Continuando…
Luiz seguia a todo vapor nos Estados Unidos. Os nove meses longe, o fizeram crescer como homem e profissional. Angel, recuperada, tentava virar a página e seguir em frente. Nunca esqueceu Luiz, o grande amor da sua vida e também, a vítima do seu maior erro. Júlio, curioso, resolveu revisitar o passado recente ao encontrar o pen drive da Natália na sua gaveta.
Após tantos meses, com Luiz vivendo outra realidade e Angel, tentando reconstruir a sua vida, Júlio não imaginava que ainda veria coisas ocultas. Sentiu-se idiota. "Como pude deixar passar batido esse pen drive. Informação é poder." Pensou ele. Voltou a assistir:
"Natália tenta chegar ao portão de saída da ong, mas Flávio é mais rápido e a alcança em pouco tempo. as imagens não são boas, pois o celular está virado para o chão. Mas o áudio é cristalino. Flavio toma o celular da mão dela, segura forte em seus braços e faz ameaças:
- Você quer morrer garota? Tem noção de com quem você está se metendo?
Flávio não percebeu que estava sendo gravado. O celular continua filmando, agora virado para o alto. É possível distinguir a voz da Angel:
- O que você está fazendo aqui? Solta ela, Flávio!
Após alguns barulhos não identificáveis, Angel fala com mais firmeza:
- Eu já falei para você soltá-la.
Júlio ouve o que parece ser um tapa e Flávio diz:
- Tá maluca? Nunca mais levante a mão para mim. Eu não sou o frouxo do seu marido. Essa garota trabalha diretamente com o Luiz, sua idiota!
Angel diz:
- Eu sei!
Natália resolve falar:
- Eu não vi nada, Sra. Angel. Fique tranquila! Eu só vim aqui para fazer o relatório da semana.
Flávio volta a falar:
- Quanto você quer para ficar de bico fechado? Ou melhor, seria uma boa ter uma informante diretamente no dia a dia dele.
Angel se irrita:
- Cala a boca, Flávio! Vai embora! Eu me viro com ela.
Flávio resmunga alguma coisa que não dá para entender, mas sai.
O vídeo tem um corte, como se tivesse sido editado."
Júlio ficou satisfeito com a postura da Angel. Ela cuidou da Natália e lidou bem com o Flávio. Mas também, isso mostrou a ele que ela não era tão submissa ao Flávio como todos imaginavam. Júlio deu play outra vez:
" A gravação parece ser ainda no mesmo dia, por causa das roupas da Angel. As duas estão em uma lanchonete. Enquanto Angel foi ao balcão pedir alguma coisa, Natália conseguiu disfarçar e colocar o celular para gravar novamente. Mesmo mal posicionado, dá para ver bem as reações da Angel e o áudio continua excelente. Natália não perde tempo e pergunta:
- Você me chantageou para descobrir uma traição do seu marido e na verdade, a infiel…
Nesse momento, Angel a interrompe:
- Você não sabe do que está falando. As coisas não são tão simples assim.
Natália começa a pegar pesado:
- Eu vi e pareceu simples até demais para mim. A senhora estava adorando. E o pior, com o melhor amigo do seu marido.
Angel começa a chorar, mas Natália não se comove e continua a falar:
- Depois que faz a merda, fica assim. Nessa hora, não tem pobre e nem rico… todos são iguais. Você só está chorando porque foi flagrada. Se eu não tivesse aparecido, estaria até agora se divertindo. Para com esse teatro.
Angel olha para Natália com ódio e diz:
- Você acha que sabe tudo, não é? Você tem razão em uma coisa: eu fui sim, infiel. Mas eu amo o meu marido.
Natália debocha:
- É muito amor mesmo…
Angel se irrita de vez:
- Luiz não é quem você pensa. Luiz é um moleque mimado que só liga para si. Não está nem aí para os outros. Tente ficar casada com um homem que não tem a mínima vontade de fazer sexo com a esposa. Que passa os dias na internet enquanto está no trabalho e a noite, quando chega em casa, fica horas jogando vídeo game. Tente se imaginar vendo a pessoa que você ama, cada dia tendo menos interesse por você, menos desejo em possuí-la. Passe por isso e depois venha me julgar.
Natália não estava acreditando que aquilo fosse verdade. Luiz era um ótimo chefe. Gostava de ensinar aos seus funcionários e era muito atencioso. Ela disse:
- Se era tão ruim assim, por que não pediu o divórcio?
Angel respondeu:
- Porque eu amo o meu marido."
O vídeo tem outro corte de edição. Júlio pausou e fez uma reflexão sobre o que ouviu: para ele, Angel sempre foi a maior culpada pela separação dos dois. Mesmo com as investidas do Flávio, ela cedeu. Mas ele pensou também, no quanto deve ser difícil estar em um relacionamento em constante frustração.
Júlio ficou pensando em Tina e no quanto ela é fogosa. Ele que não iria dar essa chance para o azar. Ele tentou se colocar no lugar dos dois amigos. Imaginou primeiro, que se não fosse com o Flávio, talvez fosse com um outro qualquer. A frustração sexual da Angel era muito grande. Ela era mesmo presa fácil para qualquer malandro. Depois se colocou no lugar do Luiz. E dessa vez, não se sentiu mal. No fundo, a traição, apesar de muito dolorosa para o amigo, foi também um divisor de águas na vida dele. Matou aquele Luiz fraco e dependente e criou um homem forte e decidido.
Júlio voltou ao vídeo:
" Natalia posiciona o celular rapidamente e atrás dela, dois homens recebem algum tipo de instrução e logo saem da sala. Parece ser a casa dela. Alguém bate na porta e Natália atende. Flávio entra com tudo, dizendo:
- Até que foi fácil descobrir onde você mora. Achou que nossa conversa tinha acabado?
Natália não se deixa intimidar:
- E o que nós teríamos para conversar? Não entendi.
Flávio tenta seduzí-la com promessas:
- Imagine o quanto você pode ganhar me ajudando. E pelo jeito, você precisa mesmo. - Flávio faz cara de nojo ao olhar o ambiente.
Natália se manteve firme:
- Acho que o senhor errou de casa. Angel não mora aqui.
Flávio se irritou, pegou novamente Natália pelos braços e falou firme:
- Olha aqui, garota! Estou cansado dessa sua insolência…
Os dois homens voltaram à sala e Flávio soltou Natália assustado. Mesmo assim, antes de sair, fez uma nova ameaça:
- É bom você não se meter onde não é chamada. Para o seu próprio bem.
Flávio sai e Natália não consegue mais manter a pose. Ela desaba em um choro convulsivo, sendo amparada pelos dois homens. Ela diz:
- Uma sacanagem o que estão fazendo com o meu patrão. Ela é um homem bom.
Um dos homens faz uma advertência:
- Você precisa se afastar disso. Essas pessoas que têm dinheiro não ligam para gente como nós. Vai acabar sobrando para você. Tem muito emprego bom por aí. Uma hora, a gente pode não estar aqui para te proteger."
O vídeo acabou. Júlio pensou por alguns instantes de olhos fechados. Pegou o telefone e digitou o ramal do setor da Bia. Ele disse:
- Peça a Natália para vir até a minha sala, por favor!
Júlio desligou e ficou pensando nos motivos que fizeram com que Natália demorasse tanto tempo para dar o pen drive a Luiz.
Cerca de dez minutos depois, Natália é anunciada pela secretária e Júlio pede para ela sentar. Sem dizer nada, ele apenas mostra o pen drive a ela. Natália se assusta. Júlio diz:
- Se você já sabia de tudo, por que demorou tanto a revelar?
Natália, receosa, pergunta:
- O Senhor assistiu tudo?
Júlio balança positivamente a cabeça e Natália se explica:
- Como o senhor viu, além de ameaçada eu também fui aconselhada a não me envolver. O que o Senhor queria que eu fizesse? Na verdade, o que eu poderia fazer?
Júlio entende o lado dela e até fica com um pouco de dó. "Mais uma vítima das circunstâncias." Ele pensa. Mas precisa perguntar:
- Você, mesmo assim, se envolveu com o Luiz. Por que?
É Natália que pensa com cuidado agora. Mas resolve ser honesta:
- No começo eu sabia que ele estava sofrendo. Eu sempre o admirei muito e quando ele me convidou, não pensei duas vezes. Na minha cabeça seria só aquela tarde e acabou. Mas logo depois, os convites continuaram e aquela semana foi a melhor da minha vida. Ver ele trabalhando era mágico. A inteligência, a capacidade… eu me apaixonei.
Júlio se lembrou da Angel. Foi essa mesma genialidade que a fez se apaixonar também. Olhando para o pensativo Júlio, Natália preferiu se antecipar:
- O Senhor pode ficar tranquilo. Eu sei o meu lugar. Não tenho a intenção de criar problemas.
Júlio tinha uma última pergunta:
Por que afinal, você decidiu entregar o pen drive?
- Porque eu estava apaixonada e sabia que se eu não agisse, ele voltaria correndo para a esposa. Ele precisava saber a verdade. Me desculpe! Foi por puro egoísmo.
Júlio sabia que ela falava a verdade. Teve todas as chances de lucrar em cima da desgraça e sempre se manteve fiel ao Luiz. Inclusive, se rebelando e confrontando a Angel. Júlio disse:
- Fique tranquila! Nós prometemos ao Luiz que cuidaremos de você. Obrigado, Natália! Pode ir.
Após o vídeo e a conversa com Natália, Júlio teve quatro certezas: Angel, apesar de amar Luiz, não foi vítima da situação em nenhum momento. Luiz, pagou o preço pela inexperiência. E no caso dele, Júlio sentia que essa culpa também lhe pertencia. O excesso de proteção criou um homem fraco. Natália poderia ter sido muito prejudicada na história toda. Mas se manteve firme e não esmoreceu. Ela merecia os cuidados prometidos por Luiz. Júlio até começou a considerar uma forma de ressarcimento para agradecer. Talvez, a empresa começasse a pagar a sua faculdade. Seria um bom investimento futuro e um ótimo ativo humano mantido na empresa. E quanto mais descobria sobre Flávio, mais tinha a certeza de ter feito a coisa certa.
Deixou aquele assunto de lado e decidiu ir embora mais cedo. Tina o convenceu a passar o fim de semana do seu aniversário em um lindo hotel fazenda da região. Estava ansioso para esses dias sozinho com a amada.
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Angel acordou com o sol forte invadindo o quarto. Teve um sonho estranho naquela noite. Olhou para o lado e viu Vagner, seu namorado, dormindo profundamente. Se levantou e caminhou até a sacada para olhar o mar. Estava tentando recomeçar a vida, mas alguma coisa dentro dela havia quebrado. Não conseguia se entregar plenamente aquela relação nova. Vagner era um homem bonito: alto, forte, olhos verdes, corpo em forma… muito bom no sexo também. Apesar de fazer com que Angel gozasse sempre, não era um gozo arrebatador. Começou a perceber que com Flávio era mesmo carência e com Vagner era somente oportunidade, medo da solidão. Ele foi insistente, mas sempre atencioso e paciente. E ela estava se sentindo tão sozinha que acabou cedendo às suas investidas.
Desta vez não sentiu culpa. Era uma mulher separada, solitária e precisava daquele contato humano, aquele calor. Precisava se sentir desejada. E nisso, Vagner chegava a ser até meloso. Fazia todas as suas vontades e se desdobrava para agradá-la.
Se pegou pensando em Luiz. Sabia que ele estava viajando. Tina, sem querer, sempre acabava lhe colocando a par dos acontecimentos. Lembrou também, que havia prometido à irmã o dinheiro para que ela pudesse fazer a festa surpresa do amigo Júlio. Pegou o celular e fez a transferência do valor solicitado. "Será que Luiz virá? Como será que ele está? Será que encontrou alguém? Espero que ele esteja feliz." Angel pensava. E o desejo pela felicidade dele, era mesmo real. Esperava, de coração, que Luiz tivesse conseguido curar toda a dor e o sofrimento que ela o fez passar. Uma lágrima de saudade, escorria por seu rosto.
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Tina estava muito feliz ao receber a notificação da transferência bancária feita pela irmã. Já estava tudo pronto para a festa do Júlio. "Como será que ele vai reagir ao saber que eu aluguei um hotel fazenda inteiro e chamei os seus amigos mais próximos e familiares para um final de semana inteiro de descanso e atividades rurais." Tina pensou.
Em uma das longas conversas que sempre tiveram, Júlio confessou o seu gosto pelas coisas do campo: Cavalos, gado, natureza… Tina achava que a surpresa o deixaria muito feliz.
Faltava apenas um dia…
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Luiz tinha aproveitado muito a sua estadia longe de casa. Conheceu e se especializou em diversas novas tecnologias, investiu em novas empresas e fez contatos importantes, para no futuro, ter uma subsidiária nos Estados Unidos. Ele tinha a pretensão de se estabelecer de vez por lá. Olhou para o relógio e ainda eram quatro horas da manhã de quinta-feira. Levantou e saiu para caminhar. Adquiriu esse hábito com os amigos que fez por lá. Esse era um costume da Califórnia. Como é uma região de deserto, as pessoas costumam caminhar de manhã bem cedo, antes do sol sair ou durante a noite.
Subia uma trilha íngreme quando se deu conta da saudade que sentia de todos e decidiu que o aniversário do Júlio era mesmo, uma ótima oportunidade para revê-los. Já tinha comprado a passagem quando Bia havia lhe contado da festa.
Fez as contas do fuso, Brasil quatro horas a frente da Califórnia, e sabendo que Bia já estaria acordada, pegou o telefone e iniciou a chamada de vídeo. Ele disse:
- Oi, estranha!
Bia se surpreendeu por vê-lo tão mais bonito. Luiz tinha cortado o cabelo mais curto, deixou a barba crescer e estava mais forte fisicamente. Em nada lembrava aquele nerd magro que saiu do Brasil. Falou com ele há mais de um mês por vídeo e não acreditava na mudança. Talvez, ela não reparou antes, pelo contato que era feito duas vezes na semana. Ela respondeu:
- Nossa! Quem te viu e quem te vê, Sr. América!
Luiz foi direto, sabia que ia surpreendê-la. Ele disse:
- Me pega no aeroporto à noite? Decidi voltar. Devo pousar por volta das onze da noite.
Bia lhe deu um lindo sorriso pelo vídeo. Ela disse:
- Júlio vai ficar tão feliz. Será o melhor presente de aniversário.
Luiz pediu:
- Não avisa ele, não! Já que a festa é surpresa. Vamos fazer mais essa.
Bia gostou da ideia. Se despediram e ela disse que estava com muita saudade e muito feliz por vê-lo tão bem.
Logo após falar com a Bia, Luiz gravou um vídeo para enviar ao Júlio:
"Meu grande amigo! Desculpe não poder estar presente no seu aniversário. Em breve retornarei, mas ainda tenho coisas importantes a resolver. Meus parabéns! Te desejo sempre o melhor que essa vida tenha a oferecer. Te amo, irmão!"
Luiz riu sozinho após enviar o vídeo, imaginando a surpresa de Júlio ao revê-lo no fim de semana.
Luiz retornou ao seu hotel, tomou um banho rápido e partiu para o aeroporto. Em pouco tempo estava embarcado e decolando.
Bia passou o dia ansiosa. Estava difícil não contar a novidade para o Júlio. Durante o dia, passaram muito tempo juntos. Mas Bia era esperta e soube manter o segredo sem muitos problemas.
Em casa a noite, tomou um banho caprichado. Não conseguia tirar a imagem daquele Luiz másculo, sexy da cabeça. Aquela barba rente e bem aparada lhe deixava excitada. Sentia saudade do tempo que os dois se divertiram muito em Cancún. Bia, muito safada, decidiu que ia dar para ele outra vez. Queria testar até onde Luiz tinha mudado. Se era em tudo ou só na aparência.
Partiu para o aeroporto e por causa de um acidente na via Dutra, Luiz já lhe esperava sentado na área de espera. O sorriso que ele deu ao vê-la, foi ainda mais fatal para Bia. Realmente a mudança foi incrível. Luiz era outro homem. Em vez da calça jeans e do all star, calça social e sapato de couro italiano. No lugar das camisetas de filmes dos anos setenta ou de algum jogo de videogame, camisa social de numeração correta, com as mangas dobradas próximas ao cotovelo.
Bia se aproximou e quando Luiz se preparava para abraçá-la, ela tascou-lhe um beijaço na boca. Luiz, sem reação e sem entender nada, retribuiu.
Após o beijo, Bia olhou para ele com aquela cara de safada que Luiz conhecia muito bem e disse:
- Achou que eu não ia tirar uma casquinha desse novo Luiz? - E deu risada.
Luiz a acompanhou no riso. Não via nada demais na sua mudança. Ele disse:
- Que isso! Ainda sou o mesmo Luiz.
Bia deu um abraço nele. Esse de saudade, por não ver o amigo há muitos meses e encontrá-lo tão bem na volta. Luiz a abraçou também e os dois saíram caminhando para o carro. Luiz estava animado, contando a Bia todas as novidades dos últimos nove meses em sua vida. Entraram no carro e voltavam para casa conversando felizes.
Bia ligou o rádio e a música que tocava, I'm So Excited, do grupo Pointer Sisters, parecia uma indireta para as suas pretensões, depois de rever o Luiz:
I want to love you, feel you
(Eu quero te amar, te sentir)
Wrap myself around you
(Me envolver em você)
I want to squeeze you, please you
(Eu quero te apertar, te agradar)
I just can't get enough
(Eu simplesmente não consigo ter o bastante)
And if you move real slow
(E se você se mover devagar)
I'll let it go
(Vou deixá-lo ir)
I'm so excited
(Eu Estou muito animada)
And I just can't hide it
(E eu não consigo esconder)
I'm about to lose control
(Estou prestes a perder o controle)
And I think I like it
(E eu acho que eu gosto)
I'm so excited
(Estou tão animada)
And I just can't hide it
(E eu não consigo esconder)
And I know, I know, I know, I know
(E eu sei, eu sei, eu sei, eu sei)
I know I want you
(Eu sei que eu quero você, quero você)
De repente, como se todo o universo conspirasse a seu favor, Bia viu uma placa informando que havia um motel poucos quilômetros à frente. Não teve dúvidas, pegou a saída indicada e só parou no portão de entrada do referido local. Olhou para Luiz e disse:
- Já que você não quer que saibam da sua presença ainda, que tal relembrar os velhos tempos?
Luiz apenas sorriu para ela. Jamais negaria a oportunidade de estar com uma mulher tão linda e tão querida e desejada por ele. Não esse novo Luiz. Estacionaram e subiram para o quarto. Era uma suíte simples, mas muito acolhedora.
Não precisavam ter pressa. Escolheram um vinho e pediram uma refeição leve. Luiz estava faminto. Bia queria saber mais sobre esse Luiz renovado que havia retornado, mas em momento nenhum tocou nas feridas do passado. Por quase três horas, conversaram, riram, brincaram…
Quando ele tirou a camisa para tomar banho, Bia percebeu que a maior mudança em Luiz, não era física e sim mental. Apesar de estar com o corpo mais firme e pouca coisa mais forte, era a sua segurança e a confiança de saber se comportar na presença de uma mulher, que o deixavam mais atraente. Luiz agora, sabia iniciar um flerte e dizer a coisa certa no momento adequado.
Bia não resistiu e quando ia começar a se despir, viu Luiz a encarando. Vendo que tinha platéia, decidiu brincar um pouco. Pediu que Luiz se sentasse na cama, escolheu um canal de músicas na tv a cabo e começou o seu show.
Bia virou de costas e começou a rebolar de forma sensual. Jogou os braços para trás e deu um tapa delicado na própria bunda seguido de um rebolado mais sugestivo. Se virou novamente e foi remexendo o quadril, descendo até o chão. Se levantou, tirou a blusa lentamente e a jogou para Luiz. Voltou a descer rebolando de forma sensual e encarando Luiz com cara de safada, mordeu os lábios. Ficou de quatro e foi engatinhando em direção a Luiz. Notou a ereção que fazia volume no tecido fino da calça social. Subiu por entre as pernas dele, esfregando os seios por seu tórax. Subiu mais um pouco e puxou o rosto dele, o apertando contra os seus seios. Luiz dava leves beijinhos e inspirava forte, sentindo o doce aroma da pele perfumada de Bia.
Ela virou de costas outra vez, parando na frente dele. Voltou a rebolar e foi lentamente tirando a saia e expondo aquela bunda linda que Luiz não resistiu e apalpou. Bia deu um tapinha delicado na mão dele. Não era a hora de encostar ainda. Ela continuou mexendo o quadril e indo lentamente para trás. Sentou no colo de Luiz e começou a esfregar e a rebolar sentindo sua ereção.
Bia reparou em uma cadeira sem apoio para os braços na lateral do quarto. Puxou as mãos de Luiz e fez com que a ele a abraçasse e foram caminhando colados em direção a cadeira. Novamente, ela fez com que Luiz se sentasse e iniciou uma lap dance digna das melhores profissionais. Bia se esfregava em seu colo de frente, de costas, apoiava uma perna na cadeira e deixava sua xaninha a centímetros do rosto de Luiz, esfregava os seios em seu rosto, levantava e começava a beijar o tórax dele, dava leves mordidinhas no pescoço de Luiz…
Luiz não conseguiu se controlar mais, agarrou firme nas pernas de Bia a suspendendo no ar. A xoxota dela ficou na altura da sua boca e Luiz foi caminhando até a cama enquanto sentia o cheiro da excitação dela. Luiz a deitou com cuidado e arrancou a sua calcinha de uma vez.
Bia, além de surpresa com a nova postura, ficou ainda mais excitada. Luiz tinha mesmo aprendido a dominar uma fêmea.
Luiz começou a beijar a parte interna de suas coxas com muita habilidade. Com as mãos, ele acariciava a lateral do corpo dela e os seios, aumentando a sensação de prazer que Bia sentia. Luiz passou direto pela buceta já melada de Bia e foi mordiscar de leve sua barriga e seu quadril. Alternava as mordidas leves com beijos que a deixavam toda arrepiada. Bia queria sentir o contato da boca dele em sua xoxota. Ela agarrou em seus cabelos e começou a pressionar sua cabeça para baixo. Luiz entendeu o comando.
Luiz passou a língua entre os grandes lábios e arrancou um suspiro profundo dela, que tremeu com o contato. Luiz passou a fazer movimentos circulares com a língua nos lábios menores e depois enterrava a língua bem fundo na xoxota dela. Bia gemia de forma intensa e rebolava, esfregando a xoxota na língua dele. Luiz a segurou pelo quadril e a apertou contra a cama. Era ele que estava no controle.
Ele olhou para a boceta dela e viu que estava encharcada pelo próprio mel e o grelo intumescido pelo tesão. No mesmo instante, Luiz começou a massageá-lo com a língua, mantendo os movimentos circulares. Bia ia ao delírio:
- Isso, gostoso… chupa essa safada, chupa… eu te ensinei bem demais… aaaahhhh…. Que língua é essa… você andou praticando, né? Aaahhhhh…. Que delícia…
As pernas de Bia tremiam e ela tinha leves espasmos pelo corpo. Luiz continuou chupando sua boceta e acariciando o seu corpo e depois de algum tempo, percebeu que ela iria gozar e parou. Antes que Bia pudesse protestar, ele voltou a enfiar a língua fundo nela. Era só uma técnica para prolongar o prazer que a própria Bia o havia ensinado. Ela também entendeu.
Luiz voltou a chupá-la com maestria. Repetindo sempre o que havia aprendido. Bia estava orgulhosa dele e delirando de prazer. Após quase meia hora daquele goza, não goza, Luiz permitiu que ela gozasse. Bia teve uma pequena sucessão de orgasmos consecutivos. Luiz continuou com a língua em movimento por vários minutos enquanto ela gozava seguidamente. Bia não se lembrava de quando havia gozado tão gostoso assim na vida. "Talvez com aquela massagista lésbica na Tailândia" pensou ela.
Luiz levantou e a deixou alí se recompondo enquanto foi tomar um banho. Bia quase dormiu, tamanha era a satisfação que sentia. Recobrou os sentidos com Luiz voltando a chupá-la enquanto colocava a camisinha e depois a colocando de quatro na beirada da cama. Luiz pincelou a rola em sua buceta e penetrou só a cabeça. Ficou brincando com Bia e vendo a reação dela. Bia tentava jogar o corpo para trás e ser totalmente empalada, mas Luiz não deixava a penetração ser completa. Bia continuava se jogando para trás e Luiz a torturando. Ela pediu:
- Por favor! Estou carente. Há tempos que não dou uma boa trepada. Para de me maltratar e me fode gostoso.
Luiz cravou firme e fundo, atendendo ao pedido dela. Bia delirava e se contorcia de prazer na rola. Luiz bombava forte. Bia estava mesmo carente, gozou mais uma vez gemendo alto. Luiz também estava sem fazer sexo há algum tempo já. Liberou todo o seu êxtase em jatos fortes de esperma que encheram a camisinha. Bia sentiu o volume dentro dela.
Os dois passaram toda aquela noite no motel relembrando Cancún. Transaram de diversas formas e por fim, terminaram dormindo exaustos e satisfeitos.
No dia seguinte, Bia deixou o Luiz na cidade e combinaram de ir juntos para o hotel fazenda a noite. Bia foi trabalhar e Luiz aproveitou o dia para se reconectar com sua terra natal. Ninguém, além da Bia, sabia que ele já estava em casa. Bia lhe deu as chaves da casa e avisou a portaria sobre a sua liberação de acesso ao prédio.
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Angel arrumava uma pequena mala um pouco triste, após receber uma mensagem da irmã. Tina agradeceu o dinheiro e contou sobre o vídeo do Luiz parabenizando Júlio. Agora ela sabia que ele não estaria lá. Combinou com Tina de ir mais cedo para o hotel fazenda e cuidar da organização da festa com os funcionários. Com Tina estando ao lado do Júlio o tempo todo, ele não desconfiaria de nada. Se despediu de Vagner com um beijo sem muita vontade. Ele estava de plantão e só poderia encontrá-la no sábado a tarde.
Angel colocou a mala no carro e encarou as três horas de viagem com o pensamento longe: as escolhas erradas, a condução das consequências, esse novo relacionamento sem desejo… "Espero que Luiz esteja feliz, onde quer que ele esteja." Um pensamento cheio de saudade.
Tina mandou mensagem dizendo que tinha afastado Júlio da casa principal da fazenda e ela poderia entrar tranquilamente. Tina foi esperta, escolheu a cabana mais distante para os dois e manteve Júlio na cama o dia todo. Ele adorou.
Angel cuidou de tudo, desde os passeios a cavalo até a festa no fim da noite de sábado. Foi dormir exausta e ainda não eram nem vinte e duas horas.
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Algumas horas antes, Bia chegou em casa e encontrou Luiz já pronto para partir. Tomou um banho rápido e em menos de meia hora, já estavam no carro a caminho da zona rural. Chegaram no hotel fazenda por volta das onze e meia da noite e Luiz, por não ser um convidado confirmado, teve que ficar com Bia na cabana dela. Tomaram um vinho e conversaram sobre a vida. Os dois estavam saciados de sexo pela noite anterior. Dormiram juntos na cama, mas cada um virado para o seu lado.
Luiz, acostumado a acordar cedo, levantou por volta das cinco da manhã. Olhou para o céu limpo e estrelado e decidiu fazer sua caminhada matinal. Hábito que ele não conseguia mais abandonar. Estava no lugar perfeito para isso: natureza e ar puro. Fez sua higiene matinal, colocou um short e uma camiseta, calçou o tênis e saiu pela trilha seguindo as placas e apreciando a beleza do lugar.
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Angel havia dormido muito cedo e por volta das cinco e meia da manhã, também se levantou. Enquanto escovava os dentes, ouviu o relinchar de um cavalo e sentiu uma vontade urgente de dar um passeio. Andou até o estábulo e encontrou dois funcionários começando os seus afazeres diários. Um deles perguntou se ela queria sair a cavalo e ela aceitou. Enquanto esperava o cavalo ser selado pelo funcionário, tentava entender aquele desejo. Angel não era afeita por passeios na mata. Adorava cavalos, mas não tinha o costume de sair sozinha dessa forma. Se deixou levar pela vontade, subiu no cavalo e seguiu as placas da trilha. Achou mais seguro ter esses pontos de orientação.
Andou devagar, sem forçar o animal por cerca de quarenta minutos. De repente, em sua direção, caminhava uma figura muito familiar. Apesar da barba, Angel conhecia aquele homem. Seus batimentos cardíacos aceleraram brutalmente, achou que estava enfartando e que seus olhos estavam lhe pregando uma peça.
Continua…
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