Salvo pelo nerd viadinho do colégio

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 20730 palavras
Data: 13/05/2022 10:08:32

Salvo pelo nerd viadinho do colégio

A reunião daquela manhã convocada pelo vice-presidente da empresa pôs fim às especulações em torno da vaga para diretor de produção e logística da multinacional para a qual eu trabalhava. Nós gerentes, aguardávamos ansiosos pela decisão de uma promoção interna para ocupar o cargo bem remunerado. É certo que o desempenho pífio dos últimos dois anos, conforme atestavam os resultados numéricos, não qualificava nenhum de nós e, tinha sido o motivo pelo qual o diretor anterior havia sido demitido.

Ao adentrar ao auditório acompanhado dos diretores financeiros e administrativo, talvez eu tenha sido o único naquela sala a reconhecer de imediato o sujeito boa-pinta que, o terno muito bem ajustado ao corpo sensual, deixou a mulherada toda ouriçada. Via-se que, ao contrário dos nossos, o terno dele havia sido talhado por um bom e caro alfaiate, ou adquirido numa dessas lojas de grife e certamente custado mais do que um dos nossos salários. A tonalidade caramelo claro dos cabelos ligeiramente ondulados continuava o mesmo, segundo a minha memória, dando ao rosto imberbe uma impressão de higiene e, aos olhos de um azul suave um tom quase angelical. Sem a menor dúvida, era ele, Eduardo Fehr Balesteiros, mais conhecido pelos corredores do renomado colégio particular onde estudávamos pelo apelido de bichinha da grife. Pois, estava sempre impecavelmente vestido com roupas de qualidade feito um mauricinho, e vivia cercado das garotas mais gostosas do colégio que mal se dignavam a olhar na nossa cara e, quando o faziam, era por algum interesse. Já ele não, elas o cercavam e o paparicavam e se sentiam valorizadas pela maneira disciplinada e educada com a qual as tratava. Ele sempre foi bonito, era um dos melhores alunos da classe, tinha um quê de aristocrático em todo seu modo de ser, o que o fazia ser querido pelos professores e funcionários. Colocava qualquer um de nós no chinelo e, por isso, decidimos que além de nerd, ele era viado e merecia nossas gozações, embora não houvesse base alguma para a nossa teoria. Quando digo nós, refiro-me a mim Carlão Bengala, ao Nahas o turquinho, ao Miguel Zé do arroto e ao Tadeu vacilou te fodeu. Havia onze anos que eu não o via, depois daquele incidente que me levou a ser expulso do colégio com esses três amigos, e responder a um processo criminal e passar seis meses numa casa de custódia para infratores. Hoje, tenho bem claro que esse episódio selou meu destino e me presenteou com essa vida medíocre que levo.

Ele não me reconheceu de pronto e, se o fez, não demonstrou, continuando a olhar para a plateia curiosa com um sorriso profissional e discreto que lhe caia muito bem. O vice-presidente exaltava suas qualidades justificando a escolha para o cargo. Formado na melhor faculdade de administração do país, com pós-graduação e MBA nos Estados Unidos, onde iniciou a carreira numa das maiores redes varejistas do país, alcançando em poucos anos seu primeiro cargo de diretoria. Aquela apresentação estava começando a me dar nos nervos. Foi impossível não fazer comparações. Quem era eu depois de ter tido praticamente as mesmas chances que aquele cara esbanjando jovialidade e competência? Um gerentezinho junior que só estava na função porque o anterior havia se demitido para ganhar um salário maior e, porque eu era o mais antigo do setor que conhecia a rotina melhor que os outros. Portanto, não estava no cargo por mérito, mas pelas contingências e, naquele momento, precisava desesperadamente dele para quitar minhas contas, o que me fazia abanar o rabinho feito um cachorrinho para qualquer superior hierárquico e fazer um punhado de horas extras para provar que servia a empresa com comprometimento.

O bando de puxa-sacos o cercou quando o vice-presidente deu a reunião por encerrada. Todos o cumprimentaram com aquele falso boas-vindas fazendo de tudo para que seus nomes não fossem esquecidos até a próxima reunião. Hesitei em cumprimentá-lo, primeiro, porque não queria parecer um puxa-saco; segundo, porque ele iria fatalmente me reconhecer, e isso seria humilhante demais, depois de tudo o que aconteceu entre nós no passado. Contudo, acabou sendo inevitável ficar cara-a-cara com ele, mesmo porque se não fosse naquele momento, seria dentro de alguns dias durante a rotina do trabalho.

- Como vai, Carlos? Surpresa te encontrar por aqui. – disse ele, sem pegar na mão que eu lhe estendi constrangido.

- Olá, Eduardo! Quanto tempo, não é? – eu gaguejei feito um palerma, pois a voz teimava em não sair, o que logo foi notado pelos colegas, uma vez que eu era tido como o garanhão do pedaço; e agora, tremia feito uma gazelinha assustada diante do novo diretor.

- Pois é, o que vem a corroborar a assertiva de como esse mundo é pequeno. – retrucou ele friamente, reparando não só no meu embaraço, como me medindo da cabeça aos pés com um certo ar de desdém. Eu não podia culpá-lo, no lugar dele me desprezaria e já começaria a pensar numa demissão sumária para as próximas semanas, como forma de me vingar pelo passado.

Foi quando esse pensamento passou pela minha mente que fiquei verdadeiramente apavorado. Se fosse demitido, o que era bem provável, eu estaria fodido, literalmente. Dei um jeito de sumir das vistas dele, assim que outros se aproximaram para parabenizá-lo, e fui remoer minha desgraça no cantinho atulhado e abafado do escritório onde ficava meu posto de trabalho. Felizmente, não cruzei mais com ele nas duas semanas seguintes. Mas, o fantasma da demissão não me deixava sossego, ela ia acontecer, tão certo quanto dois mais dois são quatro. E aí, adeus ao pouco que tinha conquistado nesses últimos dois anos, um apartamento de dois quartos num condomínio simples e um carro usado trocado recentemente, ambos consumindo boa parte do que restava do meu salário, depois de descontados 30% referente a pensão alimentícia que pagava para um filho que fiz numa vadia aproveitadora a oito anos atrás.

Naquela noite não consegui dormir. As sombras do passado fluíam na escuridão do quarto, mesmo quando me forçava a fechar os olhos. O Eduardo, então garoto Nerd da classe, tirando sempre as melhores notas em todas as disciplinas, mesmo um ou dois anos mais novo do que eu, dava de 10 a 0 em todos nós; amarrado nu ao tronco daquela espatódea que ficava quase rente aos altos muros do colégio, longe das vistas de quem circulava pela alameda arborizada que conduzia até os edifícios das salas de aula. A ideia fora do filho da puta do turquinho, o Nahas, na verdade um filho de libaneses cujo pai tinha uma loja nas imediações da Rua 25 de Março e que, por conta disso, sempre tinha uma grana nos bolsos, que afanava do caixa-dois que o pai fazia no escritório da sobreloja para driblar o fisco. Foi ele quem comprou o vibrador num sexshop perto da loja do pai, um caralhão de 24 centímetros com a sensação tátil de pele verdadeira, macio por fora e duro por dentro, com veias salientes e um escroto avantajado, e sugeriu que déssemos um jeito de enfiar aquilo no cu do Eduardo. Parecíamos um bando de criminosos, estudando um plano para viabilizar a ideia do Nahas, cochichando e trocando bilhetes durante as aulas, e observando os hábitos do Eduardo no colégio durante os intervalos. Depois de quinze dias planejando, ficou decidido que o pegaríamos durante a aula de educação física, uma vez que o professor nos fazia dar uma corrida ao final da aula para os lados da divisa do colégio onde ficava o arvoredo mais denso e onde não seríamos pegos. Cada um foi incumbido de uma função, a minha era providenciar umas cordas e a fita-tape para grudar na boca dele e evitar que seus eventuais gritos atraíssem a atenção de alguém. O Miguel, descendente de uma mistura de europeus orientais ashquenazi era o sujeito mais feio do colégio, com seu cabelo ruivo e a cara cheia de sardas, ele seria o responsável para arrastá-lo até um canto seguro onde pudéssemos agarrá-lo e levá-lo até a árvore. O Tadeu, como eu, era um vira-latas cuja ancestralidade, uma mistura de espanhóis, portugueses e italianos que se perdia nas gerações, ficou responsável por vigiar os arredores e nos avisar se alguém se aproximasse. Estávamos eufóricos quando o plano se realizou sem nenhum percalço, éramos os bons, e ríamos da nossa astúcia. Hoje sei que fomos cretinos. O Eduardo esperneou o quanto pode, mas éramos quatro contra um e éramos bem mais encorpados do que ele, à exceção do turquinho, que nunca passou de 1,60 metro de altura e usava umas botas de salto plataforma ridículas para parecer mais alto. Colamos ele ao tronco grosso amarrando as mãos e as pernas abertas que o abraçavam, a fita-tape garantia seu silêncio, e arriamos o short expondo o bundão carnudo dele. A tara se apossou de nós, mal a bunda ficou de fora e já estávamos com os caralhos duros feito rocha, querendo sair dos shorts. De tão aficionados que ficamos com aquela bundinha tesuda e lisa, logo surgiu uma nova ideia, enrabar aquele cu antes de enfiar o vibrador nele. A sugestão foi do Tadeu que tirou a pica para fora já pingando pré-gozo. De nada adiantou alguém ter aventado a hipótese daquilo acabar dando merda, as cabeças das nossas picas falaram mais alto. O Nahas exigiu ser o primeiro, como tinha a rola menor, alegou que se fossemos antes dele, ele já pegaria o cu todo laceado e, sem perder tempo, deu um salto se agarrando ao Eduardo, pois se ficasse em pé não alcançaria a bunda dele. O Eduardo se contorcia todo, seus gritos eram abafados pelo tapa-boca, e onde seus braços e coxas encostavam no tronco estavam se formando escoriações, tal o desespero para se livrar das cordas. O turquinho parecia um macaco grudado no dorso do Eduardo, bombando o caralho no cuzinho dele num frenesi incontrolável, começamos a rir e gozar da cara do turquinho. Ele não demorou nem quatro minutos para encher a camisinha de porra, desmontou das costas do Eduardo e ria feito uma besta aloprada. Enquanto isso, nós batíamos uma punheta esperando nossa vez. O Miguel se atrapalhou todo para colocar a camisinha, o que fez o Tadeu furar a fila e atolar a pica no cuzinho do Eduardo, que voltou a gritar e gemer enquanto estouravam suas pregas. O Tadeu também gozou rápido, aquilo tudo era uma grande novidade e nenhum sabia bem como trepar direito. Depois de conseguir finalmente encapar a rola com a camisinha, o Miguel praticamente arrancou o Tadeu o rabo do Eduardo, tamanha a fissura que estava. Demorou para ele conseguir enfiar a pica, ela escapava e ele tinha dificuldade de encontrar novamente a fendinha do Eduardo. Quando a encontrou, meteu a jeba com tudo fazendo o Eduardo ganir como até então não tinha ganido, o viadinho devia estar sentindo uma puta dor. Como o Miguel socava o rabo dele sem dó, acabou rasgando a camisinha e gozando diretamente no cuzinho do Eduardo, fazendo com que algumas gotas pingassem do cu dele diretamente sobre o solo arenoso que as absorveu. Eu já estava puto com aquela espera toda, por ter a maior pica, me fizeram esperar até todos se saciarem naquele rabão. Fui metendo devagar, o Eduardo se contorcia à medida que minha rola afundava no cu dele, de tanto tentar gritar, já estava exausto e soltava uns gemidos tão gostosos que quase me enlouqueceram de tanto tesão. Nem parecia que aquele cuzinho tinha acabado de ser lanhado por três caralhos, era estreito e apertava minha rola com um calor úmido. Comecei bombando devagar, o Eduardo dava umas reboladas para que minha pica deslizasse mais fácil sem machucá-lo tanto. Por uns instantes eu até me esqueci onde estávamos e o que estávamos fazendo, eu só queria comer aquele cuzinho. As costas do Eduardo e o pescoço estavam cobertos por minúsculas gotas cintilantes de suor, o perfume que vinha da pele dele entorpecia. Dei uma leve chupada no pescoço dele e, depois, abocanhei a pele e dei uma mordiscada, senti que já não estava aguentando mais segurar o gozo. De repente, a camisinha estava me apertando demais, estava me privando de algo que podia ser bem mais gostoso, sentir a mucosa quente do Eduardo encapando diretamente minha rola. Arranquei o caralho do cuzinho dele de uma vez e tirei a camisinha, voltando a enfiar lenta e progressivamente naquela fendinha quente. Abracei o tronco do Eduardo, o coração dele batia acelerado, a respiração estava ofegante, ele parecia um bichinho assustado e, por uma fração de segundo, eu senti um tesão tão grande que o gozo explodiu sem que eu pudesse controlar. Acabei dando uma tremenda leitada naquele rabo, como jamais imaginei que pudesse leitar.

- Vai ficar aí o dia todo? Acabou? Tira logo essa pica daí! Vamos enfiar o vibrador agora. – sentenciou o Tadeu, que segurava o consolo ligado numa das mãos enquanto o exibia em triunfo para os demais. Tive que desviar o olhar do rosto do Eduardo, ele estava chorando, e soltou outro gemidinho longo quando o Tadeu enfiou o vibrador no cu dele. Saímos correndo dali, deixando-o amarrado à arvore, todo arregaçado e sangrando, com aquela coisa enfiada no cu.

Foi um segurança do colégio quem o encontrou depois de um tempo de findas as aulas. Segundo os relatos, ele estava quase desmaiando quando foi socorrido e levado a um hospital. Ficamos reunidos na minha casa o restante da tarde, comemorando a trepada fenomenal que para a maioria tinha sido a primeira da vida, exceto para mim e para o Tadeu, pois ambos já tinham comido umas garotas vizinhas da casa dele.

Só fui cair na real quando, por volta das dez horas da noite, viaturas da polícia encostaram em frente de casa, perguntando por mim. Foi meu pai quem os atendeu no portão. Eu estava quase me cagando nas calças, sabia que estava muito encrencado. O Nahas e eu chegamos acompanhados dos nossos pais quase simultaneamente à delegacia, o Tadeu e o Miguel já estavam lá, com umas caras que dava dó de ver. Só o turquinho estava acompanhado de um advogado que o pai tinha requisitado às pressas. O delegado ouviu primeiramente um advogado do escritório do pai do Eduardo, do qual ele era sócio. O cara tinha presença, falava pausada e contundentemente, demonstrando sua capacidade de argumentar. O advogado do Nahas parecia um principiante, embora a idade revelasse o contrário, foi humilhado pelo delegado e enfiou o pouco brio que tinha entre as pernas, quando tentou apresentar os argumentos inconsistentes de seu cliente.

A expulsão dos quatro do colégio foi só o começo. No tribunal, o Miguel e eu fomos os mais fodidos, pois o exame de corpo de delito havia mostrado que a porra encontrada no cuzinho do Eduardo era dele e minha. O que nos custou uma condenação de dois anos de reclusão numa casa de custódia, pois os advogados do Eduardo conseguiram convencer o juiz a nos dar a pena máxima. O Nahas e o Tadeu tiveram que pagar uma espécie de indenização, apesar dos apelos dos advogados. Pouco mais de seis meses depois, por bom comportamento, eu e o Miguel estávamos livres e sob condicional, o que veio a demonstrar, mais uma vez, como a justiça é branda nesse país corrupto.

Minha relação com meus pais nunca mais foi a mesma. Ao voltar da prisão, tive que procurar um emprego, uma vez que meu pai se recusou a me custear. Ele era uma pessoa com nível médio de instrução, tinha conseguido ser chefe de setor numa metalúrgica e, com a ajuda da minha mãe que complementava o orçamento doméstico costurando para fora, tinham dado um duro para me bancar naquele colégio de elite. Voltei a estudar num colégio público, no início até achei tudo fácil, a base que trazia da escola particular salvou a pátria, mas depois tomei bomba e me conscientizei que precisava estudar muito além daquilo que aprendia na escola se quisesse ingressar numa faculdade, o que só consegui uns anos depois e, mesmo assim, numa faculdade de quinta. Foi lá que conheci a Luciana, uma gostosa que logo foi se pendurando em mim, e com quem fui para cama já nas primeiras semanas do curso. Não perdi tempo, andava na secura, e meti naquela buceta mais vezes do que um coelho acasalando. Eu estava na faculdade procurando uma profissão, ela um macho para criar sua prole. Ao final do primeiro ano, ela estava grávida e triunfante, tinha conseguido um trouxa, depois de já ter rodado pelas cacetas de outros. Mandei que tirasse a criança, uma vez que nenhum dos dois estava em condições de criá-la. Ela se recusou ofendida, disse que era católica fervorosa, que todos na família eram e seguiam os preceitos da bíblia, e mais uma batelada de tolices. Houve momentos em que tive vontade de esganá-la, mas não era mais primário e estaria fodido se mais uma acusação caísse nas minhas costas. Para completar, essa notícia caiu feito uma bomba na minha casa, e acabei sendo expulso de lá, quando meu pai alegou que estava farto das minhas canalhices. Fui parar na mesma pensão que o Tadeu, outro que se fodeu depois que saiu da casa de custódia, uma espelunca que primava pela desordem e falta de higiene, mas onde tive que ficar até conseguir um emprego melhor depois de formado.

A Luciana me extorquia como podia, auxiliada por uma advogadazinha balofa de porta de cadeia. Nunca nos casamos, nosso relacionamento de pouco mais de um ano resultou numa gravidez indesejada, pondo um fim na relação conturbada antes mesmo de ela parir. Além da pensão alimentícia para o garoto com o qual eu não convivia, ela começou a exigir que eu pagasse uma escola para garantir o futuro dele. Ela não conseguiu nada a mais na justiça, e passou a usar um irmão para me intimidar. Nessa época eu já tinha saído da pensão e estava morando numa quitinete quando ela e o irmão tentaram mais um suborno. A confusão acabou em pancadaria nos corredores do edifício, onde quase desmontei o panaca do irmão dela e, no tumulto, acabei dando umas boas bofetadas na fuça dela, coisa que vinha desejando há tempos. Minha fama entre os moradores do condomínio não era das melhores, devido ao entra e sai de mulheres na minha quitinete. A confusão com a Luciana e o irmão me custou uma advertência e uma multa condominial. Por pouco, não voltei para a cadeia, uma fiança e a exigência de frequentar um curso para maridos agressores bastaram para eu ficar quites com a justiça.

Ao assumir o cargo que ocupava atualmente, pude me arriscar a financiar um apartamento de dois quartos num condomínio melhor localizado e adquirir meu primeiro carro zero quilômetro. Parecia que, enfim, ventos mais promissores sopravam na minha direção. Sempre fiz sucesso entre a mulherada na empresa, tanto solteiras quanto casadas ficavam de olho e sonhando com o que eu tinha entre as pernas, uma pica avantajada que mostrava seu contorno prodigioso devido as cuecas folgadas que usava, uma vez que gostava de sentir o bichão solto. As calças dos ternos que adquiria nas lojas masculinas dos shoppings quase nunca tinham um caimento perfeito que disfarçasse meu dote, algo que eu também não fazia questão de esconder, uma vez que funcionava como um ótimo chamariz e me garantia boas fodas. Eu ajeitava o sacão de um lado do gancho das calças e a rola grossa com mais de um palmo de comprimento do outro para me sentir minimamente confortável ao caminhar ou sentar e, essa visão era a que deixava a mulherada úmida e fazia até a bichinha da xerox se insinuar para mim toda vez que requisitava os serviços do setor.

Atualmente, eu me esbaldava na buceta de lábios volumosos da secretária do ex-diretor de produção e logística, uma solteirona de curvas generosas que tinha na bunda larga seu principal atrativo, uma vez que eu era simplesmente tarado por bundas bem desenhadas de contornos fartos. Não era uma mulher bonita de rosto, mas despertava a atenção dos homens por ter a cobiça de uma loba no cio, e ancas fartas como uma potranca insaciável. Era ela quem me repassava, em primeira mão, todas as informações que circulavam na diretoria, enquanto gemia debaixo de mim com a minha casseta fodendo sua xana, cujos grandes lábios eram bastante volumosos e proeminentes. Foram essas informações privilegiadas que muitas vezes me livraram de uma enrascada; por isso, eu a mantinha na minha agenda de diversões sexuais. A outra que constava dessa agenda era a gerente-assistente do RH, uma trintona tesuda de seios grandes, casada e mãe de um casal de filhos que o marido parecia não dar conta de satisfazer. Ela abusava dos decotes, pois sabia o quanto os machos da empresa gostavam de admirar suas tetas firmes quando se debruçava insinuante sobre as mesas quando tinha algum assunto a resolver com eles. Na maioria das vezes, não usava sutiã, ou o tirava intencionalmente ao chegar na empresa, fazendo com que os bicos dos mamilos ficassem evidentes debaixo das blusas. Os machos piravam ante essa visão e, além de mim, eu não saberia afirmar quantos gozavam do mesmo privilégio de chupar aqueles mamilos com ela cavalgando suas picas, feito uma amazona tresloucada. As tetas sacolejavam insinuantes diante dos meus olhos cobiçosos quando ela cavalgava meu mastro, gemendo e berrando para que eu apagasse o fogo que ardia em sua vagina ligeiramente laceada após a parição dos dois filhos. Eu supunha que ela não chegava ao clímax com o marido, que devia ter uma pica normal, pois até com o calibre da minha ela levava um bom tempo para gozar; quando então, soltava uns gritinhos histéricos encharcada de suor e fluidos que minavam da xana intumescida. O revezamento entre as duas, e mais umas que eu pegava quando saia com alguns amigos para uma noitada, praticamente garantiam minhas necessidades sexuais sem me envolver em compromissos e cobranças.

Foi por acaso, sem que eu nunca tivesse pensado na possibilidade, numa das inúmeras vezes em que fiquei fazendo hora extra para não só comprovar que era um funcionário dedicado e compromissado com a empresa, mas também para dar conta do trabalho que, não sei porque cargas d’água, se acumulava sobre a minha mesa que, acabei dando bola para a bichinha da xerox. Não era comum ele ficar até tão tarde, mas as reformulações pelas quais a empresa estava passando aumentaram a demanda do setor e ele se viu obrigado a ficar alguns dias depois do término do expediente. Fazia uns quinze minutos que eu segurava a vontade de mijar, querendo terminar de inserir uns dados numa planilha que estava preenchendo, o que me levou a sentir a ereção se formando, quando ele veio me entrar as cópias de uns formulários que eu havia enviado naquela tarde. Não havia mais ninguém no andar, eram quase nove da noite, o pessoal da faxina já havia concluído o serviço e deixado o andar. Ele não tirou o olhar babão da minha rola crescida, enquanto me entregava a papelada. Eu estava há três dias sem dar uma trepada ou me masturbar, os colhões abarrotados estavam me atormentando e consumindo meu bom humor. Por que não, pensei quando ele lambeu sensualmente os lábios finos? Ele era um rapazola de uns vinte anos, magro e seco, braços finos e pernas que mais se pareciam com duas taquaras nas calças justíssimas que usava e, dentro das quais não havia bunda alguma. Ela era reta feito uma prancha. Apesar de não haver atrativo algum nele, um boquete àquela hora seria bem-vindo, ao menos apaziguaria o incomodo opressivo das minhas bolas. Comecei a puxar conversa com ele, como se estivesse interessado na vida dele fora da empresa. Assanhado com meu interesse e com o que estava duro dentro da minha calça, ele soltou a franga, dando risinhos e afinando propositalmente a voz para me seduzir. Levei a mão à pica e fiquei alisando, dava quase para sentir os tremeliques no cu da bichinha.

- Gosta? – perguntei destemido.

- Gosto muito! – respondeu ele, querendo se fazer de pudico.

- Aposto que você deve saber fazer um boquete bem gosto. – joguei verde

- Ai “Seu” Carlão! – exclamou, fingindo uma falsa inocência.

- Fico imaginando o que esses seus lábios lindos seriam capazes de fazer pela minha rola carente. – provoquei. Ele já babava com a possibilidade de abocanhar minha casseta.

- Para ajudar o senhor eu até podia tentar. – disse ele, achando que eu ia engolir a mentira deslavada.

- Eu ia ficar muito agradecido, muito mesmo, entende o que quero dizer? – devolvi, começando a tirar a pica pela braguilha.

Bastou ele ver minha chapeleta úmida para se ajoelhar entre as minhas pernas e pegar meu caralho com uma das mãos levando-o gulosamente à boca. A experiência e afinidade que ele tinha em mamar uma rola saltava aos olhos, derrubando a imagem castiça que tinha tentado pintar há pouco. Não só abri bem as pernas, como desabotoei a calça para permitir que ele tivesse livre acesso a toda virilha. Ele terminou de sacar o restante da pica e o sacão lá de dentro e chupava minha rola como um bezerro faminto, enquanto massageava minhas bolas como um profissional do sexo. Agarrei a cabeça dele e a soquei contra a minha virilha, atolando a jeba na garganta dele, ele socava aflitivamente minhas coxas quando lhe faltava o ar, antes de eu retrair novamente o cacete. Como eu estava há três dias sem gozar, em menos de cinco minutos senti a porra acumulada querendo eclodir. Não o preveni, certamente muitos já tinham esporrado naquela boca hábil e, quando não consegui mais reter o gozo, deixei-o simplesmente fluir me desafogando daquele sufoco. O primeiro jato espesso espirrou até a garganta dele e o fez soltar minha pica com uma evidente expressão de nojinho na cara, onde os demais jatos o atingiram em cheio, enquanto eu tentava obrigá-lo a colocar a rola novamente na boca, pois detestava ver minha porra desperdiçada. Fazendo-se de indignado, alegou que não gostava de engolir porra, o que eu não sabia se era mais uma de suas tentativas de se fazer de pudico, ou realmente sentir engulhos com esperma de machos.

- Está desperdiçando minha porra, seu viadinho do caralho! – exclamei irado para intimidá-lo, enquanto espalhava com a minha mão a porra lançada na cara dele.

- É que eu não consigo engolir, “Seu” Carlão! – balbuciou ele, tendo ânsia com aquela que descia pela garganta.

- É uma pena! Eu já imaginava nós dois fazendo outras coisas bem mais interessantes. – blefei, procurando garantir outros boquetes num futuro em que visse forçado a recorrer a uma boca sequiosa.

- Eu juro que na próxima eu vou tentar! Prometo para senhor! – a pilantragem da bichinha falava mais alto que seus pudores.

Antes do final da primeira semana do novo diretor de produção e logística, a secretária do ex-diretor foi demitida, com mais quatro outros funcionários sob seu comando. Deixando bem claro aos demais a que tinha vindo o Eduardo e, que as demissões não parariam por aí. Recebi a notícia da demissão logo cedo pela manhã da sexta-feira ao chegar à empresa, através da gerente-assistente do RH que trabalhava nos trâmites da demissão e espalhava a fofoca. Além de perder minha fonte de informações privilegiadas, das trepadas que incluíam penetrações no cu da cavalona, o que muitas mulheres não permitiam, acendeu-se o alerta que me deixou de cabelo em pé. A iminência de uma demissão tornava-se cada vez mais real. Nosso passado já era motivo mais que suficiente para o Eduardo não desejar minha presença e, o desempenho pífio do meu setor seria a justificativa perfeita para me dar um pé na bunda. Entrei meio que em desespero, a atual situação do país não perdoava os desempregados, e eu tinha dívidas a saldar que comprometiam praticamente todo o meu salário. Mesmo conseguindo me recolocar, certamente não conseguiria um salário como aquele, devido aos anos de empresa. Passei o final de semana redigindo meu currículo, pois era quase certo que ia precisar dele para conseguir um novo emprego. Ao formulá-lo, percebi que, depois de anos, pouco tinha a acrescentar ao que tinha me levado a ser contratado. Profissionalmente eu havia estagnado no tempo, perdido chances de evolução com cursos de aprimoramento enquanto caçava bucetas para satisfazer meu ego e entornava copos de cerveja com amigos pelos bares da vida. Eu estaria na próxima leva de demitidos, conclui, sem o menor esforço. Os dois últimos recém-formados que haviam sido contratados para o setor tinham mais conhecimento do que eu, eram mais ousados, tinham ideias e, mesmo eu sendo o gerente deles, me passariam a perna sem sombra de dúvida. Voltei a me questionar sobre a minha vida, o que fiz dela nessa última década? Aos poucos, começava a compreender a postura firme e reticente do meu pai em relação a mim. Pela primeira vez na vida senti vergonha de mim mesmo. Apesar da imagem de macho dominante que eu queria transparecer, no fundo eu era um babaca.

A sexta-feira da semana seguinte foi um novo capítulo de demissões; dez, numa batelada só. Dois gerentes acomodados como eu, a minha outra fonte de informações e orgias do RH e mais outros funcionários de poucos resultados. Isso acendeu o alerta na empresa toda, as sextas-feiras passaram a constituir um verdadeiro pavor, qualquer um que fosse chamado pela chefia já ia na certeza de ser decapitado, como bois que seguiam para o abatedouro. Meu medo só crescia. Passei a ser mais cauteloso, enfiava a cara no trabalho com um afinco que jamais demonstrei antes, tinha tanto pavor de mijar fora do penico que minha mente só se ocupava com o trabalho e o temor de perder o emprego. Felizmente, eu não havia sido incluído naquela última lista, mas estaria nas próximas, com toda certeza.

Não me bastassem essas preocupações, fui informado pela família da Luciana que ela estava muito mal na UTI de um hospital com metástases de um câncer de mama avançado e poucas chances de reversão. Eu não tinha a menor intenção de a visitar, nosso relacionamento relâmpago não me obrigava a nada. Mas, a família só me comunicou o fato por que começou a acenar com obrigatoriedade de eu ficar com o filho que tive com ela, quando ela morresse; o que realmente aconteceu poucas semanas depois. Era tudo o que não podia ter acontecido àquela altura do campeonato, ter que assumir a criação do garoto que, se não estivesse enganado, devia ter uns oito ou nove anos. A mãe da Luciana era viúva e alegava não ter condições nem de saúde nem financeiras para ficar com o garoto. O irmão, aquele cretino que vinha com ela me intimidar, vivia de bicos ou empregos que não o mantinham por mais de alguns meses e, que também tirou o corpo fora alegando que, devido as condições de saúde da mãe, precisava cuidar dela, o que não passava de uma desculpa esfarrapada para viver da pensão que a mãe recebia pelo marido morto. Mais uma vez me vi diante de um juiz, dessa vez da vara de família e juventude, sendo forçado a assumir a criação do filho que coloquei no bucho daquela golpista. Até tentei jogar a bomba nas costas dos meus pais, pois eram os únicos que mantinham um contato distante com o menino, movidos pela compaixão pelo único neto. Porém, só faltou me colocarem mais uma vez para fora da casa deles aos pontapés quando sugeri que acolhessem o menino com o qual não tinha o menor vínculo.

- Não quero mais ver essa sua cara de canalha na minha casa! Foi você quem fez essa criança naquela pilantra, agora assuma seus erros! – berrou meu pai, com irrestrito aval da minha mãe quando fui lhes fazer a proposta.

Na ação que a família da Luciana havia movido para me obrigar a ficar com a criança, até tentei argumentar sobre uma possível adoção por uma família que tivesse mais estrutura para criá-lo, o que fez o juiz me passar uma admoestação, e me ameaçar com um pedido de prisão caso não desse à criança os cuidados obrigatórios de um pai. Eu estava fodido, essa era a verdade. Isso não poderia acontecer em pior momento. Trouxe o garoto para casa três dias depois de ele ver a mãe sendo enterrada. Como não sabia o que dizer, e ele estava perdido e assustado por ter que conviver com um estranho que lhe disseram ser seu pai, ficamos ambos calados, num silêncio doído que nenhum de nós sabia como romper. Tive que pagar uma escola particular onde ele pudesse ficar boa parte do dia, uma vez que teria que passar horas sozinho no apartamento enquanto eu estava no trabalho.

Em sua terceira semana na empresa, o novo diretor encabeçou uma reunião com todos os gerentes sob sua área de atuação. Alguns, inclusive eu, estavam se cagando nas calças após receberem a convocação pela intranet da empresa. Rolariam mais cabeças? Estaríamos prontos a lhe dar as devidas respostas aos seus questionamentos sobre o desempenho dos nossos setores? Havia tempo que ninguém nos cobrava alguma coisa da devida forma que exigiam as circunstâncias. Tratei de me sentar o mais distante dele possível, me faltava coragem para encará-lo, e não queria que, ao olhar para mim, lhe viessem as lembranças daquela tarde no colégio, pois apenas elas seriam suficientes para me comprometer com ele.

O Eduardo havia se transformado completamente, em nada lembrava aquele garoto tímido que se retraia ainda mais durante as aulas de educação física, quando sua bunda fazia a alegria da molecada mais atrevida. Sua postura impunha respeito, sua fala determinada denotava confiança e conhecimento, embora seus gestos sutis revelassem uma cordialidade ímpar, mas que não deixava enganar os menos desavisados de seu potencial aguerrido. Ao expor o que queria cobrar de nós, não pude deixar de reparar mais atentamente em seu corpo escultural que, sem o paletó, deixava aflorar toda uma sensualidade que então ficava camuflada. A bunda continuava um espetáculo, talvez mais até do que me lembrava, realmente era carnuda e gostosa, pois elas eram meu tendão de Aquiles. Ela preenchia sua calça de um jeito que dava um tesão da porra e me obrigava a ficar ajeitando o cacete a todo momento, pois o bichão parecia ensandecido. Procurei me concentrar na fala do Eduardo, no que estava nos cobrando, para tentar evitar uma ereção que teimava em se concretizar.

- Quero que me tragam os resultados do último ano de seus respectivos setores, desempenho, novas propostas, o percentual de ganhos que somaram aos resultados globais da empresa e toda informação útil que mostre o valor que seus setores representam para a companhia. – foi sua exigência. Meu pinto amolecia na mesma rapidez que minha mente tabulava os itens que ele enumerava, uma vez que não possuía essas informações e, muito provavelmente, o setor sob meu comando não tinha feito nada de relevante nesse sentido. Saí da reunião arrasado, como alguns outros, todos cientes de que íamos para o olho da rua depois de apresentarmos nossos resultados.

Assim que voltei à minha mesa, reuni os colaboradores sob minha chefia, comecei a exigir dados, planilhas, relatórios e o escambau. Tinha que fazer um relatório consistente, mostrar que não estava lá só para trepar com as funcionárias e ter o caralho mamado pelo viadinho da xerox. Precisava mostrar que era um homem cônscio de suas responsabilidades, que era capaz de estar naquele cargo, embora não soubesse bem como fazer isso. Levei tudo que foi reunido como lição de casa. Passei todo o final de semana debruçado sobre o notebook elaborando gráficos, fazendo demonstrativos, roteirizando relatórios gerenciais, tudo de que me lembrava ser incumbência de um gerente produtivo. Foram horas e horas empenhado naquilo, esquecendo-me até de comer e, correndo até o banheiro quando o mijo já começava a pingar sozinho. Estava difícil extrair água do solo árido. Vi que o setor tinha ficado acéfalo, enquanto eu corria atrás de bucetas e boquetes. Tinha assinado minha própria sentença de morte, sem nem desconfiar.

Para complicar, tinha que dar atenção ao meu novo hóspede, que dependia de respostas até para saber onde ficavam os talheres, no que podia mexer e no que não podia, onde arrumaria seus pertences pessoais, suas roupas, e se podia ou não descer ao playground do edifício para tomar um ar. Minhas respostas, muitas vezes desencontradas, se resumiam a – faça do jeito que fazia na casa da sua mãe, pegue o que quiser, depois eu te explico como fazer isso; vá, mas não se demore – e tantas outras respostas que eu dava sem nem ter prestado atenção direito aos questionamentos, tudo para que minha lição de casa não se transformasse no meu passaporte para o rol de desempregados. Ao final de dois dias inteiros e boas horas de sono perdido no avançar da madrugada, eu tinha míseras cinco páginas nas mãos, preenchidas com alguns gráficos e meia dúzia de parágrafos cujo conteúdo expunha toda a minha incompetência. Mais uma vez senti vergonha de quem eu era, um medíocre de um tarado que achava que estava no meu cacete a essência de quem eu era.

Fui o segundo a ser convocado à sala do Eduardo na semana seguinte. O primeiro convocado saiu de lá como se tivesse sido atropelado por um caminhão, cabisbaixo e quase mudo, desabou sobre sua cadeira como se tivesse saído de um ringue de boxe. Quando cheguei à mesa da secretária dele, uma jovem discreta e gentil, de postura compenetrada que substituiu a potranca em permanente cio, tive minha presença anunciada com uma voz firme e educada. Os papeis que levava nas mãos tremiam como se eu sofresse do Mal de Parkinson, o que a moça notou com discreta satisfação. Ele estava ao telefone quando entrei tão timidamente quanto um moleque assustado prestes a tomar uma injeção. Fez sinal para que me sentasse à uma mesa circular que ficava num canto ligeiramente afastado de sua escrivaninha, na sala redecorada com esmero e elegância após a saída do diretor anterior, até terminar a ligação.

- Boa tarde, Eduardo! – cumprimentei com uma voz falha. Ele apenas acenou com a cabeça. – Trouxe o que me pediu, são os resultados dos últimos doze meses. – emendei ligeiro, antes de lhe dar chance de retrucar, colocando o fruto do meu final de semana diante dele.

Tive que esperar no que me pareceu uma eternidade, embora os ponteiros do sofisticado relógio de pulso dele não tivessem avançado mais do que três minutos, ele inspecionar as cinco páginas que tinha diante dos olhos. Seu rosto não esboçava nenhuma reação, parecia com a de um jogador de pôquer, indecifrável.

- Houve algum progresso nesses resultados que está me apresentando em relação aos anos anteriores? – foi sua primeira fala quando soltou as folhas sobre a mesa.

- Fica difícil fazer uma comparação, uma vez que os dois últimos anos foram afetados pela pandemia da Covid. – gaguejei me justificando, pois não tinha recolhido dados além dos últimos doze meses, nem havia pensado nisso.

- Se esses números que me apresentou forem consistentes, não houve progresso algum no seu setor. Enquanto a empresa como um todo teve um boom de crescimento, justamente por conta da pandemia, quando nossa demanda mais que quadruplicou, vocês ficaram estagnados em patamares inferiores ao ano pré-pandemia, o que pode ser considerado um retrocesso, não acha? – o modo pausado como se expressou tornou a resposta mais dolorosa, eu me senti acuado, sacudia as pernas debaixo da mesa para extravasar o nervosismo, e torcia para ele não ouvir quando os meus joelhos se chocavam um contra o outro. Não encontrava uma resposta para a pergunta dele. Três minutos, três minutos foram suficientes para ele matar a charada, estava diante de um incompetente.

- São consistentes com o que há no sistema, foi dele que extraí os números. – só depois de terminar a frase, é que percebi que estava passando um atestado de incompetência, uma vez que eu mesmo não tinha dados mais precisos que deveriam ter sido compilados por mim, justificando assim, o desempenho do meu setor.

- Uma nova empresa está há meio ano revisando e modernizando o sistema que está cheio de falhas, como deve estar sabendo; portanto, basear-se apenas nele pode induzir a erros, como deve supor. – devolveu ele, fechando ainda mais o cerco ao redor do meu pescoço, já me começava a faltar o ar, as paredes da sala ampla pareciam estar se movendo lentamente na minha direção querendo me esmagar entre sua solidez.

- Sim, sim, estou sabendo! – mais uma resposta que não dizia absolutamente nada.

- Como acha que seu setor pode agregar valor às novas demandas da empresa, Carlos? – não faço a menor ideia, foi a primeira coisa que me passou pela cabeça, pois também não tinha uma resposta inteligente para essa pergunta; e ouvi-lo pronunciar o meu nome de maneira tão profissional e imparcial me deixou sem chão. Ele tinha diante de si um completo idiota.

- Talvez nos engajando no desenvolvimento de novas estratégias de armazenamento e despacho das mercadorias. – respondi, mesmo sem saber de onde tinha vindo essa luz que repentinamente se acendeu na minha cabeça e me fez articular a primeira frase coerente daquele encontro.

- Tem algum prospecto de modo viabilizar essa proposta? – caralho, será que ele tem um baú inesgotável de perguntas, faz apenas três semanas que está na empresa, como pode ter tantas informações e tantas dúvidas sobre essa porra de trabalho?

- Estamos trabalhando num. – respondi mentindo, para desafogar o laço que se fechava ao redor do meu pescoço.

- Quando posso vê-lo? – puta que o pariu! Essa tortura não acaba.

- Em breve, pelo andamento das coisas. – menti mais uma vez, já que nada estava sendo feito.

- Então me apresente uma data dentro de quarenta e oito horas! Temos que recuperar urgentemente o que meu antecessor deixou estagnado durante sua gestão. Por hora é isso, boa tarde, Carlos! – devolveu ele, pondo fim aquele sufoco. Chispei dali feito um raio. Corri até o banheiro mais próximo e joguei uma água fresca na cara e no pescoço, estava empapado de suor, um verdadeiro covarde; que um dia tinha feito aquele homem competente gemer na minha pica, sentido um puta tesão inesperado quando a carne macia e úmida daquele cuzinho agasalhou minha rola.

- E aí, como foi lá com o mandachuva galã? – perguntaram meus subordinados ansiosos quando voltei ao posto de trabalho.

- Só vou falar uma única vez, nunca mais quero ouvir alguém desse setor se referir ao Eduardo nesses ou, em outros termos dessa natureza, estamos entendidos? Respeito é bom e é isso que quero ouvir de hoje em diante! – ralhei brusco, o que os deixou abismados, pois nunca havia me dirigido a eles dessa maneira.

Aquela porra de setor tinha que mudar, eu tinha que mudar, aquele bando de folgados tinha que mudar. Eu tenho essa puta rola no meio das pernas para provar que sou macho o suficiente para fazer essas mudanças, para provar que sou mais do que um mero caçador de vaginas, que tenho competência para correr atrás do prejuízo e me atualizar para dar conta do que esperam de mim. Acho que pela primeira vez na vida estabeleci um objetivo; eu ia provar ao Eduardo que não era um bosta qualquer, um bosta que precisou se aliar a uma gangue para comer o cuzinho dele, pois sozinho nenhum tinha coragem para tanto.

Gabriel, meu filho, ia mal na escola. Toda semana recebia um bilhete do colégio informando do desempenho sofrível dele alertando para uma provável repetência caso suas notas não melhorassem. Ele teve a quem puxar, pensei com meus botões, ao mesmo tempo em que torcia para que ele não se transformasse no mesmo cretino que foi seu pai nessa fase. Ele vinha de um colégio público, pois a mãe alegava que a pensão que me era extorquida diretamente no holerite não era suficiente para custear uma escola particular. Também achei que o moleque era burro, o que atribuí a genética da mãe. Sem paciência, tentava fazer as lições de casa junto com ele, após o jantar, quando já estava cansado de enfrentar as cobranças na empresa. Eu aumentava o tom de voz, ele começava a chorar, borrando as páginas do caderno e fazendo dele uma peça digna de chiqueiro. Na verdade, eu não servia para ser pai, nunca me vi nesse papel. Eu não conhecia aquele moleque, ele não me conhecia, apenas fomos obrigados pelas circunstâncias a viver sob um mesmo teto. Quando estava em casa, ele ficava enfiado em seu quarto ou descia para o playground, enquanto eu ficava em outro canto do apartamento, ou assistindo aos jogos de futebol que foi a última alegria me restou depois da vinda dele para a minha casa. Acabaram-se as longas happy hours tomando cerveja com os amigos num bar, acabaram-se as trepadas noite adentro com alguma gostosa que tinha chavecado numa balada, acabou-se a dolce vita de um solteiro de trinta e tantos anos. Eu não sabia como chegar nele, como falar abertamente com ele, o que pedir e o que oferecer ao meu filho; éramos completamente estranhos um para o outro, o que gerava um clima tenso, dentro e fora de casa, e nos impedia de saber o que era a felicidade.

Mesmo assoberbado até o pescoço, me inscrevi num curso de pós-graduação em gerenciamento de logística e Supply Chain, que consumia meus últimos tostões do salário, e findava com qualquer aspiração de luxos extras como férias e diversões, motéis e até pizzas com meu filho domingos à noite. Anos longe dos bancos escolares me mostraram o quanto havia perdido, quantos anos-luz estava distante da atual realidade e, aos poucos, fui me conscientizando que o pai do Gabriel era tão burro quanto ele. Contudo, estava disposto a não deixar a peteca cair, custasse o que custasse, eu ia faz jus ao cargo que ocupava e, quem sabe, sonhar com alguma promoção, ou uma nova oportunidade em outra empresa que me pagasse melhor. A mesma tenacidade eu tentava incutir, sem sucesso, no meu filho que, findo o ano letivo tinha tomado bomba em quase todas as disciplinas.

- Puta que o pariu, Gabriel! Foram quase todas as matérias, só escaparam a educação física que nunca na história ouvi alguém repetir, artes e musicalização que não servem para porra nenhuma, no restante foi um “D” atrás do outro. Caralho! Você faz ideia de quanto custa a mensalidade aquela porra de colégio? Não dava para ter feito uma merda de um esforçozinho para tirar notas melhores? – explodi, no dia em que vieram as notas finais. Ele me encarou em silêncio, seus lábios tremiam e, depois de um soco que desferi no tampo da mesa e que fez talheres e pratos saltarem, uma lágrima silenciosa rolou do canto do olho dele. Ficamos uma semana sem nos falarmos.

Eu definitivamente não sabia lidar com aquela criança. A moda agora era não dar uma boa surra nessa molecada, o que no meu tempo nenhum pai discutia, simplesmente tirava o cinto ou pegava no chinelo e esquentava a bunda da gente até nos conscientizarmos da cagada feita. Tinha funcionado pouco comigo, mas eu me lembrava de algumas surras até hoje. Alguns dias depois, com a cabeça mais fria, fiquei me questionando sobre o direito de cobrar dele um melhor desempenho escolar, quando eu mesmo arruinei meu futuro achando que estava fazendo uma simples brincadeira quando enrabei o cara que hoje é meu chefe. Comigo como pai, esse garoto não tinha futuro, concluí pesaroso. Mas, que se havia de fazer?

Após mais de vinte demissões, o fantasma que atormentava a todos parecia ter ido embora. Miraculosamente, eu continuava no meu cargo. A bem da verdade, começando a ser detestado pelos meus subordinados, pois estava arrancando o couro deles, sem muita sutileza, para fazer do meu setor um exemplo de recuperação e engajamento. Conforme o Eduardo estipulou, 48 horas depois eu tinha voltado à sua sala com um esboço de um projeto que fiz a toque de caixa com meus subordinados.

- Quanto tempo leva para a implementação? – perguntou ele, após passar os olhos no esboço.

- Primeiro será preciso completar o projeto, umas três a quatro semanas eu acho; depois, se tivermos a autorização para as mudanças, creio que de dois a três meses para estar tudo funcionando. – pela primeira vez pude olhar diretamente nos olhos dele, azuis como um mar tropical, lindos e expressivos, absorvendo minha resposta.

- Quero acompanhar o passo-a-passo do andamento tanto do projeto quanto da implantação, que pode considerar aprovada desde agora. – afirmou ele.

Eu não cabia em mim de tanta alegria. Parece que tínhamos um pacto, e eu ia me desdobrar em mil, se fosse necessário, para cumpri-lo à risca. Talvez nem tudo estivesse perdido para mim. Ao deixar sua sala senti como se tivesse sido resgatado do patíbulo. O Eduardo não era vingativo, trazia consigo uma nobreza de alma que eu não tinha. Era muito mais homem do que eu, enfrentava as agruras da vida sozinho, de cabeça erguida, por mais vis que tenham sido as penúrias que lhe impuseram. Agora, aquela imagem do cuzinho dele sangrando amarrado ao tronco da espatódea me fazia ter pesadelos, e eu acordava no meio da noite atormentado por uma culpa sem fim. Nunca frequentei uma igreja, não éramos religiosos em casa. Mas, num domingo em que levei o Gabriel até a casa de um coleguinha do colégio que estava aniversariando, passei por uma e entrei. O serviço religioso já havia terminado, reinava um silêncio respeitoso que se intensificava através da luz que passava pelos vitrais. Uma dúzia de pessoas esparsamente distribuídas pelos bancos rezava em silêncio. Eu não sabia rezar, mas sentado na última fileira de bancos próximo à entrada, cruzei as mãos e pedi fervorosamente perdão por aquele dia, absolvição pelo crime que cometi, entrando naquele cuzinho inocente feito um vândalo. Senti as lágrimas descendo pelo meu rosto, como um sinal de que estava pedindo mais do que merecia, e que precisava aceitar minha pena até o último dos meus dias. Mesmo assim, quando saí da igreja, que até hoje não sei a que religião pertencia, o sol brando que bateu no meu rosto trouxe um certo alívio ao meu peito oprimido.

A empresa havia fechado um clube para a festa de final de ano que reunia funcionários e familiares num congraçamento. Levei o Gabriel comigo apesar da recusa dele. Nunca o havia apresentado a nenhum colega da empresa, alguns nem sabiam que eu tinha um filho. Ele não se entrosou com a garotada, embora muitos tivessem vindo procurá-lo, seus problemas de socialização eram evidentes. Os membros da diretoria circulavam entre os funcionários procurando ser gentis e conhecer um pouco de seus familiares, o que me pareceu pura demagogia. Demorei a ver o Eduardo, ou havia chegado tarde ao encontro, ou estivera entretido nalgum canto onde eu ainda não havia estado. Tenho que admitir que estava curioso por saber se veio acompanhado, uma provável namorada ou até esposa, filhos quem sabe. Porém, estava sozinho. Não sei o porquê de isso ter me deixado contente. De longe, observando-o fazer contato com os funcionários, mesmo os mais subalternos, sobressaia sua simpatia e, a maneira ao mesmo tempo refinada e fácil com a qual entabulava as conversas. As pessoas logo percebiam que para ele não havia ninguém mais e ninguém menos importante, todos valiam um sorriso, todos mereciam sua atenção.

Eu participava de uma rodinha de gerentes e alguns chefes de setor e tinha me esquecido completamente do Gabriel entre um chopp e outro e os petiscos que os garçons circulando iam oferecendo aqui e acolá. A última vez que o tinha visto, ele estava sentado num banco para onde se dirigiu pouco depois de eu ter tido a chance de apresentá-lo ao Eduardo. Preocupado com sua timidez excessiva e com seu jeito retraído de ser, deixei a rodinha de colegas para ver como ele estava. O banco no qual o tinha visto da última vez estava vazio. Em que cazzo de lugar que esse moleque foi se enfiar, perguntei-me a mim mesmo, ao sair à procura dele. Para minha perplexidade e surpresa, encontrei-o sob um quiosque tomando sorvete próximo a uma pequena barraca montada no gramado para essa finalidade e, que fazia dela o ponto mais atrativo para a garotada. Caminhando lentamente na direção deles, vi como o Gabriel sorria, e conversava desinibidamente com o Eduardo como se ele fosse um coleguinha da escola. O papo devia estar animado pela maneira descontraída como se relacionavam, o que me fez repensar a aproximação, o que talvez deixasse o Gabriel encabulado. Mas, não resisti, e fui me aproximando devagar.

- Incrível seu garoto, Carlos! Parabéns! – exclamou o Eduardo, fazendo com que o menino me encarasse com uma ponta de orgulho no rosto tímido.

- Obrigado! Gostaria que ele também fosse incrível na escola, mas o boletim dele é uma coleção de notas vermelhas, não é filhão? Tanto que repetiu de ano! – o olhar do garoto se entristeceu no mesmo instante em que terminei a frase. Já era tarde para consertar o estrago.

- Isso acontece! O próximo ano vai ser mais fácil, não é Gabriel? Você já conhece o conteúdo, agora só precisa aprimorar os estudos, fazer mais exercícios para ficar tinindo e as notas vão vir todas azuis, eu garanto! – o menino sorriu envergonhado para ele, mas concordou com suas palavras.

No caminho de volta para casa, enquanto dirigia e procurava puxar conversa com o Gabriel, recebendo como respostas apenas acenos ou frases lacônicas, eu me questionei que tipo de pai eu era que, na primeira oportunidade, já apontei para os defeitos dele, como se eu sempre tivesse sido um aluno exemplar.

- Me desculpe ter falado das tuas notas para o meu chefe! – desculpei-me com sinceridade. Ele não respondeu, mas ficou visivelmente surpreso com a minha atitude. Eu nunca antes havia me redimido com ele.

O expediente já havia terminado há algum tempo, mesmo assim o elevador descia lotado com alguns retardatários retidos por algum assunto que não podia esperar para o dia seguinte, entre eles eu e um pessoal do meu setor. Um andar abaixo, o Eduardo e o diretor financeiro juntamente com executivos de uma empresa que estava tentando se tornar nossa fornecedora, se juntaram ao elevador que ficou apinhado. Dei um passo atrás e fui parar no fundo da cabine, o Eduardo se postou à minha frente, com as costas voltadas para mim. Foram quatro andares até o térreo de pura provação. Os ombros largos dele estavam ligeiramente abaixo dos meus, eram um pouco menores também, a proximidade me fez sentir o perfume cítrico que ele usava, o paletó não impedia que se notasse a curvatura generosa de sua bunda carnuda que estava a menos de um palmo da minha virilha. Fiquei tão duro que precisei enfiar a mão no bolso da calça para conter a ereção. Aquele homem sedutor de costas para mim me relembrava o dia em que o penetrei, e o prazer que senti com isso. Se ele viesse a desconfiar de que eu estava com o pau duro feito uma rocha, nem sei o que seria de mim. Duas demonstrações de uma selvageria primitiva e até criminosa, ele não ia tolerar jamais. Demorei a me mexer quando o elevador parou, retardando a saída para que ninguém notasse meu pau priápico.

Estávamos tendo um janeiro chuvoso, os temporais começavam do meio para o final das tardes e geravam o caos na cidade, inundando grandes avenidas que ficavam intransitáveis por horas, retendo milhares de carros e seus ocupantes no trânsito. A sede da empresa ficava localizada num bairro empresarial próximo à uma importante rodovia que levava para o interior do Estado. Uma alameda de aproximadamente três quilômetros conduzia a saída dos funcionários das diversas empresas ao longo dela para uma avenida que caia nas marginais que circundavam aquela parte da cidade. Por termos ultrapassado o horário normal de saída dos funcionários, ela se encontrava deserta àquela hora. Meus limpadores de para-brisas não davam conta de remover as pesadas gotas da chuva torrencial que estava desabando. Os faróis me mostraram um SUV importado parado junto ao meio-fio e um sujeito tentando soltar os parafusos da roda para substituir um pneu furado. Ao reduzir a velocidade vi que era o Eduardo, ensopado até os ossos lutando com um parafuso reticente. Estacionei atrás dele para que meus faróis iluminassem melhor o local e desci para ajudar. Era pura loucura o que ele estava tentando fazer, mas resolvi prestar ajudar.

- Não está desatarraxando mesmo, acho melhor você ligar para o auxílio-mecânico da companhia de seguro. – sugeri.

- Já fiz isso, ele não consegue chegar devido a um ponto de alagamento aqui próximo, e calculou umas duas a três horas até conseguir chegar aqui. – respondeu ele.

- Qual tal se rebocarmos seu carro com o meu até a próxima empresa, falamos com o segurança da portaria e explicamos a situação, amanhã você manda o seguro vir resgatar o carro.

- É, acho que vai ser a única solução. – concordou

Deixamos o carro no estacionamento da empresa vizinha e lhe ofereci carona até em casa, onde poderia ligar para um aplicativo e solicitar um carro para levá-lo para casa. Um pouco indeciso, resolveu aceitar após pensar alguns minutos. Tempo esse que eu aproveitei para admirar aquela camisa branca completamente encharcada grudada ao sensual tronco dele, onde se destacavam os dois mamilos acastanhados cujos biquinhos formavam uma saliência bem visível sob a camisa aderida. Minha rola voltou a se manifestar e fiquei feliz por entrarmos no meu carro onde a escuridão camuflaria a ereção.

- Oi Gabriel! Tudo bem?

- Oi Edu! Tudo legal! Nossa, onde pegaram tanta chuva? – perguntou meu filho, com um sorriso de orelha a orelha dirigido ao Eduardo.

- Cara! Nem te conto, não fosse seu pai eu estaria até agora tentando trocar o pneu furado do meu carro, mas acabamos que não conseguimos e tive que deixar o carro num estacionamento perto da empresa. Amanhã eu pego! – ele relatou o episódio ao garoto como se estivesse conversando com um amigo, quando podia ter sido conciso ou nem ter se explicado tanto.

- Legal! Quer dizer, legal que a gente se reencontrou, não legal que você ficou todo molhado. – corrigiu-se meu filho.

- É, legal mesmo? E aí, me conta como estão indo as férias, o que tem feito?

- Ah, nada de muito importante! Lembra daquele jogo que te falei, o Starlink: Battle for Atlas? O Carlos me deu de presente no Natal.

- Aposto como eu ganho de você de primeira! – retrucou o Eduardo, desafiando o garoto.

- Duvido, hein! Eu fiquei bom nesse jogo, pode apostar! – o moleque parecia estar nas nuvens.

- Não fica empatando o Eduardo, filhão! Ele tem mais o que fazer do que ficar brincando com você. – intervi, quando levei uma toalha para o Eduardo se secar.

- Se você não se incomodar de eu jogar uma parida com ele. – eu não estava acreditando no que estava rolando entre esses dois.

- Não, claro que não! Aliás, fique à vontade, porque acabei de ouvir que a marginal está toda parada num congestionamento de mais de quinze quilômetros, há dois pontos intransitáveis. Acho que você vai precisar pernoitar por aqui mesmo. Me desculpe o improviso e a bagunça da casa, mas seja bem-vindo. – de repente, a ideia de tê-lo conosco por algumas horas não era tão mal assim.

- Não, imagina! Vou ligar para o aplicativo e vou para casa assim que possível. – devolveu ele ligeiro.

A chuva não parou, os noticiários anunciavam o caos geral na cidade, as horas passavam, os dois numa disputa ferrenha no sofá diante da TV, o aplicativo respondendo que não havia como completar uma corrida para o destino desejado. E, eu puto e constrangido por não ter feito uma faxina, mesmo que rápida, no aparamento que mais se parecia com uma zona de guerra. Que porra de jantar eu ia oferecer para ele, arroz e ovo frito? Caralho, nem para organizar uma merda de um apartamento pequeno eu servia. Não demorei a perceber que o Eduardo não estava nem aí para as minhas preocupações, ele e o Gabriel estavam curtindo a noite como se o mundo lá fora não estivesse desabando sobre nossas cabeças.

- Hora de ir para a cama, filhão, já passa da meia-noite, qual foi o combinado durante as férias, onze horas! – eu tinha que intervir, senão os dois iam acabar varando a noite. Ele obedeceu sem contestar, como sempre, pediu uma revanche para o Eduardo, pois tinha ficado alguns pontos abaixo dele no jogo e se despediu dele, rumando para o quarto.

- Fantástico esse menino! – exclamou o Eduardo, assim que ficamos sozinhos.

- É, é sim! – concordei, sem pensar.

- Ele é tão esperto, tem um olhar tão inquisitivo e vivo, e uma visão apurada do que se passa ao seu redor. É muito legal! – continuou ele, sinceramente impressionado com as habilidades do garoto. Será que eu era tão tapado assim, não conseguia ver nada nele que não aquela timidez, aquela dificuldade de assimilar as mais simples questões da escola. Até parecia que estávamos falando de duas crianças diferentes.

- Pode ficar no meu quarto, eu me ajeito aqui na sala. Deixei toalhas limpas no quarto caso queira tomar uma ducha antes de deitar. – falei, após ele ter tentado uma última vez conseguir um carro de aplicativo.

- Me desculpe pelo transtorno. Tem certeza de que não tem um hotel nas imediações? – perguntou ele

- Tenho! O hotel que existe aqui mais próximo não é do tipo que você frequentaria, é um motel de bairro. – esclareci, imaginando tolamente, que aquele homem sexy não frequentasse um motel.

Era a presença dele que estava me embaralhando as ideias. Toda essa situação estava mexendo comigo e, os últimos acontecimentos, ele perto de mim no elevador, o perfume, a bunda, a chuva, os cabelos dele pingando, a camisa grudada ao tronco, ele no meu sofá, a pizza que ele e o Gabriel devoraram rindo e conversando como se fossem amigos de infância, minha pica que não parava de me torturar, era simplesmente demais, demais para um cara feito eu.

Depois dele, tomei uma ducha na esperança de que fosse me acalmar. As horas passavam e eu rolava no sofá estreito, o corpo fervendo por dentro, a cabeça sonhando com o impossível, o caralho e as bolas doendo de tão oprimidas. Subitamente, lembrei-me de não ter trocado a roupa de cama antes de lhe oferecer o quarto. Os lençóis e os travesseiros deviam estar impregnados com meu cheiro e suor. À essas alturas ele deve ter se arrependido de não ter ido para o motel, ao menos não teria que se deitar numa cama fedendo a macho relaxado, muito embora, não fosse encontrar algo mais higiênico naquele pardieiro onde eu, às vezes, levava umas peguetes para aliviar os colhões desde que o Gabriel veio morar comigo. Fui até a janela, nu e com a pica à meia bomba, no céu ainda carregado de nuvens os clarões de raios distantes as iluminavam fazendo-as parecer amontoados de espuma, os trovões nem chegavam a ser ouvidos. As ruas molhadas cintilavam com o brilho das luminárias, um ou outro veículo circulava como se estivesse procurando a saída de um labirinto. Como ele está? Teria pego no sono, a despeito do meu cheiro? Estaria se revolvendo com aquele corpo escultural nos meus lençóis, os mesmo que eu ia cheirar assim que ele acordasse para ver se seu perfume havia se impregnado neles? Tesão do caralho, porque esses colhões não me dão uma trégua?

Descalço fui até o corredor dos quartos, espiei pela fresta da porta do quarto do Gabriel, ele dormia a sono solto, segurando o Chico, seu coelho de pelúcia, junto ao rosto. A porta do meu quarto também não estava bem fechada, através da estreita fresta vi-o deitado de lado, de costas nuas voltadas mim, uma ponta do lençol cobria-o da cintura até os joelhos, as pernas estavam de fora. Será que essa bunda ainda continuava tão lisinha quanto naquele dia? Que tortura! Não dava para aguentar mais, eu precisava bater uma bronha. Fui ao banheiro, melhor teria sido não olhar para o espelho, eu estava horrível, as olheiras, o cabelo amarfanhado, aquela porra de barba cerrada que era um desafio a cada manhã. Deixei a mão deslizar lentamente até a virilha, cocei o saco e peguei a jeba excitada na mão, comecei a movimentá-la num vaivém lento. O caralho terminou de endurecer, mais dor, mais urgência. Punhetei com força, o sacão sacolejava pesado, concentrei meus pensamentos naquela bunda que o lençol não me permitiu ver, o tesão queimando meu corpo. Ai, ai, o gozo vindo, uma vontade de soltar um urro e desoprimir todo aquele sufoco entalado no peito, mas eu não podia, tinha que gozar em silêncio, tinha que guardar toda aquela pressão para não acordar ninguém. A esporrada farta e densa foi parar nos azulejos atrás da pia, um segundo jato atingiu as torneiras, os demais deixaram a bancada numa miséria. O cheiro da porra concentrada se espalhou pelo banheiro, eu segurava o cacete pulsátil ainda em transe, deliciando-me com aquela esporrada. Tinha soltado a pica, algumas gotas retardatárias pingaram no chão. E então, veio o inesperado. A maciez delicada de uma mão suave se fechou ao redor do meu caralho, eu estava sonhando, o perfume cítrico entrou nas minhas narinas, eu estava delirando, sem coragem de abrir os olhos. Uma pele quente e nua se encostou no meu corpo, a mão continuava a massagear minha rola, era hora de acordar.

- Eu não sei o que me deu... eu não... isto é.... Eduardo? – as paredes do banheiro começaram a girar como se eu estivesse dentro de uma centrífuga.

- Não diga nada! Venha se deitar, parece exausto. – a voz era dele, o rosto sereno era dele, a mão na minha rola era dele, o perfume era dele.

Agarrei-o num abraço tão apertado que o fiz soltar o ar dos pulmões. Toquei delicadamente seu rosto, era como uma obra dos mestres renascentistas, harmônico, perfeito, e sorria timidamente para mim. Encostei minha testa na dele, pronunciei seu nome para ter certeza de que aquilo não era um sonho, toquei carinhosamente meus lábios nos dele. Eles tremiam um pouco, estavam úmidos e mornos, se abriram quando minha língua os lambeu e penetrou em sua boca. Minhas mãos desceram pelas costas lisinhas dele, foram direto para as nádegas, amassei-as com força, eram carnudas e firmes, pareciam ser revestidas de uma lanugem macia, como a pele de um pêssego. Minha língua entrava e vasculhava cada canto daquela boca, a saliva dele se misturava a minha, eu estava em êxtase, estava de pau duro, estava morrendo de tesão, e ele repetia – venha se deitar, venha se deitar – o que soava como um hino divino nos meus ouvidos. Passo-a-passo eu fui, não se sabia quem conduzia quem.

Meti no cuzinho dele o mais cuidadosamente que pude, com carinho, mesmo assim, ele sufocou o grito mordendo o travesseiro. O buraquinho apertado não estava acostumado a uma rola grossa como a minha. A impressão que tive é que não parecia habituada a nenhuma, ao menos era nisso que eu queria acreditar naquele instante sublime. Eu não queria machucá-lo, já tinha feito isso uma vez e carregava essa culpa comigo. Queria que ele sentisse prazer com meu falo dentro dele, queria que seus gemidos sedutores fossem de puro êxtase, queria que ele tivesse vontade de ficar comigo para todo o sempre.

Fui enfiando a pica devagar, dando-lhe a chance de relaxar os esfíncteres anais e me deixar entrar, beijava-o com toda a sofreguidão da minha alma, e ele foi se entregando languida e sensualmente. Eu sabia que ele estava sentindo dor, mas ele a sublimava para que eu não o percebesse e continuasse a penetrá-lo. Por um momento, desejei não ter um cacete colossal como o meu, parecia um pecado ferir aquelas preguinhas rosadas que há pouco eu saboreava com a ponta da língua, enquanto ele se contorcia num tesão tresloucado. Eu estava todo dentro, os impulsos vigorosos que ainda imprimia contra as nádegas dele eram pura cobiça. O olhar meigo que me encarava dizia que ele era todo meu. Não me lembrava de um dia minha jeba ter sido tão apertada numa fenda, até o pulsar indômito do sangue nutrindo a ereção se tornou mais difícil de tão apertado que o cuzinho dele era. Acariciei seu rosto com suavidade, como uma forma de me penitenciar pela dor que o vaivém que começava a imprimir naquele rabo ia causar. Ele continuou se entregando, beijou minha mão e se agarrou ao meu bíceps e cravou os dedos nas minhas costas como se precisasse de um apoio para suportar a devastação que minha rola fazia nas suas entranhas. Eu ia ficando cada vez mais louco seduzido pela maciez na qual estava imerso, pelo contorcionismo de seu corpo nu que se esfregava no meu, pelos gemidos que ele emitia com parcimônia para não acordar o Gabriel, mordendo a aba do travesseiro para suportar minha tara.

Perdi as contas de quantas vezes transei, quantas bucetas fodi, quantos cus arregacei, mas começava a ter certeza de que jamais me esqueceria dessa transa. Ela estava sendo a mais carregada de generosidade que alguém me proporcionou, meu coração não batia acelerado e descompassado apenas pelo esforço físico, ele batia revigorado pelo que eu estava sentindo pelo Eduardo, uma paixão tão grande que mal cabia em mim. Ele erguia as ancas do colchão comprimindo-as contra a minha virilha a cada estocada que eu dava, oferecendo-se, empinando o rabão gostoso, abrindo o cu; com isso, a rola se perdia nas profundezas dele, me levando ao delírio. Senti os espasmos tomando todo seu corpo, retesando-o, ele se agarrou em mim com mais força, ganiu e gozou sobre o próprio ventre. Eu lhe sorri e confessei que o amava. Ele afagou meu rosto e o cobriu de beijos. Continuei metendo, a comichão na vara crescia, ela inchou dificultando sua movimentação naquele casulo restrito, meu baixo ventre se contraiu com força e a porra explodiu no cuzinho dele. Mal havia uma hora que tinha me esporrado todo no banheiro, mas senti que o que estava esporrando no rabinho dele tinha ao menos o dobro do volume da anterior. Só então, reparei que estava sem camisinha, que ele não a havia exigido, enquanto eu nem pensei nela quando vi aquelas preguinhas me atentando. Seria o caso de me desculpar?

- Me perdoe por ter gozado em você, por não ter colocado uma .... – ele não me deixou terminar, colocou os dedos sobre os meus lábios e sorriu. Eu ainda ejaculava um pouco constrangido, sem fazer ideia de quando aquilo ia parar.

O vento ainda trazia grossas gotas de chuva contra as janelas, quando ele adormeceu com a cabeça repousando sobre o meu peito, e seus longos e finos dedos acariciavam minha virilha. Capotei minutos depois, embalado por um sentimento de plenitude, de realização.

Ao amanhecer, ele vestiu-se apressadamente, chamou um carro de aplicativo e, com um beijo nos meus lábios se despediu. A primeira coisa que o Gabriel fez ao acordar foi perguntar por ele, fez uma carinha desolada quando lhe disse que ele tinha ido embora. Tomamos café no mesmo e profundo silêncio que caracterizava nossos momentos em comum.

- Parece que você gosta um bocado do Eduardo, ou estou enganado? – perguntei, quando ele se preparava para deixar a mesa do café da manhã.

- Acho que sim! – respondeu, sem emoção.

- Ele ganhou de você no jogo de ontem?

- Ganhou!

- Naquele dia na festa de fim de ano, como é que vocês foram parar naquele quiosque tomando sorvete. – aquilo me intrigava até o presente.

- Ele veio me avisar que tinham aberto a barraquinha de sorvetes, e perguntou se eu não estava a fim de tomar um com ele.

- Foi só?

- Foi! Aí ele começou a conversar comigo e com o outro carinha que também tinha ido pegar um sorvete com a mãe dele. Quando eles foram embora a gente continuou conversando. – respondeu apático

- E sobre o que vocês conversaram?

- Não lembro direito! Ele me contou que também não tinha vontade de conversar com os outros carinhas da escola quando tinha a minha idade, eu acho. – ao ouvir aquilo estremeci. Se você soubesse, meu filho, o que fiz com ele naqueles tempos, você certamente me odiaria ainda mais do que hoje.

Na empresa, liguei para a Thais, secretária do Eduardo, umas três vezes, queria saber se podia ajudá-lo com o resgate do carro – ele chegou um pouco atrasado hoje e está numa reunião fora da empresa – respondeu ela. Não, ela não sabia a que horas ele estaria de volta. Após a terceira tentativa, desisti, ia parecer estranho eu ligar com tanta insistência. No celular dele, nem me atrevi, tive medo que toda a magia da noite anterior pudesse ser destruída por um ato falho. Durante a semana, à distância, vi-o circulando pelos corredores da empresa, sempre acompanhado de alguém. Por mais que pensasse numa desculpa de aparecer na sala dele com algum assunto do meu setor, não encontrei nada. Aquela agonia estava acabando comigo. Eu queria ficar a sós com ele, queria perguntar se tinha gostado da noite em meus braços, queria tudo menos aquele silêncio. A oportunidade surgiu quase no final do expediente da sexta-feira, uma demanda sem importância, nem do meu setor era, mas tinha a ver com aquele projeto que ele havia aprovado e que estava em franca implantação. Não aguentei esperar pelo elevador, subi os quatro lances de escadas até o andar da diretoria a pé. Respirei fundo para retomar o fôlego quando adentrei à sala da secretária, diante da qual a bichinha da xerox esperava por instruções.

- Oi Carlão! – miou ela, o que não costumava fazer dentro da empresa, se fazendo de recatado ao mesmo tempo em que queria mostrar certa intimidade comigo.

Nesse exato momento, o Eduardo abriu a porta da sala dele e pediu que a Thais acrescentasse mais uma papelada que ele tinha nas mãos para ser duplicada e encadernada. Não tive dúvida de que ele ouviu o miado, embora não esboçasse nenhuma reação.

- Segura a sua franga, Alfredo, quando estiver aqui em cima. Eu já te avisei que aqui não é lugar de fazer frescura, se não quiser ir para o olho da rua! – censurou-o a Thais

- Escapou! – respondeu o Alfredo

- Pois trate de não deixar escapar mais nada! E, suma daqui, anda! Vai fazer o que te mandei e me traga isso de volta até o final do expediente. – bronqueou ela. A bichinha se escafedeu.

No entanto, eu fiquei com cara de palhaço, fiquei imaginando o que ela podia estar pensando a nosso respeito, minha mão se fechou apertada. Tive vontade de ir atrás dele e sentar uma bordoada naquela cara afrescalhada. Depois, me lembrei que se não tivesse sido eu, com meu cacete insaciável e minha falta de controle, ele nunca teria mamado minha rola. Cacete, eu era um verdadeiro canalha!

- Pode entrar Carlos, a ligação que ele me pediu não pode ser completada agora. – disse a Thais, me liberando a entrada.

- Oi, como vai o Gabriel? – foi a primeira coisa que ele me perguntou.

- Está curtindo as férias, não fala noutra coisa que não a revanche que te pediu. – para mim o Gabriel nunca mencionou essa vontade, mas eu tinha que dizer alguma coisa, para ele não saber que nós mal nos falávamos.

- Amanhã, pelo meio da manhã, pode ser? Na minha casa, vocês almoçam comigo, eu concedo a revanche para ele, e depois podemos discutir uma ideia que tive para envolver seu setor num novo projeto. Você se importa? Não quero estragar sua folga. – não, você não vai estragar minha folga, você vai dar vida e luz a ela, vai me deixar talvez mais feliz do que o Gabriel, dizia eu em pensamento.

- Sim, pode ser! Já vejo o Gabriel dando pulos quando souber. – respondi, omitindo que eu estava com vontade de pular ali mesmo de tanta felicidade.

- Ótimo então! Ficamos combinados. Às onze, tudo bem? Eis o endereço.

- Estaremos lá!

Resolvi não perguntar nada. Se ele não tivesse gostado da noite na minha cama e do que fiz com ele, não estaria fazendo esse convite, concluí. Melhor jamais tocar num assunto desses na empresa, esse seria nosso segredo, a primeira coisa em comum que eu tinha com ele. Além do mais, ele era todinho meu, ninguém precisava ficar sabendo, ninguém precisava cobiçar o que era meu.

O apartamento alto, um por andar, tinha uma vista privilegiada do Parque do Ibirapuera, o sol se infiltrava pelas amplas aberturas que davam para um deque cheio de plantas que circundava boa parte do apartamento. Ele e o Gabriel se cumprimentaram fazendo um jogo com as mãos ao pronunciarem o “Oi’ em uníssono. A mim, dirigiu um aceno de cabeça e um esboço de sorriso.

- Adivinhe o que comprei para você? – perguntou ao Gabriel, que, ao contrário de mim, não estava se sentindo acabrunhado com o luxo do apartamento, mas vivamente interessado na revanche que o Eduardo havia lhe prometido, mais do que no pacote embrulhado que lhe pôs nas mãos.

- O que é?

- Adivinhe antes de abrir, senão não vale!

- Um jogo? Qual?

- Não sei, se for um jogo, qual você acha que é?

- Ah, Edu, deixa eu abrir, vai! – o moleque não se aguentava de ansiedade. – Ah! Já sei, tem cara de ser um jogo mesmo. Tá com cara de ser o Crash Team Racing Nitro-Fueled! – exclamou ele, aumentando o tom da voz à medida que a empolgação crescia, antes de rasgar o papel da embalagem. Incrédulo, eu observava a cena sem entender de onde meu filho pronunciava tão bem o nome do jogo em inglês e, muito menos tinha ideia do que se tratava. Me senti um alienígena.

- Na mosca! Vou te dar uma semana para treinar, antes de perder o primeiro jogo para mim! – sentenciou o Eduardo, com uma empolgação que se assemelhava ao do meu filho.

- Ah, não vai não! Nem o Starlink: Battle for Atlas eu vou deixar você ganhar hoje. – respondeu confiante.

Tive a impressão que ele conhecia meu filho mais do que eu mesmo. Ele, em poucas horas, havia aberto um canal com o moleque que eu em meses de convívio não consegui. O Eduardo parecia entender os medos e os segredos que habitavam a alma do garoto, sabia chegar neles, sabia apaziguá-los, sabia dar um carinho que eu como pai não sabia. Em poucos encontros, o Gabriel já o amava, e não escondia esse sentimento. Eu desconhecia os dois, minha sensibilidade parecia não chegar a tanto. Aquele homem se entregou para mim de corpo e alma naquela noite, suas carícias não foram superficiais, elas penetraram fundo em mim. E, o que eu sabia dele? Que foi meu objeto de bullying no colégio, que era meu chefe, que tinha se saído muito melhor na vida do que eu, apesar de termos tido as mesmas oportunidades, que havia perdido o pai pouco depois que eu saí da casa de custódia, e que precisou ralar no exterior para conseguir se formar e chegar ao cargo que ocupava? Quem era esse homem que me perdoou pelo que fiz com ele, sem eu nunca ter pedido perdão pelo sacrilégio que cometi? Seguramente, um ser muito melhor do que eu, que meu filho já chamava carinhosamente de Edu, enquanto eu fazia esforço para chamá-lo de Eduardo e não de Sr. Eduardo, tamanha a distância que me mantinha longe dele.

O Eduardo não facilitava a vida do Gabriel, não o via como um coitadinho, como alguém cujo pai o renegou ainda na barriga da mãe, como alguém sem determinação e inteligência, ele o desafiava, o provocava, e o garoto parecia adorar isso.

- Eu ganhei, eu ganhei! Eu não disse? Eu disse para você que eu ia ganhar dessa vez! – o moleque saltava ao redor dele no final do jogo feito uma pipoca na panela e, sem mais nem menos, pulou no pescoço dele e o abraçou. A comoção de ambos não demorou a aparecer nos olhos marejados. Eles tinham uma relação como eu nunca tive.

- É que você é esperto demais, e também porque eu dei uma vacilada. – justificou o Eduardo.

- Ah, não vem com desculpinha esfarrapada que não vai colar, eu ganhei na manha! – sentenciou ele rindo.

Discutimos rapidamente a ideia que o Eduardo teve para incluir meu setor num novo projeto e eu percebi que ele o fazia para me dar uma força. Dessa vez não me senti humilhado, o curso de pós-graduação havia injetado não apenas ânimo em mim, mas conhecimentos que tinham aplicação imediata dentro da empresa.

- Não sei se comentei com você, faz alguns meses que estou fazendo uma pós. – revelei, quando ele terminou de me expor sua ideia.

- Não, eu não sabia.

- Fazia tempo que não me sentia estimulado. Você trouxe uma chama de luz para a minha vida. – disse encarando-o com obstinação. – Obrigado!

- Bobagem, cresça para esse garoto, cresça para que ele tenha orgulho de você. – respondeu ele.

- Confesso que não sei como lidar com ele. Cometi muitos erros, Eduardo, muitos! O maior foi com você. Outros com meus pais, outros com a mãe do meu filho. Minha vida tem sido um contínuo de erros. – confessei envergonhado.

- Sempre há tempo de corrigi-los!

- Espero que me conceda esse tempo, pois preciso de você como naquela noite, mais do que do ar que respiro. – revelei apaixonado. – Diga que é possível, Eduardo, diga!

- Gosto muito de você, de uma maneira inexplicável, mas gosto. Podia te odiar pelo aconteceu no passado, mas não odeio, juro. Eu nunca tive uma noite tão maravilhosa como aquela, pode não acreditar, mas é a mais pura verdade. – ele estava sendo sincero, o que fez meu coração quase explodir de felicidade.

- Me deixa te dar todas as noites da sua vida como aquela? Estou tão apaixonado por você que nem sei o que fazer com tanta alegria.

- Só me ame, só me ame! – balbuciou ele, tão baixinho que parecia utopia.

- É tudo que vou fazer. – respondi, pegando em sua mão e levando-a aos lábios para um beijo discreto que, o Gabriel entretido em descobrir os desafios do jogo que acabara de ganhar, nem chegou a suspeitar.

As horas passaram, anoiteceu, os dois tiraram a revanche da revanche, o Gabriel ganhou. Saímos para comer uma pizza e voltamos ao apartamento dele, por que naquela noite não haveria despedidas. Eu tinha muita porra para injetar naquele cuzinho, e muito amor para dar àquele homem.

- Jura que tem um quarto aqui na sua casa só para mim? – questionou o Gabriel quando o Eduardo lhe disse que tinha arrumado um quarto para ele.

- Vem conferir, veja se gosta!

- Cara! Que maneiro! – os olhinhos dele brilhavam, como se todas mazelas pelas quais havia passado finalmente estavam indo embora. E havia um único responsável por isso, o Edu, aquele Edu que tinha entrado no coração dele e se instalado para sempre ali. – Podemos dormir aqui hoje, Carlos, podemos? – perguntou, lembrando-se finalmente da minha existência.

- Está afim?

- Claro!

- Então vamos, se o Eduardo deixar! – retruquei, piscando na direção do homem que não via a hora de estar nos meus braços.

- Você deixa, Edu?

- Foi para isso que eu decorei esse quarto!

Nunca tinha visto o Gabriel pegar no sono tão rápido. Ele se deteve inspecionando cada canto do quarto, abriu gavetas que estavam vazias e perguntou se podia trazer algumas coisas dele para guardar nelas. O malandrinho tentava com isso garantir a posse do lugar. Quando terminou a inspeção, enfiou-se debaixo do cobertor e adormeceu. Eu não precisava ser nenhum adivinho para saber que os sonhos daquela noite seriam os melhores de sua vida.

- O papai também vai ganhar um quarto? – perguntei ao Eduardo, lançando lhe um olhar libidinoso sem disfarçar a comichão que excitava minha rola.

Ele não respondeu, apenas sorriu, um daqueles seus sorrisos que eu começava a identificar com a mesma clareza que uma resposta verbal, veio até junto de mim, pegou minha mão e me levou ao seu quarto.

- Este aqui serve? – não esperei nenhum segundo para trazê-lo junto a mim. Beijei-o num tesão crescente, agarrei suas nádegas e meti a língua em sua boca. Dava para sentir o frenesi tomando conta do corpo dele, o desejo de me ter dentro dele era expresso por meio de gemidos quase inaudíveis. Eu o possuí, de corpo e alma, pois nunca imaginara sentir esse amor feroz, esse amor que pulsava, se agitava e estremecia em meu peito com tamanha força.

O Eduardo tinha o dom de cativar as pessoas. Era carinhoso no olhar e nas atitudes, sabia ser firme quando necessário sem ser rude, como fez na primeira vez em que fui chamado à sua sala e ele me desmontou apontando o quanto eu deixava a desejar em empenho e resultados. Depois que começamos a compartilhar a cama, mesmo quando estava zangado comigo, me proporcionava um sexo extremamente carinhoso. Não apenas o Gabriel se desmanchava de amores por ele, mas eu também. Deixei de cobiçar e fazer o possível e o impossível para me perder nas tetas de qualquer uma, nas bucetas que sempre me apeteceram, nos cus que gostava de arregaçar, nas mamadas de pica que exigia que me fizessem, desde quando as nossas transas se tornaram constantes. Eu nunca tinha experimentado essa sensação de ser fiel a alguém, nunca tinha sido, com ninguém, além dele. A simples constatação de uma mulher ou um gay estar interessado no meu físico másculo e, consequentemente, no meu dote, me fazia sentir um traidor, e acabava com o meu tesão antes mesmo da primeira abordagem. Talvez isso estivesse atrelado ao amor que sentia pelo Eduardo, algo que nunca tinha sentido por ninguém.

O Gabriel voltou às aulas. A mensalidade do colégio havia subido e eu me questionei se valeria à pena investir naquele garoto. No primeiro dia de aulas após as férias, com ele refazendo o ano que havia perdido, chamei-o para uma conversa antes de ele ir se deitar.

- Preste bem atenção no que vou dizer, por que vai ser uma vez só! Eu não quero ver nenhuma nota vermelha no seu boletim desse ano. Quero que meta a cara nos estudos e não pense em outra coisa, está entendendo? Essa porra de colégio custa uma fortuna, e eu não estou a fim de jogar meu suado salário no lixo desperdiçando-o com você. Qualquer nota abaixo de 6.0 você pode dizer adeus ao videogame, adeus ao celular e adeus a brincar com os garotos no playground, está ouvindo, Gabriel? – o menino me encarava em silêncio, o lábio inferior tremia, e dava para ver o pavor crescendo dentro dele, exatamente como eu desejava, talvez assim se esforçasse mais. Que tática inteligente, pensaria um pedagogo, bela maneira de estimular e criar confiança numa criança, isso se quiser obter um resultado diametralmente oposto ao desejado.

Eu tinha dificuldade de ficar sem sexo. A privação dele por dois ou três dias baixava meu limiar de tolerância, fazia com que a testosterona nas minhas veias me tornasse agressivo, me provocava ereções em momentos inoportunos e constrangedores. O Eduardo parecia estar ciente disso e, creio que por esse motivo, passava duas ou três noites no meu apartamento, e o Gabriel e eu, praticamente todos os finais de semana no dele. O Gabriel nunca questionou essa súbita frequência do Eduardo em nosso convívio, ele se sentia realizado nos dias que passávamos juntos. Para ser sincero, comecei a sentir ciúme da relação que os dois tinham. Quando ficávamos frente à TV, à medida que o sono vinha, o Gabriel ia se aconchegando ao colo dele, após o jantar ficavam juntos fazendo a lição de casa, quando saíamos para almoçar fora ou ir ao shopping ou qualquer outro lugar, era na mão do Eduardo que ele pegava para guiá-lo. A paciência que o Eduardo tinha com o garoto era impressionante, e nem de longe podia ser comparada à minha quase intolerância às manhas e questionamentos de uma criança.

Devido ao trabalho, era raro eu participar das reuniões que a escola convocava com os pais para discutir a evolução dos filhos, até porque, achava um saco ouvir os discursos ensaiados daqueles pedagogos bajuladores que eram muito bem pagos para dizer aquelas bobagens. No entanto, ao final do primeiro bimestre, por já estar fora da empresa num trabalho externo, aproveitei para dar as caras numa dessas reuniões enfadonhas.

- A evolução do Gabriel do ano passado para esse foi impressionante – começou a orientadora dele. – Ele está menos retraído, participa ativamente das aulas com questionamentos inteligentes, está com as tarefas de casa sempre em dia e, como o senhor deve ter observado no boletim dele, as notas são umas das maiores da classe. Não sei o que o senhor fez, mas o resultado está sendo excelente. – concluiu ela. Outro pai estaria radiante de orgulho de ouvir essa rasgação de seda, mas eu achei que era o mínimo que ele podia fazer para compensar a fortuna que estava gastando com ele.

O que me deixou verdadeiramente atônito, foi descobrir que o Eduardo estava dando suporte ao garoto à distância. Aconteceu na empresa, durante uma reunião no meu setor, da qual ele participava, quando o celular dele tocou e ele nos pediu um tempo.

- E aí campeão! O que manda? – quem era esse campeão folgado para quem ele interrompia uma reunião de trabalho e fazia aquela cara de felicidade que começava a fazer meu sangue ferver, minha testa coçar achando que um espertinho qualquer também estava perseguindo aquela bundinha tesuda. Fiquei de orelhas em pé, se estivesse rolando alguma traição, eu não responderia por mim.

Ele se afastou um pouco do grupo para poder falar mais à vontade, o que aumentou as minhas suspeitas. Dei um jeito de me aproximar, sem parecer invasivo e bisbilhoteiro. A conversa com o interlocutor me deixou abismado.

- É claro que você sabe! Lembra que já te expliquei as fatias do bolo? Então, é esse mesmo raciocínio que você vai usar agora. – ele permaneceu uns minutos em silêncio, ouvindo o interlocutor com atenção e um leve sorriso. – A questão não está perguntando qual é o maior dos três? Então, pensa no bolo, qual dessas partes ou frações é a maior? – ele voltou a ouvir a resposta que vinha do outro lado da linha. – Isso mesmo, campeão! Esse é meu garoto! – exclamou feliz com o que ouviu. Será que estou imaginando coisas, pensei. O Gabriel ligando no celular do meu chefe em pleno expediente e ele escapando de uma reunião para dar apoio a ele. Eu devia estar delirando. – O três quartos é a maior fatia, a que você ia querer se fosse aquele bolo de chocolate do domingo, não é? Agora ficou fácil ordenar as três frações na reta crescente, não ficou, campeão? – ele ainda sorria de satisfação quando desligou e deu uma olhada ao redor.

- Não me diga que é o Gabriel que está te aporrinhando com os deveres de casa dele? – questionei quando ele voltou a se concentrar no trabalho.

- Ele não está me aporrinhando! Estava com uma dúvida que emperrava a resolução de outras questões. Fui eu quem pediu para ele me ligar quando precisasse, foi o que fez, nada mais. – ele usou um tom meio autoritário comigo, tom de chefe para subordinado, um tom que eu não estava muito acostumado a engolir, até porque na cama com o meu cacete enfiado no cu dele, seu tom era bem outro.

Foi aí que a ficha caiu. Eu, o pai, fiz o quê? Ameacei o garoto, deixei-o apavorado, enquanto o Eduardo o acolheu, conferia tudo o que o menino fazia na escola, ajudava-o com as lições e, até perdia boa parte de suas manhãs de sábado levando-o à escolinha de futebol de salão, onde o Gabriel logo se destacou com artilheiro, daí o repentino adjetivo de – Campeão – pelo qual passou a chamá-lo de uns tempos para cá e, com o qual o Gabriel se derretia todo ao ouvi-lo saindo da boca do Eduardo. Eles se amavam, tinham uma relação pai e filho que eu nunca tive com o garoto, essa era a verdade. Também foi aí que cheguei à conclusão que meu amor por ele transcendia o tesão, o sexo gostoso e pleno, que eu o amava pelo ser humano maravilhoso que era. Ciúme, eu tinha sim, mais uma fraqueza que preciso confessar. Eu tinha que dividir meu amor, meu homem gostoso e sensível, com um garoto.

Quatro anos de amor, quatro anos de convívio diário, quatro anos sendo agraciado pelos prazeres que o cuzinho generoso e apertado do Eduardo me proporcionava. Eu era o mais feliz dos homens, tinha uma família, apesar de não morarmos sob o mesmo teto. Não porque eu não quisesse, mas porque essa foi uma condição imposta pelo Eduardo. De início, achei que era porque ele não me amava como eu a ele, que estava mais interessado nos prazeres e na satisfação que meu caralho podia oferecer ao seu cuzinho. Mas, logo percebi que o sentimento estava acima do sexo, ele me amava de verdade. Como, eu acho que jamais vou compreender, uma vez que não sou e nunca fui o homem mais fácil de se lidar. Só ele sabia como fazer isso e, eu gostava da maneira como o fazia. Até meu pai o danado conquistou, um sujeito que me achava o mais execrável e safado dos canalhas, que havia se cansado das minhas malandragens e que achou mais essa, a de me envolver com outro homem, o caminho sem volta para minha perdição. Após alguns meses de ter conhecido o Eduardo, não poupava palavras para elogiá-lo por ter sido ele a aproximá-lo do neto. A ovelha negra continuava sendo eu.

Tínhamos tirado férias juntos no meio do ano e estávamos num resort de uma praia paradisíaca no Caribe. O bangalô no qual estávamos hospedados ficava entre um coqueiral e imensos jardins gramados e floridos. O perfume exótico das flores se espalhava por todo canto naquela noite quente e estrelada. Exausto de tanto brincar nos tobogãs e piscinas com uns garotos com os quais fez amizade, o Gabriel dormia a sono solto em sua suíte. O Eduardo e eu fomos caminhar sobre a areia branca e morna da pequena enseada, deserta àquela hora, à exceção de dois casais em lua-de-mel que caminhavam de mãos dadas como nós. Ele estava um pouco calado demais, achei que também estava cansado da agitada programação do dia. Interrompi a caminhada umas três vezes para beijá-lo sofregamente sob a luz das estrelas, até meu tesão clamar mais alto e eu propor que voltássemos ao bangalô. Meu cacete experimentava uma ereção vigorosa, o que me fez enfiar a mão na bermuda dele e bolinar aquelas nádegas apetitosas no caminho de volta. Tirei minha bermuda após puxar o cortinado esvoaçante da generosa abertura que dava para uma varanda da suíte, e lhe mostrei meu cacete sedento. Arriei a bermuda dele e o fiz sentar na beira da cama, pincelando a jeba úmida em seu rosto instigando-o a me chupar. O Eduardo se deliciava com o meu cacete, engolindo e lambendo toda porra que ejaculei na boca dele. Ele nunca esboçou o menor traço de nojo pelo meu esperma, saboreava-o com uma gula que me deixava maluco. Eu não precisava de muito estímulo para sentir ereções seguidas se formarem, mesmo tendo gozado bastante. Aliás, desde adolescente, sempre me perguntei de onde vinha tanta porra que saia dos meus gozos. Portanto, mal ele tinha se deliciado com os jatos abundantes e cremosos que despejei na boca dele, já senti a necessidade de pegar aquela bunda, crescendo na minha virilha. Os frutos do mar e as ostras que estava devorando durante as refeições também podiam ser responsáveis por esse tesão desmedido que estava sentindo e, pelas ereções consecutivas que não me davam trégua. Inclinei-o na cama, nu ele sempre me pareceu um Adônis, com aquela bunda carnuda, corpo sensual, músculos bem torneados, pele lisinha e aveludada que ao meu mais sutil toque, já se arrepiava de tesão. Abri a bunda dele, afastando os glúteos, o rego era um sulco profundo, como um cânion, no qual se escondia aquela rosquinha rosada e estreita que; devido as trepadas constantes dos últimos dias, estava com as bordas mais proeminentes, as pregas mais inchadas e avermelhadas, indicando que haviam penado com o vaivém da minha rola fodendo-as. O perfume da pele dele era algo inebriante, uma espécie de chamariz ao sexo como os ferômonios que atraem os machos. Eram eles que me deixavam quase doido, querendo aquele cuzinho como um garanhão quer uma égua no cio. Sabia que se enfiasse um dedo na rosquinha ferida ia lhe causar dor, e poupei-o dela para o meu caralho, que ia detoná-la dentro em breve. Lambi a fendinha lanhada e sensível fazendo-o gemer e se contorcer, precisava ensandecê-lo de tanto tesão, de modo que me deixasse enfiar a caceta mesmo com o cu naquele estado. Minha barba espetando a pele lisinha das nádegas criava manchas de tom rosado. Beijei os hematomas levemente arroxeados que tinham a exata forma das minhas mordidas, e estavam ali desde o dia em que aportamos no resort, pois desde então não o tinha poupado da minha tara. Quando começou a pronunciar meu nome entre s gemidos, soube que estava pronto, que me deixaria meter em seu cuzinho e me entregaria todo amor e carinho que tinha para seu macho. Montei lentamente nele, beijei seu ombro, mordisquei sua nuca, procurei sua boca e a cobri com a minha, com lambidas nos lábios e penetrações lascivas da minha língua em sua boca, fui conseguindo sua rendição irrestrita. Enfiei a cabeçorra da pica no cuzinho ferido, dilatando-o e fazendo o Eduardo ganir, enquanto se agarrava aos lençóis como um naufrago se agarra a uma tábua flutuante. Fui metendo devagar, dando tempo para que seus esfíncteres se acostumassem e aceitassem minha rola grossa. Espasmos contraiam seu buraquinho e mastigavam com determinação a minha jeba, que deslizava impune, lenta e progressivamente, para dentro daquele casulo acolhedor, até que só meu saco ficou de fora. Eu amava tê-lo assim, todo entregue e rendido sob meu corpo. Amava como ele me encarava, numa espécie de jubilo, num quê de idolatria, sorrindo tímido e me afagando com ternura. Ele queria minha verga, queria me sentir dentro dele, erguia suas ancas se oferecendo como se quisesse emprenhar de mim. Nenhuma mulher com quem transei tinha se mostrando tão grata, tão carinhosa, tão generosa com a minha virilidade como ele. Comecei a imprimir um vaivém cuidadoso para não machucá-lo ainda mais, o que sabia ser inevitável, mas que ele ao menos pudesse suportar. Ele se agarrou em mim, envolveu meu tronco e enfiou as pontas dos dedos nas minhas costas, gemia e me beijava num delírio de paixão. Eu me sentia mais macho, o mais feliz e recompensado dos machos. A cadência das estocadas entrou em harmonia com os batimentos dos nossos corações, a união era perfeita, éramos um só naqueles momentos. Ele sempre gozava antes de mim, seu corpo começava a tremer, quase convulsionar quando o gozo estava por vir. Ele me puxava para mais junto de si, aumentava a frequência de seus beijos e, erguia a pelve retesada para deixar a porra fluir libertando-o do frenesi. Isso me excitou desde a primeira vez transamos, essa demonstração não disfarçada do prazer que estava sentindo ao me sentir enrabando seu cuzinho. Geralmente era isso que me levava ao clímax, que não me permitia mais retardar o gozo, que me fazia despejar jatos e jatos de sêmen naquele casulo como se fosse um touro. Isso, e aquele olhar meigo e sereno com o qual me encarava e, no qual se podia ler sem nenhuma contestação um – eu te amo – tão sincero e profundo que avassalava todos os meus brios. Foram tantos naquela noite que a porra chegou a vazar do rabinho dele quando fui tirando vagarosamente o caralho. Ele fechou imediatamente as pernas, como se não quisesse perder meu precioso líquido, como se tivesse receio de perder a virilidade de seu macho. Veio se aconchegar no meu peito quando saí de cima dele e me deitei a seu lado, com as mãos cruzadas sob a cabeça e as pernas bem abertas, para arejar o sacão quente.

- Te amo tanto, Eduardo! – confessei, ao sentir seus dedos brincando com os pelos do meu peito, e o calor de seu corpo enroscado no meu.

- Eu também te amo, Carlos, te amo muito! – retribuiu. Havia algo em sua voz que não identifiquei, mas que me soou estranha, e me causou um medo como nunca senti antes.

O golpe veio no final das férias. Depois daquelas semanas maravilhosas num paraíso, eu havia decidido pedir o Eduardo em casamento. Sempre me pareceu uma bobagem essa coisa de casamento, formalização de papeis, como se um ritual ou uma papelada pudesse garantir a felicidade de alguém. Mas, depois daquelas noites de amor intenso, eu me sentia unido a ele e queria que o mundo todo soubesse. Podia parecer piegas, porém era assim que me sentia. Durante o voo de volta, enquanto segurava a mão dele entre a minha, fiquei ensaiando cada frase do pedido, imaginando as reações dele, prevendo seu sorriso de felicidade, antecipando seu ‘sim’ pronunciado com a voz trêmula e emocionada, antevendo os pulos de alegria que o Gabriel ia dar por saber que teria seu ídolo 24 horas à sua disposição. Também estranhei a maneira como ele abraçou o Gabriel ao se despedir dele antes de entrarmos no táxi no aeroporto. Ele comprimiu o menino contra si, beijou-o na testa, afagou seu rosto com uma ternura comovente extraindo dele um sorriso de encantamento, enquanto se controlava para não deixar transparecer a emoção que estava sentindo ao lhe desejar boa noite. Quando ele não aceitou vir para casa comigo, e me pediu que o encontrasse na manhã seguinte sozinho numa cafeteria perto do apartamento dele, senti meu sangue gelar nas veias. Não preguei o olho naquela noite, apesar do cansaço da viagem. Tive que ser enérgico com o Gabriel que teimou em me acompanhar não querendo ficar em casa sozinho.

Ele me aguardava no lugar combinado, a dois quarteirões do condomínio dele. Por que desse encontro tão perto e fora de casa, não fazia sentido, especialmente porque estando a sós, podíamos fazer amor por algumas horas. Quando começou a falar, era o Eduardo diretor de produção e logística da empresa, não o homem amoroso que estivera nos meus braços gemendo com minha rola no seu cuzinho nas últimas quatro semanas. Fui tomado de um pavor insano, minhas mãos suavam, minhas pernas se agitavam debaixo da mesa.

- Recebi uma proposta de emprego nos Estados Unidos, e resolvi aceitar! Na segunda-feira já não volto para a empresa. – disse ele, sem coragem de me encarar. Parecia que me deram um soco na boca do estômago, me faltou o ar; uma dor inexplicável, que não se localizava num local específico, mas que se espalhou dentro mim, tomou todo meu corpo a ponto de eu ficar zonzo.

- Vai aceitar? – perguntei, tão alto que as pessoas que tomavam café nas mesas vizinhas olharam em nossa direção.

- Já aceitei! – confirmou.

- Você não pode! O Gabriel. O que vai ser de mim sem você? Eu te amo, Eduardo, como nunca amei ninguém antes. – eu não encontrava as palavras, ao me ouvir parecia estar ouvindo um personagem de filme, não um homem sofrendo como eu estava naquele momento.

- Lamento não ter tido coragem de dizer isso pessoalmente para o Gabriel. Eu não ia aguentar ver a decepção que estaria causando nele. Assim como, não está sendo fácil dizer isso para você agora. – a mão dele sobre a mesa tremia, seus olhos começavam a ficar marejados.

- Então não nos decepcione, não nos abandone! Fui eu, não foi? Me fala o que eu fiz para você tomar essa decisão repentina, eu juro que vou remendar tudo. Mas, não me deixe, Eduardo, não me deixe! Eu te imploro! Você não consegue me perdoar pelo que fiz com você no colégio, não é? Eu sei que não mereço teu perdão, sei que não te mereço, mas fica comigo. – eu queria nunca ter nascido, queria que aquela tarde no meio do arvoredo da escola nunca tivesse acontecido, queria me afundar naquele abismo que estava se abrindo bem diante dos meus olhos, sem que pudesse fazer nada.

- Nada disso influenciou a minha decisão, eu juro! Estou sofrendo, esteja certo, porém preciso seguir adiante. Você vai me esquecer em breve, vai encontrar outra pessoa, nunca te faltaram opções.

- Se está sofrendo, não vá! Eu não quero outra pessoa, eu quero você, só você! Não importa se tenho mil ou nenhuma opção, é você que eu quero, é de você que eu preciso. – supliquei, mesmo notando que ele endurecia o semblante para não desmoronar.

- Não faça isso mais difícil do que já é! Vamos dizer adeus com hombridade, como respeito ao que sentimos um pelo outro, está bem?

- O caralho que está bem! – exclamei furioso. – Não me exija sensatez, respeito, compreensão ou, seja lá que merda for, quando está me apunhalando diretamente no coração, sem a menor misericórdia. – eu estava atraindo olhares com minha exaltação e estava me lixando com o que pudessem estar pensando. Eu tinha que lutar por esse amor até meu último suspiro de vida.

- Foi por você ser exatamente assim, explosivo, incapaz de se controlar quando é contrariado, que optei por esse encontro em público. Deixe essa raiva passar, e você vai ver que nada é tão catastrófico quanto parece agora. É uma despedida, você já deve ter tido tantas, é só mais uma. – sentenciou ele, querendo que eu assimilasse aquilo como a coisa mais normal desse mundo. Não era. Eu estava vendo minha grande e única paixão escoando entre os meus dedos impotentes.

- É outro cara, não é? Confessa! Fala na minha cara que tem outro homem por trás dessa decisão. Um cara à sua altura, um cara com mais grana, um cara solteiro sem um filho a tiracolo, um cara com uma pica maior que a minha! – eu nem mais sabia o que estava falando.

- Chega Carlos! Você passou dos limites! Não vou permitir que me ofenda, que ofenda o amor que sentimos um pelo outro. – ele foi duro, mais duro do que meu pai sempre foi comigo. E, pela primeira vez tive vontade de chorar.

Entrei em casa arrasado, nem prestei atenção no que o Gabriel me perguntou. Me atirei sobre a cama onde tantas vezes comi aquele cuzinho e chorei feito um menininho perdido. Minha razão de viver havia terminado. Que belo macho eu era, sempre tão arrogante, sempre tão insensível aos sentimentos alheios, sempre pronto para arregaçar uma buceta ou um cu sem me importar com quem pedia clemência diante do meu falo demolidor, devastado pelo homem mais sensível e afetuoso que conheci.

Apenas no dia seguinte tive coragem de contar para o Gabriel que o Eduardo já estava voando para os Estados Unidos, que ele nunca mais ia encontrá-lo, que precisava aceitar aquele rompimento com a mesma galhardia que eu, embora nem isso houvesse me restado. Ele caiu num pranto de cortar o coração, pela primeira vez me senti conectado a ele, sabia a dor que estava sentindo, éramos vítimas da mesma tragédia. Achei que ele fosse me culpar pela partida do Eduardo; mas, se ele pensava assim, não falou. Ele me pediu para não ir à escola, disse que preferia ficar sozinho, eu assenti. Não podia cobrar dele uma postura que eu mesmo não tinha. Quando voltei do trabalho no final daquela tarde, apressado, pois estava preocupado com ele, encontrei-o sentado na cama no escuro, abraçado ao antigo coelho de pelúcia, Chico, como fazia quando menor. Foi ele quem começou a falar.

- Sabe, lá na escola tem o João Pedro e a Larissa, eles estão na minha classe. O João Pedro tem dois pais, o pai Thiago e o pai Marcelo e, a Larissa, tem duas mães, a mãe Luiza e a mãe Angélica. A professora explicou por que o João Pedro tem dois pais e a Larissa duas mães, para que a gente não achasse esquisito. Quando ela perguntou se a gente ainda tinha alguma dúvida, eu levantei a mão e disse que eu logo, logo ia ter dois pais também. Só que agora não vou ter mais, não é? – eu não sabia o que responder, comecei a chorar bem na frente dele.

- Acho que não Gabriel, acho que não! Me perdoa, meu filho, me perdoa! – balbuciei entre soluços.

- Casa com o Edu, pai! Não deixa ele partir, por favor! – implorou o Gabriel. Foi a primeira vez que me chamou de pai. Eu o abracei e choramos juntos. Não havia mais nada a ser feito.

Retomamos nossa rotina, agora desfalcada, vazia, carecendo de encantamento. Meu trabalho parecia insosso, apesar da promoção que veio um mês após a partida do Eduardo. Eu tinha caído nas graças do novo diretor, mas ele nunca chegaria aos pés do antecessor, como quase todos os outros funcionários puderam comprovar. Tentei suprir a falta que o Eduardo fazia na vida do Gabriel, assumindo todas as tarefas que ele exercia. Porém, também nisso parecia não haver substituto à altura. Mesmo assim, ele continuou se empenhando na escola, ia para as aulas de futebol de salão se encontrar com os amigos, mas suas vitórias não tinham o mesmo sabor de antes, quando era abraçado e chamado de campeão. O perfume da pele do Eduardo nos lençóis foi se perdendo, a cama se transformara num deserto árido, sem vida, com a ausência daquele corpo que parecia ter sido esculpido para me incendiar as entranhas.

- Você vai ficar bravo comigo se eu contar uma coisa que eu fiz hoje? – o Gabriel usava de uma coragem que não sei de onde ele tirou ao me fazer a pergunta.

- Depende! O que foi que você aprontou? Se você fez alguma coisa errada no colégio com algum outro aluno eu não sei não. Fala de uma vez, que está me deixando nervoso! – por que um cretino como eu ia pensar uma coisa dessas, achar que seu filho tinha cometido o mesmo sacrilégio que eu fazendo bullying e enrabando um colega. Isso quem fazia era um sujeito pervertido como eu, que agora colhia os frutos desse crime.

- Não foi nada na escola! Eu pesquisei na Internet, achei o nome da empresa onde o Eduardo está trabalhando agora e liguei para os Estados Unidos, a conta de telefone desse mês vai vir alta, mas não precisa me dar a mesada desse mês, tá bom? – eu fiquei pasmo, sem palavras.

- Como assim ligou para os Estados Unidos?

- Ligando, ora! Eu já consigo falar um bocado de coisas em inglês, das aulas do colégio, do que o Edu me ensinou e daquelas férias no Caribe, lembra que aqueles garotos com quem brinquei eram americanos? – eu um dia tratei esse menino como se fosse burro, mal sabendo que o asno era eu.

- E, você falou com o Eduardo? – subitamente, nada mais me importava, nem a descoberta que tinha um filho esperto, nem que teria uma conta telefônica alta, nem nada.

- Falei! Ele perguntou como eu estava, e perguntou de você também. Falei para ele que estava ligando sem você saber, e para ele não te contar. Mas, depois, resolvi eu mesmo te contar. – ele parecia feliz depois dessa conversa – E tem mais uma coisa. É justamente essa que eu acho que vai deixar você bravo comigo. – ele me encarava com se já se preparasse para receber a punição. – Eu pedi para ele voltar e se casar com você! – coloquei minha cabeça no colo dele e chorei. Ele não sabia o que fazer.

- Sabe que eu te amo muito, filhão? Muito, mas muito mesmo! Não é você quem deve se desculpar, sou eu, por nunca ter te dito isso antes. Você é o melhor filho que um pai pode desejar. – confessei emocionado.

- Tá bom, pai! Deixa eu terminar de contar! O Edu disse que ia pensar no meu pedido, ele também disse que me amava. Talvez ele volte, não é? – eu não queria desiludi-lo dando como resposta o que estava na minha mente, não quando ele estava tão cheio de esperança. O tempo ia lhe mostrar que nem tudo que se deseja acontece.

Eu estranhei, ao longo dos seis meses seguintes, como ele parecia ter se conformado com a repentina partida do Eduardo. Achei que tivesse se convencido que o Eduardo optou por uma vida da qual não faríamos mais parte. Não era do feitio dele aceitar tão facilmente certas imposições, fossem elas minhas ou da vida, ele resmungava e contestava até muitas vezes me deixar aborrecido. Dessa vez, nada disso estava acontecendo.

Quem continuava inconformado e se perguntando o porquê do Eduardo ter nos deixado era eu, especialmente, por que eu não podia ter me enganado tanto a ponto de não ter percebido que ele me amava, nos amava, de verdade. Tinha que haver mais alguém nessa parada, outro cara, certamente solteiro e desimpedido como ele, culto, charmoso, com grana, enfim, o meu oposto. Devia estar envolvido com o sujeito antes de aceitar a vaga no Brasil, e resolveu voltar para o cara ao perceber que teria uma vida melhor ao lado dele nos Estados Unidos. Também podia ser um daqueles seus amigos daqui mesmo, dois deles não me desciam goela abaixo, pois dava para notar que estavam a fim dele e cheguei até ouvi-los comentar que estavam querendo ir morar nos Estados Unidos e descaradamente chegaram a cogitar a possibilidade de ele ir com eles. Os filhos da puta o aliciaram na minha cara, como se eu fosse um zero à esquerda, sem chances de competir com eles, pelo amor do Eduardo. E assim, de tempos em tempos, novas ideias se infiltravam na minha mente, tentando encontrar uma explicação para a partida do Eduardo.

Novembro outra vez, mês de ficar mais velho. Eu andava puto comigo mesmo, havia perdido as contas da última vez que transei, tinha sido com o Eduardo, disso eu tinha certeza, pois tanto aquele fogo que sempre ardeu em mim, quanto minha rola sequiosa pareciam ter se aposentado. Porra, eu não tinha nem quarenta! Precisava esquecer aquele cuzinho apertado e carinhoso, superar a perda daqueles beijos e afagos, partir para outros horizontes. Contudo, por mais que tentasse, ninguém estava à altura e, não eram precisos mais do que um ou dois encontros para eu pular fora decepcionado.

- Acorda, pai! Acorda! – abri os olhos atordoado, enquanto o Gabriel me sacudia.

- Ficou maluco! São quatro da madrugada! Seu jogo de futebol de salão é só as oito! Cacete Gabriel, volta para a cama! – protestei, por ter o sono interrompido daquela maneira.

- Não é o jogo, pai! Me leva para o aeroporto, eu quero estar lá quando o Edu chegar! Acorda, pai, anda! A gente vai se atrasar. – retrucou ele insistente.

- Como é que é? Aeroporto? Eduardo? Que história é essa?

- É pai, anda, veste uma roupa ligeiro! O voo do Edu chega às 05:30hs, e eu quero estar lá! No caminho eu conto. – o moleque estava uma pilha, agitado e tagarelando feito uma matraca.

A caminho do aeroporto, dentro do carro, após ter me contado que vinha fazendo contatos regulares com o Eduardo pelo Whatsapp durante todos esses meses, revelou que ele decidira voltar para o Brasil, e que achava que as centenas de pedidos que havia lhe feito nesse sentido eram os responsáveis pela volta dele.

- Vai mais rápido, pai! Pisa nesse acelerador! Nessa moleza a gente não vai conseguir encontrar com ele. – exclamava, toda vez que consultava as horas no celular, tamanha aflição o agitava.

- Vocês dois combinaram isso pelas minhas costas?

- Não, não combinamos nada. Ele apenas me disse que ia chegar num voo de hoje, e eu consultei os voos que iam chegar dos Estados Unidos, todos vindos de Nova Iorque chegam nesse horário. Aí, ontem, quero dizer, essa madrugada, eu achei que ele gostar de a gente estar lá esperando por ele, você não concorda? – esse moleque estava me saindo melhor que a encomenda, embora tramasse, sabe-se lá tudo o que, pelas minhas costas.

- Por que não falou comigo antes?

- É que você tinha uma mania de tratar o Edu, às vezes, que é bom nem comentar. – respondeu, como se fosse mais um a regular meus modos.

- O que você quer dizer com isso, seu moleque folgado?

- Você falava umas coisas que deixavam ele magoado e não pedia desculpas! Pronto falei!

- Quando foi que eu fiz isso? – será que o garoto estava certo?

- Ah, sei lá agora, pai! Mas eu percebia que ele ficava chateado, você é muito mandão!

- E você um folgado!

- Tá! Mas anda mais rápido. – precisei segurar o riso. Não foi à toa que esses dois se deram tão bem.

O saguão do terminal de desembarque estava abarrotado de gente mal havia amanhecido. O Gabriel, que nunca teve o habito de pegar na minha mão quando saíamos, me puxava entre as pessoas como se eu fosse uma carga. A cada cara que aparecia no corredor de saída, ele se espichava ficando na ponta dos pés para ver se não era o Eduardo, como se fosse um fá ardoroso esperando seu ídolo favorito. De repente, ele se esgueirou por debaixo da barreira que impedia as pessoas de chegarem até o portão de saída, driblou os passageiros de olhar cansado arrastando suas bagagens, o segurança que quis impedi-lo de avançar e, correu na direção do Eduardo que havia acabado de apontar, pulando feito um gato nele e se pendurando em seu pescoço. Os dois se abraçaram, se beijaram e rodopiavam bloqueando a passagem dos passageiros que vinham atrás e precisavam desviar daquela cena comovente. Meu coração parecia uma bateria de escola de samba pulsando no meu peito. Lindo como sempre, aquele sorriso genuíno, aquele caminhar felino, aquela displicência charmosa, aquele homem que eu ainda amava com todas as minhas forças, vinha na minha direção e me deixava sem ação.

- Oi! – foi tudo que consegui balbuciar parecendo um panaca, de tão travado.

- Bom te ver! – respondeu ele, me abraçando com força.

Ao sentir seu corpo quente, o perfume de sua pele, o olhar convidativo, apertei-o contra mim e, ignorando a multidão que nos cercava, beijei aqueles lábios carnudos numa devassidão incontrolável. Tive vontade de penetrá-lo ali mesmo, mas seria preso por atentado ao pudor, e me controlei, embora meu cacete tivesse uma opinião diferente.

- Pede para ele, pai! – exclamou o Gabriel, que abraçava a ambos pela cintura. – Pede agora! – repetiu ansioso.

- Não sei se aqui é o lugar de fazer isso, filhão!

- Pede logo! – insistiu

- Só fiquei sabendo da sua chegada a menos de duas horas, o Gabriel invadiu meu quarto e me pediu para trazê-lo até aqui. Por que não me avisou? – tentei fugir do assunto e da saia justa em que me encontrava.

- Ah, pai!

- Vamos sair desse tumulto, filhão. O Eduardo está cansado da viagem, depois a gente conversa direito, ok? – eu precisava ganhar tempo, até porque estava com medo de ouvir um não se fizesse o pedido ali mesmo, sem nenhum preâmbulo. Mas, de repente, tomei uma decisão embasada no receio de deixar a oportunidade passar. – Casa comigo, Eduardo? – ele não esperava por isso, deu um sorriso cujo significado me foi incompreensível.

- Sim! – respondeu com a voz determinada.

- Eu não disse, pai, que ele ia dizer sim! – afirmou o Gabriel em êxtase. – É para a sua casa que a gente vai, Edu? – questionou o Gabriel, louco para ter seu ídolo só para si.

- Sem chance campeão! Eu vendi meu apartamento. Agora sou um desempregado sem-teto. Vou precisar reorganizar toda a minha vida. – respondeu o Eduardo.

- Então você vai morar com a gente, não é pai? Responde!

- Se o Eduardo quiser, é claro que ele pode morar com a gente! – respondi, com uma satisfação que ninguém mais podia imaginar.

- Viu, pai Edu! Agora que o pai Carlos pediu para você casar com ele, vocês vão poder dormir no quarto dele, tem espaço lá para as tuas coisas! – eu queria encontrar o botão de desliga desse moleque, quando dei um sorriso amarelo e constrangido para o Eduardo.

- Pai Edu? – questionou, não escondendo a emoção de ter sido chamado de pai, nem as lágrimas que isso lhe extraiu, enquanto levava o menino ao colo. - Bem! Sendo assim, eu acho que vou preferir a ficar num hotel sozinho. Pelo visto você tem uma porção de novidades para me contar, não é campeão? – sentenciou o Eduardo, me lançando um sorriso onde parecia estar embutido um – eu te amo.

O Gabriel o monopolizou o dia todo, tinha a pessoa que mais amava de volta, os olhos brilhavam quando fitava o rosto compromissado e amistoso do Eduardo, a quem aquele regresso lhe deu o direito de chamá-lo de pai. A velha cumplicidade estava de volta, mais forte, mais sólida. Ele lhe mostrou os troféus que seu time de futebol havia ganho, exibiu orgulhoso o troféu que conquistou com o trabalho de ciências da escola, apresentou-lhe na tela do celular os novos amigos que tinha feito, contou pormenorizadamente uma pescaria na qual o avô o havia levado e como pescou uma Matrinchã que saltava da água ao ser fisgada, e tudo o mais que aqueles anos afastados lhe impediram de contar e mostrar.

- Sabe de uma coisa, campeão, você cresceu bastante enquanto eu estava fora, estou orgulhoso de você! Senti muita saudade suas! – afirmou o Eduardo, quando o colocou na cama, já bem tarde da noite.

- É, eu sei, mas eu ainda te amo muito, pai! Também senti saudades. Agora você nunca mais vai embora, não é? – ele estava enroscado no pescoço do Eduardo, e esse tinha os olhos marejados quando garantiu que estaria ali para sempre para ele.

Quando veio até mim, ele ainda transbordava de emoção, que tentou disfarçar postando-se diante da janela enquanto observava o contorno iluminado dos prédios no horizonte. Eu jamais ia saber o que o levou a partir e ficar um ano longe. Decidi que também nunca ia questionar seus motivos para ter agido assim. A única coisa que me importava, era que ele estava de volta, estava comigo e, isso por si só, já me bastava.

- Feliz? – perguntei

- Como nunca imaginei ser!

- Feche os olhos! Não se mexa, e vá me dizendo o que sente. – ordenei. Ele obedeceu, sem relutar.

Aproximei-me dele pelas costas e, sem o tocar, fiquei a centímetros de sua nuca, ele começou a se expressar.

- Sinto sua respiração. Quente. Sinto seu hálito resvalando na minha pele. Morno. Sinto o calor do seu corpo me incendiando. – ele ronronava ao dar as respostas. Meu cacete estava mais duro do que uma barra de aço.

- E o que mais?

- Sinto seu membro. Úmido. – acrescentou, quando rocei minha pica babona com toques sutis no sulco apertado das nádegas. O tesão se apossara dele, como eu queria.

Tomei-o pela cintura e o beijei, queria que fosse um beijo carinhoso, delicado, mas quando senti o sabor daquela boca foi como se um maçarico se acendesse dentro do meu peito, e eu enfiei a língua naquela boca como um tarado devasso. Finalmente ele era meu, tinha esperado o dia todo por esse momento, não ia desgrudar dele. Levei-o para o chuveiro, o despi, acariciei aquele corpo do qual tanto me ressentia, ele também parecia carecer do meu toque, pois a pele se arrepiava com o deslizar das minhas mãos, os bicos dos mamilos se enrijeceram lascivos e provocantes. Deixei-o explorar meu corpo sob a água morna que nos envolvia. Mesmo o mais sutil dos afagos me incendiava, deixava minha rola impaciente, ele sabia o quão poderosos eram aqueles toques, do que eram capazes de fazer comigo, e abusava, ensaboando meu peito, acariciando meu rosto, massageando meu falo e meus testículos. Sem nos enxugarmos, peguei-o em meus braços e o levei para o quarto. Parti para cima daquela boca e daqueles mamilos como um leão parte para cima de sua presa, lambi-os, mastiguei-os até me fartar. Abri as pernas dele e me encaixei nelas, ele me puxou para mais um beijo, enquanto suas mãos deslizavam pelas minhas costas, percorriam minha coluna e chegavam até o começo da minha bunda.

- Nos bons tempos e nos ruins, na saúde e na doença, até o último dos nossos dias! – pronunciei devagar, encarando-o cheio de paixão.

- Nos bons tempos e nos ruins, na saúde e na doença, até o último dos nossos dias! – repetiu ele.

Aquela mão macia circundava minha pica latejante e ele a levou para dentro dele, soltando um ganido surdo quando, com meu impulso, ela atravessou suas preguinhas. Ele empinou a bunda para que eu deslizasse para dentro dele. Sussurrou um – eu te amo – me encarando com o mais lindo e cândido sorriso que eu já tinha visto. Esse amor fez de mim um novo homem.

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Comentários

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Não tenho palavras para expressar o tanto que gosto desse conto! Maravilhoso, Kherr, maravilhoso!

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Legal, JowSP! É uma satisfação saber que curtiu a história! Forte abraço!

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Estive impossibilitado de aceder à CDC pelo bloqueio da rede WI-Fi de que dispunha. Estou a ler os seus contos que perdi, o que tem sido bastante prazeroso. Tenho 70 anos e uma história de vida que escrevi e gostava de partilhar consigo para que pudesse avaliar o testemunho do único amor da minha vida, interrompido durante 28 anos. Se tiver interesse em lê-lo diga-me como o posso enviar. Eu teria muito gosto em partilhar consigo o meu testemunho de vida apesar de não ter o dom da escrita que o Kherr. É a forma que me ocorre para lhe agradecer o prazer que me proporciona ao ler os seus contos.

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Olá Favo! Certamente me interesso por sua história, pode me enviar em kherr@bol.com.br, terei o maior prazer em ler. Abraço

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Olá Kherr. Já Enviei. Não espere por um conto literário. Vai necessitar de muita curiosidade e paciência para ultrapassar as primeiras 17 páginas. Depois é que a história começa.

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Ok Favo! Vou ler e te dou um retorno. Abraço!

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Esse conto é incrível... Me leva do tesão às lágrimas... Eu amei ele demais... E é a segunda vez que leio srrsrs... Uma escrita maravilhosa 😍😽

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Valeu Raell! Obrigado pelo elogio! Abraço!

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Kherr(ido), talvez você não imagine o quão grande é o favor que faz para nós teus fãs, quando nos conta essas histórias cheias de possibilidades felizes. Eu sou muito grato por poder ler tuas narrativas cheias de um afeto que só encontro, aqui, nos teus escritos... é muito mais que só sexo, só pele, só química. É de um querer bem que entorna-se em cada parágrafo, cada momento dos contos. No mais, você é essencial por aqui. Ponto

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Lebrunn, você é de uma sensibilidade ímpar, por isso consegue enxergar tudo o que menciona em meus contos. Se todos conseguissem ser como você, o amor homossexual não seria visto com tanto preconceito e reservas. Amar é uma troca, é compreensão, é desapego de conceitos que foram incutidos na sociedade, valorizando alguns em detrimento daqueles que estão fora do padrão convencional. Minhas histórias procuram mostrar uma realidade possível, basta deixarmos de lado aquilo que não dignifica outro ser humano apenas por ele não fazer parte daquilo que nos deixa confortáveis. Abração, meu querido!

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Kherr, como sempre um conto impecável que consegue tirar de nós as mais profundas emoções.

A cada conto seu que leio, me envolvo a tal ponto que consigo sentir as emoções todas explodindo em meu peito, amor, ódio, tesão, carinho, afeto e por aí vai...

Essa sua vibe de fazer contos tesudos mas também românticos é perfeita e a forma que você aborda assuntos do dia a dia e faz críticas sociais, na maioria das vezes bem sutis, é maravilhosa.

Por favor continue nos brindando com sua escrita glamourosa e com suas imaginação grandiosa.

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Obrigado Grilo falante! Percebo que é não apenas um leitor, mas um analista com uma visão muito sensível e aguçada, por notar todas essas nuances que menciona. Apurar o olhar para as sutilezas da vida é saber vive-la com a intensidade que a faz ser única e bela. Grande abraço!!

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Posso dizer que sou da velha guarda, pois acompanho os seus contos desde os meus 15 anos "hoje em dia estou com 24", e não posso deixar de dizer que cada vez mais me apaixono pela a sua escrita e forma de narrar algo de maneira tão sublime e delicada.

Apesar de tantos anos em seu encalço, esse é o neu primeiro comentário. E o único pedido que posso te fazer como um leitor voraz das suas obras, é que nunca pare de nos proporcionar de ler as suas palavras e de nos imaginar vivendo os seus pensamentos em forma de maravilhosas narrativas.

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Estou ficando velho e não sabia! Eheheheh! Obrigado pelos elogios. Abração

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Maravilhoso com todos os outros. Sou um leitor voraz de seus contos desde 2018.Sou fã de todos, especialmente dos históricos. A riqueza de detalhes é fascinante.

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Perfeitoooo, nunca li algo tão perfeito assim!! A gente chora e sente tesão ao mesmo tempo rsrs

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Bom saber que a história repercutiu em voc~e. Grato pela leitura!

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Maravilhoso conto...... Continua logo adorava ler a continuação desta história.

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Kherr devo admitir que seus contos "com família" estão entre meus favoritos.

Mas confesso que não entendi o Eduardo no final, se ele já amava tanto o Carlos e o Gabriel, por que ir embora? Por um momento senti que ele não amava os dois ao ponto de querer formar uma família ao lado deles.

No mais, parabéns por mais essa história incrível.

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Impute as dúvidas do Eduardo ao que se passou entre eles no passado e, a assumir uma família já pronta, isso assusta qualquer um, não acha? Abração

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Contente que tenha gostado! Obrigado.

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Meu vício tem sido ler seus contos. Impossível escolher o melhor.

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Kher, está tão perfeito, que não dá pra saber se é verdade ou só ficção. Encare como um elogio. Outro elogio: odeio contos românticos, de modo geral, e especialmente aqui, na CdC. Mas... adorei o teu, parabéns. Melhorou meu dia, acho que vou ter um FDS bem melhor, obrigado. Continue com teu dom.

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Obrigado Mike! E eu acabo de ganhar o meu dia com seu elogio. Espero que goste dos próximos e passe a amar o romantismo, pois sempre há um pouco dele embutido nas minhas histórias. Abração

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Muito perfeito 😍😍😍😍

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Que conto maravilhoso, foi emocionante. A história prende o leitor, a emoção e o amor de Eduardo com Gabriel foi perfeito, a relação de Carlos e Eduardo, como a bondade e o amor regeneram as pessoas. Muito obrigado pelo conto, já virei fã

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Grato pelo elogio. Nos tempos que estamos vivendo, um pouco de compreensão e afeto em relação aos outros é essencial. Abração

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