O fetiche do Marcos
- É enorme, mãe. O maior que eu já vi! -, exclamou a Cristina, claramente assustada e aliviada por estar falando aquilo.
Sim, ela estava se referindo mesmo a um pau. Mais precisamente do Marcos, um vizinho do meu prédio que ela conhece desde muito nova. Ela estava confessando, com esse relato, um caso extraconjugal que estava lhe tirando um pouco da paz.
Nós sempre fizemos o tipo mãe e filha amigas, mas nunca havíamos tido nenhuma conversa tão íntima a esse ponto. É como se houvesse uma barreira para temas sexuais. Éramos grandes confidentes, mesmo em temas espinhosos como relacionamentos. Minha filha sabe de muitas das frustrações que carrego com relação ao meu casamento e sempre recebeu bem minhas queixas, mesmo sendo estas contra o pai dela. Mas nunca havíamos chegado tão longe.
- Eu não queria ir até o final, estou me sentindo muito mal com isso. Mas não deu para segurar -, completou com um sorrisinho no rosto que deixava claro que não estava tão arrependida assim. Eu sei ler cada expressão facial dela e ela sabe disso. No final da frase ela já estava dando uma gargalhada que deixava claro o quão feliz ela ficava em lembrar a cena.
– É simplesmente impossível se segurar.
A situação se tonava muito mais estranha porque eu sabia exatamente do que ela estava falando. Não precisava que ela me explicasse como era o pau do Marcos. Eu conhecia muito bem. E a descrição realmente batia com o que a Cristina disse: grosso e com uma cabeça muito avantajada, que parece estar sempre querendo avançar o ponto em que está. Foi-se a minha esperança de que tivesse algum tipo de engano. Era mesmo ele.
O Marcos tem uns 32 anos, mais ou menos a mesma idade da minha filha. Fisicamente não chamava a atenção de ninguém – a menos quando estava sem roupa, viria a descobrir muitos anos depois. Estatura média, variando entre o entroncado e o ligeiramente acima do peso ao longo dos muitos anos em que eu o vi circular pelas áreas comuns do nosso prédio.
Fazia o tipo piadista e era bem quisto por todo mundo por ser bem educado. Meu marido já o elogiou várias vezes depois de ele ajudar a carregar as compras do carro até a porta do apartamento.
- Acho que é o único cara legal do condomínio -, disse mais de uma vez. Sem fazer ideia de que gentil rapaz ostentava em seu discreto currículo sexual não apenas a sua esposa como também a sua filha.
A gente se acostumou a ver o vizinho do apartamento de baixo com simpatia, inclusive, porque ele jogou conversa sobre a Cristina quando eles eram adolescentes. Até fazíamos gosto, mas sem dar tanta atenção a um flerte juvenil. Nem eu e nem o Maurício estávamos muito preocupados com quem a Cristina ficava. Pelo visto deveríamos.
Quanto mais a Cristina se empolgava em descrever a noite que teve com o Marcos, mais o ódio me subia à cabeça.
- É um pau bem maior que o do Rafa -, contou, impressionada e perdendo de vez o pudor com a situação.
- Bem maior que o do seu pai também -, pensei, mas apenas pensei.
Cristina estava impressionada com a situação. Lembrava dos tempos em que o Marcos tentava dar-lhe um despretensioso beijinho nas baladas de uma década atrás. Mal fazia ideia do que estava perdendo. Sua experiência com o Marcos, na noite anterior, foi uma tentativa de vingança que saiu ao controle. O Rafael foi jogar futebol e varou a madrugada bebendo com os amigos. Minha filha ficou enfurecida e se sentiu livre da obrigação de negar resposta às mensagens que o vizinho da mãe lhe mandava.
Em pouco menos de uma hora o Marcos mandou a foto que mudaria a história daquela noite. Cristina relutou muito em me mostrar a tal foto, até que finalmente se convenceu de que a conversa já havia ido longe demais mesmo.
Mas que filho da puta! Exatamente a mesma foto que ele tinha me enviado algumas semanas antes. Focava a rola dele, deitado na cama. Com uma cueca preta que valorizava bastante o volume. A cabeça cuidadosamente escapando da roupa, dando aquela impressão de que estava prestes a explodir e deixando claro que não havia nenhuma maquiagem. Era um caralho para o qual não se podia negar atenção.
A vontade de mostrar a foto idêntica na memória do meu celular, cuidadosamente escondida como arquivo oculto, foi grande. Mas me segurei. Não foi fácil. Em uma de nossas rápidas aventuras, ele comentou o quanto ainda achava a Cristina “bonita” – foi a palavra que ele usou. Chegou a insinuar que teria tesão em ter a experiência de comer mãe e filha e ficou muito excitado quando falou disso, mas desconversou quando eu prontamente deixei claro que isso jamais aconteceria.
Que filho da puta! Mudou de assunto, mas não desistiu.
Eu sempre reparei bem nas curtidas dele nas fotos da Cristina nas redes sociais. Especialmente naquelas com o decote bem pronunciado – minha filha, assim como eu, tem seios fartos e sabe muito bem como fazer um homem ficar babando por eles.
Com acesso à portaria do prédio, a Cristina bateu à porta da casa do Marcos. Em pouquíssimos minutos, estava na cama do vizinho maravilhada com o pau que tanto me descreveu. Quase perdi a linha com a cena que a deixou mais empolgada.
- Eu estava chupando sem parar, sentindo as veias dele na minha língua, babando a glande dele, louca para sentir o jato quente na minha garganta. Ele só me deixou começar depois que eu tirasse toda a roupa e eu obedeci -, contou. – Do nada ele me puxou pelos cabelos, me deitou na cama e enfiou a língua na minha buceta de um jeito que eu não sabia que existia -, completou.
Pelo visto a originalidade não era a especialidade dele. Mas tenho que reconhecer que essa manobra pega a mulher desprevenida e, se em executada, é garantia de néctar puro a quem a executa. Funcionou comigo e com a minha filha.
Horas mais tarde o Rafael chegava em casa depois de algumas horas sentado em uma mesa de bar, suado e contando as histórias que nunca viveu de verdade aos amigos. Cristina o recebeu aos berros e sem a calcinha – que foi confiscada pelo Marcos como troféu.
De fato é um cara de poucas ideias. Mas ele conseguiu.