Pois é a vida é mesmo uma caixinha de surpresas; quando o aposentado achou que tinha encontrado uma fêmea para o resto da vida, não é que a polaca engraçou-se com o portuga do boteco e logo trataram de juntar seus panos de bunda. É claro que o portuga muquirana viu-se obrigado a abrir as burras para um reforma no boteco já que a polaca trazia consigo sua clientela cativa e também porque seus salgadinhos fizeram um sucesso tão arrasador que as vezes formava fila na frente do estabelecimento. E não foi apenas isso porque o portuga ainda foi obrigado a reformar a casa que ficava nos fundos para que os pombinhos pudessem residir.
É verdade que o sujeito as vezes mostrava-se apático o que causava em Abelardo uma incontrolável vontade de rir. “Parece que ensinei bem a polaquinha! Ela tá acabando com o portuga!”, pensava ele olhando para o dono do boteco e engolindo a risada. De qualquer maneira, Abelardo não se frustrara pois queria o bem de Nádia assim como prezava a amizade com o portuga e se eram eles felizes quem era ele para contrariar.
-Mendonça, meu amigo! O que faz você por aqui? – perguntou Abelardo em tom eufórico ao ver a entrada do amigo no boteco – Sente-se aqui …, prazer em rever o amigo, quer beber alguma coisa?
-Como vai, Abelardo …, precisamos conversar – respondeu Mendonça apertando a mão do amigo e mostrando-se um pouco tenso – Podemos ir para sua casa? …, é um assunto delicado!
Pouco tempo depois estavam os dois homens sentados na cozinha da casa do aposentado sorvendo um café fresco. Abelardo percebia o quanto o amigo estava tenso parecendo que precisava desabafar com alguém de sua confiança; Mendonça fora responsável pela indicação de Abelardo para ocupar sua última chefia; e a amizade era muito antiga e sólida o que tornava aquela situação um tanto perturbadora. “Mas, me diga lá, meu amigo …, o que está acontecendo?”, perguntou o aposentado com tom afetuoso.
-Meu grande amigo …, tudo que vou te contar é sigiloso, razão pela qual conto com sua discrição – iniciou ele com tom solene – Não sei se você lembra que passei um período na África …, quando eu e a patroa pensamos em nos separar …, pois bem …, acontece que fiquei sabendo esses dias que tenho uma filha!
-Filha? É sério isso, Mendonça? – inquiriu Abelardo incapaz de ocultar sua estupefação – E como é que foi isso?
-Vou te poupar dos detalhes, velho amigo – prosseguiu Mendonça com o mesmo tom solene – O fato é que sou pai e com o falecimento da sua mãe, a garota conseguiu me encontrar e pedir ajuda …, o problema é que não posso levá-la para casa …, isso arruinaria a minha vida! É por isso que estou aqui te pedindo ajuda!
-É só me dizer o que precisa …, pode contar comigo! – respondeu Abelardo em tom firme.
-Teria como você a acolher em sua casa por alguns dias – pediu Mendonça com tom encabulado – Eu banco todas as despesas dela …, é uma situação provisória …, até eu pensar melhor no que fazer a respeito …
-Não precisa falar mais nada, parceiro – interrompeu o aposentado com tom fraterno – Ela fica aqui o quanto tempo for preciso!
Mendonça controlou-se para não chorar na frente de Abelardo; ambos se levantaram e se abraçaram. “Obrigado, meu grande amigo! Não fosse você, eu estaria perdido!”, murmurou o sujeito com a voz embargada. De resto, acertaram os detalhes e Mendonça preparou-se para ir embora, prometendo retornar assim que a filha pisasse em solo brasileiro.
-Ah! Já ia me esquecendo! – comentou Mendonça já na porta de saída – O nome dela é Angelina!
Abelardo tratou logo de arrumar algumas coisas em sua casa já que jamais a dividira com alguém; chamou um homem de confiança e pediu que ele revisasse o outro quarto enquanto ele saía para fazer compras; aproveitou ainda para celebrar novo contrato de locação do sobrado antes ocupado por Nádia com uma família de imigrantes italianos que haviam chegado recentemente ao país. Feito isso, correu até uma loja de móveis e comprou uma cama, cômoda e também uma penteadeira com espelho (algo que ele jamais imaginou adquirir), combinando a entrega para o mais breve possível.
Retornando para casa, Abelardo pensava na amizade com Mendonça e o quanto ela era importante para ambos; ajudá-lo nesse momento difícil seria o mínimo a fazer e por isso o aposentado sentia-se satisfeito por seu ato de solidariedade; apenas uma coisa o preocupava: essa tal de Angelina …, seria muito jovem? Isso talvez pudesse ser um problema a ser contornado. E os dias se passaram sem que Mendonça mantivesse contato com o amigo que já cuidara de tudo para receber a visitante.
E Abelardo tomou um susto ao atender a porta em um certo dia; diante dele estava uma linda jovem negra de olhos amendoados, rosto suave e uma expressão enigmática; trajava uma roupa incomum como aquelas que se vê em filmes das arábias e um lenço cobrindo a cabeça e ocultando os cabelos, mas que apenas enaltecia ainda mais a sua formosura. “Abelardo, esta é a Angelina …, uma moça que eu ajudo!”, disse Mendonça que estava loga atrás dela dando uma piscadinha com o olho. Forçado a recobrar-se da surpresa, o aposentado abriu a porta e convidou a ambos para entrarem. Angelina começou a andar pela casa olhando tudo atentamente como se explorasse o ambiente.
-Ela é um pouquinho tímida, espero que você compreenda – sussurrou Mendonça ao amigo enquanto sacava um envelope do bolso entregando-o para Abelardo – Tome, isto aqui é para as despesas iniciais …, vou te mandar uma quantia todo início de mês …, se precisar de mais, me avise …
-Mas, Mendonça …, isso aqui é muito dinheiro! – interrompeu Abelardo depois de espiar o conteúdo do envelope.
-Não se preocupe, meu amigo …, de onde veio esse tem mais! – respondeu Mendonça em tom enfático despedindo-se para partir.
Abelardo deixou Angelina a vontade para conhecer a casa e o seu quarto; ao abrir a porta, seus olhos ficaram marejados. “Que foi, Angelina? Algo te desagradou?”, perguntou Abelardo com tom e ar de preocupação. Sem aviso a moça voltou-se para ele dando-lhe um abraço apertado, o que deixou o aposentado sem ação. Ela chorou em seu ombro e chegou a soluçar trazendo ao sujeito um sentimento de carinho por Angelina; ele logo retribuiu o abraço apertando-a com a mesma. Permaneceram abraçados junto a porta do quarto sem que trocassem uma palavra sequer, pois parecia não ser necessário naquele instante.
-Muito obrigada! – sussurrou ela no ouvido de Abelardo – Fiquei emocionada porque nunca tive um quarto só para mim!
A frase tocou profundamente o aposentado que apertou-a ainda mais; logo depois ele levou as duas pequenas valises para o quarto e indicou onde era o banheiro. Angelina limitava-se a sorrir em silêncio. Ele a deixou sozinha para que pudesse se arrumar e organizar suas coisas. Pouco tempo depois foi ele surpreendido ao vê-la examinando a cozinha tendo nas mãos um bloco de anotações e um lápis. Após a conferência minuciosa ela foi até Abelardo entregando-lhe uma folha arrancada do bloco onde se via uma relação de gêneros alimentícios e outros víveres.
-Se o senhor puder providenciar essas coisas, eu ficaria feliz em cozinhar para si – disse ela em tom amável – É uma forma de agradecimento …, o senhor pode fazer isso?
Abelardo examinou a lista e acenou com a cabeça dando meia volta e saindo de casa; com a ajuda de Nádia e do portuga, Abelardo conseguiu adquirir todos os itens da lista retornando para casa. Ao chegar viu uma mesa posta com café fresco, leite e alguns biscoitos que haviam na dispensa. E a surpresa ficou ainda maior ao vislumbrar Angelina usando apenas uma espécie de camisola sem mangas cujo comprimento cessava muito antes de seus joelhos; desta vez tinha os longos e lisos cabelos negros soltos a emoldurar seu rosto belíssimo.
-Oh, me desculpe pelos trajes! – disse ela encolhendo-se encabulada – Não queria envergonhá-lo! Posso vestir outra coisa se for do seu agrado …
-Hã …, o que? Não! Tá tudo bem! – balbuciou o sujeito recobrando-se do susto inicial – Sinta-se à vontade …, preparou esse café para nós?
Angelina ainda encabulada acenou com a cabeça e então Abelardo convidou-a para que ambos se sentassem. “Posso compartilhar a mesa consigo? Se quiser posso comer depois!”, disse ela em tom miúdo e olhar cabisbaixo. Abelardo insistiu para que ela sentasse à mesa em sua companhia. Durante a pequena refeição Abelardo quis saber mais sobre Angelina, mas infelizmente não demorou a perceber que além de monossilábica também era um tanto lacônica em suas respostas.
Assim que terminaram ela tratou de lavar a louça e depois pôs-se a guardar as compras. Em dado momento com dificuldade para alcançar os armários de parede puxou uma cadeira chamando a atenção de Abelardo que veio em seu socorro para segurar o móvel enquanto ela prosseguia em sua tarefa. E qual não foi a surpresa do sujeito quando ela se esticou um pouco mais fazendo a camisola subir e denunciar que estava Angelina sem calcinhas!
Ele viu-se então hipnotizado pela forma delirante da vulva e de parte das nádegas da moça que estavam à mostra, ficando envergonhado de agir assim já que ela era a filha de seu melhor amigo; segurou a mão dela para que descesse da cadeira e depois de um breve intervalo de puro constrangimento ele viu-se na obrigação de alertá-la sobre a ausência da peça íntima.
-Peço-lhe perdão, mas não uso roupas menores por baixo das maiores – respondeu ela um tanto retraída – E se isso for um aborrecimento para o senhor …, posso ir embora e …
-De jeito nenhum! Fique tranquila, Angelina – interrompeu Abelardo com tom apaziguador – Esta, agora é a sua casa e quero que se sinta bem enquanto estivermos juntos.
-Ah! Muito obrigado! – agradeceu ela tornando a abraçá-lo com força – Nenhum homem que conheci me tratou tão bem como o senhor me oferecendo sua casa e abrindo mão de sua intimidade …, para sempre lhe serei grata!
Sem aviso, Angelina beijou os lábios de Abelardo que sentiu-se tomado por uma vitalidade que há muito não sentia; entretanto, controlou seu ímpeto lembrando de quem ela era filha. Eles logo se separaram e a jovem recolheu-se ao seu quarto. Abelardo saiu e perambulou a esmo retornando para casa bem tarde da noite; ao chegar viu a mesa posta e um prato coberto; no fogão uma deliciosa carne de panela e arroz fresco. Esfomeado ele devorou a refeição e depois tomou um café e foi para a sala fumar.
-Boa noite, seu Abelardo – cumprimentou Angelina surgindo do corredor – Vim me despedir porque estou exausta e preciso dormir …, o senhor precisa de mais alguma coisa?
-Não querida, vá se deitar e descanse – respondeu ele com amabilidade.
Sozinho na sala Abelardo não conseguia tirar Angelina de sua mente e também de seu corpo; envolto em pensamentos acabou adormecendo ali mesmo. Algum tempo depois foi acordado por um grito; correu até o quarto da moça e viu-a sentada na cama chorando e soluçando; assim que se aproximou ela o puxou para si e o abraçou. Ao tocá-la, Abelardo percebeu que Angelina estava nua; sua pele quente e acetinada parecia fremir como se estivesse com medo ou com frio. Depois de algum tempo ela se desvencilhou dele, acendendo o abajur e tornando a se deitar, exibindo suas mamas firmes, lindas e perfeitas ao olhar embasbacado do sujeito.
-Seu Abelardo …, me possua! – murmurou ela com um olhar lânguido – Me faça sentir mulher outra vez!
Abelardo ficou extasiado com o pedido de Angelina …, mirava seus olhos negros cujo brilho interior refletia a luminescência do abajur pareciam arder em uma chama perene ansiando por ser correspondido. Em seu âmago, Abelardo resistia lembrando que ela era filha do seu melhor amigo o qual sempre lhe ajudou em todas as horas e momentos em que precisou. Ao mesmo tempo ele olhava aquela jovem negra desnuda cuja beleza transcendia todos os padrões estéticos que ele já vira ao longo de sua vida, e perdia-se em divagações alucinantes de tê-la em seus braços e fazê-la sua fêmea.
Ante a indecisão de Abelardo coube a Angelina tomar a frente da situação; ela sentou-se na cama e começou a ajudar o sujeito e tirar a roupa; assim que o viu nu ela examinou o membro rijo com uma atenção enigmática. “Tens um caralho grande e grosso! Usa-o em mim …, por favor!”, sussurrou ela enquanto já tratava de manipular o instrumento viril em uma lenta masturbação que ainda permitia confirmar a dimensão e o calibre. E aquela foi a gota d’água para o macho que rendeu-se ao desejo que o assolava, tomando Angelina nos braços e deitando-se sobre ela.
Abelardo segurou aquelas mamas suculentas em suas mãos e depois de lamber os mamilos intumescidos ele os tomou em sua boca sorvendo-os como uma fruta doce e madura arrancando gemidos roucos de Angelina que lhe acariciava os cabelos mantendo sua cabeça atenta em proporcionar-lhe mais prazer; vez por outra ela o puxava para si e eles se beijavam longamente com as línguas digladiando-se além de uma delirante troca de saliva, até que ela fazia com que ele retornasse aos seus seios reiniciando uma sucessão tresloucada de lambidas e sugadas que tornavam a enlouquecer Angelina que celebrava com mais gritos, suspiros e gemidos.
Repentinamente, Angelina afastou Abelardo abrindo as pernas e lhe exibindo o ventre liso e de proeminência suave deleitando-se com a expressão embasbacada do macho ante a visão do paraíso sobre a terra; o ventre combinado com a parte interna de suas coxas formava um perfeito triângulo invertido cujas dimensões pareciam ter sido desenhadas com o esmero de um artista divino; sorrindo ela usou uma das mãos para acariciar e região divertindo-se com o olhar pasmo e atento do parceiro que tratou logo de aninhar-se entre suas pernas para que pudesse explorar melhor aquela anatomia.
Bastaram algumas lambidas mais enérgicas para que Angelina desfrutasse de um primeiro gozo jogando a cabeça para trás, fechando os olhos e suspirando demoradamente. “Ahhh! Que língua mais experiente! Capaz de extrair tudo que uma mulher almeja na vida!”, balbuciava ela quando novos orgasmos se sucederam sempre mais intensos e avassaladores. Abelardo ouvia aquelas palavras como um cântico entoado exclusivamente para estimulá-lo mais e mais, pressentindo uma energia renovada tomar conta de seu corpo e de sua alma como se fosse possível para ele experimentar a sensação de sorver em uma fonte da juventude.
Não houve espera quando o sujeito cobriu a fêmea com seu corpo segurando o mastro e o guiando na direção da gruta. “Não …, não precisas usar a mão …, deixa que ele sabe o caminho!”, disse Angelina com tom quente e incitante; Abelardo fez o que ela pedira e esperou enquanto a própria parceira incumbia-se de movimentar seu corpo de tal maneira que logo a gruta parecia abocanhar a glande permitindo que Abelardo movesse sua pélvis em sentido de avançar para dentro dela. Deu-se então um engate perfeito com a vulva enluvando o membro deixando que ele se acomodasse antes que se desse início a uma sucessão de golpes pélvicos contundentes sacudindo o corpo da fêmea que mais uma vez experimentava gozos febris que a faziam delirar de tanto prazer.
O aposentado persistiu em golpear a gruta sempre com uma veemência além de sua compreensão; Angelina parecia conceder-lhe um revigoramento essencial como se tivesse conseguido resgatar a sua juventude com o mesmo ânimo e com o mesmo viço; o olhar de Angelina era algo insólito, estimulante que o fazia delirar de desejo de que aquela cópula jamais tivesse fim. “Ahhh! Ahhh! Uhhh! Que homem és tu, Abelardo! Consegues me propiciar tanto prazer como jamais senti em toda a minha vida! Continues …, Ohhh! Faz-me gozar para sempre!”, dizia ela com voz embargada e quase gaguejante já que as ondas de prazer se sucediam como uma avalanche de êxtase infindável.
Por incrível que possa parecer, muito tempo depois, suando por todos os poros e sentindo os músculos quase atingiram seu limite, Abelardo finalmente rendeu-se ao inexorável e tratou logo de avisar Angelina temendo inundá-la com seu sêmen; a jovem tomou a dianteira impedindo que ele recuasse, agindo de uma maneira surpreendente.
-Não! Não se vá! Fique! – disse ela enquanto o enlaçava firmemente com braços e pernas – descarregue dentro de mim a tua seiva quente …, esqueça tudo e apenas me satisfaça com mais este gesto!
Abelardo mirou o rosto de Angelina cuja expressão revelava sua firme determinação em ver-se inundada pelo sêmen de seu homem; ele então sorriu e prosseguiu até ver-se vencido por um espasmo muscular seguido da contração esfincteriana que fez seu membro pulsar forte antes de sobrevir o gozo e a consequente ejaculação em golfadas que alagaram a vagina da fêmea chegando a vazar pelas bordas. Ofegante e sorridente, Abelardo desabou sobre Angelina e logo estavam ambos dominados por pesada sonolência que redundou em um merecido repouso.