Queridos amigos e leitores! Dando continuidade as homenagens que comecei com a Bia no conto do Luiz e da Angel, dessa vez escolhi dois novos leitores e amigos para homenagear: a Vânia e o Gabriel.
Fica aqui o meu muito obrigado a todos que dedicarão um tempinho para ler essa nova série.
Boa leitura a todos.
Parte 1. Vida nova. Toda história precisa dos seus protagonistas.
Ana abriu os olhos e olhou para o marido que ainda dormia um sono pesado ao seu lado. A primeira noite sozinhos na casa nova havia passado. Ainda sentia as dores no corpo da mudança do dia anterior. Caixas e mais caixas de utensílios domésticos, malas de roupas, sacolas sem fim… tudo carregado à mão no dia anterior. E os móveis? Geladeira, fogão, sofás, camas… ainda bem que tinham alguns bons amigos para contar nesses momentos.
Fora o dinheiro gasto com o caminhão e com as bebidas e pizzas de agradecimento, até que conseguiram economizar uma boa grana. A casinha simples de quarto, sala, cozinha e banheiro, apesar de humilde, era muito arrumadinha. Um sonho realizado na vida dela, após dois anos morando com os sogros.
Ela estava com vinte e um anos. Dois de casamento e desde os quinze junto com o marido. Passaram por todas as etapas: namoro na escola e depois no sofá, com a irmã mais nova de testemunha e aos poucos, aquele cineminha e o parque de diversões sozinhos no fim de semana. Aos dezoito anos noivaram e aos dezenove se casaram, ambos virgens e apaixonados. Ela seguiu à risca a criação conservadora da família humilde.
Ainda começando sua vida adulta, Ana tem todos os atributos que muitas mulheres sonham em ter: um rosto lindo de traços latinos, seios médios e empinados, cintura fina e bunda redonda e durinha. Mas Ana é muito simples no modo de se vestir e não gosta de maquiagem. As roupas a deixam sem graça e aquela falta de destaque que só uma maquiagem bem feita pode proporcionar, fazem com que ela passe despercebida em quase todos os lugares.
Ana deu um beijo carinhoso na testa do marido e se levantou. Seu maior sonho era ser mãe e cuidar do marido. Um já estava realizado, o marido dormia ao seu lado. O segundo viria naturalmente. Ela tinha uma vontade enorme de cursar a faculdade de história e era fascinada pela história do Brasil, em particular. Teve que adiar o sonho, pois o dinheiro só dava para um deles cursar o ensino superior. O acordo era: assim que o marido se formasse, seria a vez dela.
Ela tomou um banho rápido, pegou alguns biscoitos para comer no caminho e partiu para o cansativo dia de trabalho. Precisava ajudar nas despesas da casa também. Assim, a vida dos dois era um pouco menos sofrida. Ana é secretária em um consultório odontológico.
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Doutor Antônio era um renomado ginecologista e nos últimos anos, com a situação ruim por qual passava o seu casamento, resolveu assumir de forma temporária a chefia do departamento de trauma do hospital em que trabalhava. O que era para ser temporário, já entrava no terceiro ano. Dessa forma, conseguia passar as madrugadas fora de casa e evitar as brigas constantes com a esposa.
Doutor Antônio também era especialista em atendimentos a mulheres que sofreram abusos sexuais. Havia passado na juventude por uma situação traumática com uma de suas irmãs e dedicou o seu ofício a cuidar dessas mulheres.
Contava as horas no relógio para acabar o seu plantão e voltar para casa e descansar. Torcia para que ao chegar, a esposa já não estivesse mais em casa.
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Naquela mesma manhã, no lado nobre da cidade, Vânia também acordava. Olhou para o lado da cama onde o marido deveria estar e a única coisa que conseguia sentir era desgosto. "De que adianta ser rico, se não tem vigor e não consegue fazer uma mulher gozar? Seu brocha." Pensou ela.
Vânia, com trinta e nove anos é professora universitária com mestrado em língua portuguesa. Não precisa trabalhar, só faz pelo prazer de moldar as jovens mentes para o futuro. Ela dá aulas na Fatec do centro da cidade. Escolheu essa instituição de menos renome, para poder satisfazer o seu lado altruísta. Sendo uma autora renomada de livros educacionais, suas obras são usadas como material obrigatório nas melhores instituições de ensino particular.
Loira, seios fartos, e uma bunda escultural em formato de coração, Vânia é uma mulher linda e sabe disso. Ao contrário da Ana, se veste e se maquia para impressionar. Em todo ambiente que chega, é impossível não reparar naquela femme fatale. Atrai o desejo dos homens e a inveja e a ira de muitas das mulheres.
Nos últimos três anos e sempre no início do ano letivo na faculdade, Vânia escolhia um jovem macho para seduzir e sempre conseguia o seu objetivo. É um fetiche que ela leva às últimas consequências. Ela estava ansiosa para o começo das aulas naquele dia e imaginando o que iria encontrar no cardápio para escolher.
Se levantou da cama, tomou um banho caprichado e começou a se produzir. Teria um dia agitado pela frente e ainda precisava ir ao shopping retirar algumas encomendas em sua loja de grife preferida.
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Enquanto isso, de volta ao bairro pobre, Gabriel também acordou. Ainda sonolento, buscou a esposa com os braços. Sentindo o lado dela da cama vazio, abriu os olhos. Se lembrou que Ana saía mais cedo do que ele. Olhou para o celular e viu que o despertador o traiu e já estava atrasado.
Se levantou em um pulo, escovou os dentes com pressa e por sorte, a cuidadosa Ana já havia deixado a sua roupa preparada. Gabriel é assistente na administração de um shopping center. Nem se preocupou com o café da manhã, se vestiu e saiu acelerado para o dia de trabalho.
Aquele quinto dia útil do mês, estava sendo terrível para o Gabriel. Era o seu horário de almoço e a praça de alimentação estava lotada. Perdeu muito tempo até encontrar uma mesa vaga. Estava entretido com a sua comida, quando uma linda loira, com quase o dobro da sua idade e mesmo assim maravilhosa, se aproximou dele e disse:
- Posso sentar? Só tem essa mesa com lugares vazios.
Levantou a cabeça e Vânia sorria para ele. Ele disse, quase gaguejando:
- Po.. pode, sim! Fique à vontade.
Gabriel tentava não olhar, mas era impossível. Vânia sabia que despertava esse desejo nos homens e muito safada, disparou:
- Olhar não tira pedaços. - E o encarou com um sorriso malicioso.
"Que safada. Deve achar que todos os homens são iguais." Pensou Gabriel. Como havia terminado o seu almoço, se despediu educadamente de cabeça baixa e saiu.
Gabriel tem lindos olhos verdes acinzentados, que dependendo da luz, ficam mais claros ou escuros. É alto e forte, mas sem exageros de academia. Vânia continuou encarando e o deixando sem graça enquanto ele se afastava. Se divertiu com a timidez do jovem e lindo rapaz.
O resto do dia de Gabriel foi mais calmo. Saiu às dezoito horas, um pouco mais tarde do que o normal e nem teve tempo de ir em casa tomar um banho e se trocar para o seu primeiro dia de aulas regulares da faculdade e o segundo do ano letivo. Ele havia faltado ao primeiro dia achando que passaria pelo famoso trote. Gabriel estava começando o curso de língua portuguesa. Amava literatura e filosofia, mas tinha verdadeira fascinação pelo mundo dos idiomas.
Gabriel pegou o ônibus e conseguiu chegar com um pouco de antecedência. A sala já estava cheia e ele só conseguiu ficar mais ao fundo. Tinha uma ótima visão de tudo, mas precisava se esforçar para ouvir com clareza. O primeiro período antes do intervalo não foi muito produtivo, o professor deu muitas dicas e fez várias advertências para o futuro.
No intervalo para o segundo período, Gabriel estava faminto. Deu um pulo na cantina e conseguiu comer rapidamente uma coxinha e beber um refrigerante. Voltava apressado para a sala quando notou aquela linda loira do shopping entrando na sua frente. Ela ainda não tinha reparado nele. Gabriel entrou logo atrás dela e percebeu que ela se posicionou no púlpito. Tentou passar despercebido, mas Vânia percebeu e seus olhos começaram a segui-lo:
- Boa noite, pessoal Eu sou a professora Vânia e comigo vocês aprenderão um pouco mais sobre a arte de falar bem e de forma correta. - Ela olhava diretamente para o Gabriel que ainda buscava o seu lugar.
"É o destino. Esse ano será você o meu brinquedinho. Que delícia. Alto, forte e que olhos." Vânia quase se perdeu em seus pensamentos.
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Um pouco mais cedo, Ana saiu do consultório às quinze para às seis da tarde. Estava pensando no marido e em como seria o seu primeiro dia de aulas no ensino superior. Torcia por ele e sabia o quanto eles tiveram que se esforçar e abrir mão de muitas coisas para realizar esse sonho, Gabriel era o primeiro na família dos dois a ingressar na faculdade. Passou no mercado e decidiu fazer uma janta especial para não deixar passar em branco essa data tão importante para o jovem casal.
Ana comprou todos os ingredientes necessários para o prato preferido do marido: Filé de frango, molho de tomate, creme de leite, cogumelo Champignon e batata palha. Gabriel adorava o seu strogonoff. Comprou também um refrigerante e um pote de sorvete de chocolate, a sobremesa preferida dele.
Chegou em casa e deixou as coisas todas preparadas para cozinhar próximo a hora de chegada dele, por volta das vinte e três horas. Tomou um banho caprichado, se depilou, lavou o cabelo e secou com o secador, separou um conjunto um pouco mais ousado de lingerie e ficou à espera.
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Enquanto Ana se preparava para a chegada do marido, Vânia, na faculdade, falava sobre a importância de se expressar de forma clara e da boa dicção. Decidiu que chamaria alguns alunos na frente da classe para fazer um experimento. Para não demonstrar as suas intenções, chamou primeiro uma das garotas da primeira fila. Enquanto a menina, visivelmente constrangida, se posicionava em frente aos quase setenta estudantes que dividiam aquela sala, Vânia lhe entregou um texto escrito de forma errada e pediu que ela corrigisse enquanto lia.
Foi um completo desastre. Além de não saber falar em público, a garota deixou passar diversos erros simples. Vânia sabia que muitos daqueles jovens ali, não tiveram a melhor educação. Tinha como uma obrigação, ajudá-los a melhorar.
O segundo a ser chamado foi Gabriel. Mas ele não era um sujeito tímido. Estava ali para aprender, se dedicou demais para chegar até esse momento. Não deixaria que isso impedisse o seu progresso. Enquanto descia, Vânia acompanhava atentamente os seus passos. Gabriel sorriu de forma cortês, mas um lindo sorriso, para ela e Vânia sentiu sua xoxota molhada de desejo.
Vânia lhe entregou um texto diferente, mas com a mesma dificuldade. Gabriel tirou de letra o desafio e a cada correção que fazia ao ler, recebia um olhar admirado da professora. Vânia, não resistindo, falou baixinho para ele:
- Além de lindo, é inteligente. Vamos nos dar muito bem. - De costas para a classe, deu uma leve mordida no lábio inferior.
Gabriel não era bobo, sabia quando uma mulher estava lhe dando mole. Mas amava Ana com todo o seu coração e preferiu não entrar naquele jogo. Devolveu a folha à Vânia e voltou para o seu lugar. Ela percebeu que o seu jogo seria um pouco mais complicado esse ano. No dedo de Gabriel reluzia uma fina, mas brilhante, aliança de casamento.
Vânia passou os seus últimos trinta e cinco minutos de aula, tentando disfarçadamente, buscar uma troca de olhares com ele. Como uma leoa espreitando a sua presa. Mas Gabriel não lhe dava oportunidades. Precisava mudar a tática. Ao fim da aula, em vez de ir embora, ficou fazendo hora e esperando o fim do último período.
Cinquenta minutos depois, Gabriel caminhava distraído em sua direção olhando para o celular. Vânia cruzou o seu caminho e deixou que ele esbarrasse nela de forma mais forte. Os livros que ela carregava, com aquele único propósito, voaram pelo ar. Gabriel, muito constrangido, disse:
- Me desculpa, professora! Estava distraído e nem percebi. Perdão!
Vânia, fingindo dor, levou a mão ao ombro e disse:
- Nossa! Não sabia que você era tão forte. Está perdoado.
Gabriel rapidamente se abaixou e começou a recolher os livros. Vendo que eram livros grossos e pesados, ele prontamente se dispôs a ajudá-la. Carregou os livros até o carro dela. Vânia andou à frente dele, aproveitando para exagerar um pouco no rebolado. Gabriel não conseguia disfarçar as olhadas naquela bunda bem formada, redonda e perfeita.
Colocou os livros no banco de trás e ao se virar, Vânia estava quase colada nele. Ela disse:
- Obrigada! Você é muito gentil.
Gabriel conseguia sentir o hálito fresco de hortelã dela pela proximidade de seus rostos. Tentou se afastar, mas a porta do carro impediu. Vânia continuou se aproximando, brincando com ele. Gabriel olhava hipnotizado para a boca dela. Não resistiu e a beijou. Vânia se entregou aquele beijo tão gostoso.
Gabriel de repente, recobrou o juízo e se afastou rápido. Ele disse:
- Meu Deus! Desculpa professora. Não sei o que deu em mim.
Antes que Vânia pudesse acalmá-lo e dizer que também curtiu, Gabriel saiu em disparada. Pensava em Ana e não entendia o que se passava em sua cabeça.
Continua…
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