No momento em que eu fiz o desabafo de maneira mais alterada, a pessoa que estava ali sentada à minha porta levantou a cabeça, então eu pude, realmente, definir quem era. Ela, ao me ver, levantou apressada e correu ao meu encontro. A distância era pequena, uns cinco metros. talvez. Logo ela estava junto a mim e me abraçou. Eu permaneci com os braços estendidos junto ao corpo, sem esboçar nenhuma reação de movimento. O que eu fiz foi bufar, demonstrando a minha insatisfação em vê-la. Permanecemos assim, por alguns instantes. Ela estava com a cabeça recostada no meu peito, e eu percebi que ela estava soluçando. Aquilo, ao contrário de tirar virtude de mim, me incomodou a ponto de querer afastá-la e me livrar daquele abraço. Peguei em seus braços, abrindo-os e a afastei.
-- Por favor, não me maltrate. Depois de tanto tempo, eu consegui te achar e vim a fim de fazer as pazes, conseguir o seu perdão. Eu sei que errei, que te fiz muito mal, que não deveria ter agido com você como eu fiz. Hoje eu vejo isso. Desde aquela época, eu não consigo ter paz, sabendo que você me odeia. Não consegui mais ter uma vida normal, depois daquilo. Nada mais me interessa. Por favor, me escuta, deixa eu te explicar o quê aconteceu e porquê aconteceu. Ela disse, chorando. Só me ouve, depois eu vou embora e prometo nunca mais te aborrecer. Eu prometo, ela enfatizou. E soluçou um soluço tão doído que quase me enterneceu.
Eu permaneci calado, olhando para a Isabela, ponderando sobre tudo o que ela disse, e ao reparar em seu rosto, eu percebi o quanto ela estava desgastada. Ela estava, naquele momento, com uns 23 anos eu calculei, mas a aparência era de uma mulher de 30 ou 35 anos. Estava murcha como uma flor não regada. O brilho da pele, dos olhos, da boca que lhe dava o frescor da juventude havia apagado. Onde estava a Isabela criança tão linda, alegre, cheia de entusiasmo, que eu conheci e tanto amei? Pensei, mas permaneci calado, olhando-a, ainda a segurando, para que ela não voltasse a me abraçar. Naquele momento, eu senti compaixão por vê-la tão definhada, tão diferente da menina sapeca e alegre com quem eu estive casado, mas, todo esse sentimento de ternura que, por um instante, eu senti, se esvaiu quando me voltou à mente o que ela houvera feito em retribuição ao que eu lhe ofereci. Com isso, voltou também a razão, e o primeiro pensamento foi como me livrar dela. Eu não queria deixar que ela entrasse no apartamento e correr o risco dela conseguir me demover da minhas convicções. Mesmo porque, tinha a Juliana, a quem eu não queria magoar e nem podia desrespeitar, então eu disse para a Isabela que ela não poderia ficar no apartamento. Eu a levaria para um hotel, onde conversaríamos. Ali ela pernoitaria e no outro dia cedo, eu a levaria à rodoviária para que ela voltasse para sua casa. Ela tentou argumentar, perguntando porque ela não poderia ficar comigo, dizendo que não faria nada para aborrecer, pedindo, por favor, que eu não a desprezasse daquele jeito, que ela só queria conversar comigo, se explicar. Eu disse que tudo bem. A gente conversaria, eu a deixaria se explicar, mas não ali. Porque não aqui, ela perguntou. Porque eu não quero aqui, eu disse, procurando não lhe dar maiores explicações. Vamos, pegue sua mochila e vamos procurar um lugar para você passar a noite. Ela resignou-se e me atendeu.
-- Eu vou, mas só se você prometer que vai me ouvir, me deixar falar... ela disse.
-- Eu prometo que vou ouvir tudo o que você tem a me dizer. Eu respondi, não querendo que ela voltasse atrás.
Saímos, rodamos um pouco. Eu já conhecia razoavelmente a cidade, logo achamos um hotel bem confortável, alugamos um quarto. Eu já deixei logo a diária paga.
No quarto, sentamos, ela na cama e eu numa poltrona que havia ali, então eu disse que ela poderia falar que eu seria todo ouvidos. Eu peguei água no frigobar e ofereci para ela, que aceitou. Bebemos e ela começou a falar:
-- Bem, a minha irmã ficou muita aborrecida quando você disse que ela era uma vadia, uma traidora, que não sabia como o marido dela admitia o que ela fazia com ele (eu falei num momento em que estávamos num bar e a Cíntia estava com o Robson e não com o marido dela, beijando o cara na nossa frente, dando mau exemplo para a irmã e aquilo me aborreceu muito uma vez que estávamos próximos de casar). Eu lembro que nós estávamos bebendo e conversando, no bar, e ela te respondeu que todo homem é um corno manso em potencial, que você só não era, ainda, porque não era casado. Você respondeu que corno até poderia ser, que ninguém estava livre disso, mas não manso, que você nunca aceitaria uma traição. É o que veremos, ela disse, todo homem é um otário. Bem, a partir daí e ela passou a te odiar, querendo de todo jeito se vingar de você. Sabe, minha irmã, quando minha mãe não tinha como nos sustentar, ainda muito nova, com apenas 17 anos, ela tomou as rédeas da casa e nos proveu de todo o essencial, comida, roupa e tudo o mais, inclusive proporcionou que eu estudasse. Ela havia conseguido emprego no depósito, com o Robson, de quem logo se tornou amante. Eu achava que, pelo o que ela havia feito por mim, não poderia nunca negar algo a ela, mas até então eu não percebi que ela estava me usando para te atingir. Então foi me orientando como fazer para apressar o casamento. E assim aconteceu de logo nos casarmos. Quando o Júlio apareceu, todo arrogante, senhor de si e se dizendo comedor, que comia toda mulher que ele quisesse, minha irmã viu nele a oportunidade que ela esperava para se vingar. Numa das visitas do Júlio a Juiz de Fora, eles estavam conversando, no depósito, como quem não quer nada, ela falou sobre mim, elogiando a minha beleza, ao que o Júlio logo disse que queria me conhecer. Ela disse que eu não seria para o bico dele, pois já estava casada, falou isto apenas com o intuito de incitá-lo, pois ela sabia que homens como ele não corriam de um desafio. Foi quando ela mostrou a tal foto em que eu estava de biquini, na praia. O Júlio ficou entusiasmado com o que viu e pediu que ela me apresentasse a ele. Criaram, então, a situação do bar. Minha irmã que planejou tudo, inclusive o vestido que eu usei, mas queria que você estivesse junto. Ela que sugeriu que eu e o Júlio fôssemos dançar. Eu não queria, pois sabia da sua reação, mas ela insistiu, dizendo que não ligasse para mim, que qualquer coisa, depois eu resolveria com você, que você era meu “pau-mandado”. Ela conseguiu me convencer e eu fui, mas não sem antes te avisar. Logo que começamos a dançar, o Júlio já me puxou para que eu me encostasse nele e ficou me elogiando, falando no meu ouvido. Eu não vou negar que aquilo, o jeito arrogante dele, e a forma que ele me pegou, me fizeram balançar, então eu deixei, por um instante, que acontecesse. Eu o senti se esfregando em mim. Ele estava muito excitado e eu senti o grande volume sendo pressionado e se esfregando contra minha xoxota...
Neste momento, eu senti que ela olhava para mim, tinha dado uma pausa, tentando perceber a minha reação ou mudança de feição, mas eu, que estava de cabeça baixa, levantei o rosto, e, procurando me manter impassível, apenas pedi que ela continuasse, embora, por dentro, eu estivesse me sentindo como naquele dia eu senti. Ela vendo que eu não reagia, continuou:
-- Vendo que eu não reagia ao contrário, ele ficou mais abusado e começou a me alisar, pegando na minha bunda, nos meus seios, até que enfiou a mão entre nós, e pela abertura da minha saia, começou me alisar, por cima da calcinha, e aí logo você chegou...
Eu pensava em não falar nada, para não demonstrar qualquer sentimento de raiva, ciúme ou qualquer outro que fosse, mas naquele momento eu perguntei:
-- E você?
-- Eu, o quê? Ela perguntou em dúvida do que eu queria saber, pois eu realmente, não tinha sido direto para ela não perceber o motivo do meu interesse.
-- O que você estava sentindo? Você correspondia? Por fim, eu disse.
-- Posso falar? Eu não quero te aborrecer...
-- Se eu perguntei é porque pode. Não vou me aborrecer mais do que eu já estou por você ter vindo. Aliás, falando nisso, como você me achou?
-- Depois eu te falo disso. Deixa-me continuar...
-- Vai, continua...
-- Respondendo à sua pergunta, como eu disse, eu estava com tesão, aquele homem mexia comigo. Ainda mais, alisando a minha bocetinha, eu perdi um pouco da minha pouca razão. Eu estava bem úmida, embaixo. Mesmo porque, naquela semana, nós ainda não tínhamos transado. Eu teria deixado ele prosseguir, se você não tivesse me tirado dali. Mas continuando, ir para casa da praia, também foi armação da Cíntia. Ela que insistiu para que fôssemos, dizendo estar cansada e queria descansar. Eu não sabia que o Robson e o Júlio também iriam. Nós já estávamos lá quando eles chegaram. Eu fiquei meio sem saber o que fazer, mas a Cíntia logo mandou que eles entrassem, e eu sem saber o que dizer, mas sabia que tinha alguma coisa errada. Que aquilo não deveria estar acontecendo, que você, se soubesse, não iria gostar, mas a Cíntia estava à frente, dando as coordenadas, eu fiquei na minha, não querendo ser indelicada e mandá-los embora, e aborrecer a minha irmã. Então, sentamos à beira da piscina e começamos a conversar e a beber. Eu e a Cíntia já estávamos de biquini. Eles colocaram as bermudas e ficamos ali. O Júlio procurou sentar perto de mim e, num dado momento, depois que já tínhamos bebido um pouco, ele começou a me abraçar, dizendo que queria continuar o que tínhamos começado no bar. Eu disse para ele parar com aquilo, que não aconteceria mais nada, mas ele insistia. Nessa hora, a Cíntia me chamou para irmos ao banheiro, Eu disse que não queria ir naquele momento, mas ela insistiu e disse para eu ir que ela tinha algo a me dizer, então me levantei e a segui. No banheiro ela me disse que o Júlio estava doido para me comer, desde o evento do bar que ele não falava em outra coisa. Dá para ele, ela me pediu. Faz isso por mim. O Joel nem vai ficar sabendo. Deixa o Júlio enfiar aquele pauzão gostoso na sua bucetinha, o pau dele é muito gostoso, grande, possante, você vai gozar horrores, você vai ver. Mas eu disse que não queria te trair... Não será traição, ela disse, ele nem vai ficar sabendo. O que os olhos não veem... Faz por mim... Dá você para ele, eu disse, você não quer, não é você que está doida no pauzão dele? Mas ele quer você, ela retrucou. Poxa, minha irmãzinha querida, você também vai gostar. O pau dele é delicioso. Como você sabe? Eu perguntei. Eu dei uma chupada nele, hoje, numa hora que o Robson tinha saído, mas não deu tempo dele gozar, o Robson voltou logo. Então ele está muito tarado, doido para dar uma metida. Você vai dar? Faz por mim, faz, minha querida. Dá a bucetinha para ele. Deixa ele te foder gostoso. Goza naquele pauzão. Eu disse que ia ver, que não garantia. Voltamos e sentamos nas espreguiçadeiras e o Robson voltou a me assediar. Uma hora eu vi a Cíntia fazendo sinal de positivo para ele, então eu levantei, me livrando do seu abraço, dizendo que ia preparar mais bebida. Ao chegar próximo do balcão onde estavam os ingredientes, eu ouvi a Cíntia falando para ele ir me ajudar...
Nesse ponto eu a interrompi, dizendo que, até a hora que eles entraram na casa, que ela o havia puxado, eu tinha visto, que não era preciso ela repetir. Continua daí, porque aí eu voltei para casa, já tinha visto mais do que o suficiente.
Então, você não viu nada... ela falou baixo, olhando para o chão, meio que tímida.
...