Durante a viagem, para chegar até na próxima cidade tivemos eu e o Lírio um momento de grande enlevo. Após aquele banho de rio na cascatinha, nós fomos cantando, felizes e descontraídos. Nem vimos o tempo passar.
Chegamos na cidade já no meio da tarde e seguimos direto para o hotel. Haviam muitas coisas por preparar. Enquanto Lírio foi ver o local onde a gente ia tocar na noite do dia seguinte, e tratar das cobranças de shows, eu fiquei no quarto e aproveitei para tomar um banho e me cuidar. A experiência daquela tarde na cascata havia me deixado muito excitada e durante o banho eu me tocava, sentindo os seios e a vulva muito sensíveis. A imagem do Lírio pelado com o enorme pênis empinado me deixava em brasa. Não que eu fosse totalmente inocente, porque já havia ficado escondida com alguns garotos nas quermesses das festas juninas, mas eram garotos, pouca coisa acontecia, e o Lírio era um homem maduro e muito diferente. Não resisti e me masturbei lembrando das sensações excitantes que havia experimentado. O ônibus com o restante da banda chegou ao anoitecer. Eles sempre viajavam mais lentamente, por precaução do Lírio, que temia acidentes. Depois de se acomodarem no hotel as cantoras cuidavam das roupas que usariam na apresentação. Uma hora depois nos reunimos na recepção do hotelzinho para conversar, antes de irmos jantar. Eram cinco músicos e três cantores além de Lírio e eu. Com o motorista éramos ao todo, onze pessoas. Duas cantoras e um cantor que se revezavam e eu que estava aprendendo, participava fazendo vocais e cantando uma música ou outra para me acostumar com o microfone e o palco. Naquela noite a turma estava bastante cansada da viagem e depois do jantar, aos poucos, foram se recolhendo para os quartos. No final, após a novela da TV, eu, Lírio e Sally, uma das cantoras, fomos os últimos que seguimos para os quartos. Entrei no meu e logo me deitei, adormecendo pouco depois. Mas não consegui dormir muito tempo, tive um sonho provocante, e despertei sentindo uma nova onda de excitação. Ainda me recordava do banho no riacho.
O Hotel estava totalmente silencioso. Foi então que ouvi algum som de vozes ou de gemidos bem abafados e fiquei calada procurando ouvir melhor. De fato, eu podia ouvir um murmúrio e algumas exclamações. Vinham do quarto do Lírio que era ao lado do meu. O hotelzinho era uma construção antiga, ainda conservava um pouco da arquitetura colonial.
O forro dos quartos era de madeira e não isolava muito o som. Estávamos no pavimento superior, onde havia um corredor central com quartos dos dois lados. Cada quarto tinha uma porta–janela que se abria para uma pequena varanda. As varandas dos quartos eram separadas por um muro baixo.
Não aguentei de curiosidade e me levantei. Coloquei sobre o corpo o meu vestido delicado, com o qual viajara, e sem fazer barulho saí para a varanda. Naquele horário a cidade estava deserta. Tudo às escuras. Mas dava para ver que a luz do quarto do Lírio estava acesa. Sem pensar no risco de ser vista eu pulei sem muito esforço o parapeito baixo que separava a minha varanda da dele e cheguei diante da porta-janela que tinha retângulos de vidro. Com a cortina mal fechada dava para ver o interior do quarto. Pude observar que o Lírio estava deitado de costas sobre a cama, e, montada a cavalo sobre seu ventre estava a cantora Sally, nua, movimentando-se para cima e para baixo. Parecia que o pênis duro dele estava enfiado em sua xana. Ela gemia extasiada, balançando os seios médios que eram acariciados pelas duas mãos de Lírio. Deu para ver que a Sally estava em pleno orgasmo. Ela gemia em voz alta. Fiquei paralisada com a cena e ao mesmo tempo muito excitada de ver aquilo. Sally era uma mulher jovem, bonita, corpo bem feito e seios médios muito bonitos. Tinha longos cabelos pretos que ela agitava atrás das costas enquanto cavalgava sobre o Lírio. E vendo aquela moça nua naquela posição, com o púbis todo depilado onde apenas um V de pelinhos aparados emoldurava seu monte de vênus, era ainda mais bonita e sensual. Na mesma hora senti um calor enorme me percorrendo o corpo e minha xoxota pareceu ficar toda molhada. Permaneci abaixada olhando através do vidro e pude assistir aquela cópula onde Sally se entregava e gozava várias vezes seguidas com o pênis do Lírio entrando e saindo de sua xoxota. Ela rebolava sensual e gemia muito. Aos poucos fui me sentindo mais à vontade ali na varanda e enfiando a mão entre as pernas comecei a me masturbar. Mas, pouco depois, ouvi um barulho de passos andando lá em baixo no passeio e com a escuridão da noite não dava para ver o quê, nem quem era. Com medo de ser vista, voltei ao meu quarto e fechei a janela. Estava tão excitada que deitei sobre a cama de pernas abertas e me masturbei sem parar até que tive dois orgasmos seguidos. As imagens do que eu havia assistido entre o Lírio e a Sally me enchiam de volúpia. Pouco depois eu ouvi a porta do quarto do Lírio que se abria e depois voltava a fechar. Depois, passos no corredor. Sabia que era Sally que estava indo para o quarto que ela dividia com a outra cantora. Demorei a adormecer.
As cenas excitantes ficavam martelando na minha cabeça e tive um sono agitado. Em todos a figura nua do Lírio com o pênis duro e empinado era muito provocante.
Eu não tinha visto muitos pênis na minha vida, mas o dele era um que eu jamais esquecerei. Ereto, firme, com uns dezenove centímetros, claro, com a glande toda exposta, de coloração arroxeada, arredondada como um aríete, e com uma grossura que me parecia muito significativa. E aquela imagem ficara em minha memória associada a algo muito bom.
No dia seguinte fomos despertados no meio da manhã e descemos para o desjejum. Lírio agia como se nada houvesse acontecido e eu observava se os demais integrantes da banda davam sinais de terem percebido algo. Mas nada vi de anormal, a não ser uma expressão de satisfação no semblante de Sally. Mas desde a véspera eu olhava Lírio de uma outra maneira e era impossível evitar. De alguma forma eu sentia que o desejava demais.
Naquela manhã eu estava disposta a provocar, por isso havia vestido uma camiseta bege bem delicada que deixava meus seios quase revelados sob o tecido fino. Estava usando um short curtinho de malha azul clara que deixava minha tanguinha por baixo bem marcada no bumbum e calçava sandálias de plataforma. Hoje, relembrando, vejo como a moda está parecida com as roupas daquela época. Durante a manhã não tivemos nenhum contato mais próximo. Lírio saiu logo para ver os agentes de shows e fazer novos contatos. Tivemos tempo de preparar as roupas para a apresentação da noite, e depois do almoço fomos para o ensaio. Para a tarde eu troquei o short por uma calça jeans, mas permaneci com a camiseta delicada. Tudo parecia normal, embora eu não conseguisse me concentrar direito e errei várias vezes a ponto de Lírio me pedir mais atenção. Desculpei-me, passei a me focar mais e tudo ficou tranquilo. O ensaio acabou sendo bastante bom. Havia uma sensação de contentamento entre todos. Éramos pessoas que amávamos o que fazíamos. E era a minha primeira viagem com banda na vida. Voltei ao hotel e me preparei com dedicação. Naquela noite, por orgulho, eu me redimi e cantei com uma vontade muito grande, minha emoção estava no auge, as pessoas aplaudiram várias das músicas que eu interpretei e fui elogiada não somente pelo Lírio como também pelos outros integrantes. Havia um clima de muita camaradagem na banda e isso era bom, pois nos mantinha sempre tranquilos, e sem conflitos. Terminamos o baile de madrugada e só depois que arrumamos todo o equipamento no ônibus é que voltamos ao hotel. Todos estavam exaustos e fomos dormir perto das quatro da madrugada.
Despertei ainda muito cedo, o sol ainda começando a surgir, com batidas na porta do meu quarto. Eu fui abrir enrolada no lençol. Estava meio trêbada de sono. Era o Lírio que entrou no quarto e disse:
— Você estava muito bem ontem. Cantou lindamente. Agora se levante e se arrume que eu quero sair muito cedo. Temos um longo trecho pela frente.
Ele entrou no banheiro ligou o chuveiro e disse:
— Já para debaixo d’água.
Fiquei olhando meio abobalhada.
Lírio estava vestido com bermuda azul, camiseta bege, sandálias de borracha e um boné. Ele me pegou pela mão, segurou e puxou o lençol com delicadeza e me deixou despida.
Eu obedecia sem entender. Não tinha mais vergonha de ficar nua diante dele. Então ele me levou para o banheiro. Lá dentro me fez sinal para entrar debaixo da ducha do chuveiro e segurando ainda o lençol foi dizendo:
— Vai tomando o seu banho e se arrume depressa, fique pronta rápido, que eu vou mandar preparar o nosso café. Espero você em quinze minutos lá em baixo
Eu, nua debaixo do chuveiro, apenas concordava. A seguir ele me deu um beijo delicado na testa e saiu sem esperar nenhuma resposta. Tratei de tomar meu banho e me arrumar ligeiro. Vesti a camiseta que havia usado no dia anterior, coloquei uma tanguinha branca de amarar dos lados e uma saia azul escuro, curta e pregueada de enrolar e amarar com duas tiras na cintura. Calcei um tamanco de salto alto, guardei e fechei minhas coisas na mala e bem depressa fui encontrar com o Lírio na sala de refeição do hotelzinho. Tomamos nosso desjejum sem conversar muito e reparei que ele parecia animado. Lírio me observou atento, mas não falou nada dos meus trajes. Em uma hora saímos da cidade e iniciamos a viagem. O sol já estava ficando mais quente embora fosse ainda bem cedo.
No começo daquela viagem Lírio não falou quase nada e eu estava com sono, por isso também só cochilei. Mas depois de alguns quilômetros ele começou a conversar e despertei. Quando eu menos esperava o carro venceu uma elevação e vi aparecer uma bela vista do litoral. Estávamos numa rota que passava perto do mar. Dava para ver o mar à distância e fiquei admirada com a paisagem muito linda. Falei da minha admiração pelo mar e ele também confessou que gostava. Comentei que adoraria tomar um banho de mar e ele disse que em pouco tempo a gente ia passar perto de uma praia que teria acesso.
Estávamos animados e nem vi o tempo passar. Cerca de uma hora depois ele mostrou de longe a enorme costa que aparecia entre uma elevação e outra das dunas de areia com coqueiros e quando ele pegou a estradinha secundária que entrava pela mata litorânea eu estava muito animada. Andamos mais uns vinte minutos pela pequena trilha entre as árvores até chegar perto da praia. Escolhemos um lugar onde havia uma sombra maior de uma árvore e ele parou a Belina. A praia distava uns quarenta metros e havia uma espécie de trilho na vegetação rasteira. Descemos admirados com a vista belíssima, a água muito azul, o céu limpo, o sol luminoso e o frescor da brisa nas folhas de alguns coqueiros. Era um local paradisíaco. O lugar parecia completamente deserto naquela hora. Lírio pegou um saco plástico e uma toalha e depois que trancamos a perua seguimos pelo trilho.
Ele me deu a mão e caminhamos como um casal normal que vai passeando para o seu banho de mar. A faixa de areia não era muito grande, não havia nenhum sinal de passos, era uma imagem que remetia mesmo a um paraíso intocado. Eu estava encantada com tudo que via. Chegamos perto do declive na areia onde havia sinal que a maré chegava até ali. Havia galhos secos trazidos pelas ondas. Lírio pegou um galho seco de cerca de um metro e enfiou na areia. Em seguida retirou a camiseta e despiu a bermuda pendurando na ponta da estaca dizendo:
— Voltamos ao paraíso. Aqui só se pode entrar sem roupa.
Eu sabia que faríamos aquilo e estava feliz de poder repetir mesma emoção da primeira vez no riacho. Queria nadar nua com ele naquele mar de sonho. Desamarrei a saia e em seguida retirei a camiseta. Estava apenas de tanguinha branca amarrada. Lírio despiu a cueca e falou:
— Podemos ficar sem nada.
Ele estava com o pênis bem dilatado começando a ficar meio erguido. Mas agia como se aquilo fosse normal. Eu estava um pouco trêmula de emoção porque na minha mente se misturavam as imagens do que eu já havia visto no hotel e depois imaginado em minha fantasia.
Bom, eu já contei como foi minha primeira vez ali naquele paraíso.
Naquela praia deserta e intocada, naquela manhã de surpresas agradáveis, eu fora possuída pelo meu primeiro homem, de uma forma absolutamente inesquecível. Qualquer tentativa de narrar as sensações e emoções, prazeres e desejos que eu tive, será apenas uma pálida imagem. Eu me sentia muito feliz.
Já no carro, de volta, cantando com o Lírio, sabia que nunca mais me esqueceria daquele homem maduro, seguro, paciente, e viril, que me ajudou a me descobrir mulher, e me deixou experimentar a satisfação de pertencer a ele física e emocionalmente.
Quando voltamos à estrada, eu quis saber do Lírio como foi que ele soubera que eu o havia visto fazendo sexo com a Sally. Ele sorriu enigmático. Depois de alguns segundos explicou:
— De madrugada, quando eu acordei, fui abrir a minha janela e cheguei até na sacada, tentando tomar ar. Eu pude ver impresso na poeira do chão da varanda as marcas e pegadas que você havia deixado. Percebi que vinham do seu quarto. Mais tarde, durante o café da manhã notei seu comportamento e os olhares observadores para mim e para Sally e tive a certeza que você havia espionado tudo.
Eu fiquei meio sem graça de ter sido descoberta, sorri, confirmando que ele estava certo. Pensava que ele iria ficar bravo. Mas Lírio desfez qualquer receio que eu tivesse ao dizer:
— Achei bom. Foi ótimo. Assim você ficou com vontade.
Fiquei admirada. Ele prosseguiu:
— Eu estava louco por você faz muito tempo. Por isso convidei para que viesse com a gente na turnê.
Eu olhava para ele incrédula, antes nunca havia percebido nada. Achava que ele nem ligava muito para mim como mulher. Lírio falou:
— Sei que tem um talento enorme, e será uma grande artista. Já é uma cantora fantástica. Isso é natural em você. Fará muito sucesso na carreira e terá muita fama. Só falta a oportunidade certa, para você voar. A vida pode, algum dia, nos afastar, mas eu queria agora viver essa paixão com você. Queria ser o seu primeiro homem. Por hora, enquanto durar, vou me deixar seguir esse embalo do coração e quero ser seu quando você desejar.
Naquele momento eu não acreditava nas previsões dele. As palavras pareciam não fazer muito sentido. Mas eu naquele instante, nem estava preocupada, me sentia muito feliz e também cheia de paixão por aquele homem que podia ser meu pai. E que depois daquele dia, passou a ser por algum tempo o meu sedutor mestre e tentador amante. Naquela turnê de três meses, um verão incrível, nós fizemos coisas deliciosas, aprendi muito com o Lírio, cantamos em dezenas de cidades, e tivemos dias e noites fantásticas de sexo e paixão. Até houveram algumas aventuras com Sally junto com a gente.
Devo a eles muito do que aprendi, e a chance de ter, depois de um tempo, alcançado a fama. Mas isso eu vou deixar para contar uma outra hora. Espero que tenham gostado. Um beijo. Dan-Dan.