AMOR DE PESO 3 - 09: MOMENTOS

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 1853 palavras
Data: 24/05/2022 19:39:17

YURI

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O Zedu levou uma eternidade para se decidir, mas acabou topando conhecer a sobrinha. Fomos até o quarto e nos trocamos. Decidimos marcar em um shopping da cidade. E, claro, que o Zedu fez a mãe prometer que o JL não estaria presente, apenas o Fred e a Isabella.

Os passos eram pequenos, mas precisavam ser reconhecidos. Inclusive, nas últimas noites, o Zedu não teve nenhum pesadelo com o JL. Será que é um reflexo de todos os acontecimentos recentes? Mas, existe também o trabalho do Zedu, que ocupa a maior parte do seu tempo. Ele chega tão cansado que não tem tempo para nada, nem para pesadelos com irmãos psicopatas.

— Sabe de uma coisa, acho que vai ser bom você conhecer a Isabella. Querendo ou não, ela foi uma coisa boa que o teu irmão fez. As crianças são sempre puras e queridas. — afirmei, antes de entrar no carro por causa do calor intenso da cidade.

— Você vai ser um ótimo pai, Yuri. O nosso filho ou filha vai ter sorte de nos ter. Acho que formamos uma boa dupla, — Zedu entrou no carro e ligou o ar-condicionado. — na cama e na vida.

— Ridículo! — o repreendi. — Vamos logo. — finalmente, entrei no carro e seguimos para o shopping.

Antes de seguirmos para a praça de alimentação do Shopping, a gente foi até uma loja de brinquedos e compramos uma linda boneca. Por alguma razão, estávamos nervosos e ansiosos para conhecer a filha de JL. Meu irmãos não tiveram filhos e nem o Fred, ou seja, a Isabella era a nossa primeira sobrinha.

O nervosismo do Zedu era maior que o meu. Eu queria ser capaz de ler os pensamentos dele. A comunicação entre nós melhorou bastante, porém, ainda existe uma parte do meu noivo que odeia falar de sentimentos.

Atravessamos uma sessão de corredores. Centenas de pessoas passaram por nós. Todas alheias da história do Zedu e sua família. São muitas mágoas guardadas. E, agora, um encontro poderia definir o futuro deles. Afinal, a Isabella era um sopro de renovação sobre eles. Como dizem: uma criança pode mudar o mundo.

— E se ela não gostar de nós? Se ela for preconceituosa? — questionou Zedu, entrando no elevador.

— Calma. Zedu, por favor, a Isabella ainda é uma criança. Eu vou fingir que não ouvi isso, ok? — respondi, cruzando os braços e escorando na parede do elevador.

— Eu tô nervoso, Yuri. Eu não tenho jeito com crianças. Você vai ser o tio descolado e eu vou ser o ausente. — reclamou Zedu, apertando o botão "F 3" da praça de alimentação.

— Mas o meu caso é diferente, eu fui meio que obrigado a cuidar dos meus irmãos. — tentei me fazer de vítima, mas acabei rindo.

— Isso, ri dos meus temores. — Zedu soltou.

Eu o abracei por trás. Queria ter o poder de tirar todas as preocupações da mente do Zedu. O elevador descia, andar por andar, e por incrível que pareça ninguém entrou, por isso, pude aproveitar mais o meu bebê. Os nossos corpos parecem que foram feitos para ficarem juntos.

— Ela vai te amar. É impossível não te amar, José Eduardo. — falei no seu ouvido.

Infelizmente, a porta do elevador abriu e seguimos ao encontro de Tereza, Fred e Isabella. Eles estavam em frente ao Mc'Donalds, pois a pequena queria tomar sorvete de estrelinha. Não demorou muito e os avistamos. A Isabella estava de costas para nós.

— Oi, mãe. — disse Zedu, quase gaguejando.

— Oi, filhos. — respondeu Teresa, virando para nos cumprimentar.

A mãe do Zedu levantou e segurou a Isabella no colo. Meu Deus, que criança linda. Eu nem sei dizer o que era mais perfeito. Os cabelos dela eram encaracolados, já suas bochechas fofinhas pediam para serem amassadas. Eu nunca senti uma conexão tão forte com uma criança desde os meus irmãos e primo.

— Zedu e Yuri, essa é a Isabella. A sobrinha de vocês. — Tereza nos apresentou e Isabella ficou toda tímida.

— Ela é linda. — externalizei meus pensamentos e acenei para a pequena.

******

ZEDU:

Eu não sou um cara emotivo. Quer dizer, sou mais dramático que emotivo. Acho que esse é o meu principal problema. A Isabella é perfeita demais. Ela é uma mistura de todos nós. Puxou a bochecha do JL, as minhas sobrancelhas grossas e o cabelo do Fred. A genética da minha família deve ser poderosa demais.

Eu não sei o que deu em mim, mas acabei chorando e assustando a Isabella. Limpei as lágrimas e mostrei o presente que comprei com o Yuri. Era uma boneca que falava umas 300 línguas. Depois de um tempo em pé, o Fred nos chama para sentar à mesa. Respiro fundo e me sento ao lado do meu irmão e o Yuri fica do lado da mamãe.

Ele ajuda a desembrulhar o brinquedo, que veio na sacola da loja. Logo, um sorriso se abre na boca da Isabella. Eu descobri o motivo das lágrimas. Além de ser parecida conosco, a Isabella tem o sorriso do papai. A mamãe conta algumas informações sobre a pequena e a luta do meu irmão para conseguir a guarda, mas como ex-presidiário as coisas ficaram mais difíceis.

Eu na realidade estava me fu$#ndo pro JL. Eu só queria saber da Isabella. Eu a peguei no colo, apesar da desconfiança, ela veio e ficou olhando para mim. Com sua mãozinha, a Isabella tocou no meu rosto e me chamou de titio.

— Isabella, eu sou o teu titio? — perguntei.

— Sim. — ela respondeu com uma voz doce e serena. O meu coração quase parou de bater.

— Mas é muito linda, Tereza. — o Yuri comentou, enquanto guardava o embrulho do presente.

— Ela é da nossa família, né, Yuri? — brincou Fred, piscando e sorrindo.

Família. Eu quero uma família com o Zedu. Quero filhos. Quero um relacionamento duradouro. Quero fazer o Yuri feliz para sempre, ou pelo menos, até quando as nossas vidas permitirem. A Isabella, realmente, mudou alguma coisa dentro de mim. Eu só não sei o quê.

A mamãe ficou toda boba. Afinal, havia esperança que a minha rusga com o JL acabasse. Bem, eu não sei prever o futuro, mas o JL vai ficar em escanteio por mais uns anos. Eu não consigo perdoar. Eu não consigo deixar ir.

— Podemos marcar um encontro com o JL e....

— Mãe, vamos curtir o momento? Eu só quero conhecer mais a Isabella. — falei de uma maneira serena para não parecer ignorante.

— Tudo bem, amor. Vamos comer? — sugeri, ainda segurando a Isabella.

***

YURI:

— Vamos casar? — perguntou Zedu. — Vamos casar este ano.

— Ei, calma lá. — respondi, fazendo o Zedu revirar os olhos. — Eu não vejo motivos para casar agora. Estamos em empregos novos, buscando uma casa e tem o seu problema com o JL.

— Isso são desculpas para não casar comigo? — ele sentou ao meu lado na cama e ficou olhando de uma maneira engraçada para mim, que não contive o riso. — Yuri! — ele me repreendeu.

— Amor, já vivemos como casados.

— Eu acho que você não quer casar comigo.

— Eu que te pedi em casamento, garoto. Me respeita. — apertei a bochecha dele.

— Eu só queria ter uma família. Uma família grande e feliz. — revelou o meu noivo, levantando da cama e pegando o celular na mesa. — E vendo a Isabella, não sei, alguma coisa mudou. Eu quero uma família. Não somos mais tão jovens.

— José Eduardo, — fiquei de joelho na cama. — Você aceita casar comigo depois que compramos a casa?

— Sério, você não tá brincando, né? — pulando na cama e me derrubando. — Claro, que eu caso com você. Seu urso bobo. — o beijando. — abri a câmera do celular e registrei o momento. "Este ano tem casório", publiquei a foto sem medo de ser feliz, porque eu estava muito.

Dei um beijo no noivo mais lindo do universo, mas a Giovanna entrou como um furacão no quarto. Ela já estava cheia de ideias para o casamento, mas nós confessamos que queríamos algo mais intimista, apenas família e amigos. Eu só queria chamar esse urso maravilhoso de marido.

A confusão que a Giovanna fez chamou a atenção dos outros, então, tivemos que descer para contar as novidades. Foram quase duas horas de bate-papo, a maluca da Giovanna queria um casamento excepcional, porém, a tia Olívia entendeu o nosso ponto de vista e apoiou uma cerimônia intimista para 50 convidados.

— Gente, não é todo dia que o meu irmão casa. — ressaltou Giovanna, sentada à mesa e tomando um chá de ervas finas. — Ah, e nem vem contratar uma cerimonialista. Eu faço tudo.

— Giovanna, podemos contratar alguém para isso. — afirmou o Carlos, segurando o Júnior no colo.

— Carlos, por favor. Vocês não lembram o fiasco que foi a cerimonialista do evento da agência do Zedu?

— Ué, eu pensei que ela tinha sido ótima e...

— Zedu, Zeduzinho. — Giovanna cortou o Zedu, levantou e correu até a cadeira de Zedu. — Cunhado, querido, você vai ter o casamento da sua vida!

— Esse é o meu medo. — ressaltei com as mãos no rosto.

— Já quero a casa cheia de ursões. — brincou Richard, nos assustando, porque não estava em casa e chegou de surpresa. — Parabéns, irmão. — me abraçando por trás e beijando minha cabeça. — Eu fico feliz com essa decisão. Se vocês quiserem eu posso ajudar em...

— Não! — gritamos todos juntos.

— Valeu, eu vou levar a Severina Quinta. — ele resmungou pegando um pedaço de pizza e comendo.

****

ZEDU:

Em breve vou ser um homem casado. Infelizmente, a alegria durou pouco e o peso do trabalho me acertou com força. Na agência, as coisas aconteciam de forma tranquila. Na primeira semana, conseguimos fechar com vários clientes importantes, incluindo, uma rede de supermercados famosa na cidade.

A mais alegre de todas era a Camille, afinal, ela era uma das líderes de equipe e auxiliou toda a negociação. O primeiro comercial que produzimos foi exibido em várias plataformas da cidade. Inclusive, no lançamento, fizemos uma sessão especial para os funcionários, que adoraram o resultado.

Aproveitei algumas horas livres para procurar uma casa. Meu Deus, quanta burocracia. Eu fiquei perdido, mas pedi auxílio de um colega da escola, que atuava como agente imobiliário. Por sorte, ele encontrou uma casa no mesmo condomínio da família de Yuri.

A gente sempre teve um combinado: levar a mamãe para morar conosco. Desde a morte do meu pai, eu sinto que a Dona Tereza se isolou do mundo. Até teve alguns namoradinhos, mas nenhum vingou. Assim como eu, ela focou no trabalho para diminuir a dor da perda. Recebi várias imagens da casa e agendei uma visita. Ia apertar no orçamento final, mas com o Yuri trabalhando ficaria menos pesado.

— Zedu, tem um rapaz que precisa falar com você. Ele disse que é um caso de vida ou morte. — anunciou Edgar, o rapaz que é o meu secretário.

— Quem é? — perguntei olhando para a minha agenda. — Não tinha nada agendado e...

— Zedu. — JL invadiu a sala e me fez levantar da cadeira em um pulo.

— O que você quer aqui? — questionei pegando o telefone e clicando 190, o número da polícia.

— Me ajuda, pelo amor de Deus. — implorou JL.

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Comentários

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Boas notícias e um baque no final...

Qual será o problema de JL dessa vez????

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