que, a um olhar menos avisado, passariam totalmente despercebidos. Quando terminou, pois não eram tantas páginas assim, prendeu novamente ficando com a agenda, agora com as páginas na ordem em que foram escritas. As informações, porém, eram confusas e a única conclusão que ela chegou era que as pessoas citadas naquela agenda trocavam com muita frequência seus telefones móveis.
Quer dizer, todos menos um. Voltou para seu quarto, guardou a agenda em sua bolsa e se deitou, mas ainda não conseguiu dormir. Em sua cabeça repassava aquelas informações e aquele número que só sofria a alteração em dois algarismos, mantendo seis deles imutáveis, porém, sempre mudando as posições.
Quer dizer, mudava sim de posição, mas sempre agrupados de dois em dois, levando-a a questionar: “O que tem seis algarismos, agrupados de dois em dois? Isso forma três dezenas distintas. O que tipo de pessoa dá para ser identificada com seis números … ou três dezenas. Deve ser alguém muito importante para ser digno de uma segurança …”
–(Bruna) Porra! – Gritou Bruna se levantando em um salto. – Estava na minha cara e eu não enxergava. Segurança, caralho! As letras S e S não é nenhuma porra de pessoa. Não é ninguém. É Sala de Segurança. Só meu pai mesmo para se referir a um cofre como sala de segurança. Puta que pariu, acabei de descobrir a porra da senha para abrir a porra do cofre.
Nessa hora ouviu batidas na porta de seu quarto e uma voz de homem:
–(Segurança) Doutora! Doutora Bruna! Está tudo bem?
“Falando em segurança, lá vem um deles.” Pensou Bruna e depois em voz alta: – Está tudo bem sim Djalma. Só tive um pesadelo.
A desculpa era esfarrapada, mas que se foda o mundo. Só que teve que controlar sua vontade de correr para a adega, pois sabia que todos os encarregados da segurança da mansão já estavam alertados para ficarem atentos a ela.
Na manhã seguinte Bruna ligou para seu escritório alegando estar indisposta, informando que não ia comparecer lá por alguns dias. Depois, trajando uma roupa de ginástica, passou algum tempo no escritório do pai e depois, tomando todo o cuidado para verificar se não era notada, foi até a adega. Encontrou com facilidade a garrafa de vinho e acionou o deslocamento da prateleira, ficando à frente da enorme porta fortificada.
Sem usar a agenda, pois passara a última hora decorando a combinação, movimentou o segredo. A primeira tentativa foi frustrada. Tentou novamente usando as mesmas dezenas, porém, em ordem diferente e mais uma vez se viu diante da decepção de não conseguir. Mas na terceira vez ouviu o click de liberação da tranca e puxou a alavanca da enorme maçaneta para baixo. Mais que ouviu, sentiu as barras de aço serem deslocadas e a porta se movimentar alguns milímetros.
Empurrou a porta e se viu dentro de uma sala ampla, com uma mesa de escritório, uma poltrona confortável e vários arquivos e armários encostados na parede. Era uma sala quadrada e de pequena dimensão, calculando que não passava de nove metros quadrados. Aproveitou a pouca claridade que vinha da adega e vistoriou a parede ao lado da porta, logo encontrando um interruptor que, acionado, banhou a sala com uma luz extremamente clara, vindo de três lâmpadas potentes no teto.
Empurrou a porta do cofre quando ouviu que, no mesmo instante em que as luzes se acenderam, um zunido contínuo foi ouvido, dando-lhe a certeza de que um renovador de ar também fora ligado. Antes de fechar a porta ouviu o barulho do deslocamento da prateleira na adega que voltava ao seu lugar de origem, ocultando a entrada do cofre. Imaginou que, se não conseguisse acionar o dispositivo para afastar novamente aquela prateleira, estaria presa ali dentro. E para sempre. Porém, resolveu deixar para se preocupar com isso mais tarde, passando a examinar com mais atenção a sala.
Notou que havia um tecido e um produto de limpeza que provavelmente servia para remover a poeira da mesa. Olhou para o chão e percebeu que estava precisando de uma limpeza também, fazendo com que concluísse que essas limpezas eram feitas pelo seu próprio pai e isso lhe deu a certeza de que, além dela, ninguém mais sabia da existência daquela sala. Se preocupou apenas com a mesa que foi limpa. Depois foi até o arquivo mais próximo, abriu a gaveta de cima e retirou a primeira pasta de uma fila de dezenas delas.
A partir daquele dia, Bruna passou a dedicar quase a totalidade de seu tempo em examinar documentos, exceto nas raras vezes que ia até a empresa de advocacia, porém, cuidando para estar presente na mesa nas horas das refeições e sempre ser vista se recolhendo ao ser quarto de dormir.
Enquanto Bruna se dedicava a estudar os documentos secretos de seu falecido pai, Elisa e Renato retomaram os planos para o casamento. Marcaram a data, combinaram passar a lua de mel em um cruzeiro no Mediterrâneo com visitas às cidades litorâneas da Itália e da Grécia e Elisa se dedicou a trocar a mobília do apartamento que ele comprara e onde os dois já viviam praticamente como um casal.
A escolha dos padrinhos teve uma pequena discussão entre eles, pois ambos desejavam que fosse o casal Edna e Álvaro. Elisa dizia que, como ela queria que fosse Álvaro a conduzi-la ao altar, teria mais direito, porém, Renato não abria mão disso, fazendo com que ela abrisse mão desse seu desejo. Então ela apareceu com uma ideia de convidar Bruna e, como ela estava solteira, seu irmão mais velho seria o par dela.
Álvaro convenceu a Elisa que a mãe dela poderia ficar magoada por ser ele a levá-la ao altar e ela resolveu inovar. Ficaria a cargo de sua mãe e de seu irmão mais novo essa tarefa. Restava agora convencer Bruna que, para espanto de todos, não só aceitou, como também se prontificou a providenciar as roupas para a mãe e os irmãos dela, pois assim ela seria surpreendida na hora do casamento. Quanto ao seu vestido, Edna não abriu mão da tarefa de providenciar tudo. Com tudo esquematizado, Renato comentou:
–(Renato) Agora só falta pensarmos na nossa despedida de solteiro.
–(Elisa) Já pensei nisso também querido. – E ao notar que Renato a olhava curioso, explicou: – Nem sonhe que você vai sair com um monte de solteiros para a gandaia. E eu também não vou entrar nessa de reunir um monte de mulheres que só vão mesmo me sacanear. A nossa despedida de solteiro será apenas entre você e eu.
Renato não entendeu, porém, como não tinha nenhuma intenção de participar de uma noite de bebidas, piadas sem graças e talvez mulheres, aceitou a ideia sem reclamar, mas quando quis saber o dia, Elisa respondeu apenas:
–(Elisa) Tem que ser inesperado. Sem prepararmos ou combinarmos nada.
Quando faltavam três dias para o casamento, numa noite de quarta-feira, Renato já estava deitado sozinho na cama e estranhando o fato de Elisa não estar ali com ele. Ela havia dito que havia esquecido algo no andar de baixo e saiu, porém, ela estava demorando muito para regressar ao quarto. Ele então ligou a TV em um canal onde passava uma partida de futebol e ficou atento ao desenrolar da partida, esquecendo-se da noiva.
Então ela entrou no quarto. Trajando apenas um conjunto de sutiã e calcinha salmão, de seda, os cabelos arrumados e uma maquiagem leve, porém, perfeita em destacar cada ponto positivo de sua beleza. Usava também cinta liga e meias da mesma cor que a lingerie e um sapato social de salto fino e longo dando ainda uma aparência mais sensual ao seu corpo perfeito. Ele a olhou admirado, mas não pode deixar de comentar:
–(Renato) Nossa! Que produção! Aonde nós vamos?
–(Elisa) Nós vamos para a nossa despedida de solteiro que, aliás, vai ser aqui mesmo. Aqui e agora. – Explicou Elisa colocando uma grande dose de malícia em sua expressão.
Renato ficou imaginando o que teria de especial naquilo uma vez que eles já transavam com regularidade. Mas o visual de Elisa era tão especial que ele sentiu um frio na barriga ao mesmo tempo que seu pau dava sinal de vida. Elisa se aproximou dele e puxou sua mão para que ele se levantasse, então se abraçaram e se beijaram apaixonadamente. Renato usava apenas o short do pijama e logo ela levou a mão até seu pau e começou a massagear, ao mesmo tempo que provocava:
–(Elisa) Esse pau gostoso está pronto para comer uma virgem hoje?
Renato se afastou da noiva e a olhou assustado. Se isso significava o que ele entendeu, Elisa havia trazido outra mulher para transar com ele e, ainda por cima, uma virgem. Partindo dela, isso era inconcebível.
–(Elisa) O que foi gatinho? Isso te assusta?
–(Renato) Lógico que assusta. Partindo de você! E ainda mais, sendo virgem.
Elisa entendeu logo o que ele quis dizer com isso e riu alto antes de falar:
–(Elisa) Não seja bobo. Deite-se aí.
Dizendo isso ela o empurrou para a cama com ele ficando deitado de costas. Ela passou a mão pelo seu peito e depois se curvou e começou a beijar seu peito, sugou os mamilos enquanto sua mão descia pelo abdômen indo em direção ao short, entrando por baixo do elástico e chegando ao seu pau que nessa altura já latejava de tão duro.
A cabeça dela começou então a fazer o mesmo trajeto e quando passava a língua por toda a extensão da barriga de Renato, suas mãozinhas forçaram o short para a direção dos pés dele, tendo a ajuda do mesmo que levantou o quadril e movimentou as pernas para facilitar. Finalmente a boquinha dela atingiu o pau dele com beijinhos em toda a extensão antes de colocar a cabeça na boca e começar a sugar. Foi uma chupada de mestre.
Elisa usou tudo o que sabia e mais um pouco, chupando, lambendo até a base, descendo para o saco e indo além, até chegar ao cuzinho dele que ela beijou, lambeu e ainda forçou a língua, levando-o ao delírio. Quando ela voltou a se dedicar ao pau dele sentiu, pela pulsação, que ele não demoraria a gozar, então se afastou ao mesmo tempo que dizia:
–(Elisa) Ainda não meu gato. Hoje você vai gozar primeiro em um lugar especial. Agora me chupe.
Renato desnudou Elisa, ou melhor, arrancou com pressa o sutiã e a calcinha, deixando-a vestida apenas com a cinta liga e a meia. Também pediu para que ela não tirasse os sapatos, dizendo que ela estava mais sensual que nunca naqueles saltos. Se dedicou aos seis firmes e deliciosos dela, porém, ela insistia em empurrar a cabeça dele para baixo o obrigando a chegar logo à sua xoxota que já estava molhada.
Quando Renato começou a se dedicar a explorar aquele grelinho lindo com sua língua, Elisa levantou as pernas dobrando até que os joelhos ficassem a altura de seus seios e ficando totalmente exposta para ele e, quando viu que ele se dedicava com tanto afinco em chupar lhe a buceta, ela empurrou mais a cabeça dele enquanto levantava mais o quadril, o que fez com que a boca dele ficasse na altura do cuzinho de um marrom claro e com as preguinhas parecendo ter vida própria com os movimentos que ela fazia com o esfíncter, provocando um ligeiro abrir e fechar de seu botãozinho, como se piscasse para o noivo.
–(Elisa) Chupa meu cuzinho, amor! Chupa e deixa ele bem meladinho que ele é a virgem que você vai foder hoje.
Renato não acreditava na sua sorte. Foram inúmeras vezes em que ele sentia tesão em fazer anal com sua noiva, porém, por ela ter sido tão tímida e reservada, ele sempre se controlava. Agora era ela que oferecia o que era seu sonho de consumo a muito tempo. Mas Renato resolveu provocar:
–(Renato) Não seria melhor se eu comesse essa bucetinha deliciosa antes?
–(Elisa) NÃO! – Praticamente gritou Elisa e já ia dizer alguma coisa quando viu que ele estava sorrindo da reação dela, então emendou: – Seu bobo! Você vai me comer todinha hoje. Se prepare. Mas primeiro quero dar o meu cuzinho pra você.
Renato então voltou a se dedicar ao rabinho apetitoso de sua noiva e lambeu, chupou, beijou e acariciou com, primeiro um dedo, depois dois, pois na medida que ele enfiava o dedo e depois chupava, o cuzinho foi ficando laceado e permitindo aquela invasão. Elisa gozou apenas com a preparação que seu noivo fazia em seu rabinho. Não resistindo mais, ela se virou ficando de bruços, colocou um travesseiro sob seu quadril deixando sua bunda arrebitada e pediu:
–(Elisa) Agora come. Mas vai com cuidado. Sei que vai doer, mas sei também que você vai ser carinhoso. Então acabe logo com essa virgindade.
Renato encostou então o pau na entradinha do cuzinho de Elisa e ficou fazendo uma leve pressão, sem forçar muito. Ele empurrava e recuava, provocando gemidos na noiva que, só com o contato do pau dele na entrada de seu rabinho já estava a ponto de ter seu primeiro orgasmo da noite. Mas Renato não avançava além disso e precisou dela provocar:
–(Elisa) Ai Renato! Parece que você não gosta. Fica só provocando. Você acha minha bundinha feia? É por isso que você não quer foder ela direito?
–(Renato) Olha Elisa! Não provoque. Não provoque que você pode se arrepender.
–(Elisa) Mas tudo o que eu quero é me arrepender. Anda logo. Me fode.
Renato forçou e dessa vez o cuzinho cedeu e acolheu a cabeça toda no rabinho até então intocado. Elisa gritou e ele parou. Ela reclamou e ele apenas disse que era melhor esperar até que ela se acostumasse. Elisa aceitou a explicação, não sem arrebitar mais a bunda procurando um acesso maior daquele pau dentro dela. Quando se sentiu confortável, pediu para ele enfiar mais e foi o que ele fez, enfiando até a metade, parando quando ela gritou e logo retirou o pau de dentro dela que falou alto para ele:
–(Elisa) Por que você tirou? Não faça isso comigo.
–(Renato) Eu não quero te machucar, meu amor. A gente pode ficar sem isso.
–(Elisa) Você vai me machucar mais se não aceitar me foder assim. Eu quero. Anda logo. Fode, anda.
Renato estranhava as atitudes de Elisa. Não que ela fosse aquela garota tímida na cama. Há muito tempo ela tinha deixado de ser, passando a ser fogosa e tomava a iniciativa com frequência, sugerindo posições diferentes, porém, ele nunca a tinha visto tão devassa daquela forma. Mas aquilo não o intimidou, pelo contrário, a atitude ativa de Elisa lhe aumentava muito o desejo, então ele voltou a enfiar e foi até a metade e parou, dizendo a ela que era para ela se acostumar. Passado um tempinho ela disse:
–(Elisa) Amor. Está doendo.
–(Renato) Quer que eu pare? – Perguntou Renato preocupado.
–(Elisa) NÃO! – Gritou Elisa, e depois falou mais baixo, com voz chorosa: – Enfie mais um pouco, quem sabe assim eu me acostume logo.
Era uma afirmação sem lógica nenhuma, mas Renato não estava em condições de raciocinar com lógica e apenas obedeceu. Novo grito e o pau dele se aprofundou mais um pouco. Nova pausa até que ela pediu para ele avançar mais e dessa vez entrou todo, com o saco dele encostando na xoxota dela que a essa altura ensopava o travesseiro com o mel que escorria de sua buceta. Com de Renato atolado em seu cuzinho, Elisa aguardou um pouco e depois disse:
–(Elisa) Amor! Está doendo um pouquinho.
–(Renato) Quer que eu tire?
–(Elisa) Sim. Mas só um pouquinho. Nem pense em sair de dentro de mim.
Renato obedeceu. Como ele tinha a visão do corpo de Elisa estendido sob ele e de seu pau desaparecendo em meio a bunda dela, seu tesão aumentava e latejava e, a cada vez que pulsava, Elisa gemia e mexia o quadril em um pequeno rebolado. Novamente ela pediu:
–(Elisa) Aí amor. Enfia tudo de novo, que está doendo.
Renato não tinha mais o controle sob si e soltou seu peso, mal se acomodou sob ela e já ia beijar-lhe o rosto e a ouviu dizer:
–(Elisa) Ai, ai, ai. Tira só um pouquinho. – Renato mal obedeceu e ela voltou a falar: – Ai Meu Deus! Enfia de novo amor.
Nessa hora caiu a ficha de Renato que pensou: “Que porra é essa? Dói é pra tirar um pouco. Continua doendo e é para enfiar tudo de novo. Essa gata está com brincadeira!
Pensando isso, ele disse alto:
–(Renato) Você está de sacanagem comigo, não é? Sua vadia!
–(Elisa) Ai amor! Eu sou vadia sou? Então fode bem. Come com vontade o cuzinho da sua vadia. Eu quero ser sua vagabunda pra sempre.
Renato então começou a se movimentar dentro do cuzinho de Elisa que agora rebolava com vontade sentindo seu cuzinho receber o pau de seu homem, de seu macho. Renato não parava de falar:
–(Renato) Toma vagabunda. Puta como você tem que levar no cu mesmo.
–(Elisa) Verdade amor. Eu sou sua vadia e sua putinha. Fode o meu cu. Fode que eu vou … aí amor … Eu acho que … Eu acho … Eu vou gozaaarrrrrrr.
Elisa gritava ao mesmo tempo que forçava o quadril de encontro ao pau de Renato que sumia dentro de seu cuzinho e quando sentia que estava totalmente dentro dela ela rebolava em um bailar maluco enquanto tinha sucessivos orgasmos. Renato não aguentou muito tempo e gozou dentro do rabinho dela, o que fez que ela tivesse um orgasmo ainda mais forte que os anteriores. Depois deixou seu corpo cair sobre o dela enquanto seu cacete, que insistia em permanecer duro, continuava sentindo a maciez do cuzinho recém deflorado de Elisa que não parava de apertá-lo, como se seu desejo fosse mordê-lo. Chegaram até mesmo a desfrutarem de um breve cochilo, diante da energia dispendida naquela foda deliciosa.
Quando acordaram foram para o banheiro. Renato se desdobrava em cuidados com sua amada, pois temia tê-la machucado. Cheio de dedos, perguntou:
–(Renato) O que deu em você para fazer uma loucura dessas?
–(Elisa) Ai amor! Faz muito tempo que eu queria experimentar transar assim com você, mas você nunca tomava a iniciativa, então eu pensei que, sendo nossa despedida de solteiros, mataria dois coelhos com uma cajadada só.
–(Renato) Como assim? Não entendi. Qual seria o segundo coelho? – Perguntou Renato demonstrando estar estranhando a conduta de Elisa.
–(Elisa) Seu bobinho. O primeiro era sentir esse pau gostoso no meu cuzinho. O segundo coelho é que, fazendo isso hoje, você não precisa ir nessas festas de solteiros onde sei que rola muita sacanagem e nem eu aguentar a chatice daquelas tias chá de panela onde as “amigas” sacaneiam com a gente.
Renato riu do jeito de Elisa falar, fazendo o sinal de aspas com ao pronunciar a palavra amigos. Entretanto, se Elisa conseguiu evitar a despedida de solteiro de Renato, não teve o mesmo sucesso com relação à sua. As mulheres da empresa manobraram de forma que ela fosse pega de surpresa e não pudesse fugir da sua.
Enquanto Elisa e Renato viviam o nervosismo que antecede a qualquer casamento, Bruna se dedicava a explorar o novo filão de conhecimentos que ela descobrira e, a cada dia, ficava estarrecida com suas descobertas. Ali, naquele cofre camuflado na adega da mansão, ela se aprofundava cada vez mais no mundo sinistro que seu pai vivia.
Tudo o que o pai lhe passara e lhe ensinava fazia parte de um mundo legal. Muitas vezes antiético, porém, dentro da normalidade. Porém, agora se deparava com uma parte da vida de seu pai e encontrava revelações de atos dirigidos por ele aos quais ela jamais imaginou que ele fosse capaz.
Não entrava na sua cabeça que, sendo milionário e exercendo influências em todos os ramos da economia de um país e exercendo com isso um poder invejável, ele pudesse também se dedicar a negócios ilícitos, onde o tráfico de drogas, de influências, contrabandos, ameaças e até assassinatos fossem tratados com tanta leviandade, como se fosse simples negócios.
Para piorar sua decepção e desespero, os nomes das pessoas envolvidas naqueles negócios escusos iam, pouco a pouco, sendo revelados. Não que seu pai tivesse se descuidado e deixassem alguma indicação em suas anotações. porém, Bruna fora criada ali na mansão e as informações que ia assimilando permitia que ligasse os acontecimentos a alguns nomes. Também foi possível estabelecer a hierarquia existente entre os asseclas e não restava dúvida nenhuma que o braço direito de seu pai era aquele ao qual ele se referia como Gray Eminence.
Esse Gray Eminence era sempre a pessoa que recebia as instruções de seu pai e ficava encarregado de fazer com que outros executassem o trabalho sujo. Porém, não era assim tão simples. Como havia várias células que, segundo pôde constatar mais tarde, sequer sabiam da existência uma da outra, o tal do Gray Eminence passava para o primeiro em comando da célula escolhida e esse passava para um lugar tenente que se encarregava de recrutar as pessoas que realmente fariam o serviço sujo.
Chegou a se arrepiar quando viu, em uma espécie de manual que seu pai criara, que essa tática tinha como objetivo resguardar aqueles que ocupavam postos de comando e, principalmente, ao chefe geral que era seu pai, pois se algo desse errado, bastaria eliminar alguém que fosse o elo da corrente, pois cada um só conhecia a identidade daquele que lhe havia repassado as instruções.
Isso quer dizer que as autoridades, ao investigarem um crime, jamais conseguiriam chegar ao topo da pirâmide de comando.
Mas, quem seria o Gray Eminence? Essa era a informação que Bruna buscava com avidez. Sabia que, para desvendar toda aquela rede de mistério, intrigas e irregularidades, era essencial desvendar esse mistério. Estava nesse impasse quando leu um episódio, de uma tentativa de extorsão, com uma pessoa, ao que tudo indicava, uma mulher, se aproximara de uma jovem mulher e a seduziu, tomando o cuidado de deixar tudo registrado através de gravações de áudio e de vídeo e que fora encerrado com o desaparecimento da mulher e de um cúmplice seu.
Mas teve um único detalhe que acendeu colocou uma dúvida na cabeça de Bruna. Era apenas uma frase, um comentário ao acaso, porém, muito revelador. Lá dizia que a motivação da chantagem era a vingança pela morte da filha dessa mulher que fora morta em um caso de sequestro. Bruna foi imediatamente consultar as anotações sobre um episódio ocorrido quase dez anos antes, sobre o sequestro de uma moça que fora resolvido com a morte dos envolvidos. Não tinha muitas informações sobre o caso, apenas um comentário.
Estarrecida, se deu conta de que esses dois episódios estavam interligados e que se referia a ela própria e começou a examinar minuciosamente as anotações dos dois casos em que percebeu que o tal do Gray Eminence entrara para a organização criminosa de seu pai por ocasião do sequestro e que depois disso tivera uma subida meteórica, atingindo com pouco tempo a posição de segundo em comando.
Com essa informação, reiniciou o processo de reexaminar todas as anotações e, ligando os fatos, chegou a uma conclusão que quase a levou a sofrer uma parada cardíaca. Muitos daqueles acontecimentos traziam informações que ela, ligando os períodos a fatos que vivenciara, como ausência, mudança de comportamento, alto estresse de alguém com quem ela convivia muito.
Assim, com os corações aos pulos, arrumou os papéis, saiu do cofre tomando o cuidado de verificar se não deixava vestígios da existência dele e subiu para o seu quarto, onde a primeira coisa que fez foi fazer uma chamada telefônica, dizendo de forma incisiva ao ser atendida:
–(Bruna) Renato. Precisamos conversar com urgência. Estou indo para o escritório agora. Vá para lá e me aguarde.
Sem dar chance de qualquer contestação, interrompeu a chamada e se dirigiu ao banheiro entrando sob a ducha.
FIM DA TERCEIRA TEMPORADA