Continuando...
Acordei no hospital, era a quarta vez em apenas quinze dias que eu aparecia na emergência por coma alcóolico, tudo isso pois não queria aceitar que meu amado ex marido agora estava com minha irmã, eu sabia que tinha feito besteira, ele estava livre, porém eu não conseguia aceitar a perda, eu não conseguia ver que ele tinha seguido em frente, me esquecido, a um mês atrás soube que ele poderia possivelmente ser o pai do filho da minha irmã, ela o daria aquilo que eu jamais poderia dar, o mundo é injusto, por que eu não podia ter um filho, por que eu tive que nascer sem poder ter o dom de dar a vida?
Foram dias difíceis, eu bebia cada vez mais, acordava com uma garrafa de vinho ou whisky na mão, parei de ir na universidade, parei de comer, minha primeira vez no hospital foi quando um colega da faculdade a mando do meu orientador foi atrás de mim, ele me contou que me encontrou caída na sala, ele acionou o serviço de emergência e vim parar no pronto socorro, a segunda fui encontrada desacordada em uma praça, fazia menos cinco graus, a terceira desmaiei em um bar e agora eu não lembrava o que acontecerá. O médico me indicou a um tratamento, disse que eu preciso parar de beber, mas o álcool é a única substancia que me mantêm longe daquilo que não quero lembrar.
A minha sorte que minha tese de doutorado já estava pronta, a única coisa que faltava era a defesa, então esse ultimo ano em Paris era apenas umas férias remuneradas, o que é ruim, visto que me afoguei em minhas magoas, o fundo do poço foi a uma semana que acordei na rua sozinha deitada em uma viela, estava toda vomitada e sóbria, aquilo me deixou em choque, porém não resisti e a primeira coisa que fiz quando voltei para casa foi encher minha taça de vinho e tomar o resto diretamente da garrafa. Eu precisava de ajuda, mas eu não tinha forças, até que conheci Milena, ela também era brasileira, nascida em Goiás, tinha 62 anos, era voluntaria no hospital que eu sempre ia parar, vivia a 40 anos na França, veio para conquistar algo para vida, fugindo de um Brasil quebrado pela ditadura, se tornou enfermeira e hoje mesmo aposentada ajuda no hospital quando podia. Ela viu o estado deplorável que eu estava, tinha emagrecido bastante, tinha olheiras profundas e não tomava um banho descente a dias, então ela me pegou pela mão e me levou para casa, lá jogou todas as garrafas de bebidas fora, me forçou a um banho e me deu comida, fez a vez de minha babá por algumas semanas, até que eu pudesse ter o mínimo de discernimento.
Milena: Você devia procurar um psicólogo.
Eu: Não acho que isso vá fazer eu ter meu marido de volta.
Milena: Mas vai fazer você entender essa sua situação e não te deixar se matar.
Eu: Não me importo em morrer.
Milena: Sabe, desde que te conheci a um mês, vejo que você se culpa muito por causa desse seu ex.
Eu: Eu fui uma péssima esposa, o trai covardemente varias vezes.
Milena: Então ele tem razão de te largar, mas você não pode acabar com sua vida assim por isso, você ainda tem pessoas que a amam.
Eu: Isso eu já não sei mais, eu fui ruim com todos.
Milena: Não se faça uma mártir, seus pais a amam, seus irmãos.
Eu: Eu te disse que meu ex engravidou minha irmã?
Milena: Sim, mas isso não muda o fato que você é irmã dela e que ela goste de você.
Eu: Você tem um ponto.
Milena: Outra coisa, busque ajuda, melhore, quem sabe você não consegue conquistar seu ex.
Eu: Difícil, ele tem algo agora que nunca vou poder dar a ele.
Milena: Mas você não disse que ele ainda não sabe, talvez?
Aquela conversa ecoou por dias em minha mente, o fato de Jorge não saber se era o pai me dava esperanças e isso era bom, foi a primeira vez que sorri novamente. Procurei um psicólogo e iniciei um tratamento, junto com isso voltei a ir para a universidade ocupar meu tempo, fiz alguns cursos extracurriculares de gestão, defendi minha tese e passei com êxito.
Mas nada foi fácil, a primeira recaída foi dias após a conversa com Milena, eu estava só em casa, Pierre apareceu dizendo
Pierre: Olá! Quanto tempo, que estava com saudades!
Ele levou um vinho e comida, acabei deixando entrar, jantamos juntos e depois estava eu de quatro na cama com Pierre engatado fodendo meu cu, ele metia forte tamanha era a saudade dele de arrombar uma piranha, ele me comeu de varias posições, eu o chupei como se aquele pau fosse o ultimo do mundo, me fez gozar e eu o fiz gozar pelo menos três vezes, uma em cada buraco e encerrei nossa foda com ele me dando um banho de mijo. Depois daquele dia eu comecei a perceber que a bebida não era meu maior problema e sim o sexo, tentei me afastar o máximo de todos os caras que mantinha qualquer contato sexual na França, mas minha dependência do sexo era gigantesca, minha solução foi comprar um vibrador e um consolo, o consolo era de tamanho grande, bem grosso, a primeira vez que usei foi depois que cheguei da universidade, eu tomei um banho relaxante e fui para cama toda nua, então comecei a sentir tesão, peguei o consolo e fui chupando, enquanto me masturbava com o vibrador, foram minutos importantes, até que peguei posicionei meu consolo em pé e sentei com minha buceta encaixada nele, eu cavalguei naquele consolo por horas, só parei quando estava totalmente satisfeita.
A segunda recaída foi com em uma festinha de despedida de um colega do doutorado, acabei bebendo e saí da festa junto com três rapazes, todos típicos franceses, me levaram para casa de um deles. Quando chegamos lá eles tiraram a roupa e desfilaram de piroca dura na minha frente, eu não resisti e caí de boca em cada uma delas, babei as três até o primeiro resolver vir me comer, os paus era pequenos, todos em torno de 14 a 15 centímetros, então a loucura foi generalizada, fiz dupla penetração, com direito a dois no cu e dois na buceta e até uma tripla penetração, os três me comeram até o dia raiar, gozaram fartamente na minha boca.
Foram cinco meses de muita luta, porém a partir do segundo mês eu consegui segurar mais a onda, pois estava na terapia, o psicólogo me fez o quão errado eram minhas compulsões sexuais e também o fato de saber de uma notícia que me deixou devastada, que foi quando ouvi minha mãe falar que Clarisse iria se casa com Jorge, no mesmo dia eu liguei para ele.
Eu: Oi, como ta? Fiquei sabendo da novidade.
Jorge: Oi, to bem e você? Por que está me ligando? E que novidade está sabendo?
Ouvir aqueles questionamentos me fez querer dizer a verdade, dizer que estava ligando por que não queria que ele se casasse com minha irmã, porem ouvir sua voz me deu um sentimento de saudade, tristeza, pois eu o queria de volta para mim.
Eu: Não precisa ficar na defensiva, minha mãe me contou que você vai assumir a filha da Clarisse e vai se casar com ela.
Jorge: Sim, é o justo a se fazer, ela vai ter uma filha minha, não quero desampara-la, meu relacionamento com ela tá andando bem.
Eu: Imagino. Então já confirmou que ela tá grávida de você.
Jorge: Sim.
A esperança que tinha me apegado todos esses meses, que aquele filho não seria dele agora tinha desaparecido de vez, ele realmente seria pai, estava decido a se juntar a Clarisse, eu não podia culpa-lo, ela iria dar aquilo que eu não podia dar a ele, uma família feliz.
Eu: Entendo.
As lágrimas já lavavam o meu rosto, mas eu mantinha a voz firme, eu era boa em mentir para ele, mesmo que fosse para esconder meus sentimentos por ele.
Jorge: E porque você ta me ligando? Não creio que é só por isso.
Eu: Eu queria ouvir sua voz, já fazem meses que não conversamos, e agora sou sua cunhada né?
Cunhada, aquilo soava estranho, como assim eu seria cunhada do amor da minha vida?
Jorge: Sim, ainda vamos conviver, falando em cunhada preciso que você assine o divorcio.
Aquilo veio com uma facada, o divorcio era a última coisa que ainda me ligava a ele, acabei não me segurando e falei.
Eu: Eu ainda tinha esperanças da gente voltar, mas to vendo que você ta decidido.
Jorge: Você sabe melhor do que ninguém que a gente num tem mais volta.
Eu: Mas eu tinha.
Aquela conversa estava me fazendo mal, mas eu precisava, eu precisava ouvir aquilo, ser rejeitada novamente por Jorge era minha sina, eu tinha feito tudo para que ele me tratasse assim. E aceitar que ele não me queria mais.
Jorge: Ta bom, mas não precisa mais ter, me diz como vai o doutorado?
Eu: Vai bem, consegui adiantar algumas coisas, agora falta pouco.
Jorge: Fico feliz que você esteja seguindo em frente também.
Eu: Pouco a pouco, mas ainda penso muito em você.
Jorge: Busca alguém ai, aposto que ta cheia de pretendentes.
Eu: Prefiro ficar só, meu terapeuta disse que devo ficar um tempo sozinha e refletir nas coisas que eu fiz.
Jorge: Hum, terapeuta, que bom que buscou ajuda.
Eu: Era isso ou fazer uma besteira.
Jorge: Imagino.
Eu: Eu gostei de conversar com você, muito tempo que você não fala comigo sem ser com raiva.
Jorge: Meu coração está em paz, fica bem e se cuida.
Eu: Beijo, você também, saiba que ainda te amo.
Jorge: Beijo. Tchau!
A mudança repentina de assunto me pegou desprevenida, pois ele queria saber como eu estava, isso era bom. Sentia em sua voz uma felicidade que só vi nos nossos primeiros anos de namoro, aquilo era novidade para mim naquele momento, mas era recompensador, talvez era o momento de deixar que ele siga em frente e mesmo amando ele eu desista de vez de estar ao seu lado.
Nos meses seguintes percebi a realidade que eu tinha perdido Jorge, que eu deveria seguir em frente, assim logo após a defesa da minha tese recebi uma proposta de emprego onde retornaria para o Brasil, eu seria uma diretora de um empresa coreana de cosméticos, que abriria uma fabrica no Brasil, eu ficaria a cargo de toda a cadeia de produção dos produtos no país. Como o salário era excelente e a fabrica ficaria a pouco mais de 6 horas de carro da casa dos meus pais eu aceitei na hora, isso fez minha volta ser marcada para um pouco antes do previsto, até porque queria fazer uma surpresa para meus pais e para minha irmã onde chegaria alguns dias antes dela ter sua filha, a minha sobrinha.
Entretanto o destino as vezes prega peças na gente, assim que desembarquei no aeroporto de São Paulo, liguei meu celular e vi algumas chamadas perdidas de Clarisse, achei estranho, pois ela não me ligou depois que começou a ficar com Jorge, minha mãe dizia que ela estava com medo das minhas reações, eu retornei as ligações e ouvi Clarisse.
Clarisse: Oi, mana, onde você estava?
Sua voz estava nervosa, ainda era oito horas da manhã, achei na hora que algo tinha acontecido a nossos pais.
Eu: O que aconteceu? A mãe e o pai estão bem?
Clarisse: Eles estão, mas é caso de vida ou morte.
Eu: O que aconteceu garota, fala logo.
Ela chorava no telefone, isso estava me apertando o coração, pois como estava grávida ela poderia parir a qualquer momento.
Clarisse: É o Jorge, ele sofreu um assalto, bateu o carro e foi baleado.
Meu coração parou por dois segundos, não podia estar ouvindo aquilo, Clarisse acabará de falar que Jorge foi baleado.
Eu: Menina explica isso direito, o que aconteceu com Jorge.
Clarisse: Ele foi baleado, pelo que sabemos foi um assalto.
Eu: E como ele ta? Ta bem?
Clarisse: Ele ta mal, ta no pronto socorro, deve ter que transferir para BH, mas ninguém passa informação, só disseram que a esposa dele pode saber notícias e autorizar a tranferência, como legalmente você é casada com ele só você pode autorizar.
Eu: Me passa o telefone do hospital, vou dar um jeito nisso agora.
Clarisse: Me desculpa ta te pedindo isso, mas ele num pode morrer.
Eu: Ei, fica calma, ele não vai morrer, conheço aquele homem, nem uma manada de elefante derruba ele.
Clarisse me passou o telefone e eu na mesma hora liguei para o hospital.
Hospital: Bom dia em que posso ajudar.
Eu: Gostaria de saber sobre o Tenente Jorge Antonelli.
Hospital: Ah sim, só um momento.
Eu: Obrigada!
Aquela situação era aflitiva, ele não podia morrer, não agora, ele era novo, iria ser pai, ele não podia morrer, como eu iria ter ele de novo.
Hospital: Bom dia, sou o enfermeiro responsável pelo caso, falo com quem?
Eu: Mariana Antonelli, esposa do paciente.
Enfermeiro: Ah sim, o que posso ajuda-la.
Eu: Minha irmã falou que ele precisa de uma autorização para ser transferido, como faço para autorizar.
Enfermeiro: Então senhora Antonelli, seu marido está grave, ele perdeu muito sangue, estamos estabilizando ele e com sua autorização vamos acionar o serviço de transferência aérea dos bombeiros para levar ele pra BH. Porém já aviso que ele levou três tiros, pelo raio x deu para ver que tem uma bala alojada no ombro e provavelmente teve perfuração em órgãos vitais. Fora a perna quebrada.
Eu: Faça o que deve ser feito, me manda por email essa autorização que vou lhe enviar assinada agora. Qual hospital vão transferir ele?
Enfermeiro: Vamos enviar para HPM em BH, visto que ele é militar.
Eu: Obrigada e por favor mantém ele vivo.
Enfermeiro: Vamos fazer o que puder, e senhora se você souber de alguém que é compatível com ele já pede para doar sangue por que ele vai precisar.
Eu: Pode deixar, conheço alguém perfeita para isso.
Assim que desliguei corri para o guiché da minha passagem por sorte tinha um voo para ali uma hora e com poltronas sobrando, então eu comprei uma passagem, visto que minha outra era apenas para a tarde e rumei para BH. Cheguei 3 horas depois do meu telefonema para o hospital, embarquei num uber e cheguei no hospital, Jorge tinha acabado de chegar de helicóptero e seguido para sala de cirurgia, eu fui para sala de espera e conversei com um dos enfermeiros que o recebeu e disse.
Eu: Disseram que ele vai precisar de sangue, pode usar o meu, nós temos o mesmo tipo sanguíneo e rh.
Continua....