Mesa de bar, espaço sagrado para aqueles oprimidos pela tristeza e pela solidão.
Ocupava um desses altares sacros da degradação humana, numa bela noite de lua cheia lá fora, a se contrapor, com sua beleza e esplendor, ao meu estado depressivo e tristonho cá dentro. Eis que me chega um simpático rapaz, um colorido drinque na mão, e pergunta se pode sentar alguns minutos. Dou de ombros, indicando-lhe a cadeira – tanto faz, desde que não me encha o saco nem me torre a paciência... (isso não falei, só pensei...).
Pousou suavemente a minha frente, degustou devagar sua bebida, enquanto me olhava, em silêncio; eu permanecia de olhar baixo, nem me importava em ser objeto de observação tão acurada – desde que não me enchesse nem torrasse...
Não fez uma coisa nem outra. Ao contrário, quase como que por acaso, como se dirigisse apenas a si mesmo, falou seu nome (Beto), sem perguntar o meu. Cuidadoso e econômico nas palavras, foi me envolvendo e, aos poucos, fui me soltando, saindo do meu casulo.
Talento da porra tinha aquele cara de se fazer íntimo, sem encher nem torrar. Terminei me abrindo, falando da minha tristeza sem razão; da minha solidão voluntária, mas indesejada; da minha carência de emoções misturada à preguiça de busca-las. Acomodei a cabeça sobre os braços cruzados sobre a mesa e me deixei ficar.
Após algum tempo em silêncio, senti a presença de Beto ao meu lado e sua boca ao meu ouvido. Falava mansamente, enquanto me acariciava displicentemente o braço – arrepiava-me, endurecia-me. Falou de um lugar mágico, capaz de detonar com todas as desditas; um lugar onde os desejos se materializavam, sem restrições. Sorri, sarcasticamente. Mas ele reforçou ser um lugar real, não era metáfora de shangri-lá ou algo assim.
Colocou sua mão (deliciosamente macia) dentro da minha, fez-me descruzar os braços e levantar a cabeça, e, a um gesto, convidou-me a levantar e segui-lo. Normalmente eu travaria, mas do jeito letárgico que eu estava naquela noite, não opus qualquer resistência. Levantei e saímos, por entre as mesas, ele me levando pela mão. Eu não me importava se as pessoas, nas mesas, pensassem malícias ao nos verem passar. Eu não me importava com porra alguma.
Ultrapassamos uma cortina colorida e um ambiente impressionante se nos escancarou aos olhos. Uma piscina azul, de água cristalina, tingida de um branco meio amarelecido pelos raios do luar que incidiam sobre ela (jamais imaginei que houvesse ambiente tão aprazível ali, perto do burburinho das mesas).
Beto apontou-me o trocador e disse para eu me livrar de tudo que trouxera lá de fora: os problemas, as angústias, as tristezas, a depressão... E que simbolizasse o livrar-se dessas negatividades através da roupa, que deveria ser toda retirada e deixada lá. Apenas o corpo nu e a alma desnuda deveriam voltar.
Fiz o que ele pediu. Cada peça de roupa que retirava, sentia-me mais leve. Ao ficar completamente nu, uma carícia do vento noturno fez meu membro erigir, aos poucos; e foi assim, de pau duro, que voltei para a piscina.
O cenário com que me deparei provocou-me indescritível sensação. Beto, completamente sem roupa, rígido caralho, sentado na borda, os pés balançando suavemente dentro da água, provocando ondas. Do outro lado, exatamente na frente dele, três belos homens, igualmente nus, sentados um ao lado do outro, e com as respectivas rolas também duras. E a lua a banhar finamente aquele paraíso humano.
Sem compreender muito o que se passava, mas sem disposição (ou necessidade) de perguntar qualquer coisa que fosse, dirigi-me devagar à piscina. A água deliciosamente morna foi me envolvendo o corpo, pude sentir minha pica cada vez mais tesa, e pude vê-la rígida e palpitante, através da água límpida.
No mais absoluto silêncio, dirigi-me aos três homens da borda; com a mão esquerda segurei uma rola, com a direita a outra, dos que estavam nas extremidades, e coloquei minha cabeça por entre as pernas do que estava ao centro. Capturei sua rola com meus lábios e comecei a chupá-lo, enquanto massageava, cadencialmente, as duas outras picas. Os três gemiam discretamente e movimentavam instintivamente o corpo.
Senti a água mexendo-se e pressenti Beto atrás de mim. Ele encostou-se em minhas costas, abraçou-me por trás, tocando e acariciando meus mamilos; senti seu pau roçando em minha bunda, e ele passou a acariciar minha nuca e minhas orelhas, com seus lábios e sua língua. Aos poucos, fui sentindo sua rola me penetrando; escancarei minhas pernas, abrindo mais meu cu e facilitando sua entrada, que se fez viril, mas suave.
Os movimentos concatenavam-se: eu chupava o caralho a minha frente, enquanto punhetava os outros dois, e Beto me estocava com firmeza – eu sentia a cabeça de sua rola tocar no meu mais fundo, e raios de prazer foram se formando em mim, até que um discreto líquido saiu do meu pau, sob a água, no exato momento em que, num gemido mais forte e num movimento mais intenso, a rola que eu sugava explodiu seu leite quentinho em minha boca.
As duas punhetas, como que concatenadas, explodiram em minha mão, e jatos pastosos cruzaram o ar e se perderam sobre a superfície da água, enquanto Beto enfiava-se de vez dentro de mim e eu sentia sua explosão, ao mesmo tempo que seus braços mais e mais me apertavam.
Fui relaxando aos poucos, sentindo a água me lavar por fora, sentindo o luar me acariciar por dentro, e, aos poucos, o burburinho do bar voltando a ocupar meus ouvidos, como se viesse de bem distante. Em instantes eu estava de volta a minha mesa, sem luar, sem Beto, sem rapazes nem piscina... Mas com uma sensação maravilhosa de que tinha conseguido esmagar a tristeza que me oprimia. Sorri e fiz um gesto para o garçom, pedindo o drinque mais colorido que ele tivesse.