PARTE 6 – MARCELO
"Entre nós dois, sempre foi você que teve dificuldade para amar"
Era só isso que passava na minha mente, as últimas palavras que Claudio me disse antes de me abandonar.
Depois de dois dias isso ainda estava na minha mente, porque ninguém me conhecia melhor do que o Claudio, e se ele disse isso, então que chance eu tinha?
Eu estava fodido. Deitado na minha cama, me sentia uma fraude, um grande fracasso, sem entender o que tinha acontecido para acabar assim. O que mudou em tão pouco tempo?
- CHEGA! - Escuto alguém gritar do lado de fora, mas não me levanto da cama.
De repente a porta do meu quarto e aberta, mas parecia que tinha sido arrancada, tamanha a força usada.
Eu levanto a cabeça com um susto, Murilo no meu quarto parece um furacão.
- LEVANTA DAI, ANDA - Ele diz andando pelo quarto, puxando a cortina da janela e abrindo - PORRA, VOCÊ ESTA FEDENDO PRA CACETE, LEVANTA LOGO DAI, CARALHO.
- Sai daqui Murilo, me deixa descansar.
- DESCANSAR DO QUE? TU ESTA NESSE QUARTO TEM DOIS DIAS DESCANSANDO- Ele vem na minha direção e puxa o lençol - LEVANTA PORRA.
- EU NÃO QUERO, - eu grito - SAI DAQUI ANTES QUE EU TE REBOQUE NA PORRADA.
- SÓ TENTA, AO MENOS VOCÊ VAI PODER DIZER QUE FEZ ALGUMA COISA.
- Me deixa aqui - Digo fechando os olhos e voltando a deitar, sem querer lhe dar atenção, talvez assim ele me deixaria sozinho.
Mas antes que minha cabeça voltasse a encostar do travesseiro, sinto meu corpo ser sacudido.
- NÃO VOU REPETIR, LE-VAN-TA!
Murilo começa a me puxar, tentando me tirar da cama. Isso estava me dando raiva, então eu fico de pé, só para empurrá-lo para longe de mim.
Com o empurrão, eu acabo caindo sentado na cama, já Murilo, que não esperava que eu o empurrasse, acaba caindo em cima do armário.
Vejo ele levantando rápido, suas mãos se fechando em soco e quando ele dá o primeiro passo em minha direção a porta do meu quarto é aberta de novo.
Maycon entra no meu quarto, ele fecha a porta com calma e nos olha. Murilo tinha parado no primeiro passo e eu continuava sentado na cama, pronto para receber o soco do meu irmão.
- O que vocês pensam que estão fazendo? - Maycon pergunta educadamente e anda pelo quarto, ele para no meio de nós dois. - O que você pensa que esta fazendo - ele repete a pergunta diretamente para mim.
Com a agressividade do Murilo, eu consigo lidar, mas não consigo com o olhar que Maycon me lança.
"Entre nós dois, sempre foi você que teve dificuldade para amar"
- Eu sou quebrado? – pergunto abaixando a cabeça.
- Como? - Maycon senta ao meu lado.
- você ouviu. Eu sou quebrado? O que acontece comigo que sou sempre abandonado?
Murilo não fala nada, ele caminha na nossa direção e senta do meu outro lado.
- Como assim, cara? Você que esta nos abandonando - Maycon diz segurando minha mão - Eu estou aqui, o Murilo esta aqui, a mamãe e o papai estão lá fora esperando por você, sua filha esta lá fora também... Tem um monte de gente que te ama que esta preocupado.
- O Claudio...
- O Claudio também te ama - Murilo diz e coloca a mão em cima da nossa - Ele não quis dizer aquilo, e logo vai voltar a tudo ser como era.
- Mas você precisa reagir, irmão. – ele solta um suspiro - Quando você era mais novo, você vivia seguindo nós dois e a gente detestava isso, a gente não queria ser seguido por um bebezinho, ai apareceu o Claudio e ligação de vocês era tão forte que você simplesmente se esqueceu de seguir seus irmãos e começou a criar seu próprio caminho. Eu tinha um pouco inveja da amizade de vocês, da lealdade sabe? Sempre foi tudo tão forte.
- Mas acabou...
- Eu não acredito nisso, nem você acredita, Você não é assim, não desiste fácil. Mas se a amizade acabou, então vida que segue, você tem uma filha para criar, uma família por você. Agora levanta e vai viver a porra da sua vida.
Eu levanto da cama e Maycon me dá um abraço, logo Murilo envolve seus braços na gente e ficamos os três abraçados.
- Vamos tomar café - Maycon fala e a gente se solta e vamos em direção a porta.
- Cara, você esta fedendo muito - Murilo diz me dando um soquinho no braço - se quiser um banho...
- Eu posso fazer isso sozinho - Digo saindo do quarto e vou em direção ao banheiro, porque talvez o cheiro não estivesse nada agradável mesmo.
De barba feita e banho tomado, eu vou tomar café com minha família, quando termino aviso que preciso sair e apesar de Hugo se oferecer para ir comigo, digo que preciso ficar sozinho.
Na rua, eu não tinha exatamente para onde ir, apenas saio andando ate chegar à praça.
A lanchonete da Clara estava fechada, isso me faz lembrar no seu filho, será que Pedro esta em casa? Não que eu fosse tocar a campainha para saber.
- Marcelo. - Escuto a voz da Clara atrás de mim.
Viro para olhar para ela. Clara estava carregando uma caixa enorme que cobria quase toda sua visão.
- Oi... Deixa eu te ajudar.
- Obrigada - Ela agradece quando eu tiro a caixa de suas mãos. - Eu estava morrendo de medo de cair com esse troço.
- Não se preocupa. só me guia o caminho.
- Pode deixar.
Clara me leva ate sua casa, abre o portão e me deixa entrar.
- Pode deixar do lado do carro.
Eu abaixo a caixa no chão e olho para ela.
- E o Pedro?
- Eu acabo de deixar ele na casa da minha mãe, tenho que fazer uma entrega - Ela diz apontando para caixa - e achei melhor ele não ir.
- Ah sim... Legal - eu digo sem realmente me importar.
- Muito obrigada, Celo. Quer entrar para beber uma água. Daqui a pouco eu estou saindo, mas...
- Não quero te atrapalhar.
- Que isso, você nunca atrapalha, e eu estou te devendo, você não imagina a felicidade do Pedro depois que você deu aqueles brinquedos... Quer dizer, boneco de ação para ele.
- Fico feliz em saber.
- E ai... - Clara diz com a chave da porta na mão e me lança um sorriso - vai entrar?
- Vou - respondo devolvendo o sorriso.
Dentro da casa, Clara me oferece suco de laranja e eu aceito, ela volta com um copo cheio e me entrega, depois senta ao meu lado e ficamos conversando um pouco.
Ter Clara ao meu lado, falando sobre coisas banais e me atualizando um pouco sobre a vida das pessoas que eu conhecia no passado, me faz perceber o que eu já sabia...
"Entre nós dois, sempre foi você que teve dificuldade para amar"
... Já tinha passado da hora de deixar tudo para trás e seguir em frente.
- E aquela caixa, o que é? Quer dizer, se puder falar.
- É uma grande encomenda da minha mãe, ela pediu para eu levar de carro ate uma cliente, inclusive tenho que ir, a estrada é longa e quero voltar ainda hoje.
- Não quero atrapalhar - digo me levantando e indo em direção a porta.
-Você nunca incomoda - Ela diz me seguindo e passando a mão no meu braço - vê se volta antes de voltar para o Rio, o Pedro vai adorar, e trás o Claudio também.
- Pode deixar - Eu digo fingindo não ter ouvido o nome do Claudio. Dou um passo para fora, mas paro - Escuta, o que acha de me ter como companheiro de viagem?
- Serio? - Ela pergunta batendo palminhas, o que a deixa bem jovem - vai ser um máximo. - Ela me abraça, sinto seu cheiro, ainda o mesmo perfume, era uma delicia - Só espera eu pegar uns papeis e saímos, você pode colocar a caixa no carro?
Eu confirmo e Clara me entrega a chave, depois entra para o seu quarto e volta depois de um tempo de banho tomado e roupa trocada.
- Vamos? - Ela diz sorrindo para mim.
Porra, só de pensar que aquele sorriso já tinha me deixado louco varias vezes.
- Vamos - respondo, sem ter a certeza se realmente sabia o que estava fazendo.
O caminho é tranquilo, Clara dirigi com atenção. Ela liga o som e quando não esta puxando assunto, esta cantando.
Ela para num posto para abastecer, e aproveitamos para almoçar, quando voltamos para estrada, ela pergunta se eu quero dirigir.
A estrada não é muito movimentada, porem com muitas curvas.
- Falta menos de vinte quilômetros para chegar - Ela me avisa. - A entrega é rápida, assim vai dar tempo da gente chegar em casa antes da janta.
- Ótimo - Eu digo e olho para ela.
Clara sorri para mim, talvez se lembrando da mesma coisa que eu. Quando a gente namorava, Clara adorava falar, eu nem sempre escutava, mas sempre que ela parava um pouco de falar, eu respondia "ótimo", sem realmente ter escutado muita coisa.
- MARCELO, CUIDADO! - Ela grita, olhando para pista.
Eu tento frear, mas estava muito em cima, a pisca estava toda esburacada, o carro vai caindo em cada buraco, nos jogando para cima, frente, trás e lado ao mesmo tempo.
Meu pé ainda apertando o freio faz o carro parar, mas não antes de escutarmos o som dos pneus se furando.
- Porra... - Digo - Você esta bem?
- Ai... To sim, só com dor pelos apertos do cinto, ainda bem por eles.
Eu tiro o cinto e desço do carro, caralho, dois pneus furados. Dou uma olhada nos buracos e vejo pedaços de metais pontiagudos por ali, Clara desce para ver o que eu estou olhando.
- Filhos da puta. – Ela diz vendo os pneus.
- Sim, mas que cacete.
Os pneus da frente estavam furados e só tinham um estepe. Pegamos nossos celulares, mas não tinha sinal.
- Eu vou ter que ir atrás de algum borracheiro
- Nós né? Eu não vou ficar no meio da estrada, sozinha.
- Desculpa pelo estrago no carro, eu vou consertar.
- Sem problema, mas nos vamos andar vinte quilômetros?
- Primeiro vamos tirar o carro da estrada, depois a gente tenta uma carona.
Ao terminar de falar, vejo um caminhão se aproximando, eu sinalizo pedindo ajuda. O motorista para e me ajuda a colocar o carro de Clara no acostamento, depois ele nos da carona pelos vinte quilômetros restante, eu coloco a caixa de entrega no caminhão, trancamos o carro de Clara e vamos com o caminhoneiro.
O motorista nos deixa na cidade. Procuramos o endereço que Clara tinha que entregar e caixa, eu deixo ela lá e vou à procura do borracheiro.
A cidade era pequena, eu logo encontro o borracheiro e ele vai comigo ate o local que deixamos o carro. Ele não consegue fazer o reparo no local, então guinchamos o carro para cidade.
- Moço, eu acho melhor você tentar arrumar um quarto na pousada pra você e sua esposa, o carro não vai ser consertado hoje.
- Serio? Cacete... Bem, eu vou procurar a Clara e falar com ela.
Vou atrás da Clara e digo o que o borracheiro me falou e assim acabamos o dia numa pousada, com os celulares descarregados e dividindo um quarto.
O dia tinha sido longo, não consegui um carregador para colocar no meu celular e não tinha como eu ligar para casa, o único número que eu sabia gravado era o do Claudio.
Clara não estava no quarto quando eu resolvo ir ao banheiro tomar banho.
A água estava do jeito que eu gosto, fico debaixo dela por um tempo, deixando escorrer pelo meu corpo e lembrando sobre o dia louco que estava tendo.
Começo a pensar na Clara, passar o dia com ela me fez perceber o quanto ela mudou, ela não parecia nada com aquela garota que eu namorei. Clara estava uma mulher madura, responsável e não aquela garota manipuladora.
Pensar nela estava fazendo meu pau ficar duro, droga, eu não podia voltar para o quarto assim, eu seguro meu cacete duro e aperto minhas bolas, então a porta é aberta.
Olho para porta, com meu pau duro na mão, e vejo uma Clara completamente nua.
- Precisa de ajuda... - Ela começa a dizer olhando para mim de cima a baixo, demorando um pouco mais no meu pau -... Com isso?
- Com certeza - Eu digo desligando o chuveiro e indo na sua direção. Clara colou seu corpo no meu ao me beijar, meu pau colando na sua barriga.
- Nossa... – Ela passa suas mãos no meu pau - Você está muito duro.
Era verdade, se pensar nela, já tinha me deixado duro, ver ela nua na minha frente me deixou ainda mais animado.
- Então vamos ter que resolver isso – Eu agarro a sua cintura e a viro, inclinando seu corpo sobre a pia do banheiro, de frente para o espelho.
Ela da uma leve tremida quando eu passo meu cacete duro pelas suas nádegas. Vejo seu reflexo animado no espelho, Clara olha para mim com seu olhar sedutor.
- Minha boceta está pronta para você – ela geme e se movimenta no meu pau.
Eu passo meu cacete por sua boceta e vou empurrando para dentro dela, Clara geme enquanto meu pau vai lentamente abrindo sua boceta
- Porra, isso é bom - ela sussurra quando eu estou dentro. - Eu senti falta dele.
Eu a fodi devagar, puxando quase todo para fora, então empurrando todo de volta. Ela mexeu os quadris no ritmo das minhas estocadas. Então é minha vez de gemer, Clara estava sorrindo para mim no espelho.
Eu a fodi mais rápido, sua boceta apertando meu pau, ele gemendo ate gozar. Eu então agarro sua cintura para mantê-la no lugar e me movimento ainda mais rápido, ate não aguentar mais e gozar. Olho o reflexo de Clara sorrindo para mim.
- O que foi? – pergunto.
- Isso foi melhor do que eu lembrava – Ela vira para mim e passa a mão pelo meu peito – seu corpo ficou ainda mais gostoso desde a última vez que te vi nu, agora eu quero que você foda minha bunda. - Ela coloca a mão em volta do meu cacete - Vamos lá. - Ela me levou para o quarto.
- Eu não chupei você ainda. - Clara me parou ao lado da cama e caiu de joelhos.
Ela agarrou meu pau duro com uma mão e apertou minhas bolas com a outra enquanto lambia e chupava a cabeça do meu pau, balançando para cima e para baixo, tomando a maior parte do meu cacete.
- Você vai me fazer gozar. – Eu digo fazendo ela parar.
Ela para e se levanta, então me beija com força, enquanto eu corro meu dedo no seu cuzinho. Ela se afasta e vai ate sua bolsa e volta com lubrificante.
- Uma mulher precavida, vale por duas.
Clara me entrega o lubrificante e fica de quatro na cama, eu me ajoelho e lubrifico meu dedo e passo entre suas nádegas. Ela geme baixinho e empurra para trás enquanto meu dedo encontrava seu cuzinho, eu trabalhei meu dedo para dentro e para fora. Clara tocou sua boceta enquanto eu esticava seu cu com os dedos.
- Ah porra! - ela sussurrou. Clara rolou de costas e levantou a bunda no ar. Ela sorriu para mim. – Vem...
Meu pau é grande, mas Clara recebeu ao pouco, a cabeça entrou facilmente, mas tive que me esforçar mais para continuar.
Clara apertou os seios enquanto beliscava os mamilos duros entre os polegares e os dedos indicadores. Ela gemeu de prazer e balançou os quadris, eu empurrei e puxei para fora de seu rabo apertado.
Clara deslizou um dedo em sua boceta enquanto eu fodia sua bunda. Ela gemia com meus movimentos ate que gozou com força. Agarrei seus joelhos e fui entrando ainda mais fundo. Eu a fodi rápido e forte ate gozar.
Clara agarrou meus ombros, me puxou para ela e me beijou. Ficamos na cama por um tempo, nos beijando e abraçando...
- Então, você vai me dizer o que aconteceu?
- Nós acabamos de transar, não?
- Não é isso que eu estou perguntando.
- Não?
- Marcelo, você apareceu lá em casa com a maior cara de perdido, se convidou para vir comigo, e eu fiquei esperando você falar sobre o que esta te perturbando o caminho todo.
- Não tem nada.
- Você brigou com o Claudio?
- Que? Da onde você tirou isso.
- Marcelo, você não falou o nome dele nenhuma vez hoje, eu não sou burra, fala comigo.
Então sem entrar muito em detalhes, eu contei sobre a briga que tive com o Claudio.
-... E ele foi embora sem olhar para trás. – Termino me sentindo mais leve depois de falar.
- Sabe, isso me faz me lembrar de quando a gente namorava e você me disse que o Claudio estava diferente, um pouco antes da gente terminar.
- Ah sim - digo me afastando um pouco dela, lembrando do que ela estava falando - quando ele se afastou, por achar que estava atrapalhando nosso namoro.
- exatamente, eu fui tão burra naquela época e eu magoei muito você e o Claudio, não sabe como eu me arrependo, mas não é esse o caso agora, o caso é que ele se afastou pra te proteger, para não te ver sofrer, de repente ele esta fazendo isso de novo. De uma coisa eu sei, eu nunca vi uma amizade tão forte, quanto à de vocês dois.
Na minha mente vem todo aquele dia após o natal. Do Bocão ferido na minha sala e o quanto o Claudio estava perturbado. Será?
Clara volta a se aproximar de mim, ela coloca sua cabeça no meu ombro e não fala mais nada, me deixando com os meus pensamentos.
Eu começo a fazer cafuné em sua cabeça por algum tempo e sinto um alivio no meu peito, como se tudo tivesse voltado para o lugar. Então vem algo na minha mente.
- Clara...
- Hum? – Ela diz sonolenta.
- O Pedro é meu filho?
CONTINUA... ( pequeno spoiler, na proxima parte o Claudio e o Marcelo se reencontra)
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Obs.1: Este conto é uma continuação direta dos contos "Na Web" e "Antes da Web" e seria bom se fosse lido da ordem.
Obs.2: O começo da próxima parte já esta disponível no wattpad.
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