Os sentimentos de Lucas ao entrar no quarto e ver sua esposa nua foi indescritível. Olhando para ele com um sorriso em seu lindo rosto e com sua carinhade menina sapeca que tinha acabado de fazer arte e plenamente satisfeita, porém, havia um brilho de desafio no rosto da garota que tornava impossível uma classificação. Não dava para dizer se era uma ninfeta ou uma mulher que olhava para ele daquele jeito.
Entretanto, a ansiedade de Lucas era para ver a filmagem e, antes que Marcinha dissesse alguma coisa, ele já foi perguntando se ela tinha conseguido filmar tudo e ficou surpreso com a reação dela que, pulando da cama, correu para o local onde estava escondida a câmera enquanto dizia:
– Meu Deus! Até me esqueci da câmera. Está filmando até agora. Só falta ter estragado tudo.
Lucas riu do apavoramento de sua esposa e depois explicou:
– Não estraga não Marcinha. Só vai ter um tempão de filmagem no final. – E vendo que ela apenas o olhava sem dizer nada, explicou: – Depois eu edito no computador e tiro o final.
Dois dias depois, depois de assistir várias vezes ao vídeo da esposa com Durval, Lucas resolveu finalmente baixar no seu computador e editou, porém, cortou apenas os minutos iniciais em que aparecia Marcia ligando a câmera e depois se retirando do quarto e só retornando, abraçada ao Durval, sete minutos depois. Conforme ela explicou, nesse tempo todo, eles ficaram se beijando na sala, pois Durval a agarrada de um jeito que foi difícil parar e puxar ele para o quarto. A parte final, ele não teve coragem de eliminar as cenas em que sua esposa, depois de ter sido fodida várias vezes por Durval que gozara em sua boqunha, buceta e cuzinho, ficar deitada com o olhar perdido enquanto esperava por seu marido chegar.
Lucas assistiu pela primeira vez as cenas de sua esposa transando com Durval na televisão, pois eles conectaram a câmera no aparelho de TV e depois o Lucas passou para um pen driver e retirou o cartão de memória que tinha colocado na câmera, substituindo-o pelo que lá estava quando a pegou das mãos de seu amigo, impedindo assim que alguém estranho recuperasse o arquivo, mesmo depois de apagado, o que seria perigoso. Apesar de não se cansar de repetir a filmagem, se excitando em todas as vezes que assistia, a primeira vez foi a mais empolgante e se não fosse o fato de Marcinha estar atenta às reações de seu marido, ele teria gozado com apenas um toque em seu pau e, para impedir isso, ela conseguiu colocar o pau do marido na boca ao primeiro sinal de que ele ia gozar e engoliu com satisfação toda a sua porra, dizendo depois de lamber os beiços:
– Que delícia a porra do meu maridinho e foi bem mais que o normal. Acho que é por ver a mulherzinha dele sendo tratada igual uma putinha.
Só dela dizer isso, o pau de Lucas já ficou duro novamente e logo depois, ao ver Durval socado o pau na bucetinha de Marcia, na posição papai e mamãe e com os dois se beijando com uma paixão avassaladora, começou a gemer e a jovem subiu sobre ele, segurou seu pau ajeitando-o na entrada de sua buceta e foi engolindo tudo, Lucas não resistiu e gozou sem dar tempo para que ela gozasse junto. O terceiro gozo de Lucas veio quando ele viu Durval socando o pau no cuzinho da esposa e ela olhando para a câmera como se estivesse olhando para ele. Dessa vez, não deu tempo para Marcia fazer nada e ele gozou sobre seu corpo, com os primeiros jatos atingindo seu peito. Ela, antes de lamber aquela porra, falou:
– Que pena, meu amor. Era para você gozar no meu cuzinho também.
Isso tudo aconteceu durante a madrugada do sábado e, já na manhã daquele dia, Marcia acordou ao som de seus próprios gemidos, pois Lucas acordara antes dela e estava a assistir novamente o vídeo que ela produzira. Ela não resistiu e provocou:
– Nossa marido! Parece que você gostou muito de ver sua esposa com o Durval. – Enquando falava, Marcia levou a mão e com ela segurou o pau já duro do marido.
– Nem me fale Marcinha. – Ele ia dizer mais alguma coisa, porém, o toque da esposa fez com que ele pedisse: – Não Marcinha. Pare um pouco senão eu vou gozar de novo.
– De novo? Isso quer dizer que você já gozou hoje?
– Gozei sim Marcinha. Não consegui resistir.
– Nossa! Você está me saindo um excelente corninho, sabia?
Lucas apenas sorriu ao ouvir essa observação da esposa e continuou com a atenção focada no aparelho de TV.
E assim passaram o dia todo do sábado e no domingo estava repetindo o mesmo cenário, até que Marcia reclamou do marido e brincou com ele, dizendo que o que ele fazia era um desperdício, pois bem que ele podia foder ela em vez de ficar só batendo punheta com as cenas que assistia. Totalmente submisso aos desejos da mulher ele se deixou conduzir por ela que, dizendo que era para ele fazer igual Durval, foram encenando as mesmas cenas que ele assistia na TV. Porém, já esgotado por ter gozado antes só de assistir ao vídeo, Lucas não conseguiu dar à esposa o mesmo prazer que ela recebera de seu amante e ela não perdoou e brincou com ele:
– Ah não Lucas! Se você não conseguir dar conta vou ter que chamar o Durval aqui mais vezes.
Só de ouvir a esposa falar isso, embora em tom de brincadeira, o pau de Lucas voltou a dar sinal de vida e ela, vendo isso, resolveu avançar um pouco mais nas suas provocações:
– Nossa! Só de ouvir falar que vou dar para o Durval meu corninho já ficou todo aceso. Acho que vou chamar ele agora, assim não precisa filmar, pois você vai poder ver a gente foder na sua frente.
Lucas, ao ouvir isso, encarou a esposa nos olhos e viu que, apesar de seu rosto pleno de malícia, seus olhos brilhavam de uma forma diferente, como se a dizer que ela realmente queria aquilo. Sem nenhum controle, rendeu-se de vez aos desejos da mulher e se jogou sobre ela e se apressou em enfiar o pau na sua buceta e ficou socando, enquanto falava:
– Você tem coragem Marcinha! Você que isso? Você quer dar para o Durval na minha frente?
– Quero sim, meu corninho. Quero ver sua carinha de tesão quando ele estiver me enrabando.
Sem resistir à provocação, Lucas voltou a gozar e dessa vez arrastou sua mulherzinha em seu prazer que, dizendo que queria muito o pau de Durval dentro dela, gozou junto com ele.
A relação sexual entre o casalzinho, que nunca foi ruim, melhorava cada vez mais. A cada aventura de Marcia com Durval o tesão de Lucas aumentava cada vez mais e, depois da filmagem, não só pela transa em si, mas com o comportamento dela perante o seu novo macho, começando pela roupa que escolhera para verstir na noite em que filmaram a transa, passando pelo seu empenho em se entregar com volúpia e paixão a ele e terminando com o prazer que ela obteve naquela transa e depois, a cada vez que ela e o marido se lembravam, só fazia o apetite de ambos crescerem cada vez mais.
Mas tudo o que se repete muito, acaba por desgastar um pouco e, depois de um mês, o tesão de Lucas ao assistir o filme já não era tão intenso, embora persistisse. Marcia, sempre ligada nas reações do marido, sabia como fazer o tesão dele aumentar e, sempre que desejava mais atitude da parte dele na hora do sexo, tocava no nome de Durval e não deixava de alimentar a chama do desejo dele em estar presente, sempre colocando uma cena desse tipo na imaginação deles enquanto transavam. E não era tempo perdido, pois todas as vezes que fazia isso, Lucas ficava louco e passava a agir como o macho que ela desejava, fodendo-a da forma que ela pedia. E Marcia sempre pedia mais.
Com a relação entre Durval e Marcia se estreitando depois da última transa que tiveram, onde ele, pela primeira vez, saciou o desejo de foder sua bundinha durinha e deliciosa, o assédio dele durante as caronas que ele oferecia a ela eram mais abertas, sempre a convidando para irem a um motel ou, nos engarrafamentos quando ficavam parados, tentava fazer carinhos. Marcia sempre cortava as iniciativas dele alegando que não podiam fazer isso com Lucas, fazendo com que ele, em um momento de inconformismo, perguntasse:
– Depois de tudo o que já fizemos você ainda se preocupa com isso?
– Não é assim também Durval. O Lucas não merece isso e também não é certo.
Diante desse argmento, ele se dava por vencido e parava de insistir, porém, a proximidade daquela linda mulher, com jeito de menina, porém, uma mulher completa na hora do prazer, era um fator do qual ele não estava isento, principalmente por já ter bebido daquela fonte e, por isso, constantemente voltava a fazer nova tentativa.
Cada vez que isso acontecia, Marcia contava todos os detalhes para o Lucas que também ficava excitado com a narrativa dela e uma vez perguntou:
– E por que você não concorda com ele? É só me avisar e vir aqui pra casa.
– Não é assim também Lucas. Todas as vezes que transei com o Durval foi de caso pensado e nós conversamos antes sobre isso. Quer dizer, exceto a primera vez, mas aquela vez a culpa foi sua que pediu para eu provocar ele e ele não resistiu e foi comendo minha xoxota.
Ao dizer isso, Marcia sentiu uma ponta de remorso, pois havia tido outra vez, na casa de Durval e sem o conhecimento do marido. Mas ela vencia esse remorso e afastava qualquer indício de arrependimento se convencendo que aquela ocasião foi o gatilho para ela mudar de comportamento e resolver incrementar aquele triângulo amoroso que, para ser completo, só faltava colocar ambos, o marido e o amante na mesma cama e na mesma hora.
– Então. Não seja por isso. Quando você sentir vontade, aceita. Só dá um jeito de me ligar avisando.
– Lucas, você mesmo que disse que só podia ser aqui em casa. Que em outro lugar não podia e o Durval vive querendo me levar a um motel.
– É mesmo! No começo eu não queria. Mas hoje nem sei mais. Só de pensar em vocês dois transando eu já fico doido.
– Mas está ficando muito corninho meu marido! Então eu posso ir para o Motel na hora que quiser?
– Eu já falei que sim Marcinha. Só me ligar avisando.
– E se a gente fosse os três para o Motel?
– O que? Você está doida? O Durval não vai aceitar isso nunca.
O fato de Lucas demonstrar preocupação apenas com a reação do Durval e não demonstrar ser contra a ideia foi o que bastou para Marcia saber que tinha carta branca para colocar em prática um plano que vinha tecendo nos últimos dias. Seu marido não tinha nada contra e agora ela sabia que até iria gostar. O problema era só convencer ao Durval disso. Então ela falou:
– Acho que isso a gente pode dar um jeito. É só fazer as coisas com jeitinho. Só que agora sou eu que não quero que isso aconteça em um motel. Por ser a primeira vez, eu gostaria que fosse lá em casa. Pode ser?
– Pode ser o que Marcinha?
– Eu transar com o Durval na sua frente. Com você assistindo, não em um filme, mas bem de pertinho.
– Nossa! Ia ser demais. Mas eu não acredito que ele aceitaria. E eu não tenho coragem de comentar nada disso com ele. Ficaria muito chato pra mim.
– Então, deixa comigo. Vou dar um jeito de realizar o seu desejo.
A empolgação de Lucas foi tão grande que deixou passar batido algo importante. De repente, o desejo de Marcia passara a ser o desejo dele. De forma muito inteligente, ela manipulou até esse fato e agora, seria a vontade dele de assistir e não a dela em transar em sua frente.
A partir daquela conversa, Marcia começou a ceder às investidas de Durval. Não foi de uma vez, pois esperta como era, foi cedendo um pouco a cada dia. Primeiro, não reclamou quando ele pousou a mão sobre o seu joelho esquerdo e deixou que ela permanecesse ali, só reclamando quando ele começou a deslizar a mão por baixo da saia que usava, pedindo para ele parar. Mas na segunda vez que ele fez isso, dois dias depois, ela pousou a mão por cima da mão dele e ficou fazendo carinhos. Animado, Durval movimentou a mão em direção às suas coxas, o que nem era tão significativo assim, pois ela usava calça jeans nesse dia, porém, ela segurou firmemente a mão dele em seu joelho, dizendo que não podia.
Depois desse dia, as circunstâncias de trabalho fizeram com que a carona falhasse por três dias e no quarto, quando finalmente foram juntos para o trabalho, Marcia usava uma saia que ficava acima dos joelhos e não andaram cem metros para que a mão de Durval posasse em seu joelho. Dessa vez, além de não reclamar, Marcia esticou seu braço e pousou a mão na perna dele, bem próximo ao seu pau que na mesma hora marcou o tecido da calça social que usava, ficando duro. Marcia olhou para ele e deu seu sorriso provocante, deixando-o animado e, encorajado por isso, deslizou a mão por toda a extensão de sua coxa até atingir sua xoxotinha coberta pelo fino tecido de sua calcinha de renda, fazendo com que ela retesasse o corpo, fechasse os olhos e suspirasse com um ruído que era pura demonstração de tesão. Sem poder resistir, Durval curvou o corpo e aproximou seu rosto do dela tentando lhe beijar. Marcia apenas virou o rosto de lado recebendo o beijo no rosto e retirou a mão das pernas de Durval que, intimidado com a recusa dela, também recolheu a sua ficando com ambas as mãos no volante.
A última ousadia de Durval foi numa sexta-feira e eles não se viram durante o final de semana. Porém, o relato de Marcia ao seu marido sobre o que acontecera no carro foi o estopim para que passassem o final de semana transando quase sem parar. Lucas não parava de pedir para que a esposa repetisse o relato e ela, lógico, apimentava um pouco mais a cada vez, sendo que, na última vez que contou, chegou a ter um orgasmo com dois dedos de Durval a explorar sua buceta melada.
Aquela situação fazia com que Marcia se sentisse poderosa. Ela agora sabia que tinha Durval na palma das mãos e seu marido mais ainda. Com essa conclusão, pensou que estava na hora de partir para a parte final de seu plano. Era questão de dias e ela convidaria Durval para um jantar em sua casa. Ela tinha certeza de que ele iria perguntar sobre Lucas e ela decidiiu que responderia que, com relação ao seu marido estava tudo bem, pois assim, não passaria como mentirosa quando o amante chegasse em casa e desse de cara com o marido.
Com relação à mentira, Marcia ainda sentia remorso por ter transado uma vez com Durval sem que o marido soubesse e também não se sentia bem pelo fato de ter filmado a transa dela com o amante sem que ele soubesse e, com esse sentimento, jurou a si mesma que, além de não mentir mais para nenhum dos dois, assim que atingisse o seu objetivo que era o de transar com Durval na frente de Lucas, contaria o seu pequeno segredo para o marido e revelaria ao amante sobre o vídeo, inclusive, entregando a ele uma cópia caso ele pedisse e se, depois de assistir, ele se sentisse ameaçado por algum tipo de problema no futuro, concordaria em apagar todos os arquivos que continham a filmagem que passaria a ser apenas uma lembrança entre eles.
Mas as coisas não acontecem da forma como as pessoas planejam, pois sempre pode surgir algo novo que atrapalha os planos. No caso de Marcia, aconteceram dois. A primeira foi um comentário de Durval quando ele, depois de fazer carinhos em sua perna e ter esses carinhos paralizados por Marcia que pegou sua mão e a colocou de volta ao volante, enquanto dizia:
– Presta atenção no trânsito. E tem mais. Já te falei que não é justo para o Lucas a gente fazer isso.
– Oras Marcia. Vamos deixar o Lucas fora disso, afinal de contas, nós já transamos e nada mudou entre vocês. Nem entre nós.
– É, não mudou nada. Você está certo. Mas pode mudar tudo se ele descobrir.
– Se ele descobrir e quiser te largar, eu assumo você na mesma hora. Basta você pegar suas coisas e ir morar comigo.
Essa conversa acontecia quando eles já estavam chegando ao local de trabalho e Marcia, ao ouvir o comentário de Durval, fechou a cara e não disse nada. Quando desceram do carro, pois agora eles já caminhavam juntos até chegarem à empresa, Durval perguntou:
– Você ficou brava com o que eu falei?
– Brava? Não Durval. Não fiquei brava não. Na verdade eu fiquei foi puta da vida. Então você acha que é assim? Que eu vou sair da casa de um para ir para a casa de outro? O que você pensa que eu sou? Olha aqui, vou te dizer uma coisa que achei que não precisava dizer, pois pensei que você já sabia. – Ao dizer isso, Marcia parou e, sem se importar com as pessoas que passavam por eles na calçada, colocou o indicador no peito de Durval e falou com voz severa: – Eu amo o Lucas. Amo demais para concordar com um disparate desses. Você pra mim é só um pau gostoso que me fodeu gostoso e eu adorei, mas amor, amor mesmo, eu sinto só por ela. Entendeu?
– Ama tanto que não vacilou em abrir as pernas para mim. – Disse Durval tomado pela frustração de ser colocado em segundo plano no amor daquela mulher e, com isso, piorou ainda tudo.
– Olha aqui Durval. Vá se foder seu filho da puta. Você pensando que é quem? A última bolacha do pacote? Pois vá se foder e, antes que eu me esqueça, estou entrando na empresa agora só para pedir minha demissão e quero que você vá pra puta que te pariu.
Dizendo isso, Marcia saiu pisando duro em direção à empresa, deixando um Durval embasbacado e plantado na calçada. Ele jamais imaginaria que ela poderia reagir assim, isso sem falar, que jamais esperaria que aquela boca que ele beijara com tanta volúpia fosse capaz de cuspir vitupérios daquele jeito. Quando se deu conta de sua situação, ele olhou a sua volta e viu que um casal jovem olhava para ele rindo e o cara ainda não se conteve e caçoou dele dizendo:
– Aí em titio. Se achando o comedor e se deu mal.
E o casal gargalhou na calçada, chegando a dobrar o corpo de tanto que riam. Envergonhado, Durval saiu andando em direção ao escritório e, no meio do caminho, se deu conta que Marcia falara algo sobre se demitir e então saiu em disparada em direção à sua empresa. Isso era uma coisa que ele tinha que evitar a qualquer custo.
Durval rasgou pessoalmente três pedidos de demissão que Marcia entregou por escrito, porém, não conseguia chegar a menos de cinco metros dela que, sempre que percebia que ele se aproximava, saia apressadamente sob o pretexto que tinha que realizar alguma tarefa. Inconformado com isso, ele esperou até o próximo final de semana e, num arroubo de coragem, bateu na porta do apartamento do casal com a desculpa esfarrapada de que Lucas e ele tinham pendente um acordo de verem a uma partida de futebol juntos. Levava em uma mão uma caixa de cerveja e na outra aum bouquet de rosas vermelhas.
É lógico que Lucas tinha conhecimento da situação em que se encontrava a relação de sua esposa com Durval, porém, não soube como se livrar do seu benfeitor e o convidou para entrar, sem nem mesmo mencionar que nenhum dos times que os dois torciam jogaria naquele dia. Para desespero dos dois, Marcia apenas dedicou aos dois um olhar daqueles que fez com que ambos preferissem comparecer diante de um pelotão de fuzilamento e sumiu dentro do seu quarto, sem sequer olhar para as rosas que Durval tinha nas mãos.
Totalmente desorientado, Durval entregou as rosas para Lucas que, mais desorientado ainda em receber rosas de um homem, jogou-a sobre a pia da cozinha onde só foram retiradas no dia seguinte, indo direto para o lixo. Foi totalmente constragedor e Durval se sentiu um verdadeiro idiota que, tentando concertar um erro, deixou a situação ainda pior. Mal acabou o jogo e ele se retirou e deixou toda a encrenca para cima do Lucas que, ao chegar ao quarto, foi expulso e dormiu naquela noite no sofá da sala.
Durval comeu o pão que o diabo amassou para conseguir uma reaproximação com Marcia. Tudo bem que a questão da demissão ele tenha vencido na teimosia, pois foi mais teimoso que ela que desistiu, depois de ter a quinta carta de demissão rasgada, de deixar seu emprego. Porém, com relação a reconquistar a amizade foi bem mais complicado. No começo ele se perdeu em tentar descobrir o que fazer. Sabia que oferecer algum presente para ela seria mais um desastre, pois ela deixara isso bem claro no episódio das flores. Tentar apenas ficar perto dela também não parecia ser o ideal, pois sequer conseguia ficar perto, pois ela sempre se afastava quando ele se aproximava e ainda teve a atitude dela de se fechar dentro do quarto quando foi no apartamento do casal. Sem saber qual a melhor forma de agir, viu o tempo ir passando e tudo ficou ainda pior quando, logo depois de sua empresa ter efetuado o pagamento dos salários, no início do mês, chegou ao seu escritório e sua secretária lhe entregou um envelope fechado, sem nada escrito que indicasse do que se tratava. A mulher, ao lhe entregar, disse-lhe apenas que um dos contínuos da empresa lhe havia entregue dizendo que era para ele e que, quando abrisse, saberia do que se tratava.
Durval entrou no escritório, abriu o envelope e, quando viu o seu conteúdo, quase teve um ataque cardíaco ao perceber que se tratava de quinze cedulas de cem reais cada uma e um recibo de aluguel preenchido para ele assinar. Sua primeira reação foi gritar a pleno pulmões pelo nome da secretária que, por sorte sua, demorou alguns minutos para atender ao chamado. Nesse tempo, ele já tinha se dado conta que a sua reação inicial o deixaria em uma situação ridícula e já recuara, pergutando apenas com voz contida quando o envelope foi entregue e recebendo como resposta que foi logo que ela chegara no início do expediente.
Durval ainda pensou mais um pouco antes de pegar o recibo e fazer um enorme ‘x’ como que se o anulando e ainda escreveu no verso: “pagamento indevido e não aceito”. Depois foi pessoalmente até a mesa de Marcia e, sem dar tempo que ela se afastasse, apenas largou o envelope na frente dela e se afastou.
No final do expediente, depois de esperar por uma reação da jovem, Durval já se dava por satisfeito achando que sua reação encerrara o assunto, estava se preparando para deixar seu local de trabalho. Sua funcionária já havia se retirado e ele se assustou quando a porta se abriu e alguem entrou andando rápido. Quando ele levantou a cabeça, Marcia estava na sua frente com um pedaço de papel na mão estendida para ele que o pegou por reflexo e, no mesmo instante que baixava o olhar para ver do que se tratava, ela já atingia a porta se retirando de sua sala. O papel era o mesmo recibo de pagamento e, embaixo da observação que fizera, estava escrito: “Tudo bem. Dentro de alguns dias estaremos desocupando seu apartamento”.
– Puta que pariu! O que tem de bonita e gostosa tem de teimosa.
Durval disse essas palavras aos gritos e Marcia, que já estava a meio caminho entre o escritório dele e o que trabalhava ouviu e não pode conter um sorriso vitorioso. De repente, ela se deu conta que também estava sentindo falta de Durval à sua volta.
Se Marcia estava se sentindo envaidecida com sua vitória, ficou mais ainda quando, ao chegar a sua casa voltando da Faculdade, se deparou com Durval plantado no hall dos elevadores em uma postura visível que aguardava por eles. Lucas só deu pela presença do homem quando já estavam bem próximos e ficou aflito e temeroso que ele e sua esposa iniciassem uma discussão ali, porém, Marcia agiu como se Durval fosse invisível e foi direto apertar o botão do elevador que logo parou no térreo admtindo os três, pois Durval não se fez de rogado com a atitude de Marcia e entrou no elevador junto com o casal.
Durante a subida até o oitavo andar o clima dentro do elevador era estranho, pois cada um de seus ocupantes tinha uma preocupação diferente. Lucas ainda temia pelo início de uma discussão entre sua esposa e seu benfeitor, Durval buscava frenéticamente por uma forma de começar a expor sua defesa para o casal e Marcia, que no íntimo se divertia e estava adorando aquela situação, usava a expresão mais alheia e indiferente que conseguiu. Ao chegar ao andar, ela saiu andando e foi seguida por Lucas que não viu que Durval andava logo atrás dele e Marcia, embora não tivesse nem uma vez olhado para trás, sabia que isso estava acontecendo e até diminuiu os passos para gozar mais o júbilo daquele momento. Chegou até seu apartamento, abriu a porta e entrou sem se virar e Lucas, que entrou logo após dela, ficou sem saber o que fazer ao se virar para fechar a porta e se deparar com o Durval ali parado que se aproveitou da indecisão dele e entrou no apartamento, caminhando em direção à Marcia que estava parada no meio da sala olhando para os dois.
Então Durval teve a reação mais inesperada por todos ali. Caminho até ela, se ajoelhou à sua frente e, sem olhar para ela, implorou:
– Por favor. Perdoe a minha estupidez. Juro que não faço mais isso. Não tive a intenção de te ofender. Aquilo foi só a forma que encontrei de expressar todo o apreço que tenho por você.
Marcia, pega desprevenida, olhou para Lucas que a olhava sem também saber o que fazer, porém, quando viu que ela esperava por uma reação dele, falou em voz baixa:
– Esquece tudo isso Marcinha. Afinal, ele está pedindo desculpas e explicando que não quis te ofender.
– Eu sei que ele não quis me ofender, mas ele ofendeu a você. Isso eu não aceito.
Ao ouvir isso, Durval teve outra reação inesperada e, dessa vez, conseguiu comover Marcia, pois ao ver ele se levantar e, se dirigindo ao Lucas, pedir perdão a ele por lhe ter ofendido, ela viu que, naquela atitude humilde, ele estava realmente demonstrando o tanto que sentia pelo afastamento deles. Comovida, não resistiu e se aproximou dos dois e abraçou a ambos. Depois beijou o marido na frente do Durval e finalmente lhe dedicou um beijo no rosto que, por pouco não foi na boca.
Feliz pela reconciliação, Durval saiu do apartamento sem dizer nada deixando o casal sem saber o que pensar, até que ele voltasse com duas garrafas de vinho e, pedindo para que Marcia fosse pegar três taças, entregou as garrafas para que Lucas cumprisse as tarefas de abri-las.
Com a relação voltando ao normal, as caronas voltaram a acontecer e logo o assédio de Durval também, assim como o joguinho de gato e rato que Marcia resolvera jogar, ora permitindo os avanços dele, outras ela mesma avançando e, de repente, recuando e fazendo tudo voltar à estaca zero.
E nessas idas e voltas, surgiu o beijo em pleno trânsito e, logo depois dele, o segundo ato por parte de Durval, provocando uma nova ruptura. Depois de beijá-la e ser correspondido, ele todo feliz anunciou a ele sua intenção:
– Então Marcia. O meu Diretor Administrativo recebeu um convite promissor de uma grande empresa e nós até o incentivamos a aceitar. Estava pensando em te colocar na vaga dele.
– Eu? Mas eu não tenho experiência nisso. Ainda estou cursando o segundo ano e tenho pouco mais de um ano de empresa e apenas alguns meses na função de secretária.
– Ah! Isso é o de menos. A gente vai acertando as coisas até você pegar o jeito.
– Espera aí Durval! Por que exatamente você está me escolhendo para essa função.
Durval viu uma luzinha vermelha se acender, entretanto, seu entusiasmo em fazer de Marcia a número dois depois dos sócios, pois estaria abaixo apenas do Diretor Operacional, insistiu:
– Porque você é a coisa mais querida que eu tenho atualmente.
Mal falou e, ao notar a mudança na expressão da jovem, pensou: “Ih! Resposta errada!”
E era. Marcia apenas aguardou que o carro se deslocasse até o primeiro semáforo que encontrou fechado, abriu a porta e desceu do carro. Sem poder fazer nada, pois não podia simplesmente estacionar o carro ali para correr atrás dela, um apavorado Durval a viu fazer sinal para um táxi, entrar dentro dele e sair em direção ao seu emprego.
Dessa vez, Durval foi direto para o último estágio da outra vez, ficando a esperar por ela diante dos elevadores. Ao chegarem, Lucas não entendeu nada, pois Marcia ainda não havia contado nada a ele e, quando Durval disse que queria conversar com ela, a jovem simplesmente disse para ele a acompanhar até o apartamento deles. Porém, ainda quando o elevador subia, ela explicou ao marido que queria que aquela conversa com o seu patrão fosse em particular e lhe informou que iria até o apartamento dele. Lucas não insistiu e, quando chegaram ao andar, saiu andando em direção ao seu apartametno enquanto a esposa e Durval se dirigiam para o do homem. Mal entraram no apartamento, e Marcia atacou:
– O que você está pensando que eu sou? Por acaso você acha que sou alguma prostituta que, como você disse mesmo? Ah sim! Uma vagabunda que vai abrir as pernas pra você só por causa de um cargo importante?
– Não Marcia. Eu nunca pensei isso.
– Pensou sim. Você sabe que eu não tenho a mínima condição de executar as funções de diretora. Vem cá Durval, fala pra mim. Você agora está pensando com a cabeça de baixo? Você vai arriscar o sucesso de sua empresa só para poder me foder? E você acha que eu vou querer foder com você só porque vou ganhar um salário melhor? Olha, agora você me decepcionou.
Durval tinha que reconhecer que a garota estava certa. Na verdade, ele acreditava que ela aprenderia a função e se sairia bem no final, porém, sempre há os riscos de perdas nesse processo e ele só estava disposto a aceitar os prejuizos dessa perda porque queria muito aquela jovem. Então, sentiu-se um verdadeiro idiota, pois já a tinha tido em seus braços por várias vezes e ela nunca lhe pedira nada em troca, a não ser o prazer que isso dava a ela. Para piorar, enquanto ele refletia sobre isso, ficou claro para Marcia que ela havia acertado em cheio, que a oferta de promoção nada mais era que um pagamento para tê-la na cama e, quando ele tentou dizer alguma coisa ela já estava saindo pela porta, sem sequer se despedir dele.
Dessa vez não teve pedido de demissão e se deu a tentativa de Marcia de se afastar sempre que Durval se aproximava. Foi muito pior, pois ela, apesar de aceitar ocupar o mesmo cômodo que ele, o tratava com uma indiferença que machucava muito mais que qualquer atitude mais agressiva. Então eram duas coisas que mantinham os dois afastados: a dor de Durval em ser tratado com a indiferença e o fato de Marcia não sentir nenhum prazer em tratá-lo dessa forma, ou seja, a indiferença que ela demonstrava não era apenas um instrumento para atingir ao homem, mas sim um sentimento real que surgira dentro dela.
Essa situação permaneceu por mais de dois meses e teria perdurado por mais tempo se um fato inexperado não tivesse ocorrido. Durval sofreu um acidente de carro grave e só sobreviveu em virtude de seu carro ter todos os itens voltados a segurança funcionando corretamente. O acidente ocorreu na rodovia Castelo Branco, quando ele retornava do interior onde fora se reunir com um grupo de funcionários que tinham a intenção de construírem condomínios de luxos em várias cidades do inteiror e a reunião fora em Bauru que foi escolhida por ser, entre os grandes municípios paulistas, o que está mais ao centro do Estado. A perícia depois concluiu que, em virtude da pista molhada, um motorista de um veículo de porte pequeno derrapou e invadiu a pista aonde vinha uma carreta que, tentando evitar uma colisão, virou de forma repentina para a direita e invadiu a pista aonde vinha trafegando o Durval, desenvolvendo uma velocidade superior aos dos demais veículos. Com o choque seu carro foi atirado para a direita onde foi atingido por um ônibus e jogado para fora da estrada, ficando prensado entre um barranco e um dos veículos envolvidos no acidente. Retirado de entre as ferragens com um corte profundo na cabeça e sem sentidos, Durval foi encaminhado para o hospital mais próximo, depois de atendê-lo, ligou para o número que constava em seu cartão de visitas e falou com sua secretária. A senhora, apavorado, alarmou a todos.
Trinta minutos depois, a pedido de seu chefe, Marcia estava a caminho de Sorocaba onde foi informada, ao chegar, que seu patrão ainda estava inconsciente e sob observação do médico e, por mais que insistisse, não obteve notícias mais corretas sob seu estado de saúde, o que a deixou alarmada. Ligou então pelo celular para Lucas, informando-o que iria permanecer no Hospital até que tivesse novas notícias do estado de saúde de seu patrão.
O que a princípio pareceu ser algumas horas se prolongou por quase uma semana, pois foi esse o tempo que Marcia permaneceu em Sorocaba, com Lucas levando algumas mudas de roupas suas para a empresa que se encarregou de mandá-las para ela em Sorocaba.
Na primeira noite, Marcia não dormiu e permaneceu a noite toda na recepção do hospital enquanto, na sala de cirurgia e depois na UTI Durval lutava pela vida. Ele tivera um traumatismo craniano que obrigou os médicos a efetuarem uma cirurgia de emergência para aliviar a pressão sobre seu cérebro e, logo depois, foi colocado em coma induzido para poupar o seu metabolismo e assim ajudar em sua recuperação.
Na manhã seguinte, depois de saber o real estado de saúde de Durval, ela telefonou para a empresa e lhe foi solicitado que permanecesse por lá e fizesse tudo o que fosse necessário, avisando à empresa que também providenciou reservas para ela em um hotel próximo ao hospital. Em seguida ela informou ao marido que não se opôs à sua permanência no interior, pois ele também estava preocupado com a saúde de Durval.
Durval só voltou a si três dias depois de sua cirurgia e a presença de Marcia no seu quarto de hospital foi como um bálsamo para todos os seus males e logo ele já estava bem e não escondia a alegria de poder contar com a companhia dela que, por outro lado, voltou a agir normalmente em relação a ele, dedicando-lhe toda a atenção que ele precisava e, quando possível, se mostrava até mesmo um pouco carinhosa. Quando, uma semana depois, Durval recebeu permissão para voltar para sua casa, foi ela que tomou todas as providências com relação às contas do hospital, às suas próprias despesas do hotel, fazendo questão de pagar separadamente os gastos que considerava particulares. Também não permitiu que Durval viajasse para São Paulo em um veículo comum e exigiu que a empresa contratasse os serviços de uma empresa que dispunha de ambulâncias e ele viajou acompanhado por um médico e enfermeira, mesmo protestando muito contra isso, o que não adiantou.
Durval foi acomodado em seu apartamento e uma cuidadora foi contatada para ficar ali durante o dia e, durante a noite, era Marcia que ficava em seu apartamento, pois para isso contava com a aprovação de seu marido.
Com isso, o relacionamento entre ambos voltou ao normal e, muito embora sem terem discutido sobre o motivo que os mativeram distanciados, a amizade parecia ser a de sempre, porém, não houve mais nenhum episódio de assédio por parte de Durval e Marcinha, diante da proximidade diária com ele, percebeu que sentia falta disso.