RENATA UM GRANDE AMOR – 13
Olá pessoal, segue o complemento da parte anterior. boa leitura
Continuando…
Eu já estava preparado para muitas das coisas que Renata estava me contando. Mas apesar disso, não era fácil ouvir o seu desabafo. Mesmo que eu não quisesse vê-la sofrendo, eu ainda tinha algumas perguntas a fazer. Eu disse:
- Nossa! Que loucura tudo isso. Eu, nesse momento, só tenho uma certeza: vou precisar de um tempo para processar tudo o que você está me contando. Isso parece um enredo de novela. Infelizmente, a gente vê muito na vida real. Isso aconteceu a pouco tempo?
- Sim!! Foi no ano anterior ao que a gente se conheceu. Poucos meses antes, para ser exata. Me desculpe se isso te machuca, mas eu não quero mais esconder as coisas de você.
Eu apenas olhava para ela. No fundo eu estava triste, mas orgulhoso. Pela primeira vez, sentia que podia confiar em Renata. Ela continuou:
- Depois que eu transei com o menino, resolvi me afastar para não lhe dar falsas esperanças e com isso, fiquei sem ver o pai também. No final do ano ele apareceu me convidando para viajar, somente nós dois. Nessa época, eu já tinha tomado a decisão de me afastar e tentar me desligar de tudo aquilo. Já estava passando da hora de eu trilhar sozinha o meu caminho. Conversando com a minha mãe, resolvemos juntar uma grana e abrir uma loja de roupas femininas. Eu tinha guardado um valor legal, mas ainda seria preciso bem mais. Resolvi trabalhar o máximo possível e economizar em tudo que não fosse essencial. No início do ano, o pessoal da agência veio conversar comigo e com outras duas meninas sobre o trabalho na exposição. Eu tinha trabalhado no ano anterior em três leilões e dessa vez, eles queriam me colocar em um estande fixo. Eu teria uma remuneração melhor, mas precisaria de um treinamento para poder apresentar os carros e para minha sorte, foi assim que nos conhecemos.
Renata me olhou com ternura e acariciou o meu rosto. Ela continuou:
- Eu estava sentindo que com você, poderia rolar alguma coisa legal. Percebi a sua timidez e resolvi tentar tomar a iniciativa. Eu nunca tinha feito nada parecido, mas resolvi arriscar e deu certo. Você só me dava sinais positivos e meu interesse foi crescendo. Mas naquele mesmo dia que você foi me encontrar, o Rubens viu a gente juntos na praça de alimentação e por isso me beijou, para te mostrar que eu “tinha dono” e depois que ele ficou sabendo que eu tinha saído com você na noite seguinte e que fomos para o motel, ele me perturbou um monte. Por fim, dias depois da exposição, eu acabei definitivamente com ele. Eu disse que tinha conhecido um cara legal, que agora minha vida seria diferente e que não iria mais me encontrar com ele. Eu falei também, que eu já estava gostando de você e que estávamos começando a namorar. Ele ficou irado. A partir daí, eu não atendi mais as ligações dele e também dei um jeito de parar de encontrá-lo. Eu sabia que ele nunca iria me assumir e resolvi dar uma chance para nós dois.
Eu estava, mais uma vez, sem palavras. Fiquei olhando e esperando ela terminar:
- Eu não tinha mais encontrado ele até aquele dia no estande. Durante todo esse tempo que nós dois estamos juntos, ele me ligou e me procurou várias vezes, mas eu cortei qualquer tipo de contato com ele. Eu procurei tanto por um bom homem que me fizesse sentir o prazer que eu sentia com ele e por um grande acaso, quando eu já tinha desistido de procurar, eu encontrei você. Sinceramente, você me completa, me faz sentir uma mulher plena e realizada. O seu carinho por mim e o empenho em me agradar, fazem eu me sentir sua e apenas sua. Eu te amo! Eu nunca tive nada disso. Com você eu posso me soltar e ser quem eu sou de verdade. Por mais safada que eu seja na hora do sexo, você está ali comigo, me amando e me dando um prazer enorme. Hoje eu tenho a certeza que você foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida. Seu amor por mim, me faz a mulher mais feliz e completa desse mundo. Me perdoe por tudo o que aconteceu hoje. Ele não conhece o sentimento de derrota, por isso quer atrapalhar o que a gente vêm construindo.
Quando ela parou de falar, eu ainda estava meio fora do ar. Era difícil absorver tantas informações em tão pouco tempo. Descobrir que a sua namorada, pouco tempo antes de você conhecê-la, era uma amante ou uma sugar baby, como se fala hoje em dia, não estava sendo fácil. Eu sabia o tanto que ela se esforçava no trabalho e nas coisas do dia a dia. Por mais que ela dissesse que nunca aceitou dinheiro diretamente, soube aproveitar e muito bem a ajuda dele. Por influência dele, ela era chamada sempre para os melhores trabalhos e tendo várias facilidades. Fora o apartamento, que mesmo ela não estando mais com ele, ainda era uma ajuda do crápula, pelo valor simbólico que ele cobrava. Talvez por isso, o cara ainda achava que poderia cobrar os seus “favores”.
Renata ficou me olhando e esperando eu falar alguma coisa, mas eu não sabia o que dizer. Não podia falar o que estava sentindo de verdade, pois com certeza, ela iria ficar magoada. Achei melhor não dar nenhuma opinião naquela hora:
- Renata, eu não sei o que falar ao certo sobre tudo isso. Preciso parar, pensar e absorver todas essas informações. Como eu disse antes, eu não tenho o direito de cobrar nada sobre o seu passado. Como você está me garantindo que desde que a gente começou a namorar você cortou qualquer contato com ele, da minha parte está tudo certo. Eu não tenho o direito de lhe julgar pelo que você possa ter feito. Só você sabia o que estava passando e o que deveria fazer, mas não posso negar que fiquei surpreso com tantas informações. E isso, não teria como ser diferente.
Ela chorava em silêncio e de cabeça baixa, parecia estar com muita vergonha de tudo o que me contou. Por mais assustado e surpreso que eu estivesse, não poderia deixá-la naquele estado. Afinal, ela foi muito corajosa e teve muita confiança em mim para contar tudo. A puxei para mais perto e lhe dei um abraço. Fui aconchegando ela no meu peito, fazendo carinho e beijando a sua testa. Ficamos ali, sem falar nada, somente abraçados por um tempo e ela acabou cochilando. Peguei Renata no colo e a levei para a cama, deitei ao seu lado e ficamos abraçados de conchinha. Eu queria passar o máximo de segurança para ela naquele momento. Fiquei um tempo acordado, pensando em tudo o que ela falou e como eu poderia ajudar dali para frente. Acabei dormindo, sem chegar a uma conclusão.
Acordei antes dela no outro dia. Tive um sono bem agitado de sonhos estranhos. Eu não me lembrava ao certo dos sonhos, mas sabia que era a respeito do que aconteceu no dia anterior. Levantei, tomei um banho para despertar e espantar a preguiça e fui arrumar o nosso café da manhã, como eu sempre fazia quando Renata dormia na minha casa. Com o café pronto, fui acordá-la. Ela dormia profundamente, demorou para eu conseguir despertá-la. Ele me deu o sorriso mais lindo do mundo, eu nunca me canso de admirar a beleza dessa mulher. É impressionante o poder que ela tem sobre mim e a força do amor que eu sinto por ela. Eu não iria deixar um velho babaca, estragar tudo o que nós dois estávamos construindo. Renata e eu estávamos começando a construir uma relação legal, prazerosa e com muita confiança e cumplicidade.
Restava agora, saber qual rumo deveríamos tomar em relação ao seu trabalho. Eu não poderia interferir, mas enquanto estava sozinho, antes de acordá-la, pensei em uma forma de ajudar, fazer ela se livrar de vez do Rubens e realizar o sonho da loja. Eu não poderia simplesmente oferecer o dinheiro que faltava ou propor um empréstimo, pois com certeza, ela não aceitaria. Ela ia achar que eu estava fazendo aquilo, simplesmente, para afastá-la de tudo. Resolvi que iria propor uma sociedade, eu entraria como sócio dela e da minha sogra. Talvez assim, ela aceitasse.
Para a minha sorte, enquanto tomávamos o café, Renata parecia ter lido os meus pensamentos. Ela disse:
- Amor! Eu gostaria de uma opinião sua. Você que já teve contato com pessoal de bancos quando financiaram a compra da sala da empresa, pode me ajudar. Será que é muito difícil conseguir um empréstimo para capital de giro? Uma loja igual a que eu quero montar encontraria muita dificuldade de crédito?
Ela me pegou de surpresa e eu precisei conter um pouco a minha empolgação. Aquela pergunta, era um sinal de que ela estava começando a pensar em desistir da feira e dar continuidade no projeto da loja. Ainda não era o momento de falar da ideia de entrar na sociedade, era melhor esperar que ela estivesse com a decisão tomada. Eu não queria influenciar a sua decisão. Eu disse:
- Olha! Eu não sei como funciona esse tipo de empréstimo. Nós usamos a linha de crédito para compra de imóvel que é diferente, mas posso me informar com o meu gerente. Assim, a gente fica ciente das taxas de juros e as garantias necessárias para o empréstimo. Por que você está querendo saber sobre isso?
Renata ficou mais séria e respondeu rapidamente:
- Eu acordei de madrugada e fiquei pensando bastante no que devo fazer da minha vida. Eu preciso cortar de vez qualquer tipo de vínculo com o Rubens e também, da sua influência. Não quero dar mais motivos para ele achar que pode me cobrar alguma coisa. Ainda mais agora, com ele tentando nos prejudicar. Eu pensei muito e cheguei a uma conclusão: eu preciso tentar, tenho que arriscar. Vou pedir demissão hoje mesmo da agência e não vou trabalhar na feira. Sei que isso vai pegar muita gente de surpresa, mas depois de tudo que conversamos ontem e por você ainda estar aqui ao meu lado e depois de tudo que eu lhe contei, é o mais certo a fazer. Vou me arriscar e abrir a loja. Mesmo que ela seja um pouco mais simples do que eu e minha mãe imaginamos. Não posso mais adiar isso.
Ela realmente me surpreendeu. A decisão dela foi mais rápida do que eu imaginava e eu estava adorando. Eu faria tudo ao meu alcance para ajudá-la a realizar o seu projeto. Mas eu precisava ser inteligente e não me afobar. Eu disse:
- Renata, essa decisão é bem radical. Muitas pessoas estão contando com você. Isso pode gerar uma confusão muito grande. Talvez, o mais correto, seria fazer esse último trabalho e em seguida pedir o desligamento da agência.
Ela ficou me olhando e sorrindo. Então, falou:
- Ontem eu senti o quanto posso confiar em você e o quanto podemos ser parceiros. Eu vou abrir mão do trabalho, sim. Se eu for trabalhar, mesmo que seja o último ano, ainda assim vou ficar devendo favores para o Rubens e esse círculo vicioso não terá fim. Eu não quero mais isso. Também já decidi que vou entregar o apartamento dele. Vou conversar com minha colega e avisar para ela procurar um outro lugar. Por um tempo, voltarei para a casa dos meus pais. Eles ficaram felizes. Minha filha também vai adorar.
Nossa! Eu estava me sentindo o homem mais feliz do mundo. Para completar a minha felicidade, Renata me fez um último pedido:
- Será que você conseguiria ir comigo na agência? Com você ao meu lado na hora de comunicar a eles a minha decisão, eu me sentiria muito mais segura e confiante.
Eu nem pensei, só respondi:
- Claro que sim, meu amor! Só preciso passar na empresa e dar as coordenadas dos atendimentos e podemos ir. Depois que sairmos da agência, podemos ir ao banco conversar com o gerente.
Renata, mais feliz do que nunca, disse:
- Vamos nos arrumar que o dia vai ser bem corrido. - E me deu um beijo maravilhoso.
Chegamos na agência por volta das dez da manhã. Eu já conhecia algumas pessoas. Os donos, um casal, já estavam aguardando Renata. Eu conhecia apenas a esposa, pois o cara quase não ficava lá. Renata fez questão de que eu ficasse sempre ao seu lado. Fui apresentado ao patrão, que me olhava de cara emburrada. Fomos levados até a mesa da sala de reuniões. O casal estava apreensivo, sem saber o que esperar. Era visível o desconforto da mulher. A Renata logo começou a falar:
- Eu já trabalho aqui com vocês há um bom tempo e vocês sempre souberam da minha seriedade no trabalho. Nunca causei problemas e sempre fui muito comprometida com todo tipo de trabalho que fui escalada. Mas ontem, na reunião na loja de carros, aconteceram algumas coisas que me deixaram muito aborrecida. Não sei de quem foi a ideia, aliás, eu sei sim, mas não sei quem foi a pessoa aqui de dentro, que se vendeu e se dispôs a prejudicar a minha vida pessoal. Graças a Deus, o tiro saiu pela culatra. Não sei se vocês participaram dessa maldade, mas eu vim aqui hoje para comunicar que estou me desligando da agência. A partir de hoje, não faço mais parte do quadro de promotoras de vocês. Obrigado por tudo, mas eu preciso seguir em frente e dar prioridade a quem realmente me quer bem. Eu nunca deixei a minha vida pessoal interferir no meu trabalho e vice versa. Se isso está acontecendo e com a conivência e a ajuda das pessoas que deveriam cuidar de mim, é melhor parar por aqui.
A mulher, a dona da empresa, fuzilou o marido com o olhar. O homem tentou argumentar, dizendo que Renata não poderia fazer aquilo, que o contrato já estava assinado e o cancelamento geraria multas. Mas a Renata conhecia aquele mundo e já cortou ele na hora:
- Quem assinou contrato? Eu não assinei nada. Se alguém assinou por mim, a situação é ainda mais grave do que eu imaginei. Vocês assinaram por mim, por acaso?
Ele ficou vermelho de raiva e quando ia voltar a falar, a mulher não deixou e falou primeiro:
- Renata, por favor! Pense com carinho. Esse trabalho é muito rentável para todos. Você está descontente com o valor das diárias? Nós podemos conversar sobre isso e chegar a um acordo. Mas se você cancelar, será prejudicial a todos nós. Se quiser parar um pouco e descansar, eu lhe dou um tempo de férias. Vamos participar dessa última feira e depois a gente volta a conversar. O contrato que foi assinado, é somente entre a agência e a loja. O seu já está pronto, eu achei que você assinaria hoje. Você nos pegou de surpresa. Por favor! Me diga o que aconteceu ontem para levar você a tomar essa decisão tão radical?
A Renata estava calma, mas determinada. Ela explicou:
- Ontem, quando cheguei para a reunião com o pessoal da concessionária e a prova dos uniformes, o gerente da loja veio falar comigo, perguntando se eu estava melhor, se eu já tinha me recuperado. Ele disse que o meu namorado tinha ligado para ele, dizendo que eu não iria mais participar da feira deste ano, porque eu estava doente. Sem ter o que fazer, ele disse que até já tinham arrumado uma outra garota para o meu lugar. Eu não estava acreditando nas palavras dele. Falei para ele que deveria ser algum engano e ele ainda completou, dizendo que deveria ser por ciúmes mesmo. O gerente, a princípio, pareceu constrangido, mas logo depois, saiu dando risada. Infelizmente, por um curto período de tempo, eu achei que ele tinha razão, mas eu descobri rapidamente que não foi meu namorado que ligou. Afinal, ele não teria a mínima noção de com quem falar.
A mulher olhava para ela incrédula. Renata continuou:
- Essa atitude absurda, com o único propósito de prejudicar a minha relação com o meu namorado, só pode ter partido aqui de dentro. E agora, vendo a reação de vocês, eu já tenho a resposta que eu tanto queria. Só não sei ainda, o quanto vocês iriam ganhar com isso. Não importa mais. De qualquer forma, ninguém vai ganhar mais nada. Minha decisão está tomada e a partir do momento que eu sair por aquela porta, eu não serei mais funcionária de vocês. E em relação a feira, tenho certeza que vocês não terão nenhum problema para me substituir.
O cara então, quis começar a erguer a voz, dizendo que aquilo era um absurdo, que ninguém ali faria alguma coisa do tipo. A mulher, mais uma vez, tomou a frente:
- Renata, eu nem sei o que lhe dizer, mas posso garantir que não foi aqui de dentro. Isso é uma coisa grave e terá consequências, pode apostar. isso tudo me pegou de surpresa e em relação a lhe substituir, você, melhor do que ninguém, sabe que não iremos conseguir. O pedido deles pela sua participação, é inegociável. Você teve, no ano passado, um desempenho de vendas espetacular e se você não for, é bem provável que eles irão cancelar o trabalho com a gente.
A Renata, decida e com um sorriso debochado no rosto, falou:
- Me desculpe, mas nós quatro sabemos que a exigência do cliente não é pelo meu desempenho nas vendas. A minha participação é uma exigência do Rubens, que é muito amigo do dono da loja. Sinto muito, mas eu não quero mais nenhum contato com ele. Não sei quanto ou o que ele prometeu, só sei que não vai acontecer mais.
A mulher, extremamente nervosa, quase bateu no marido ali mesmo, na nossa frente. Se existia alguma dúvida de quem teve a brilhante ideia, acabou naquele momento. A Renata confirmou o seu desligamento e ainda disse que não iria cumprir o aviso prévio. Disse também, que quando a papelada estivesse pronta, era só ligar e avisar que ela viria assinar. Ela ainda agradeceu tudo o que eles fizeram por ela, disse o quanto aquele emprego foi importante em sua vida, mas que agora, era hora de seguir o caminho dos novos desafios. Eu entrei quieto e saí calado, não disse uma única palavra. Eu estava ali somente para dar apoio e segurança à ela.
Saímos da agência e fomos direto ao banco conversar com o gerente. Eu já havia ligado antes e marcado uma reunião. Chegamos e fomos muito bem atendidos. Renata explicou tudo o que pretendia fazer e os valores necessários para o empréstimo. Ficamos surpresos com as taxas de juros, que eram relativamente altas e precisavam de uma garantia de pagamento. Naquele momento da vida da Renata, seria impossível a aprovação do valor e ela ficou muito decepcionada. Eu tentei acalmá-la, falei que poderíamos consultar outros bancos ou algo do tipo, mas ela ainda não se animava. Quando estávamos saindo da agência, ela recebeu uma ligação. Eu já imaginava quem seria. Assim que ela viu o número no visor, me mostrou. Era o Rubens, claro! Ela não queria atender, mas eu disse que seria melhor falar com ele, se livrar de vez de tudo aquilo. Eu queria ficar mais afastado e lhe dar privacidade, mas ela fez questão que eu ficasse ao seu lado.
Eles começaram a conversar e eu não conseguia ouvir nada, mas Renata me deu outra demonstração da sua lealdade, tirou o telefone do ouvido e colocou no viva voz. Ele estava gritando com ela, dizendo que palhaçada era aquela de pedir demissão e o porquê dela não trabalhar na feira aquele ano. Ele confessou, acho que sem querer, que tinha pedido pessoalmente para o pessoal da concessionária contratá-la e a cobrou, dizendo que, com que cara ele iria olhar para o amigo que lhe fez o favor agora. O canalha ainda se achou no direito de chamá-la de irresponsável. Ele ainda disse várias outras coisas grosseiras, mas Renata permaneceu quieta, não respondendo. Só quando ele parou de falar, ela resolveu se manifestar:
- Rubens, eu sou muito grata por tudo o que você fez por mim. você me ajudou muito, é verdade, mas passou de todos os limites quando resolveu interferir e tentar prejudicar o meu namoro. Eu e o Paulo temos uma relação muito boa, nos amamos e como eu já te disse, várias vezes, e continuo dizendo: acabou! Eu não vou mais sair com você, a nossa relação ficou no passado. Eu vou sempre guardar com carinho tudo o que a gente viveu, mas eu agora estou em outra. Por favor! Me deixe em paz. Deixa eu seguir o meu caminho. Eu amo o Paulo e você logo irá arrumar uma outra menina para ocupar o meu lugar. Por favor, não me ligue mais.
Renata me olhou feliz. Acho que ela estava tirando um peso enorme das costas nesse momento. E ela ainda não tinha acabado:
- E outra coisa… essa semana mesmo eu irei desocupar o apartamento. Só preciso avisar a minha colega para arrumar um outro local. Eu serei eternamente grata pela sua ajuda, mas agora, está na hora de caminhar com as minhas próprias pernas.
Assim que terminou de falar, ela desligou o telefone. Ele ainda tentou ligar algumas vezes, mas ela não atendeu. Chegamos no carro e ela começou a chorar e a me pedir perdão. Disse que eu não merecia escutar tudo aquilo e me pediu para eu nunca abandoná-la e que ela sempre seria fiel a mim. Dei um abraço nela e ficamos ali por um tempo até ela se acalmar um pouco. Eu entendia a sua tristeza e também me sentia realizado, pois ela estava abrindo mão de muita coisa para ficar comigo.
Do nada, meu telefone começou a tocar e a ligação era de um número privado. Atendi e não foi surpresa nenhuma saber que era o desgraçado do Rubens. Agora era comigo que ele gritava, nem deixava eu falar. Ele me xingou um monte e disse que eu iria me arrepender muito de ter atravessado o seu caminho. Mesmo que não fosse agora, ela ainda iria voltar para ele. Ele disse que era o dono dela e que apesar de ter deixado ela curtir um tempinho, agora ele queria o que era dele de volta. Nem me dei ao trabalho de responder e desliguei na cara dele.
Logo que Renata se acalmou, ela ligou para a colega que dividia com ela o apartamento e avisou que ela precisaria entregar o imóvel e que voltaria a morar com os seus pais. Explicou que ela estava sem trabalho e até voltar a se estabilizar, não teria como arcar com as despesas. A moça disse que sabia que essa hora chegaria e que tudo bem, que até o final da semana ela entregaria as chaves. Disse para Renata não se preocupar com ela, pois já tinha um lugar para ficar.
Até agora, tudo estava indo muito bem. A última coisa a fazer, era comunicar a Maria sobre a decisão de se desligar da agência. O que, infelizmente, poderia interferir no trabalho dela também. Combinamos de almoçar juntos. A única coisa que a Renata pediu a ela, foi que ainda não falasse nada ao Marcelo. Combinamos um horário, compramos comida e passamos para buscar Maria. Fomos almoçar no meu apartamento, assim podíamos conversar mais tranquilamente e com privacidade. Maria parecia saber que alguma coisa não estava certa. Chegamos, sentamos e eu comecei a contar à ela sobre as coincidências estranhas que envolviam o Marcelo:
- Maria, aconteceram coisas muito doidas nos últimos dias. No dia da palestra, no evento da empresa do Marcelo, eu dei sorte em conseguir escutar e gravar uma conversa de duas pessoas. Essa semana, esses dois idiotas, tentaram fazer de tudo para que o meu namoro com a Renata chegasse ao fim. Eu não tinha falado disso com mais ninguém, mas vi que eles iriam aprontar alguma coisa com a Renata e por tabela, com você.
Maria me olhou assustada, mas não havia muita surpresa em sua reação. Eu continuei:
- Por esse motivo, eu realmente fui procurar o Marcelo e ver com ele se seria possível arrumar um trabalho em algum outro estande de conhecidos dele, para que vocês não ficassem expostas nessa armação sórdida. Mas ele disse que não conseguiu e que vocês teriam que trabalhar no estande da loja de carros mesmo. Eu até tentei falar com a Renata e ver se poderia fazer ela mesmo trocar, por escolha própria, mas ela disse que não. Por causa dos valores que seriam pagos e também pelo prazo que já estava em cima da hora. Então, eu me conformei e decidi confiar. Só me restava torcer muito para que nada do que foi dito acontecesse. É lógico que eu iria me manter atento. Se eu começasse a falar disso do nada, ia parecer que eu estava falando aquilo tudo por ciúmes. Mesmo com as gravações, Renata ia achar que eu não confiava nela e havia a possibilidade da briga entre nós dois, ser ainda maior.
Maria estava bem intrigada com tudo o que eu falava. Ela queria saber o teor da conversa que eu gravei. Pedi para ela aguardar, que eu logo chegaria nessa parte. Eu continuei a explicar:
- Olha, Maria! Eu não quero fazer intriga ou coisa do tipo, mas Renata e eu temos um carinho enorme por você. Você é hoje, provavelmente, a nossa melhor amiga. Ontem o Marcelo me decepcionou muito. Ele, durante a tarde, insistiu em levar vocês e pediu que eu buscasse. Ele disse que tinha um compromisso próximo ao local e que assim facilitava as coisas para ele. Até combinamos de levar vocês para jantar depois. Seria tudo muito normal se ele, do nada, não tivesse contado para vocês sobre o meu pedido para ele conseguir outro trabalho para vocês e ele ainda disse que eu estava com ciúmes ou algo do tipo. Não foi essa a nossa conversa no dia do acampamento e por que, somente agora ele resolveu contar? por que não falou nada naquele dia mesmo? Naquela tarde, enquanto a gente estava pescando, ele ficou me perguntando se eu não tinha ciúmes do tipo de trabalho de vocês. Ele disse que, às vezes, ficava encanado com as roupas e com o tipo de público que vocês atendem.
Maria parecia desconfortável, mas pediu para eu continuar, mas foi a Renata que começou a falar:
- Amiga! Você escutou tudo o que o pessoal falou para mim. Se não fosse você, eu teria perdido a cabeça, você viu o estado que eu fiquei. Quando eu cheguei aqui ontem, eu descarreguei o meu ódio no Paulo, mas com calma, ele me mostrou a gravação e nós conseguimos chegar na pessoa que estava por trás de toda essa armação. Eu, sinceramente, não sei se o Marcelo está envolvido ou se foi apenas uma coincidência. De qualquer forma, essa história está muito mal contada. Marcelo nos deve uma explicação.
Eu peguei o celular e mostrei a gravação. Ao terminar de ouvir, Maria estava chocada. Ela disse:
- Não é possível! O que esses dois estavam querendo fazer com a gente, amiga? Que desgraçados! Foram eles que armaram tudo, então? Nossa! Ainda bem que você gravou. Eu estou ainda mais indignada com o Marcelo. Alguma coisa está acontecendo. Nos últimos dias, ele tem me dando a maior força para o trabalho no estande. Disse que era para eu ficar sempre perto da Renata e aprender tudo o que fosse possível. Ele fala o tempo todo que eu vou receber uma grana legal e que esse trabalho é o melhor de todos. Será que ele sabia o que os dois estavam planejando? Eu não consigo entender qual vantagem ele poderia estar levando nisso tudo. Vendendo a namorada para fazer suruba com dois caras? Não é possível. Ele vai ter que me explicar muito bem tudo isso. E se não me convencer, eu termino tudo na mesma hora. Meu namoro está legal, mas eu nunca iria aceitar uma traição dessa.
A Renata voltou a falar e contou sobre a sua decisão:
- Desculpe, amiga! Sei que isso vai te prejudicar, mas hoje eu pedi demissão e não vou mais trabalhar na agência. Não vou mais participar nem dessa feira. Estou fora! Paulo foi comigo lá hoje e nós vimos que o pessoal da agência sabia muito bem o que estava acontecendo. Eles participaram de tudo. Fiquei tão decepcionada, mas vida que segue.
A Maria deu um abraço na Renata e depois disse:
- Renata, eu já estava sabendo. Acho que logo que você saiu da agência, eles me ligaram e avisaram que tinha acontecido um grande problema, que você tinha se precipitado e que não queria participar mais da feira. Eles me pediram para fazer tudo o que eu pudesse para te convencer a voltar. Usaram até de chantagem ao dizer que a minha vaga dependia disso. Me pressionaram dizendo que se você não voltasse, eles iriam me dispensar. Depois vieram com um papinho de que gostam demais de mim, mas sabem que somos amigas e que eu precisava de toda forma te convencer. Cheguei a ficar bem puta com você, mas escutando tudo o que aconteceu, eu apóio a sua decisão e agora sou eu que não faço questão de ficar lá. Não nessas condições.
Maria, mais uma vez, estava provando ser uma pessoa de princípios e uma grande amiga. Ouvindo ela falar, senti que precisaria arrumar algum trabalho para ela, mesmo que não fosse tão bem remunerado. No final, ela foi a maior prejudicada na história.
Enquanto almoçávamos, fomos conversando sobre uma forma de confrontar o Marcelo e fazer ele desembuchar tudo o que sabia e qual vantagem ele estaria levando naquilo tudo. Maria resolveu ligar para ele, na nossa frente e combinaram de se encontrar no final do dia para fazer um happy hour. Ela não contou que nós iríamos também.
Depois de deixar a Maria em casa, fomos até o apartamento da Renata para começar a organizar as suas coisas e também, precisávamos conversar com seus pais sobre ela retornar para a casa deles. Enquanto ainda estávamos no apartamento, ela já começou a relaxar. Quando eu senti que ela estava mais receptiva, resolvi falar sobre minha proposta:
- Amor, senta aqui. Preciso te falar uma coisa.
Ela ficou pálida, esperando algo de ruim. Eu disse:
- Calma! Não precisa se assustar. Só tenho uma proposta muito boa para lhe fazer.
Ela sorriu, me deu um beijo carinhoso e me fez sinal para continuar:
- Eu, hoje pela manhã, enquanto estava no banho e depois fazendo o café da manhã, tinha me decidido a conversar com você sobre uma forma de lhe ajudar a se afastar de tudo de ruim que vem acontecendo e ajudá-la na abertura da sua loja. Eu não queria falar nada enquanto estávamos comendo para não parecer precipitado e você ficar chateada comigo. Por um enorme acaso, uma das coisas que eu iria propor, você decidiu sozinha: se afastar da agência. A outra, era em relação ao dinheiro que falta para loja. Esperei para ver o que aconteceria no banco e vendo que não deu certo, agora posso dizer: eu tenho um valor guardado, que é mais ou menos, o que vocês precisam.
Nessa hora, ela já me interrompeu, dizendo que não queria o meu dinheiro, que tinha acabado de se libertar de uma situação parecida e que não iria deixar isso acontecer novamente. Eu pedi pra ela se acalmar e continuei a falar:
- Renata, calma! Escuta a minha proposta. Temos duas maneiras de fazer isso: A primeira, seria emprestar o dinheiro com um prazo determinado para pagamento em parcelas e sem juros. A outra, que é a minha preferida, seria eu entrar de sócio com você e a sua mãe. É claro que eu seria somente um investidor, você sabe que eu não teria tempo para ficar na loja. Vocês duas vão tomar conta de tudo. Eu ajudaria com o que eu conheço, futuros investimentos, automação e informática… a administração total do negócio ficaria a cargo de vocês duas. Eu acho que seria o mais viável, nesse momento. Você viu que a taxa de juros e as formas de pagamento com o banco são impraticáveis. Em vez de ajudar, só vão prejudicar vocês.
Ela ficou me olhando desconfiada, mas eu percebi que a ideia tinha lhe agradado. Ela pensou um pouco e por fim, disse:
- Paulo, esse valor que você tem guardado, eu sei que é para emergências. você já comentou isso comigo. Se eu pegar esse valor, como você vai fazer caso aconteça alguma coisa?
Eu a tranquilizei. Mesmo a ajudando, ainda sobraria uma quantia de saldo. Investir na loja, seria uma coisa boa. Eu já tinha calculado os riscos do negócio e estava satisfeito com o resultado. Ela acabou concordando, mas disse que precisaríamos conversar com sua mãe e ver se ela também concordava. Ela era a maior investidora.
Aquele dia estava muito corrido, já estava quase na hora de encontrarmos com a Maria e o Marcelo. Se desse tempo, ainda teríamos que ir na casa dos pais dela para conversar sobre a sociedade e sobre a sua volta para a casa deles.
Quando chegamos na lanchonete que Maria e Marcelo estavam, ele se assustou ao ver a gente entrar e nos sentar em sua mesa. Pela sua reação, eu já pude ter certeza que ele sabia o que tinha feito e a intenção de toda aquela armação a Maria, muito esperta, quando chegou, já escolheu uma mesa mais afastada, nos dando total privacidade para conversar. Marcelo até tentou disfarçar o constrangimento, mas Renata e eu o cumprimentamos bem friamente, mostrando que sabíamos que ele tinha pisado na bola. Ficamos quietos por um tempo, aguardando o garçom vir nos atender. Eu fiz o pedido de dois chopes e assim que ele se afastou, eu, com a cara bem fechada e morrendo de vontade de socar o Marcelo, já fui direto ao assunto:
- Marcelo! Sem rodeios. Um tempinho atrás, eu pedi para você ver se conseguiria arrumar um trabalho para as duas em outro estande com algum amigo seu, lembra? Falei que seria legal, que a carga horária seria menor e a gente poderia aproveitar mais a companhia das meninas durante a feira. Você me disse, logo depois, que não seria possível e que os seus conhecidos já estavam com todas as vagas preenchidas. Eu nunca disse o real motivo de estar pedindo aquilo. Lembro que pedi também, para você não comentar nada, para elas não ficarem chateadas de eu tentar me intrometer no trabalho delas. No dia seguinte, eu mesmo acabei falando para Renata e perguntei se ela não conseguiria outro trabalho por lá. Ela me explicou os motivos dela e eu acabei ficando quieto, confiando e aguardando os dias da feira.
Ele tentou me cortar dizendo que não estava entendendo onde aquela conversa iria chegar. Tentou se defender dizendo que tinha falado sem querer no carro a caminho da reunião e mais nada. Pedi para ele esperar, que eu logo chegaria na parte importante. Pedi também, que ele não me interrompesse mais. Eu continuei:
- Mesmo falando que foi sem querer, você não tinha esse direito. O pior, foi vice dizer que eu estava com ciúmes da Renata ficar lá por tanto tempo e tendo contato com vários caras. O que você não sabe é que eu tinha um motivo justo para tentar impedi-la de trabalhar no estande. No dia da palestra que você me convidou, eu escutei a conversa de dois caras, eles estavam combinando de dar um jeito de convencerem a Renata e a Maria a sair com eles. Se tudo desse certo, eles iriam para um motel, os quatro juntos. Seria uma festinha bem legal, não acha? Tudo isso eu tenho como provar. Será que a pessoa que te convenceu a fazer o que você fez ontem, esqueceu de lhe contar essa parte do grande plano dele? Eu estava me tornando seu amigo, mas cara, isso não se faz. O que você fez, somado a essas outras coisas, quase acabou com o meu namoro. Eu gostaria que você fosse homem o suficiente para assumir o que fez e nos explicasse o porquê de tudo isso. Que vantagem você teria em me separar da Renata?
Marcelo estava pálido, não conseguia falar nada. Ele ficou olhando para Maria e ela, o pressionando, repetiu a minha pergunta e pediu que ele contasse tudo. O garçom trouxe o nosso pedido e nós paramos de falar por um momento. Deu tempo para ele respirar e pensar em alguma coisa. Ele disse:
- Eu não sei do que você está falando. Já disse que foi sem querer. Ninguém me pediu nada e eu não sei de onde você está tirando essa ideia. Outra coisa, você falando assim, me ofende. Sou homem o suficiente para assumir os meus atos e as minhas responsabilidades.
Nem deixei ele terminar de falar:
- Para com essa ladainha! Nós todos sabemos que não foi isso o que aconteceu. vou te mostrar uma coisa, talvez refresque a sua memória. Escuta bem a ideia deles e com quem eles estavam querendo se divertir. - Eu dei play na gravação.
Quando ele reconheceu a voz do Rubens, o cara perdeu a cor de vez. Se existisse um buraco ali, ele se enfiaria nele. Voltei a gravação mais duas vezes na parte em que eles falavam sobre levar as duas para o motel e fazer uma festinha. A Maria nem esperou ele falar nada:
- Olha só o que você estava aprontando. Mais uma vez eu te peço: por favor! Seja honesto comigo. Eu ainda quero entender qual a vantagem que você estava tendo em tudo isso. Você, praticamente, ofereceu a sua namorada para dois caras comerem em uma suruba. Que tipo de homem faz uma coisa dessa? Eu espero que você tenha uma explicação muito boa ou, ao menos, uma justificativa decente para a gente.
Ele então, muito nervoso, tentou falar:
- Eu não tinha ideia de tudo isso. Me desculpem! Uma pessoa, muito acima de mim na hierarquia, me procurou e sabendo que eu tinha tentando arrumar outra vaga para elas, me disse para eu parar de me preocupar com isso. Que se eu tivesse juízo, era para deixar as coisas como estavam. Ele disse que naquele trabalho, elas iriam ganhar muito bem. Ele disse que precisava de um favor e me explicou o que eu deveria falar e o dia que eu deveria falar para os acontecimentos poderem casar perfeitamente um com o outro. Ele ameaçou cancelar todos os pedidos feitos na minha empresa. Eu, além de não receber a comissão, ainda teria que explicar para a diretoria o porquê de um dos maiores clientes ter cancelado um pedido tão grande. Ele iria esperar até as sementes estarem em fase de preparação para cancelar. A empresa teria um prejuízo enorme e eles diriam que foi um erro meu na hora da compra.
Ele ainda tinha mais a falar, mas nós nem esperamos. Eu me levantei da mesa e olhando para ele, disse:
- Eu não deveria, mas vou te avisar: nós descobrimos tudo. A Renata não vai mais participar da feira e por consequência, a Maria também foi dispensada. Então, todo o plano do seu amigo deu errado. Se prepare, porque com certeza, ele vai cancelar o pedido na sua empresa. Espero que com isso você aprenda a ser homem e não tente prejudicar mais ninguém.
Ele ainda tentou falar alguma coisa, mas a Maria não deixou e disse que era melhor ele ficar quieto, para não piorar as coisas. Eu chamei o garçom, paguei a minha conta e já fui saindo com a Renata. A Maria pediu para esperarmos por ela, se levantou também e falou para ele não a procurar nunca mais. Ela disse que o que ele fez era imperdoável. Ele tentou argumentar, mas ela não deixou. Saímos os três dali com o sentimento de alma lavada.
Estávamos muito cansados e resolvemos ir para minha casa, jantar, assistir um filme e relaxar, depois de um dia tão estressante e corrido. A Maria foi conosco, ela sabia que ele iria até a sua casa.
Quase tudo estava resolvido. Agora só faltava a conversa com a minha sogra para definir os rumos da nossa sociedade e a Renata dar o próximo grande passo na sua vida.
Continua…