Passei maus bocados na pré-adolescência e adolescência por causa de Douglas, meu colega de classe. Fui sempre um menino alto, pálido e nem sempre tão magro. Douglas, por outro lado, era um ano mais novo, mais baixo e atarracado, às vezes um pouco gordo, mas isso nunca o impediu de me aporrinhar muito. Ele me chamava de nomes, enchia o meu saco, beliscava meus mamilos e às vezes até me encoxava, mas eu não fazia nada, pois ele era suficientemente intimidador para que eu não o desafiasse e acabasse com o bullying que ele praticava comigo, embora eu não assumisse isso para ninguém.
Nunca fui afeminado, mas na época em que fomos colegas eu já apresentava uma fisionomia diferente da maioria dos meninos, que chamava atenção dos mais atentos. Na puberdade, em vez de um corpo peludo, firme e com ombros largos, ganhei quadris surpreendentemente amplos e coxas enormes. Não desenvolvi muitos pelos, minha cintura permaneceu fina e meu corpo continuou macio e sem músculos. Para variar, parei de crescer cedo.
Aos 16 anos, perdi contato com Douglas, que tentou seguir carreira como jogador de futebol. A vida melhorou muito a partir daí. Formei-me na faculdade com louvor e me tornei um profissional promissor muito bem visto por meus superiores. Era sociável e sofisticado. Os anos de nerdice haviam ficado para trás e todo o estudo parece ter servido para alguma coisa. Reencontrei Douglas apenas aos 24 anos, quando passamos a trabalhar no mesmo escritório. Era irritante como ele havia se tornado mais alto que eu, mas agora eu era seu chefe e nossa relação, bastante amigável.
Já na minha vida particular, nem tudo ia tão bem. Fui abandonado por minha noiva, Amanda, que decidiu que era nova demais para se comprometer, muito menos se casar, e não consegui engatar um novo romance com ninguém. Isso era péssimo, mas me deu a liberdade que nunca tive para me dedicar a uma de minhas mais secretas fantasias, o crossdressing. Com uma casa só para mim e bastante dinheiro para alguém solteiro e sem filhos, nada me impediu de passar a comprar perucas, lingeries, biquínis, maquiagens e brinquedos sexuais. Comecei a depilar os poucos pelos que tinha e a conversar com estranhos pela internet, expondo meu corpo e meus fetiches sem nunca revelar minha identidade.
Foi só aí que passei a entender de verdade como eu levava jeito para a coisa. Os deboches sobre a minha aparência na adolescência estavam certos. O assédio masculino era muito maior e mais intenso do que qualquer coisa que eu já havia recebido das mulheres. Passava os fins de semana preso em casa, viciado em toda aquela atenção. Sempre que podia, estava montada em frente à webcam, rebolando com um consolo enterrado em mim enquanto algum coroa se masturbava compulsivamente enquanto me assistia. Os elogios que recebia pelas minhas curvas, que antes eram motivo de vergonha inenarrável, agora alimentavam meu orgulho e autoconfiança. A verdade é que eu podia não ter um corpo masculino, mas a visão da minha figura feminina, jovem e saudável proporcionava enorme prazer para uma infinidades de paus anônimos na internet.
Fiz vários amigos com o tempo, mas um se destacou. Pedro era o homem perfeito. Coroa, separado e com pênis comum, algo que me agradava muito. Ele me tratava como se eu fosse uma princesa, perto dele eu me sentia uma Afrodite. Conversávamos todos os dias, ele queria me encontrar pessoalmente, mas eu não me sentia pronta ainda para um encontro presencial com ninguém, nem mesmo com ele. Perfeito cavalheiro que era, Pedro foi paciente comigo e se limitou a estimular meus desejos até o limite. Passei a imaginar coisas com naturalidade que antes eu nunca sonharia, mas que ele demonstrou que sempre existiram dentro de mim. Por sua sugestão, comecei a usar lingeries por debaixo de minhas roupas sociais. Falando assim, pode parecer inofensivo, mas foi algo que achei profundamente subversivo quando comecei.
Certa vez, estava apertado e corri para o banheiro com pressa. Com o cinto desafivelado, a calça do terno caiu um pouco, deixando à mostra a alça alta de uma calcinha fio dental g-string rosa choque que contrastava lindamente com minha pele branquinha. Como estava em um momento de intimidade, não liguei e continuei concentrado em esvaziar a bexiga. Não percebi que a porta da cabine estava destrancada e fui surpreendido por Douglas que a abriu inocentemente esperando encontrar um vaso sanitário desocupado. Ele tomou um susto ao me ver, pediu desculpas e fechou a porta rapidamente.
Eu também levei um susto e logo fui tomado pelo terror da hipótese de ter sido visto de calcinha. Os dias se passam, eu tinha dificuldade de encará-lo, mas nada foi dito. Era como se nada tivesse acontecido. Contei o caso a Pedro, que me tranquilizou, ele achava que Douglas não teria tempo de ver qualquer coisa.
Semanas se passaram, eu já estava convencido de que tudo estava seguro. Até voltei a usar minhas lindas roupinhas por debaixo do terno, mas agora sempre cuidando para deixar a porta da cabine do banheiro bem trancada. Numa sexta-feira, quando eu já nem pensava tanto no assunto, tive de ficar a sós com Douglas pela primeira vez desde o ocorrido em um fim de expediente para a análise de alguns relatórios. Enquanto eu estava absorto lendo a papelada, ele quebrou o silêncio dizendo sem rodeios:
- Sabe, Franguinho, você quase me convenceu de que era macho, mas um macho de verdade nunca teria um rabão assim. Achei linda a sua calcinha, posso ver de novo?
Aquilo embrulhou o meu estômago, meu segredo havia mesmo sido descoberto! Ele não me chamava assim desde que éramos estudantes, ele não me tratava com esse descaramento e desprezo desde aquela época! Tentei manter a postura e respondi:
- Que absurdo é esse, Douglas? Esse tipo de linguajar é inaceitável aqui, não somos mais crianças! Não faço a mínima ideia do que você está falando, sou o seu superior e exijo respeito!
- Qual o problema, Franguinha? - Retrucou ele agora me chamando no feminino - Com essa pele bem branquinha, aposto que deve ser toda lisinha, com o cu bem rosinha...
- Você está demitido, babaca!
Eu vociferei com autoridade, mas ele já me tinha na mão:
- Só se você quiser que todos saibam que o chefe do departamento vem de calcinha rosa para o trabalho, vagabunda.
Minha vontade era de sumir da face da terra, mas eu não tinha essa opção, precisava barganhar:
- O que você quer, Douglas? Dinheiro para manter a boca fechada? Um aumento? Uma promoção?
- Talvez tudo isso, mas agora você vai para o banheiro, depois vai tirar esse terno feio e ficar apenas com a calcinha e o sutiã que eu tenho certeza que você está usando e me esperar como a boa menina que você sempre foi para a gente se divertir bem gostoso quando eu chegar.
Ele disse calma, mas impositivamente. Levantei em silêncio com os olhos marejados. Essa era uma versão piorada do mais horroroso pesadelo que eu poderia ter da minha adolescência. O mundo que eu construí todos esses anos havia desmoronado em poucos minutos de discussão. Eu me sentia tão poderoso, mas bastou ele usar as palavras certas e voltei a me sentir o menino indefeso que eu era no passado.
Chegado ao banheiro, me despi. De fato, eu estava usando um conjuntinho preto que também realçava meu tom de pele pálido. Modéstia à parte, eu estava uma graça mesmo. O banheiro era o único lugar do prédio onde não havia câmeras. Douglas provavelmente forçaria um ato sexual comigo, um verdadeiro estupro, com total privacidade. Não pude deixar de pensar em Pedro. Eu tanto evitei seus convites, mas era com ele que eu queria esse momento, mas por causa da minha indecisão e descuido, meu primeiro homem seria aquele verme.
Quando Douglas chegou ao banheiro, teceu alguns elogios asquerosos e ordenou que eu desse uma voltinha para que ele pudesse avaliar meu corpo enquanto me fotografava com seu celular. Depois, mandou que eu me ajoelhasse e se aproximou de mim ainda com o celular na mão, tirando mais fotos. Então ele guardou o celular, desabotoou a camisa e arriou as calças. Era possível ver que Douglas era quase tão pálido quanto eu e que também não tinha muitos pelos, mas, bem diferente de mim, seu corpo era perfeitamente talhado em músculos e seu membro era imenso, com uma glande rosada que apontava para o alto.
Estava rijo de uma forma que o meu nunca havia conseguido ficar, era assustador constatar que eu pudesse produzir esse tipo de efeito naquele monstro. Isso provocou uma miscelânia de emoções enquanto eu o olhava de baixo para cima. Senti inveja, por não ter aquele corpo. Senti-me humilhado, por não conseguir ser tão homem quanto ele era. Senti raiva, por não conseguir me impor diante dele. Por fim, senti tesão pela figura escultural daquele pivete. Até então, sempre achei que eu gostasse de tipos como Pedro, velhos, barrigudos, baixinhos, carecas, peludo e pouco dotados. Era mais seguro e confortável. Entretanto, a figura magnética daquele jovem e poderoso macho reprodutor que estava bem diante dos meus olhos fazia com que a mulher que existia dentro de mim, e que o próprio Pedro havia me ajudado a aceitar, gritasse para ser engravidada.
Eu não queria aquilo, mas se era para acontecer, eu não seria uma refém assustada e acanhada daquele filho da puta. Eu podia não estar sentindo naquele momento, mas eu sabia que já não era mais o menininho de antes, era não só um excelente profissional, mas uma deusa poderosa entre quatro paredes. Eu transaria com Douglas sem inibições e ainda iria gostar muito. Não esperei nova ordem por parte dele e agarrei sua pica com as duas mãos enquanto estava ajoelhada diante dele, era minha primeira punheta. Ele pareceu se assustar, mas logo percebeu que eu havia entrado no clima e passou a relaxar:
- Isso, franguinha, isso...
Ele dizia com os olhos fechados. Era muito quente e impressionava como ele conseguia ser maior que as minhas duas mãos somadas. Eu decidi provocá-lo lembrando de um outro apelido que ele havia me dado em nossa pré-adolescência em referência a minhas mãos macias:
- Tá gostando da minha mãozinha de paty, é, Douglas?
- Eu sempre estive certo, é ainda melhor do que eu imaginei que fosse...
Aquilo me deixou com um ódio. Confesso que pensei em morder aquela cabeçona vermelha com força depois desse comentário, mas estava claro que meus ombros raquíticos não seriam páreos para enfrentar aquele homem que poderia me partir ao meio se eu fizesse isso. Além do mais, era um membro tão perfeito que pareceu mais acertado simplesmente colocá-lo dentro da minha boca languidamente em resposta, essa foi minha primeira mamada. Era maravilhoso encará-lo cheio de raiva enquanto ele esboçava reações de puro prazer enquanto eu acariciava seu membro com minha língua. Tirei ele da minha boca e novamente tentei constrangê-lo:
- E minha boquinha, também é macia como a de uma patricinha, Douglas?
Ele não perdeu tempo e devolver sem misericórdia:
- Muito, bem mais que a da Amandinha...
Aquilo me atingiu fundo. Douglas era um mulherengo, e pelo que eu sabia, minha ex-noiva estava passando o rodo. Então não era impossível que ele tivesse transado com ela em algum momento, mas será que ela seria capaz? Mesmo depois dos meus inúmeros desabafos em que até chorei contando a ela das humilhações que ele havia me feito passar no colégio? No fim, não importava, o fato é que isso me fez sentir mais raiva, inveja e humilhação, e por consequência, mais tesão. Passei a engolir o seu membro inteiro, lamber e massagear suas bolas enormes e me deliciar em seu abdômen trincado. De repente, ele agarra minha cabeça com força e começa a foder minha boca como um animal. Eu, que não podia nem sonhar em suplantá-lo em força, só pude relaxar calmamente a minha garganta e deixar que a rola dele seguisse seu caminho em liberdade. Não muito mais do que um minuto depois, ele jorrou abundantes e quentes jatos de porra em minha garganta e rosto.
Não preciso nem contar que, para variar, ele gozava muito mais do que eu já havia em toda a minha vida. Não pensei duas vezes, bebi tudinho. Nem umas poucas gotinhas que caíram no piso sujo do banheiro escaparam da minha língua sedenta. Era delicioso, mas depois de gozar, Douglas pareceu um pouco constrangido com o que havia acontecido. Ainda assim eu estava decidida a ser montada por aquele touro naquele fim de semana. Eu levantei e ainda só de lingerie disse a ele secamente:
- Vou para a casa ficar pronta, em duas horas espero você lá.
Ele pareceu não entender e disse que tinha outro compromisso, mas eu estava resoluta:
- Não, não tem, você vai desmarcar o que tiver de fazer pra gente continuar se divertindo bem gostoso, como você mesmo falou. - Eu dizia olhando penetrantemente no fundo de seus olhos, e arrematei sorridente enquanto chacoalhava provocantemente minhas nádegas pesadas e gelatinosas viradas para ele - Isso, ou você nunca vai ver quão rosinha é meu cuzinho...
Ele voltou a me ameaçar com as fotos que havia feito meia hora antes, dizendo que tinha acesso a mim quando ele bem entendesse, mas uma chave na minha cabeça havia virado e falei levantando o tom com desprezo:
- Eu não estou nem aí para as suas fotos, babaca! Mostra elas pra alguém e eu dou para o primeiro que encontrar na esquina, mas essa picona linda não vai chegar perto de mim nunca mais. - Ele ficou em silêncio, meio que sem saber ao certo o que fazer. Então continuei - Eu não era a Franguinha, Douglas? Você não queria comer a Franguinha? Seja macho então, vai para a minha casa às 21 horas que a Franguinha vai deixar você fazer tudo que você sempre quis fazer com ela desde o colégio...
Percebi que o membro dele já estava a ponto de bala novamente dentro da calça. A potência daquele pivete era tão irritante quanto deliciosa, eu jamais estaria pronto antes de um hora depois de gozar. Confesso que a minha vontade naquele momento era arrancá-lo daquela calça para acariciá-lo e beijá-lo exatamente como eu sentia que ele merecia, mas eu não daria essa moral àquele bosta, ao menos não tão cedo. Saí do banheiro sem nem me despedir. Percebi que Pedro havia me mandado mensagens durante a sessão em que Douglas abusou de mim, mas preferi não responder. No trânsito, comecei a chorar. Meu orgulho me dizia que eu ainda era um homem hetero, mas eu tinha colocado tudo a perder por causa de uma estúpida porta destrancada! Melhor, minha vida nunca mais seria a mesma por causa do velho punheteiro do Pedro, sem os incentivos dele eu jamais teria cometido a ousadia de ir ao trabalho de calcinha. Ao mesmo tempo, meu tesão era descontrolado. A minha natureza me compulsava a cometer aqueles atos todos com aquele sujeito desprezível, independente disso destruir a autoimagem de macho que sobrara em mim.
Já em casa, comecei a me montar para Douglas. Meu coração palpitava descontrolado. Realizei a chuca com muito capricho. Garanti que Douglas não encontraria um único pelinho fora do lugar sobre a minha pele. Passei cremes hidratantes perfumados e uma colônia delicada que acabara de comprar. Vesti uma peruca longa e lisa com o mesmo tom de meu cabelo. Fiz uma maquiagem elegante que realçava meus traços mais femininos. Vesti cinta-liga, meia calça e lingeries em tons de preto e vermelho. Coloquei um saltinho que deixava minhas pernas ainda mais longas e até apliquei unhas postiças que tenho certeza que poderiam agradá-lo bastante. Coloquei todos os conhecimentos que havia adquirido nos últimos meses em prática, e, modéstia à parte, eu nunca havia estado mais linda.
Douglas finalmente toca o interfone, mas olhando o relógio percebo que ele estava adiantado em alguns minutos. Deixei ele esperando até a hora marcada para ele aprender um pouco sobre limites. Mesmo aos 23 anos, Douglas deu nesse dia vários sinais de que continuava tão imaturo como quando éramos colegas, e eu iria corrigir isso. Ao abrir a porta de meu apartamento, sua reação foi de choque total. Acho que ele não imaginava me encontrar com peruca ou mesmo maquiada, nem sonhava quão linda eu poderia ficar se bem produzida.
Fechamos a porta e ele avança sobre mim como se estivesse encantado, me agarrando com força e beijando a minha boca. Fiquei molinha nos seus braços com aquela pegada, mas eu não estava interessada em romantismo, e sem cerimônia apalpo o volume enorme sob sua calça. Quando nossos lábios se descolam, digo com uma docilidade não planejada:
- Me coma de um jeito que a Amandinha nem sonha que seja possível...
- Você tem certeza, princesa? Ela gosta que façam com força...
Respondeu ele de forma carinhosa e protetora. A miscelânia de emoções de antes volta a tomar conta de mim, ela sempre disse para mim que preferia sexo mais suave e romântico, mas eu não precisava mais do amor ou admiração dela, pois seria mais do que tudo que ela foi e teria mais do que tudo que ela quis. Por isso eu respondi:
- Hoje você vai ver como age uma menina que gosta que façam com força.
Às vezes estamos tão acostumados com as convenções que regem o mundo que esquecemos da realidade subjacente nua e crua. Por um instante achei que poderia controlar aquela situação como fiz a vida inteira em casa, na faculdade ou no trabalho. Achei que eu e Douglas podíamos ser iguais e que ele não poderia fazer o que bem quisesse comigo, pois esse não era o seu direito. Entretanto, não estávamos mais no escritório, onde a civilidade impera independente de nosso poder real, mas em um lugar onde nossos instintos e verdadeiros desejos afloram de forma mais intensa, como na nossa adolescência. Eu provoquei sexualmente um macho forte de verdade, e, pior ainda, havia ferido seus brios com uma arrogância que eu sabia que ele detestava. Brincando displicentemente com fogo desse jeito, era óbvio que eu acabaria em algum momento me queimando.
Daquela noite até a manhã de segunda, Douglas me virou do avesso. Precisei faltar ao trabalho pelo cansaço e tive problemas para caminhar por uma semana. Gritei tanto que um casal de vizinhos pensou que eu estivesse com uma nova namorada. Choraminguei, gargalhei, gemi, suspirei, pedi, implorei e me humilhei com gosto e sem nada do pudor e orgulho que antes controlavam o meu comportamento. A postura desafiadora que usei para intimá-lo a comparecer em minha casa derreteu depois da centésima estocada de seu macropênis em meu delicado ânus rosinha, dando lugar a uma mansidão e submissão pastosa e regozijada. É uma experiência transformadora descobrir que se pode sentir todo o prazer sem se possuir absolutamente nenhum controle. Douglas agia com uma mistura improvável de paixão, brutalidade, sadismo e complexo de superioridade, e a mim só restava consentir e desfrutar.
Percebi que grande parte do ressentimento que tive dele ao longo de minha vida era na verdade tensão sexual não aliviada. Toda a humilhação que ele me impôs gerou um tesão recalcado que agora estava sendo descarregado de uma só vez. Da mesma forma, perdoei Douglas por tudo que ele havia me feito, pois estava claro que toda a sua implicância também era resultado da atração que ele possuía por mim. Resolvida a desavença, não havia mais razão para tentar desafiá-lo. Ser dominada por ele me fazia tão mais feliz do que continuar fingindo ser forte. Finalmente estávamos totalmente à vontade, livres até de nossos próprios preconceitos, para nos entregarmos àquilo que um sempre quis do outro. Paradoxalmente, só depois disso, Douglas começou a me respeitar de verdade pela primeira vez, como uma mulher.
Parece que Douglas realmente estava certo desde o início. Finalmente me tornei a boa patricinha mimada que eu me recusava a aceitar que fosse. Mantivemos um relacionamento no mais absoluto sigilo pelos nove anos seguintes. No dia a dia, mantínhamos as aparências como dois colegas de trabalho que mal se falavam, mas quando o expediente acabava e nos recolhíamos em nossa intimidade, não passávamos de um homem e uma mulher dando prazer desesperado um ao outro. Era engraçado como voltamos a reproduzir velhos comportamentos de nosso tempo de meninos. Os beliscões em meus mamilos, por exemplo, que por anos provocavam a fúria em mim agora se tornaram uma gostosa provocação que costumava ser validada com uma demorada mamada de minha parte.
Quanto a Pedro, decidi bloqueá-lo sem nunca mais falar com ele. Sem ressentimentos, ao contrário, talvez eu devesse agradecer a ele. Acontece que depois do sexo com Douglas, passei a ver Pedro apenas como um sujeitinho medíocre, bonzinho demais. É chato dizer, mas a verdade é que eu estava com um pouco de nojinho daquele velhote careca de barrigão peludo e piquinha pequena.