(...)
Eu batia uma punheta gostosa enquanto assistia e ouvia tudo aquilo. Ela acelerou os movimentos, subindo, descendo e rebolando, e, num grito que começou alto mas foi por ela mesma abafado, gozou, caindo em seu colo. Ele a pegou novamente no colo e a colocou de quatro uma vez mais, e começou a meter forte e firme nela. Em pouco tempo, começou a gemer e também gozou tudo dentro dela. Corpo com corpo. Pele com pele. Fogo com fogo. Vendo que haviam acabado, voltei para a cama, onde deitei e fingi dormir.
Ao colocar minha cabeça no travesseiro, entretanto, comecei a matutar tudo aquilo que havia acabado de acontecer. Por mais excitante que pudesse ter sido presenciar a cena deles se pegando, me incomodava saber que ela fez isso pelas minhas costas, sem meu conhecimento. Não era o nosso combinado que ela ficasse sozinha, nem que transasse sem preservativo e pior que deixasse outro gozar dentro dela. Comecei a ficar com uma estranha sensação de traição, de ter sido “corno” pra valer e não gostei nada.
Será que ela já teria transado com outros pelas minhas costas? Sei que eu fui o primeiro dela, tirei sua virgindade e isso é um fato, mas e depois? Ela sempre teve um ótimo desempenho na cama comigo, mas chegou a surpreender o que ela fez e o que deixou Caio fazer com ela. Tudo bem que já vínhamos brincando há tempos e ela vinha evoluindo, mas aquela naturalidade toda realmente me surpreendeu. Decidi que iria testar a honestidade deles.
Algum tempo depois, nem sei precisar quanto, senti a cama balançar. Era eles que voltavam. Fingi acordar naquele momento:
- Que horas são? - Perguntei.
- Ah, é bem cedo. - Ela me respondeu, com um beijo na sequência.
- Que é isso? Acordou atacada, amor? – Perguntei.
Correspondi o beijo e fiz menção de descer meus dedos até sua bucetinha, o que ela evitou, segurando-me a mão. Ela me encarou:
- Está com tesão? Quer dar uma trepadinha? – Ela perguntou.
Ela passou a me beijar e logo o Caio começou a se esfregar nela por trás. Ela o olhou assustada. Na verdade, chama de intuição se quiserem, ela já havia sentido que alguma coisa não estava certa:
- Gente, não é melhor irmos embora? Olha, a hora... - Disse ela: - Podemos pegar uma praia, aproveitar o dia. O que acham?
- Mas você acabou de dizer que é bem cedo e ainda perguntou se eu estava com tesão... - Retruquei.
- Safadinho. Quer que eu chupe seu pau bem gostoso para você gozar em minha boca? Quer? – Ela me perguntou, mas já não parecia tão natural a proposta.
- Não. Eu quero comer o seu cuzinho outra vez.
- Hein!? Nem pensar. Nã-na-ni-na-não! Meu cuzinho, não. Ele ainda está ardendo de ontem. – Disse-me com os olhos arregalados.
Então, a encarei. Nesse momento, comecei a ter sérias dúvidas sobre ela. Porque sabia que ela estava mentindo. Não sobre o cuzinho estar ardendo, deveria estar mesmo, mas porque a justificativa dada tentava tão somente me despistar do que havia presenciado há pouco:
- Nem adianta retrucar. Quero seu cuzinho. – Insisti.
Vendo que eu estava irredutível, ela olhou meio que aflita para o Caio novamente. Então, se voltou para mim e me beijou, uma vez mais, depois foi se abaixando até meu pau e começou a lambê-lo e chupá-lo, virando sua bunda para o Caio:
- Já que você quer, vou cavalgar você. – Disse-me ela, já subindo em meu pau.
Ela fixou seu olhar nos meus e começou a se esfregar sobre o meu pau, sem introduzi-lo. Seu semblante era uma mistura de tesão e preocupação. Ela sabia que algo não estava certo, mesmo porque, com toda sua insinuação, normalmente eu já estaria em ponto de bala e, ao contrário, meu pau pareceu reproduzir minha preocupação e ficou “meia bomba”. Após algum tempo se esfregando nele e vendo que ele não endurecia, ela parou e ficou me olhando como que procurando alguma justificativa, uma desculpa para o que havia feito:
- E, então? Vai me liberar esse seu cuzinho gostoso? – Perguntei, já emendando: - Porque você não quer atrás?
- “Mor”, eu não posso... – Ela disse, timidamente.
- Não pode o quê?
- Não posso dar meu cuzinho para você.
- Por que não? Você parecia ter curtido bastante ontem...
Então, de repente, um silêncio sepulcral tomou conta do ambiente. Olhei para o Caio e ele estava estático, branco, seu olhar parecia perdido, não me encarava, nem a ela. Sua tensão era evidente:
- Eu acabei de transar com o Caio enquanto você dormia e sem camisinha. - Ela disse com os olhos marejados, já choramingando: - Eu não sei o que me deu. Ele acordou e se esfregou em mim. No começo achei que fosse você, depois vi que não era e eu fui ficando excitada. Acabei deixando o tesão falar mais alto e fiz com ele sem te avisar, e sem te pedir. Me desculpa. Eu te amo demais. Juro que não vai acontecer de novo.
Fiquei sério ouvindo a confissão. Olhei para o Caio novamente e ele continuava branco, calado. Voltei a olhar para ela que continuou:
- Acabei deixando me levar pelo momento e deixei que ele gozasse dentro de mim, mas foi no cuzinho. Não tem perigo de eu engravidar. Eu... Eu sei que havíamos combinado que isso não poderia acontecer, mas ele é um carinha de família. Estudante, bem apessoado. Me desculpa.
Parou por um momento, como que analisando minha reação e emendou:
- Também você foi inventar essa estória de casal liberal, de corno, de ménage, que eu acabei perdendo a linha! Eu não queria, você sabe. A carne é fraca...
Ela tentou me beijar, mas esquivei. Não havia clima para aquilo. Tirei-a de cima de mim, deitando-a na cama e fui até o barzinho, onde me servi uma bebida. Queria tirar aquele gosto amargo da garganta. De lá passei a encará-los com o semblante sério, fechado. Ambos estavam sentados na cama, em silêncio e com os olhos arregalados. Ela soluçava. A tensão era evidente.
Depois de algum tempo, saí do barzinho e, sem lhes dizer uma única palavra, comecei a colocar minhas roupas. Eles entenderam que a festa havia acabado e começaram a se vestir. Assim que me arrumei, coloquei um valor sobre a mesinha para pagar a “estadia” e fui saindo:
- Você não vai me esperar? - Ela perguntou aflita, vindo em minha direção e segurando meu braço.
- Tem dinheiro suficiente aí para pagar o motel. Vou dar uma volta. Preciso pensar... - Respondi sem nem a encarar direito.
Ela me pediu para espera-la. Disse que queria ir junto comigo para conversar, se explicar, ou somente estar junto. Eu a dispensei:
- Eu não quero estar com ninguém agora, muito menos com você. Quero e vou ficar sozinho para pensar.
- Deixa eu ir com você, por favor? Eu fico quietinha. - Ela me pediu, chorando.
- Não insista ou a gente vai brigar. Estou com a cabeça quente e não quero conversar agora. - Falei.
- Mas pra onde eu vou? - Ela perguntou, chorando.
Minha vontade naquela hora era manda-la ir “à merda”, “para o inferno”, ou “para puta que a pariu”, mas engoli a seco aquele sapo e preferi ser diplomático:
- Vá para a praia ou para a pensão. Fique na piscina da pensão se quiser. Vá para onde quiser. Só não virá comigo... - Respondi, já sem muita paciência, tirando sua mão e saindo da suíte.
Saí do motel e vi que a uns 10/15 metros do outro lado da rua havia um barzinho. Fui até lá, me sentei, pedi uma cerveja e um salgado. Fiquei então pensando se não havia exagerado e se não deveria voltar lá e falar com ela. Comecei então a pesar tudo o que havíamos construído como casal, nossa família, filhos, patrimônio, sentimentos, projetos para o futuro... Será que aquele deslize seria suficiente para justificar o fim de tudo? Fui remoendo, o tempo passando, e pedi outra cerveja. Depois outra... E outra... E outra.
Acho que já devia ter passado quase 1 hora e nada deles saírem do motel. Será que teria acontecido alguma coisa? Ela teria feito alguma besteira? Ou será que eles teriam aproveitado para dar mais uma sem o corno por perto? Será que ele a estaria comendo “no pelo” novamente? E gozando dentro dela outra vez? Eu decidi que iria voltar lá para tirar essa dúvida e, se confirmasse nova traição, terminaria tudo em definitivo.
Quando pagava a conta no balcão do bar, vi que eles saíram. Da distância onde eu estava consegui ver bem seu semblante. Ela parecia bastante abatida, triste. Então, não devem ter transado depois que eu saí, pensei. Só se ele fosse um grande canalha e ela uma puta sem noção. Vi o carro se afastar e, pelo caminho que tomaram, ou estavam indo para a praia principal ou para a pensão:
- Foi traição, amigo? - Meus pensamentos foram interrompidos por uma pergunta.
Então, voltei minha atenção para o locutor e vi que o dono do bar me olhava e, pelo jeito, teria deduzido tudo pela forma como eu encarei e acompanhei o carro que havia acabado de sair do motel:
- É complicado... - Falei sem querer dizer muita coisa.
- Sempre é... - Ele disse e continuou: - Tenho esse bar há uns 10 anos, mais ou menos o mesmo tempo desse motel e já vi isso acontecer muito. Alguns discutem, outros brigam, outros choram, já teve até tiro, mas poucos foram homens de verdade para saírem sem se rebaixarem... Tem que ter muita coragem para não se render a emoção e fazer isso, e, pelo que estou vendo, você parece ser um desses.
Pensei até em contar para ele o que havia acontecido, mas não sabia se teria coragem de contar tudo. Talvez só a parte da traição para que eu não ficasse tão por baixo e para não ouvir um “você que procurou o chifre”. Quando ia falar, ele prosseguiu:
- Se quiser desabafar, fique a vontade. Mas se não quiser, eu entendo. - Disse enquanto abria uma cerveja e servia um copo para mim e outro para ele: - Essa é por conta da casa. Só vou te dizer uma coisa, se você tem família com essa mulher, pense muito antes de se divorciar: patrimônio a gente faz outro, mas mesmo que você tenha outro filho, nunca será igual aos que ficaram com ela. Não rompa com eles. O erro dela não vale a pena.
Tomou um gole e continuou:
- Mas seja sincero consigo mesmo e com ela também. Se entender que existe condição para continuarem, seja franco e diga o que não aceita e que o exige para continuarem juntos. Não se submeta, porque sua vida se transformaria num inferno.
Ouvi aqueles conselhos calado e decidi não contar nada. Aceitei a cerveja, bebi com ele, agradeci e saí. Decidi ir pela direção contrária da orla à pensão. Iria refrescar ainda mais a cabeça antes de decidir qualquer coisa. Andei sem rumo por um bom tempo. Depois parei num quiosque comi uma porção de peixe frito, cerveja e voltei a andar. Pensava, aliás pesava se o que ela havia feito seria grave o suficiente para acabarmos com tudo o que havíamos vivido até ali.
Liguei para a pensão para saber se ela estava e a atendente me confirmou que as chaves não estavam no balcão, perguntando se queria que transferisse a ligação, o que recusei. As palavras daquele senhor no bar também entraram na análise e, mesmo sem chegar a uma conclusão certa, decidi voltar para a pensão e confrontá-la de vez.
Voltei com a mesma velocidade que fui: andando lentamente pela orla. Tomando um sol que àquela hora estava a pino. Minha careca já estava vermelha. Não sabia o que dizer, nem o que gostaria de ouvir, mas sabia que não poderia ficar andando eternamente. Teria que resolver aquela situação e seria agora, de uma vez por todas.
Cheguei na pousada e me dirigi até o quarto. Bati na porta e ela logo abriu. Ao me ver me abraçou e já começou a chorar:
- Precisamos conversar. - Eu disse, enquanto a afastava e me dirigia para o interior do quarto.
Ela fechou a porta atrás de nós e veio atrás de mim:
- Onde você estava? Eu estava louca de preocupação. Pensei até em ligar na polícia. - Ela se adiantou: - Porque você desligou o celular? Eu…
- Pode parar! Não vim para você me dar sermões. - Falei, a interrompendo: - Estive andando e pensando sobre tudo o que aconteceu, e não atendi porque não estava com meu celular. Se estivesse com ele talvez também teria te atendido…
Ela me olhou com os olhos arregalados:
- Você começa ou eu começo? - Eu perguntei.
- Me desculpa, sei que errei. - Ela começou, soluçando enquanto falava: - Errei quando não te avisei e pedi para transar com ele na salinha da suíte, errei quando transei com ele sem camisinha e errei quando deixei que ele gozasse dentro de mim. E errei também quando te chamei de corno e quando ele também fez isso, você é um ótimo marido e pai. Eu não tinha o direito de te humilhar, nem de brincadeira.
Ela estava realmente tensa e bastante nervosa. Esfregava aos mãos uma na outra com frequência e a posição em que estava sentada, denotava que não estava confortável naquele momento:
- Por favor, me perdoa. Não deixa esse erro acabar com tudo o que a gente construiu até hoje, não seria justo com as meninas. Pelo amor de Deus, eu te amo tanto e não quero viver sem você. - Ela deu uma parada, me olhando e continuou: - Também você teve que inventar essa estória de menage, cuckold. Você também é culpado. Estávamos vivendo muito bem nossas vidas.
- Tá, ok, então. Se você acha que a culpa é minha, eu te peço desculpas. - Eu respondi: - Assunto encerrado.
Disse e me levantei:
- Aonde você vai? Pelo amor de Deus… - Ela me perguntou, aflita.
- Vou no banheiro.
Quando retornei e ia começar a falar, ela se adiantou:
- Olha, desculpa de novo. Eu estou tentando te empurrar uma responsabilidade que é minha. Você não me obrigou a nada. Propôs, me orientou, nós criamos as regras e eu as quebrei. Desculpa. - Disse me olhando nos olhos e dessa vez senti honestidade: - Você tem todo o direito de estar bravo, mas eu queria que você considerasse tudo o que já vivemos juntos, os altos e baixos, antes de tomar qualquer decisão.
Fui até o frigobar e peguei uma água:
- Você errou sim. Isso é fato! Eu pensei sim em me separar de você, porque comecei a duvidas de sua honestidade. O fato de você querer dar uma trepadinha com ele na salinha, eu relevaria facilmente. Afinal estávamos no mesmo ambiente e você sabia que eu poderia acordar, como de fato acordei.
- Como é que é? - Ela perguntou.
- Eu acordei quando vocês começaram a transar na cama. Vi quando vocês saíram e foram pra salinha. - Ela agora me olhava surpresa: - Eu até estava excitado com a cena, mas tudo ficou estranho quando você o autorizou a te comer sem camisinha. Nessa hora eu pensei em parar tudo, mas estranhamente congelei. - Eu disse.
- E porque você não parou a gente? Você sabia que não era o combinado…
- Eu não sei. Congelei. Não sei se pelo tesão do momento, ou se por medo de te perder, ou sei lá…
Tomei um pouco de água, olhei para ela. Seu olhar estava meio perdido. Ofereci água e ela também bebeu um pouco:
- Porque você demoraram a sair do motel? - Perguntei.
- Depois que você saiu eu comecei a chorar. O Caio ficou lá me consolando, acalmando por um tempo. Quando me controlei um pouco, nos vestimos e fomos embora. - Ela disse: - Inclusive, seu dinheiro está aí. Ele fez questão de pagar.
- Grande consolo…
- Você vai me perdoar?
- Você não foi a única a cometer erros, eu também errei. Mas você fez algo que nunca deveria ter feito e isso colocou você em risco…
- Eu transei com um estranho sem camisinha. - Ela me interrompeu, colocando as mãos na cabeça: - Eu sei. Isso está me martelando a cabeça o dia inteiro. Será que tem algum risco?
- Risco é claro que tem. Nós mal conhecemos o rapaz. Por mais bem apessoado que ele possa ser, não sabemos nada de seu passado…
- Ai, meu Deus!...
- Fica tranquila. Não vai sofrer por antecipação. Chegando em casa você vai fazer exames para ter certeza de que está tudo bem. - Eu já a tranquilizava: - Pessoalmente, eu acredito que ele tenha falado a verdade. Realmente ele parece parecia ser um carinha gente boa. Mas que sirva de lição.
- Tá. Mas e como a gente fica? Você me perdoa?
- Já disse que nós dois erramos e também concordo que devamos nos dar uma chance de seguir em frente. Nossa família significa muito mais que um erro. Eu te perdoo, e você me perdoa?
- Não tenho que te perdoar. O erro partiu de mim. - Ela disse isso e veio me abraçar.
- Posso falar?! Achei legal você ter tido vontade de transar com ele à sós, mas nunca mais esconda de mim: você está liberada, sabe disso, mas sempre quero estar junto ou pelo menos conhecer a pessoa, saber quando e onde irão. Só não gostei e não admito que você de você ter transe sem camisinha. É tudo por uma questão de segurança.
- Desculpa. Eu errei mesmo. Chegando em casa vou fazer exames... – Ela falou, meio que entristecida.
- Desencana... - Tomei mais um pouco de água e brinquei: - Agora fica de quatro que quero ver como ficou seu cuzinho...
Ela me olhou surpresa:
- Ah, vá à merda! - Respondeu, rindo.
Nos abraçamos e nos beijamos, sacramentando o perdão pelos erros cometidos e realmente aquele gosto amargo de traição parecia ter desaparecido:
- Fica de quatro, safada! Deixa eu ver esse rabo. Quero ver se ele te arregaçou bem gostoso... – Falei, autoritário, rindo em seguida.
- Não mesmo.
- Vamos combinar novamente que sexo só entre nós e com pessoas que escolhamos, ou com quem permitamos e sempre, sempre, com preservativo. Não tem camisinha, não tem trepadinha. Se um dia você quiser sair com algum conhecido, não tem problema, mas me avise. Não faça pelas minhas costas, ok?
- Eu nem sei se vou querer sair com outro novamente. Mas se algum dia você notar que eu estou saindo da linha, principalmente se tiver bebido, me fala. Não me deixa seguir sem rumo. - Ela disse.
- Então vamos pra praia. Aproveitar o resto do dia… - Eu propus.