Olá, caríssimos.
Demorei um pouco mais que o normal porque estive lendo os comentários e julgamentos de alguns leitores a respeito dos acontecimentos que narrei.
Prezo demais a opinião de vocês e por isso decidi tecer alguns comentários antes de postar um novo conto.
Não citarei os nomes, mas os leitores se identificarão no decorrer.
Pois bem.
Alguns mencionaram que não aceitariam a traição, não perdoariam ou, pelo menos, não tão cedo.
Realmente compreendo a respeito das posições de cada um.
Mas coloquem-se no meu lugar: um ano e meio de namoro, mais dois anos de noivado e agora somamos mais de quatorze anos de casamento na época. Some-se a isso ainda duas filhas, patrimônio, sonhos, projetos, realizações, cachorras, gato, passarinho, peixes, etc.
Temos uma vida em comum. Daqui há alguns anos terei vivido mais com ela do que vivi com meus próprios pais. Ela já representa uma imensa e importantíssima parte na minha vida, na minha estória.
Errou? Sim, errou e feio. Doeu? Sim, bastante. Abalou? Sim. Mas tudo isso eu ainda explicarei nos próximos contos. Não é essa a questão.
Fui o seu primeiro homem e ela já contava com 21 anos de idade. E permaneci como único até nossa primeira experiência a três depois de casados.
Por isso ela ter cometido esse “deslize” não me pareceu sério o suficiente para justificar o fim de tudo o que já havíamos vivido. Ela era realmente novata com um terceiro e não soube dizer “não” quando deveria: errou em sair com ele sem me avisar ou pedir, pois sexo com outro as escondidas é sim traição quando o combinado não o permita; errou ao transar sem preservativo, pois colocou sua saúde em risco e colocaria a minha se transasse comigo sem me avisar.
Por minha vez, eu também errei ao não ter parado ela logo no início que a vi sair as escondidas e mais ainda depois quando ela decidiu se entregar sem proteção. Ela era uma “iniciante” com outro; eu já tinha experiência de vida o suficiente para tomar uma ação e talvez nisso eu tenha cometido um erro maior que o dela: pois não parei a transa sem proteção, permitindo que ela colocasse sua saúde em risco, coisa que, na condição de marido e protetor, eu DEVERIA TER EVITADO.
Ou seja, tanto eu como ela erramos no episódio e seria muito machista, hipócrita, errado mesmo de minha parte, não perdoá-la pelo que aconteceu.
Eu a perdoei sim, no mesmo dia sim, porque erramos os dois, e mesmo que o erro tivesse sido somente dela, eu a teria perdoado também porque compreendi que naquele momento e ambiente foi algo de menor potencial. Além disso, ela me deu minhas 2 maiores riquezas nessa vida, nossas filhas, que, por si só, já justificariam relevar o acontecido.
Agora, peço permissão para fazer um rompimento com a estória que vinha apresentando. Vou voltar a ela novamente depois, mas hoje vou fazer algo diferente. Um leitor disse que gostaria de ler o ponto de vista DELA nos eventos daquele dia e achei a proposta interessante. Difícil foi convencê-la a revisitar aquele momento específico. Conversei com ela bastante e disse que seria interessante até para que os leitores pudessem entender seu ponto de vista.
Ela não tem a mesma facilidade em escrever que eu. Por isso, escreverei usando o ponto de vista dela e inserindo tudo o que ela me disse a respeito.
Espero que entendam.
Do Mark.
E agora com vocês, a versão da Nanda.
Sou católica, criada em família conservadora, repressiva mesmo. Meu pai era completamente controlador, não me deixava ter amigos sequer. Em meus aniversários, quando tive e foram poucos porque ele achava que não era uma festividade importante, somente podia convidar meninas. Na única vez que convidei uns amigos próximos, colegas de escola, ele fechou a cara e não ficou sequer no aniversário.
Namorado só tive dois e o primeiro era gay, com certeza. O que explicaria ele ter tirado a mão de minha bunda, assustado, no dia em que o testei? Aliás, eu só fiz isso também porque ele não avançava nenhum sinal, parecia não me querer. Nossos beijos eram sem calor, nosso contato físico somente superficial e ele tinha uma colcha cor de rosa com babadinhos na cama dele. Desconfiei mesmo, testei mesmo e reprovei ele na primeira vez. Terminamos.
Algum tempo depois, não sei quanto ao certo, conheci meu segundo. Nem considero esse como namorado verdadeiro porque ficamos pouco tempo juntos. Esse já foi safado desde o início. Com pouco tempo tentou avançar o sinal e chegou a levantar minha camisa, desnudar, tocar e mamar meus seios. Além disso, chegou a tirar seu pau para fora das calças e me fez tocá-lo também. Nesse dia eu surtei e fugi dele. Nunca tinha feito isso e não sabia o que fazer. Talvez se eu não tivesse conhecido o Mark, ele poderia ter sido o meu primeiro homem. Aliás, de certa forma o Mark me roubou dele, porque nós ainda tínhamos um rolo, mas o Mark veio e ocupou o espaço, sem deixar margem para ele sequer tentar mais nada.
Com o Mark o negócio foi sempre quente. Com 2 semanas ele tentou tirar meu soutien. Briguei feio com ele, mas ele me pediu desculpas e disse que iria se comportar. Não se comportou e com 2 meses perdi a virgindade. Não sei porquê, mas com ele senti segurança e deixei rolar. Namoramos, noivamos, casamos e estamos casados, espero que para sempre.
Não foi fácil aceitar a idéia de que meu marido, pais de minhas filhas, queria ser corno. Por mais que ele diga que não é isso, é isso que eu entendi na época e, na minha concepção, ainda é hoje. O fato de chamar de "cuckold", etc., não parece mudar nada a realidade. Tudo bem que que ele me explicou e eu concordo que não há traição alguma por ser algo permitido, inclusive, em que ele participa, mas isso não deixa de ser estranho e contrário ao que eu aprendi.
Na primeira vez que ele me falou, eu quase entrei em choque. Era loucura. Eu pensava que o sonho de todo homem era justamente encontrar uma mulher virgem e que seria somente dele por toda a vida. Daí vem o meu marido, que já era o pai das minhas duas filhas, e me propõe transar com outro. Loucura, simplesmente loucura. Ou ele estava me testando, ou ele estava querendo transar com outras, pensei de cara.
Brigamos e ficamos algum tempo sem nos falar, mas como a carne é fraca, logo estávamos fazendo um sexo gostoso novamente. Aliás, sexo nunca foi problema entre a gente. Fazíamos de tudo. Raramente anal porque não sou curto muito. Durante nossas transas, com o tempo, ele foi introduzindo novamente essa fantasia e eu deixei rolar: se ele gostava, que mal tinha. Mas eu pouco interagia com a fantasia dele. Sei lá, ainda achava aquilo errado.
Num certo dia, nem me lembro quando ou como, havíamos brigado porque ele novamente me cobrou uma definição sobre a fantasia que até então era só dele. Ficamos sem nos falar nesse dia. Nossas filhas coincidentemente foram dormir na casa dos avós. No outro dia de manhã, ele acordou atacado e me pegou de jeito. Estávamos fazendo um sexo gostoso e ele, bem animado, me falou que tinha pensado em duas opções para realizarmos a fantasia dele: um amigo meu próximo da época do colégio, que descartei logo de cara justamente por ser amigo e próximo; e um ex-professor de uma escola em que trabalhei e que certa vez havia me cercado, dado "uns amassos" e beijado à força.
Não sei porquê, disse que ele seria uma possibilidade, porque estava se preparando para prestar concurso para o Corpo de Bombeiros na época e eu sempre achei bonito homens de uniformes. Quando eu disse isso, o Mark se transformou: virou um leão na cama e me comeu como poucas vezes nesses anos de vida em comum. Eu, vendo a animação dele por eu ter apenas aceitado a possibilidade, o instiguei um pouco mais, falando “Quer então que eu dê para o fulano, quer?”, “Olha que eu dou, hein!?”, “e se ele me fuder mais gostoso que você, hein!? Você vai deixar?”, “Bombeiro, ele deve estar malhado, forte gostoso, com uma pegada… acho que vou querer mesmo”. Nossa! Ele me virou do avesso. Usou, abusou, fez e desfez. Foi quase uma hora direto e na pressão. Fizemos de tudo, em todas as posições possíveis. Naquele dia vi que a fantasia dele funcionava como um “Viagra”: se somente falando aceitar a possibilidade e interagindo ele ficava atacado, imaginei como ele ficaria se realizasse de verdade.
Daí fomos liberando. Saindo mais, me exibindo mais, curtindo mais. Comecei a me deixar paquerar, mesmo que sem a finalidade de sexo ainda e tudo isso deixava ele cada vez mais tesudo na cama. Nossas brincadeiras foram aumentando de intensidade. Comecei a aceitar mais os galanteios e até cheguei a dar uns beijos em baladas em outros, mas sempre com ele no recinto, sabendo e autorizando. Engraçado que nos contos que li ele não parece ter mencionado essas passagens. Acho que esqueceu ou não achou relevante.
A primeira vez em que cruzei essa linha da fantasia e brincadeira para o sexual mesmo foi justamente no Rodeio, com o Cadú, e com o policial quando voltávamos para casa. Nesse dia nosso sexo, que já estava muito bom, foi maravilhoso. Então, decidi que iria dar o próximo passo e me entregar de verdade, só não sabia quando nem com quem.
Daí surgiu essa viagem para a praia, onde conhecemos o Caio e aconteceu o que aconteceu. Não vou negar que estava com medo. Claro que estava. Ele foi meu segundo homem. Mas também não vou negar que gostei e muito do sexo que fiz com ele, afinal ele era bem dotado, mais novo, forte, bem bonito e me fodeu bem gostoso. Aliás, eles me foderam bem gostoso. Me senti uma rainha nesse dia.
Sei que alguns pensaram que eu gosto de humilhar o Mark e, talvez inconscientemente, goste mesmo, mas não para diminuí-lo, mas porque nesses anos aprendi que ele se excitava com isso. Por isso que naquele dia mandei ele para a salinha enquanto começava a me insinuar, entrosar, esfregar com o Caio. Claro que eu iria chamá-lo depois para participar, mas sei que ele ficaria louco na salinha imaginando o que eu estaria fazendo com ele. E chamá-lo de corno foi algo que já vínhamos utilizando em nossa cama.
O meu erro foi somente ter caído na tentação de transar com o Caio sem avisar ou pedir para o Mark. Eu sei que se tivesse pedido, ele teria deixado: estaríamos no mesmo quarto de motel, a poucos metros de distância. Mas eu não sei o que aconteceu comigo naquele dia: quando o Caio me penetrou novamente, ainda na cama, o tesão me cegou completamente e acabei topando ir com ele as escondidas para a salinha da entrada.
Apesar de eu saber que era errado, pensei que não seria tão importante assim para ele. Errei porque o combinado não era esse e, apesar de estar com alguém que ele já conhecia e autorizava, não o avisei. Talvez o tesão do momento, o fogo da trepada, minha buceta que já estava latejando, aquele gostinho do proibido acabaram me fazendo cair naquela tentação e caí.
Entretanto, o meu maior erro não foi esse, porque sabia que o convenceria a me perdoar. Meu maior erro foi ter me deixado levar pelo tesão e aceitado transar sem proteção. Não sei se foi pela minha inexperiência com outros homens, ou porque não queria parar a transa para ele buscar outro preservativo, perdendo o ritmo, mas acabei propondo e transando sem proteção e sempre que me lembro disso, me dói o coração imaginar o quanto o magoei ao fazer isso. Já cheguei a chorar sozinha diversas vezes lembrando disso.
Não ter me protegido, não colocou somente a mim em risco, mas a estabilidade de toda a minha família. Eu sei que não transaria com o Mark sem camisinha antes de fazer exames para me certificar estar tudo bem, mas e se eu tivesse contraído uma doença, uma AIDS, por exemplo. Sei que AIDS pode ser controlada, tratada, mas e como ficaria minha família? Como eu explicaria ter sido contaminada? Como eu poderia continuar sendo uma esposa plena para ele?
Graças a Deus ele é bastante equilibrado e pensa muito na família. Se magoou, se machucou, mas me perdoou. Não sei se ele me perdoaria se não tivéssemos as meninas, até acredito que sim. Mas o certo é que hoje vivemos cada dia melhor juntos e cada vez mais explorando as possibilidades que nossa sexualidade nos permite. Só não aceitei a ideia de vê-lo com outra. Sou muito ciumenta e não tão confiante quanto ele.