Eu queria ter uma pipa, mas não tinha dinheiro para comprar uma. Serginho, pelo contrário, de vez em quando aparecia com um modelo diferente, que ele empinava com maestria e ostentação. Eu sabia quem as fabricava. Eram os irmãos Mateus e Matias.
— Onde você consegue dinheiro pra comprar? — perguntei um dia.
Ele enrolou, enrolou, mas acabou revelando que não comprava; ganhava.
— Como assim?
— Jura segredo, que eu te mostro.
Jurei.
Curioso, eu o segui até o barraco onde encontramos os irmãos atarefados com papel, cola, varetas, pano, ao lado de algumas pipas prontas para a comercialização.
— Quanto custa esta? — perguntou Serginho, apontando uma grande e bonita.
— O mesmo de sempre — respondeu Matias. — Vai querer?
Ele confirmou, eles fecharam a porta.
Eu já tinha visto, certa vez, num grupinho, Matias exibir a pica e se masturbar até à ejaculação para satisfazer a nossa curiosidade. Por isso, mais ou menos intuí o que se passaria em seguida.
Mas o que vi estava muito além do que eu imaginava.
Desnudando-se da cintura para baixo, Matias se postou à frente de Serginho. Este, sentado a meu lado num banco de madeira, segurou a pica e levou-a à boca com a naturalidade de quem estava habituado.
— Você chupa cada vez melhor, Serginho — elogiou Matias.
— E você — dirigiu-se a mim Mateus —, não quer também uma pipa?
Claro que eu queria. Mas o meu assentimento com a cabeça foi inspirado na cena que se passava a meu lado. Chupando com desenvoltura o pau de Matias, Serginho recebeu na boca a ejaculação, da qual uma parte lhe escorreu pelo queixo.
Fascinado, mal percebi Mateus tirar a roupa. Quando me dei conta, seu pau roçava meus lábios. Quis recusar, mas suas palavras me convenceram:
— Depois você pode escolher qualquer pipa.
Olhei o pênis que ele me oferecia. Tinha a pele branca, a glande rosácea. Era bonito. Quando dei por mim, tinha-o na boca, imitando o que eu tinha visto Serginho fazer.
E não é que gostei!
Segurando minha cabeça, Mateus auxiliava os movimentos; às vezes eu engasgava, mas não esmorecia. Eu queria a pipa, queria a pica.
Tive os dois.
Ao gozar, com um suspiro de prazer, Mateus segurou firmemente minha cabeça, para impedir que eu afastasse a boca, que senti se encher daquele leitinho cremoso. Ao contrário de Serginho, não deixei escapar nada.
— Mereceu a pipa — disse Mateus, deixando-me escolher a que fosse do meu agrado.
Quando retornei lá, no dia seguinte, não fui procurar pipa; fui procurar pica.
Este relato foi revisado por Érika. Leia seus livros, assinados por L. Nobling, seguindo este link:
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