Jornada de um Casal ao Liberal - Capítulo 8 - Vai Entender

Um conto erótico de Mark
Categoria: Heterossexual
Contém 1621 palavras
Data: 22/03/2022 09:51:37
Última revisão: 22/03/2022 14:35:19

Acho que dormi umas duas ou três horas. Quando acordei vi que minha esposa já estava acordada, sentada com as pernas encolhidas, recostada na cabeceira da cama e mordendo a unha do dedão de sua mão esquerda. Seu olhar se dirigia para uma parede em branco, focava o nada. Parecia tensa. Sem nenhuma pretensão acariciei o pé que estava mais próximo de mim:

- Ahhhh! - Gritou: - Pelo amor de Deus, Mark. Você me mata do coração!

- Está tudo bem? - Perguntei.

Ela voltou a olhar para a parede e colocou novamente o dedo na boca, reforçando os indícios de que alguma coisa não a agradava:

- O que que foi? Fala comigo. - Insisti.

Seus olhos marejaram imediatamente e tive a certeza de que algo não estava bem. Eu me levantei, sentando de frente para ela e continuei tocando seu pé. Era uma forma de manter um contato físico com ela. Ela abaixou seus olhos e ficou olhando minha mão:

- Ah, Mark... - Começou a chorar.

- Mas o que que aconteceu? Fala comigo. - Pedi.

Ela se encolheu mais ainda e escondeu o rosto nos joelhos. Chorava feito uma criança, chegava a soluçar. Eu já não sabia mais o que fazer e preferi ficar ali ao seu lado, apenas mantendo um contato físico mínimo, esperando que ela se acalmasse e me contasse o que a afligia:

- Não sei o que está acontecendo. - Eu disse, apesar de imaginar que seriam as suas inseguranças: - Mas eu estou aqui e vou continuar aqui do seu lado até você se sentir bem e à vontade para me contar.

Ela chorava e soluçava. Chegava a dar dó:

- Se você não quiser me contar nada agora, eu também vou entender e esperarei o seu tempo. - Disse da forma mais paternal possível: - Quer que eu saia? Quer que eu te abrace?

Ela não dizia nada, só chorava, mas nessa hora ela se jogou pra frente e me abraçou:

- Ô mulher complicada, meu Deus!... - Disse baixinho e rindo, tentando ainda encontrar alguma ironia que pudesse fazê-la sorrir.

Ela ainda ficou um tempo chorando em meu ombro até começar a se acalmar. Foi parando, lentamente, “chupando” o nariz (o tesão já tinha passado mesmo) e depois de um tempo me soltou de forma que ficássemos frente a frente. Então, começou a sorrir também, ainda timidamente:

- Quer conversar? - Perguntei uma vez mais.

- Eu sou uma boba, não sou? - Respondeu, numa pergunta.

- É pra eu responder mesmo? - Brinquei: - O que aconteceu?

- Não sei. Foi tudo tão gostoso... Mas depois vi você dormindo aqui do meu lado, tão gostoso, realizado, leve, parecia um bebê rechonchudo e foi me dando uma agonia, uma medo de te perder... - Falou, já soluçando novamente.

- Rechonchudo?! - Falei, rindo e segui: - Mas de onde você tirou que vai me perder, criatura?

- Eu não sei... - Começou a chorar e rir ao mesmo tempo.

- Deus! Eu nunca vou entender o que se passa na cabeça de uma mulher. - Falei, rindo: - E o pior é que tem três aqui em casa...

Ela chorava e ria nesse momento, numa clássica crise de insegurança do nada:

- Para! Para! Pelo amor de Deus, para! - Pedi: - Não tem motivo nenhum para você ficar assim!

- A Laura é muito mais gostosa que eu!

“Pronto, fodeu!”, pensei. Se eu concordasse ela ia me xingar; se eu discordasse, ela diria que eu estava mentindo. Era uma daquelas clássicas perguntas femininas que não têm uma resposta certa. Teria que fugir pela tangente. Preferi ficar quieto e continuar ouvindo:

- Ela trepa como se o mundo fosse acabar... - Me olhou e continuou: - Eu não chego nem nos pés dela.

Realmente ela trepava demais, mas eu não podia falar isso agora. Aliás, qualquer comentário que eu fizesse seria motivo para discussão mesmo, então decidi optar pela ironia, com pitadas de depreciação, porque o riso sempre alivia a tensão ou facilita uma contra argumentação depois:

- Olha... Primeiro, se eu falar que ela não é gostosa, estaria mentindo. - Ela já ia fechando a cara, então continuei: - Só que ela é claramente uma fisiculturista, já está até meio masculinizada; enquanto você malha mas se mantém extremamente feminina, do jeitinho que eu gosto. E você sabe disso.

Ela já sorria:

- Segundo, ela mete pra caralho mesmo! - Aqui acho que exagerei na entonação, porque ela cruzou os braços e me encarou novamente: - Mas ela aparenta ter muito mais experiência de vida que você, talvez até mesmo que eu, ou vai me dizer que não notou o tamanho dos “buraquinhos” dela, além de toda aquela desinibição e técnicas? Ela estava parecendo um treinador dando aula.

Dei uma respirada, uma rápida analisada na situação e continuei:

- Você é diferente dela. Você é meiga, delicada, sensual, feminina... – Fui me aproximando: - Você tem um cheiro que me deixa louco. Só por estar perto de você fico tentado. Além disso, nossa química é única e você sabe disso: não podemos dar uma esfregada que logo já estamos nos atracando...

Ela já sorria às minhas palavras e meu contato já a deixava mais tranquila, mas decidi não tentar nada sexual ainda. Ela então se entregou a um beijo tranquilo, conciliador e depois me abraçou forte:

- Obrigada, “Mor”. - Disse, já respirando tranquilamente: - Mas eu falei sério que te capo se você me trair com ela.

- Mas foi você que colocou ela na nossa cama, criatura!

Olhei para ela então e caímos, os dois, em uma gargalhada gostosa:

- Posso te falar uma coisa? – Ela perguntou.

- Claro! Manda.

- Não entendi nada daquela estória de você ter entrado bravo aqui, falando alto comigo e com ela. Você sabia que eu ia brincar hoje, não sabia?

- Sim, mas nosso combinado não era você se atracar com uma mulher e sim com o Marcos. Você também sabia disso, não sabia?

- Sim, mas como ele não veio, não vi problema em brincar com ela, ainda mais depois que surgiu um clima...

- Olha, eu já te liberei há tempos, você sabe disso. Só acho que quando combinamos uma regra ou uma pessoa fazemos isso para garantir segurança e discrição, tanto para você como para mim e nossas filhas.

Ela me olhava séria, mas recebia tranquilamente o “puxão de orelha”:

- Pensa bem. Você mal conhecia essa mulher, não sabia nada dela. E se fosse uma fofoqueira? E se fosse violenta? E se tivesse um doença ou coisa parecida? Todo cuidado é pouco nos dias de hoje, não é? Acho que você esqueceu daquele rolo com o Caio, lá na praia, né!? - Falei.

- Nem me fala...

- Então, por sorte não deu nada nos exames que você fez depois, mas e se tivesse dado? - Conclui.

- Graças a Deus! Mas eu já conhecia ela da academia. Ela é gente boa, divertida. Tem aquele jeitão dela mesmo. Eu até imaginava que ela fosse lésbica... - Ela falou: - Por conhecê-la de lá achei que não teria tanto risco assim.

- Você não fez isso tudo de caso pensado não, né? - Perguntei, após uma luz de “atenção” se acender.

- Não, não! Pelo amor de Deus. É claro que não. - Ela foi enfática: - Você sabe que estava tudo combinado com o Marcos. Foi você até que combinou com ele. Eu estava esperando ele. Quando ela chegou foi uma surpresa e tanto. Daí ela me explicou que ele teve um imprevisto com a noiva dele ou coisa parecida e que ele havia pedido para ela vir substitui-lo e como ela já me conhecia, topou.

- E porque que você não me ligou antes de começar tudo? Podia ter me falado que tinha uma surpresa para mim...

- Você não estava me assistindo? Eu imaginei que você iria curtir um pouco o show e depois iria vir correndo...

- Então... Quando eu vi que o Marcos não tinha vindo e mandado uma mulher, imaginei que não iria rolar mais nada e fui cuidar de uns trabalhinhos que estavam pendentes. Afinal, já estava no escritório mesmo. - Comecei: - Daí quando fui dar uma olhada no sistema de câmeras, vi vocês duas se atracando e derrubei um café que havia comprado em tudo por lá. Acertei mesa, computador, celular. Meu computador apagou na hora e quando fui pegar meu celular, ele começou a dar defeito.

Ela me olhava com um “ar de riso” no rosto:

- Então, você não chegou a assistir a gente? - Ela, já ria.

- Meu celular acho que foi pro espaço... e não vai voltar. Já o computador até voltou a funcionar depois e consegui assistir alguma coisa. - Falei e ela ria mais ainda: - Aí me lembrei de um celular velho que tinha lá, troquei meu chip e te liguei. Só que você inventou aquela estória no telefone de que eu teria um almoço com um cliente e só voltaria as 14:00, nessa hora eu pensei que você estivesse tentando me tirar da jogada para ficar sozinha com a Laura.

- Não tem nada disso! Eu só falei aquilo pra ela ficar mais tranquila, porque ela estava receosa que você pudesse voltar a qualquer momento. - Retrucou.

- Mas se vocês estavam se conhecendo melhor para eu participar de uma festinha a três, porque que ela teria receio de eu chegar? - Insisti.

- Uai! Sei lá! Talvez receio de você não gostar. Vai saber...

- Ainda acho que você podia ter pedido licença para ela em algum momento e ter me ligado escondido...

- Nem pensei nisso no calor do momento. Aliás, não pensei em nada...

- Então, tá. Resolvido? Acabaram suas dúvidas? Já tá mais tranquila?

Ela só sorriu. Enxugando uma última lágrima no rosto, mas essa já parecia por ter rido bastante. Resolvi então cutucar a onça:

- E aí? Já combinou algo com a Laurona pra hoje à noite? – Disse enquanto me levantava da cama e ia em direção à porta, não sem antes tomar uma travesseirada na nuca.

- Safado! Vem aqui. Vem... - Ela falou.

Saí gargalhando, mas esperançoso que ela pudesse mesmo querer brincar mais à noite.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 270Seguidores: 630Seguindo: 24Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Parabéns todo o conto foi show.

Mas vejo que tem coisas que não entendi ela com outro sem combinar sem proteção e ainda aceita a ordem do muleque de não dá pra você e obedeceu.voce mau transa com outra e ela e frágil e entra em parafuso mas quando te machucou não teve essa fragilidade quando o homem e corno a melhor transa o pau mais gostoso e sempre o outro e com.

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realmente as vezes é bem difícil de entender as mulheres, mas gosto muito mesmo sem entender...parabéns a história continua bem legal de ler

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Acabo de ler agora esta parte. Muito boa, com uma descrição primorosa de como ocorre mesmo uma ligeira crise após um novo episódio na vida de um casal liberal iniciante. A maior segurança, maior estabilidade do marido, ajudam a equilibrar os desajustes, que muitos julgam como fragilidade, mas é sabedoria emocional, é equilíbrio, uma vez que ele sabe que foi ele que começou tudo isso, e está ajudando a esposa a se encontrar nesse novo ambiente. Nisso eu gostei muito. Que sirva de lição para tantos que poderão também passar exatamente por isso mesmo. 3 estrelas, e o aprendizado continua.

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Continuo e você vai ter que me engolir, Negao450. kkkkk. Brincadeira, irmão. Seguindo sempre...

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Muito bom.

Cada capítulo uma história,cada história,uma sensação me de prazer e satisfação.

Muito bom mesmo..

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Parabéns Mark e Nanda, sua série de contos está muito boa. Venho dando as 3 estrelas em todos os capítulos, mas é a primeira vez que comento. Estava deixando para comentar mais ao final, pois notei que o autor avisa que os conflitos acontecem e são resolvidos no decorrer da história. Na minha visão está tudo correndo de acordo com a vivência de um casal iniciante na vida liberal. O interessante nesse conto, e acho correto e real isso, é que a insegurança passa do marido para esposa, conforme as experiências vão acontecendo. Ou seja, quando ela teve a relação com ouro, ele ficou inseguro. Agora ele teve essa relação com outra e ela ficou insegura. Acho normal. O i.portante, ao meu ver, é que ambos procuraram dar segurança ao parceiro, ratificando o amor existente entre o casal e reafirmando que os parceiros eventuais sempre ficarão em um segundo plano, assim como serão descartados se colocarem em risco o casamento do casal. Isso ficou claro quando ela reconheceu que errou como garoto, assim como nessa conversa do casal. Erros e equívocos são naturais, mas o importante é que o casal exponha esses erros e inseguranças para que possam resolver e seguir em frente. Grande abraço Mark e Nanda e bola pra frente. P.S. Cuidado com a bombada de academia, está me parecendo que ela pode tentar azedar a relação de vcs... já que não conseguiu nada com vc, pode tentar fazer com a Nanda...

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Valeu, amigo. Realmente, a Laura vai aparecer outras vezes, de frente e verso, mas não vou adiantar mais nada! Brincadeira, hein!? Continue acompanhando.

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Não vejo dessa forma, mas você é livre para interpretar os fatos que narrei da forma como sua experiência de vida te autoriza. Forte abraço.

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Tenho um amigo que dizia: A gente não controla nem a direção do jato de mijo ou de porra que sai do nosso próprio pau, será que temos a veleidade de querer controlar com regras situações que são totalmente novas, muitas imprevistas e envolvendo terceiros? Acho que você não entendeu nada, não tem como evitar certos desajustes e quebras, o importante é acertar os ponteiros depois. O difícil numa relação liberal como essa, é PERMANECER JUNTO E CÚMPLICE. Brigar e separar é o mais fácil. E o mais comum... Nisso a vida está cheia. Só frustrados e desajustados que não conseguiram superar os problemas

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Mark, o texto tá bom e tudo mais, mas...

Tem alguma coisa que não tá batendo. Mesmo os relatos sendo reais como você alega ser, ele parece ser pautado nos comentários do conto anterior. E isso não é a primeira vez que eu observo. Não que seja um demérito, tá? Mas cada vez mais me parece inverossímil. Porque, das duas, uma: ou os leitores são videntes ou os relatos não são reais. Também não acho que tenha problema em os contos não serem reais, mas é que parecem contradizer o propósito deles.

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Fala, amigo. Entendo seu ponto de vista. Como eu te disse é uma obra fechada. Eu poderia postá-la toda aqui de uma vez. Quantos você acha que leriam um conto com mais de 200 páginas A4 com fonte arial 12? Quase ninguém. Decidi dividi-la e, quando o capítulo é grande, dividi-lo também. Aí que entra a questão: cada um tira a conclusão conforme os fatos são apresentados e conforme vivenciaram suas próprias experiências. Alguns realmente parecem entender meu ponto de vista e até adiantam atitudes que eu próprio tomei; outros não. Essa é a magia da imersão na leitura interessante: você faz parte e opina uma realidade que muitas vezes corrobora sua própria forma de agir.

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NO FUNDO NÃO INTERESSA E É RAL OU TEM PARTES ROMANCEADAS. Isso já resolvi. A HISTÓRIA É BOA. Eu trocaria o título. 200 páginas A4 com fonte 12, Arial, dá um belo romance de mais de 300 páginas. Revisado, enxuto e limpo de comentários esclarecedores, fará um belo romance. Mark e Nada, se precisar de revisor, fale comigo. Tenho um amigo que tem um selo, através do qual estou publicando meus romances. Ele faz a capa e a diagramação e editoração para publicação. Qualquer coisa fale no privado. Não perca a oportunidade.

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Não interessa muito mais se é real ou se tem partes romanceadas. desculpe o erro da digitação.

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