Parte 8 - GUGA
Eu fiquei muito chateado por não ter passado o natal com os rapazes, mas era importante passar a data com minha mãe.
Os últimos anos ela passou o natal de plantão no hospital que trabalha, mas dessa vez estaríamos juntos, então eu daria o melhor natal para minha rainha.
Sem o Hugo por perto, eu tive que cumprir a agenda na web sozinho, mas foi divertido fazer apresentações solo do Tigre, apesar de não ver a hora do Urso voltar para dividirmos a web.
A página do Lobo recebia muitos e-mails, a maioria era de fãs elogiando ou sugerindo encontros e outras coisas, mas também tinha de outras páginas querendo parceria e varias proposta. Uma especificamente me chamou a atenção, e depois de algumas conversas, eu queria fechar acordo na hora, mas tinha que falar com os rapazes primeiro.
Numa de nossas mensagens, eu avisei para eles que tinha novidades, porém não queria falar por celular, eu ia esperar o natal passar e contar para eles.
Na data prevista para meus amigos voltarem, Hugo me avisa que eles iam estender a viagem, ele não disse o motivo, mas por sua voz, boa coisa não era.
Quem gostou muito da ausência deles, foi Nico, meu namorado tentava disfarça, mas era visível que ele estava gostado, tirando as horas que eu sumia para dar vida ao Tigre, Nico me tinha só pra si.
Ele estava mais romântico do que nunca, querendo me agradar de tudo que era jeito, e na cama, o cara me fodia do jeito que eu gosto, eu não tinha o que reclamar.
Mas eu tava com saudade do meu pessoal, queria estar perto da família que eu ganhei, principalmente quando Hugo me atualizou sobre o motivo deles ainda não terem voltado.
Quando minha mãe me disse que iria trabalhar a virada do ano, eu resolvi que não queria passar sem minha outra família, eu ia atrás deles, e fazer o Claudio e Marcelo se acertarem, nem que seja na porrada.
Quem não gostou disso foi Nico, ele se sentiu traído quando eu pulei fora dos seus planos para o Ano Novo. Ele nem quis me levar na Rodoviária.
Eu sabia que estava errado, que o Nico gosta de mim de verdade, mas eu sempre fui sincero com ele, ou mais ou menos, porem o importante eu sempre disse, eu não queria me prender ao relacionamento e ele aceitava. O problema não era meu se ele achava que iria me conquistar no final.
O ônibus sairia de noite e estava previsto para chegar na parte da manhã do dia seguinte. Eu passo a maior parte dormindo, então quando o ônibus estaciona, eu sou cutucado e avisado que chegamos ao destino.
Eu pego minha mochila e desço do ônibus, então percebo que no meio da empolgação de vir, eu não planejei como chegaria na casa da Dona Cida.
Resolvo ligar para o Hugo, mas após duas tentativas sem ser atendido, eu desisto. Então tento o Marcelo.
Hugo tinha me contado que ele não estava saindo do quarto, mas de repente ele me atenderia.
- Oi Guga... - Marcelo me atende no segundo toque.
Eu explico para ele onde estou, Marcelo diz que vem me buscar e desliga o celular rindo da minha cara. Para alguém que não estava saindo do quarto, ele estava muito bem animado.
Depois de um tempo, escuto alguém gritando meu nome. Olho para a direção de onde o som vinha, vejo Marcelo acenando de um carro que não reconheço.
Ao seu lado está uma mulher, e porra, apesar de eu ser totalmente gay, tinha que falar o quanto ela era linda. Para quem gosta, é claro.
- Que surpresa mais fajuta - ele diz quando eu sento no banco detrás.
- Se você não contou para ninguém, ainda é surpresa - eu respondo na defensiva.
- Não contei - ele responde já dirigindo - ah, essa é Clara.
- Muito prazer - eu digo apertando sua mão, mas logo solto - espera, Clara... Aquela Clara?
- Sim - Marcelo responde e pisca para mim pelo retrovisor.
Porra, penso, mas não digo nada. Fico em silêncio, olhando a cidade pela janela, tentando entender o que estava acontecendo.
- Aqui é a casa da minha mãe - Marcelo para o carro na frente da casa.
Eu desço, mas ele continua no volante.
- Você não vem?
- Não, eu vou a casa em que o Claudio esta ficando, preciso resolver algumas coisas ele.
- quer que eu vá com você? - pergunto pensando que talvez se tiver um pacificador, poderia ajudar.
- Não, é um assunto que eu tenho que resolver sozinho.
Eu olho para Clara, mas não menciono que ele não esta sozinho.
- Só pensa bem antes de agir, por favor.
Ele balança a cabeça e parte com o carro, então vou em direção a porta.
Bato na porta e grito "surpresa" quando Claudio me atende. Mas quem ficou surpreso fui eu, afinal o Marcelo tinha acabado de me deixar para ir atrás do Claudio.
Minha surpresa fica ainda maior quando o Claudio me diz que Marcelo sumiu.
- É isso gente, - eu digo já dentro de casa, explicando que acabei de ser deixado ali pelo Marcelo. Quando termino de falar, Claudio sai correndo e me deixa encarando o resto das pessoas. Sabendo que nada de ruim tinha acontecido com Marcelo, todo mundo ali ficou muito mais tranquilo, e logo Hugo e Marina me atualizou das coisas que faltava eu saber.
Marina me apresenta para o irmão do Claudio. Fabio não parecia muito com o irmão em aparência, mas o pouco que eu falei com ele, percebi que ele era gente boa, que já tinha sofrido bastante e que ainda não acreditava que o Claudio o queria na sua vida.
Perto da hora do almoço, vejo uma movimentação na sala e vou para lá. Claudio, Marcelo e outro homem tinham acabado de chegar. Logo eles são cercados por todos, que falam e riem ao mesmo tempo, animados por tudo estar bem entre os amigos.
- O Hugo e a Marina me contaram sobre as ultimas novidades, agora entendi o motivo de vocês terem cancelado nossos planos da virada de ano. - Eu falo ao me aproximar dos dois.
- Desculpa amigo, foi tudo tão louco – Claudio me diz e me abraça.
- É muito bom te ter aqui – Marcelo também me abraça, depois ele me pergunta pelo meu namorado.
Eu respondo, mas não quero falar sobre ele, então mudo de assunto
- Mas fala, agora que parece que esta tudo certo, qual é a boa para virada do ano? - pergunto
- Nem tive cabeça para isso. – Marcelo responde.
- Nem eu. - Claudio confirma.
- Não seja por isso – O amigo que veio com o Claudio diz se aproximando – Amanha, todo mundo na minha casa, vou organizar a melhor festa de fim de ano.
- Oba! Fechou – Comemoro e na empolgação o abraço. Sim, eu tinha reparo como o cara era gostoso, e sendo amigo dos meus amigos, só podia ser uma boa pessoa – Ah, a propósito, eu sou o Gustavo.
- Eu sou o Dário – ele responde e sorri.
- Amanhã a noite promete – Digo lançamento meu melhor sorriso.
Depois de comer, Dário se despede das pessoas dizendo que tinha uma festa para organizar.
De tarde outro amigo do Claudio aparece na casa da Dona Cida, pelo que eu entendi, ele é advogado e estava vendo as coisas para que Claudio pegasse a guarda do irmão.
Claudio, Marcelo, Fabio e o amigo advogado gostoso se trancam no quarto e passam horas lá conversando sobre isso.
Hugo me chama para ir pro sitio, ele iria passar a noite lá com uns amigos e voltaria no dia seguinte. Eu prefiro ficar na cidade, então a noite Marina e o irmão do Marcelo, Murilo, me chama para dar uma volta pela cidade.
O dia trinta e um amanhece tranquilo, sabendo que teria festa a noite, todos aproveitam para dormir bastante. De tarde, Hugo volta do sitio, mas não vem sozinho, o amigo e a namorada vem juntos.
Hugo me apresenta para eles, como sendo seu melhor amigo do Rio de Janeiro. Fico feliz em ouvir isso.
Logo as mulheres começam a se arrumar para festa, depois é a vez dos homens. Quando todos estão prontos, saímos a pé da casa da Dona Cida e vamos andando para a casa do Dário.
Apesar de ter a chave da casa, Claudio toca a campainha e ficamos esperando o Dário atende a porta.
- Finalmente vocês chegaram. Agora a festa vai ficar boa, entra ai. Ainda bem que a senhora veio Dona Cida - Dário diz sorrindo, com um copo na mão.
Dário tinha preparado a festa em apenas um dia, e tava tudo lindo, arrumado no quintal, então é para lá que nós nos encaminhamos.
Hugo tinha me contado que Dário era dono de varias academias, isso explicava tantos convidados sarados. O advogado gostoso também estava na festa, porém acompanhado de uma mulher. Hugo me contou que o advogado se chama Alex e era amigo do Claudio do tempo do colégio.
Claudio já tinha me contado algumas de suas aventuras daquela época, fico imaginando se o tal Alex tinha participação nessas aventuras.
Hugo e Elias vão pegar mais bebida e eu começo um papo legal com Vanessa, ela me falava como ela gostava da amizade do marido com o Hugo.
Vejo os dois rindo a distancia, penso nos meus amigos do Rio, pego meu celular e mando mensagens de feliz ano novo para eles. A hora foi passando e quando Dário pede silêncio, percebo que falta pouco para meia-noite.
Dário começa a falar sobre como estava feliz por todos estarem na sua casa, e sobre a importância de começar o ano bem já dando beijo na boca. Então começa a contagem regressiva.
Todos gritando os números em contagem regressiva, com bebidas na mão e pulando de alegriaFELIZ ANO NOVO - gritam todos juntos.
Olho pro lado e vejo que as pessoas levaram a serio o que Dário disse sobre beijar na boca.
Dou uma risada e balanço a cabeça, achando graça, quando de repente sinto alguém me puxando e me beijando.
Eu fecho os olhos e aproveito o beijo, sem ver de quem era. O beijo é rápido, mas conhecido, apenas Hugo me beijava desse jeito.
Quando me afasto, percebo que não era Hugo que tinha me beijado, tinha sido Elias
CONTINUA... (A parte ficou muito grande e foi dividido)
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Obs.1: Este conto é uma continuação direta dos contos "Na Web" e "Antes da Web" e seria bom se fosse lido da ordem.
Obs.2: O começo da próxima parte já esta disponível no wattpad.
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