Na web - Férias - 3ª Parte 4/10

Da série Na Web - Férias
Um conto erótico de CLAUDIO
Categoria: Homossexual
Contém 2030 palavras
Data: 04/04/2022 16:46:06

PARTE 4 – CLAUDIO

- SÓ DEPOIS NÃO VENHA CHORANDO PARA MIM – Escuto Marcelo gritar atrás de mim.

Eu não olho para ele, não poderia, ainda seguro a mão do Fábio, continuo andando ate dobrar a rua.

Só então eu paro e encaro meu irmão.

- Por que você fez isso? - Fabio me pergunta soltando minha mão.

Mas eu só conseguia me lembrar da cara do Marcelo e o quando eu o feri ao dizer aquelas palavras. É lógico que eu tinha falado a verdade, Marcelo nunca teve dificuldade para amar. Para demonstrar seu amor? Talvez...

Mas para amar, não. Marcelo sempre foi à criatura mais amorosa que eu conheço e seu senso de lealdade era enorme, eu sabia disso, e sabia que só o magoando de verdade, eu conseguiria sair sem que ele me seguisse.

Era certo que eu voltaria chorando, e imploraria por perdão de joelhos se fosse preciso, mas o foco agora era manter nossa família a salvo.

- Claudio?

- Oi Fábio.

- O que você vai fazer? Você tem que voltar para lá e eu para casa do meu tio.

- Eu já te disse. Você não volta mais para a casa do Fernando...

- Então o que vamos fazer?

- Me deixa pensar...

- Merda! Eu estraguei sua vida né?! Eu nunca devia ter dito que sou seu irmão.

- Não diz isso, você não estragou nada. Descobrir que eu tenho um irmãozinho foi uma das melhores coisas da minha vida. Eu não vou deixar nada de ruim acontecer, agora vamos, vamos ver se o Dario esta em casa.

Eu começo a andar em direção a casa do Dario, sendo seguido pelo Fábio, que anda em silêncio. Dario atende a porta assim que eu toco a campainha.

- Claudio? - Ele me olha, mas logo percebe a situação do Fábio - O que houve com esse garoto?

- Esse é o meu irmão.

- Eu imaginei que fosse, oi Bocão.

- Oi senhor.

- Senhor? Ai, essa doeu, garoto eu não sou tão velho para ser chamado de senhor. – ele diz com a mão no peito, fingindo dor - Mas isso não responde minha pergunta, Claudio. – Dário olha para os dois lados da rua - Entra logo, vocês se meteram em confusão? Por que você esta usando mochila? E cadê o Marcelo?

- Calma Dario. Muitas perguntas de uma vez.

- Desculpa, mas vocês me deixaram aflito. – Ele olha para o Fábio – E você garoto, ta tudo bem?

- To sim, já estive pior. Dessa vez ele ate pegou leve.

Me encolho. Saber que aquele babaca já tinha batido no meu irmão outras vezes me acende um ódio.

- Você esta sozinho? – Pergunto para Dario, tentando ganhar tempo para me acalmar.

- Sim, acabei de chegar de viagem, fui passar o natal com o meu pai.

- Ele ta bem?

- Ta sim

- Ótimo.

- Agora começa a falar.

Não tinha como fugir disso, e talvez fosse bom falar, lembrar de como minha vida de cabeça para baixo em apenas um dia poderia me dar alguma idéia de como fazer voltar ao normal, então eu começo a contar...

O tio do Fábio estava parado na porta, esperando eu entrar na sua casa. Assim que eu passo, ele fecha a porta, deixando Marcelo e meu irmão do lado de fora.

- Então quer dizer que você tem encontrado com aquele estrupício.

- Não fala assim dele.

- Eu falo do jeito que eu quiser, porra - Fernando diz se aproximando de mim - Aquele garoto é meu e eu não quero que você fique atrás dele.

- Calma, eu só vim te conhecer e dizer que quero conhecer o meu irmão.

- Uau, Agora que você vem me dizer isso? Não fica triste, meu camarada, mas ele não é seu irmão, caralho, tu vai acreditar nas doideira de um pirralho.

- Eu sei que ele é meu irmão.

- Sabe? Sabe como? Você não sabe de nada - Ele começa a andar, porém a casa é tão pequena e bagunçada, que ele não vai muito longe, logo ele volta na minha direção - Mas eu sei, sei que tu tem andado perseguindo meu sobrinho, dado dinheiro para ele, comprando seu tempo para passar o dia com ele, dando presentinhos e o que mais? Imagina se eu falo com a polícia, o que eles podem pensar.

Eu não consigo acreditar no que ele esta sugerindo, Fernando a primeira vista até é um cara bonito, mas é uma criatura podre, sugerir que eu estava dando em cima do meu irmão.

- Que? Polícia? Você maltrata o garoto, faz ele trabalhar o dia todo, ele nem frequenta a escola e enquanto tu faz o que? fica de boa só coçando o saco.

- E que saco - ele diz próximo de mim, segurando seu pau por cima do short. - Mas fica tranquilo, eu não vou chamar polícia...

- Talvez eu devesse chamar.

-... Meus problemas, eu resolvo sozinho. - Ele bate a mão fechada na outra aberta.

- Esta me ameaçando? - eu pergunto me aproximando.

- Estou. – a cara dele estava perto da minha, sinto seu mau hálito - Fica longe do Bocão. Eu não criei o moleque para você aparecer e querer pegar ele. - Enquanto falava, Fernando ficava ainda com mais raiva - Não foi só você que andou perguntando por ai, imagina se acontecesse alguma coisa com sua filhinha naquele sitio enorme e sem segura, ou com a mãe do seu amigo, ou ate ao seu amiginho lá fora. São tantas oportunidades, o mundo é tão perigoso e acidentes acontecem quando menos se espera.

- Seu filho da put...

Não termino de falar, sem eu esperar, Fernando me dá um soco na cara. O impacto me faz cair para trás, em cima da bagunça que estava na sala.

Eu levanto rápido, pronto para o próximo golpe, mas Fernando esta parado no mesmo lugar com um sorriso na cara.

- Sai daqui, bora.

- Fica longe da minha família, seu lixo - Eu digo sentindo um gosto de sangue na boca.

Vou em direção a porta, não era hora para briga, não depois dele ter ameaçado minha família, eu precisa pensar, não fazer nada de cabeça quente, então eu abro a porta e saio. Marcelo já estava perto da porta, pronto para entrar, eu seguro o seu braço.

- VAMOS EMBORA DAQUI

Fábio não foi embora com a gente, apesar de eu insistir, ele achou melhor ficar para tentar acalmar o tio.

Só que isso não deu certo, depois de me deixar em casa, Marcelo voltou ao sitio para buscar o resto do pessoal. Logo alguém toca a campainha e quando eu atendo, meu irmão estava parado na porta.

Fábio tinha levado uma surra. Sinto meu rosto ficar vermelho de raiva, meu primeiro impulso é sair atrás do Fernando e acabar com ele, mas ao olhar para meu irmão, vejo que ele precisa mais de mim.

Eu coloco Fábio para dentro de casa. Ele parecia estar com dor, mas tentava não demonstrar.

- O que houve? - Eu pergunto com calma depois que o faço se sentar no sofá e pego alguns remédios no armário do banheiro.

- Eu cai naquela bagunça de casa.

- Serio Fábio?

- Por que agora você só me chama de Fábio?

- É o seu nome.

- Sim, mas antes você me chamava de Bocão.

- Eu não sabia o seu nome - Digo segurando seu rosto com calma e começo a limpar - você não tinha me dito, mas agora eu sei, e eu gosto do seu nome. Mas não tente me enrolar, o que houve?

- Depois que vocês saíram, meu tio me deu uma coça, ele disse que eu não tinha nada que ter falado para você que somos irmão.

- Aquele filho da... – eu começo a xingar, mas paro.

- Puta, pode falar... Ai.

- Desculpa.

- Sem problema, essa nem foi à pior coça mesmo. Depois de me bater, ele saiu, ai, então eu vim, ai, mas não devia.

- devia sim, eu sou seu irmão e vou te proteger.

- Você não entende, ele é mau, ele vai fazer maldade com você, ou com sua família, ele me disse isso, por isso que eu vim, pra te avisar, você tem que me esquecer, tem que ir embora.

- você tem razão, - Eu penso alto e vejo um olhar de tristeza no rosto do meu irmão – porém ele já fez maldade com alguém da minha família, você é minha família. Realmente eu não posso ficar aqui, isso coloca os outros em perigo, nós dois temos que ir embora.

- Você e o Marcelo?

- Não, eu e você. Não vou deixar você voltar para aquela casa.

Fábio da um sorriso triste. Nesse momento ouvimos o barulho de carro parando em frente a casa, Marcelo tinha chegado.

- E foi isso - Eu digo para o Dario.

Estávamos sentado no sofá, Fábio me escutava falar de cabeça baixa, enquanto Dário me ouvia com o copo na mão.

- Toma, bebe isso.

Ele diz quando eu termino de contar toda a história e me entrega um copo. Eu não pergunto o que é, apenas bebo tudo de uma vez. O gosto de whisky desce queimando minha garganta, mas não reclamo.

- Você precisa ligar pro Marcelo - ele me diz quando devolvo o copo.

- O que? Claro que não, você não ouviu o que eu falei.

- Sim, e você acha que por ter se afastado dele, o Marcelo vai estar seguro? Eu te respondo, ele não vai estar, pelo ao contrario, se você não falar com Marcelo, ele não terá como se proteger, ficará no escuro.

- Você não conhece o Marcelo. Eu estou aqui me segurando para não ir atrás do Fernando, já o Marcelo é totalmente inconsequente quando o assunto é nossa família, se ele descobrir que o Fernando ameaçou nossa filha... Não, nem pensar. Eu tenho um plano, eu acho, quando a gente saiu da casa da Dona Cida, a gente discutiu na rua, e se tem uma coisa que essa cidade sabe fazer é espalhar fofoca, logo isso chega ao ouvido do Fernando e ele esquece o Marcelo e foca seu ódio só em mim. Além disso, eu vou contar para a Marina e para o Hugo, eles são mais centrados que o Marcelo e vão proteger a todos.

- Tudo bem, e quanto a você e o Bocão?

- A gente pode dormir aqui hoje? Prometo que amanhã eu procuro um lugar para gente.

- Deixa de ser burro, vocês ficam aqui ate tudo se resolver. Eu quero saber como vamos fazer para resolver isso... Quer saber, vou ligar pro Alex, ta na hora dele entrar em cena.

Dois dias depois, eu estava no quarto que era do Dario, antes dele se mudar para suíte da casa. A cama era confortável, mas ainda assim eu estava inquieto.

Alex logo assumiu o problema, ele deu entrada no meu pedido da guarda do Fábio. Seria um processo demorado, mas eu tinha o apoio do melhor advogado da cidade, Alex, além do apoio do cara mais rico da cidade, Dário, isso ajudaria muito a agilizar o processo.

O que estava tirando meu sono era que eu não tinha nenhuma notícia da minha família. Marcelo não me procurou, é lógico. Hugo e Marina não queria falar comigo, apenas Murilo me telefonou e mesmo assim, foi apenas para colocar Malu em chamada de vídeo para falar comigo.

Com a cabeça fria, eu tinha percebido que tinha feito a maior besteira, tinha agido por medo e impulso e ferrei com tudo, agora eu tinha que ficar distante para o bem deles, mas não estava aguentando de saudade, Alex e Dário me prometeram rapidez nesse processo, eu tinha que confiar.

- Claudio?

- Oi, Fabio.

- Te acordei?

- Não, tinha só fechado os olhos.

- Tem visita para você.

- Serio? - pergunto levantando da cama - Quem é?

Mas meu irmão não me responde, antes disso um furação entra no quarto.

- QUE PORRA VOCÊ ESTAVA PENSANDO QUANDO FODEU COM A NOSSA FAMILIA - Marina entra no quarto com Malu no nos braços, ela estava com cara de raiva, então sem pensar muito, ela passa uma Malu sorridente para o colo do Fabio e parti para cima de mim.

CONTINUA...

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Obs.1: Este conto é uma continuação direta dos contos "Na Web" e "Antes da Web" e seria bom se fosse lido da ordem.

Obs.2: O começo da próxima parte já esta disponível no wattpad.

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