Amor em Tempos de Apocalipse - CAP 15: COMUNICAÇÃO

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 1689 palavras
Data: 26/05/2022 00:42:56

Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Eu não quero morrer. Puta que pariu. Eu estou segurando no ferro com apenas uma mão. Acho que pulei de um ângulo ruim e levantar o braço esquerdo parece uma tortura. Atrás de mim, o Arthur grita igual um maluco, mas não posso pensar nele agora. Eu preciso me tirar dessa enrascada.

Uso toda a força existente dentro do meu ser e consigo colocar as duas mãos no ferro da escada. Em seguida, vou subindo aos poucos, não posso gastar toda a energia de uma única vez. Porque eu não malhei mais? Que droga. Ok. Eu tô quase lá. Por favor, deuses dos exercícios físicos me ajudem.

— AAAAAHHHHH!!!! — dou um grito, enquanto subo e consigo chegar no topo da torre. Eu estou tão atordoado que beijo o chão de metal, que está gelado para um senhor cacete.

Deito de peito para cima e respiro com dificuldade. Nem preciso dizer que as minhas pernas estão trêmulas. Dou um tempo e sigo para a parte onde vou amarrar a corda para o Arthur subir. Eu não sou um perito com nós, mas prendo a corda da melhor maneira que consigo.

— Ei! — chamo a atenção do Arthur, que continua de joelhos e com os olhos fechados. — Amor, você deveria me dar mais crédito. — jogo a corda que cai sobre a cabeça dele.

Não demora muito e ele sobe pela corda. A primeira coisa que o Arthur faz é me abraçar e beijar minha boca. Seus olhos estão marejados e sinto as batidas frenéticas do coração dele. Encostamos nossas testas e ficamos de nariz colado por uns minutos.

— Você tem um trabalha para fazer, não é? — questiono me afastando e olhando para um grande painel.

— É verdade. — responde Arthur, que tirou a mochila e a colocou no chão. — Deixa eu pegar as chaves necessárias para o painel.

O Arthur é um deus das telecomunicações. Eu tento acompanhar, mas fico espantado com a destreza dele mexendo no painel. Em cima de nós, percebo diversas placas pretas que serviam para capturar a energia do sol para gerar eletricidade. Eu acho tudo muito incrível, pena que não tive estudos aprofundados para agir em uma área específica.

— E como estão as coisas? — pergunto, olhando por cima das costas do Arthur.

— Bem. Só são os fusíveis. A Beatriz mandou alguns. Eu vou trocar e pronto. — aviso Arthur, sem parar de mexer no painel.

— Entendi. — olho em volta e pude ter uma dimensão da região.

A antena está localizada em uma área central. Posso ver alguns dos lugares que passamos, como por exemplo, parte da praia que passamos no início da jornada e o topo da montanha onde estava localizada a caverna dos canibais. O vento bateu no meu rosto e fechei os olhos.

Será que eu posso ficar para sempre aqui em cima? O Dr. Hoff vinha aqui para contemplar o céu e a paisagem? O Arthur toparia ficar comigo vendo o mundo de cima? Fico preso nos meus desvaneios e nem percebo o Arthur me chamando.

— Terra para Cris! — ele diz pela terceira vez.

— Oi? — volto a minha atenção para ele.

— Eu consegui. Eu acho que consegui. — Arthur afirma todo entusiasmado e ligando o painel, que emite diversas luzes. — É isso! — levantando e me dando um beijo e voltando para o painel.

Alegre, o Arthur pega uma espécie de rádio que está localizada bem abaixo do painel e coloca a frequência indicada pela IBDT. A frequência parece fraca, pois só conseguimos ouvir um ruído. Após alguns ajustes na configuração do rádio, o Arthur capta o sinal.

— Atenção! — ele exclama. — A partir de agora, as telecomunicações estão de volta. Se você está ouvindo esse sinal, por favor, responda. Alguém copia? — esperamos por uma resposta, algo que parece uma eternidade.

— Arthur, eu sabia que você ia conseguir. — responde Beatriz do outro lado da linha. — Escuta. Estamos preparando uma investida contra a fábrica de mesclados. Na verdade, já estamos aqui.

Uma forte explosão chama a atenção. Arthur pega o binóculo no bolso e aponta a direção do ataque. Não está acontecendo tão longe de nós. Eu roubo o binóculo dele e consigo ver os carros da IBDT se aproximando. Eles estão com sangue nos olhos, uma vez que os zumbis destruíram todo o seu pelotão. E como parte dos mesclados estão indo em direção ao Arcádia, o QG deles ficou abandonado.

Analisando os carros, eu percebo a presença do meu pai e alguns moradores da vila. Como assim? Essa não é uma batalha nossa. O meu coração volta a acelerar. Parece que cada parte desta missão é um teste de resistência para o meu pobre coração.

— O meu pai tá lá embaixo. — digo para Arthur lhe entregando o binóculo.

— Sério? — olhando e visualizando o meu pai. — E o babaca do Eric também. Temos que descer.

— Vai demorar muito. Temos que descer agora.

— Que disse que vai demorar? — Arthur questionou apontando para uma corda de metal que ia do topo em direção a fábrica.

— A gente vai descer pela corda? Isso é loucura. — o meu lado cagão fala mais alto.

— Eles precisam da nossa ajuda, amor. E vamos descer juntos. Eu trouxe uma polia de tirolesa adaptada. — mostrando uma peça de metal meio arredondada e balançando. — Aguenta até 150 kg. Podemos ir juntos.

É uma loucura. Eu nunca fiz tirolesa na vida. Aprendi as regras do parkour um dia desses. O Arthur sabe como desafiar os meus limites. A gente se prepara da maneira que dá, mas antes, ele fecha o painel e se certifica que nada vai interromper a transmissão do sinal. Em seguida, o meu namorado colocou a peça metálica na corda de ferro e amarrou a corda em volta do corpo dele.

— Amor, eu vou segurando na polia e você vai ter que segurar em mim com toda a sua força. Você não pode largar, viu. — Arthur orientou se posicionando na frente da corda e segurando a tal de polia.

— Pera ai. — usei as alças da mochila para dar um nó, afinal, estava com o diário e alguns documentos do Dr. Hoff.

Subo nas costas do Arthur, que faz uma contagem regressiva e salta da torre. Nós vamos em uma velocidade inacreditável. Fico de olhos fechados, mas o vento batendo em meu rosto me deixa mais tranquilo. O Arthur, diferente de mim, parece gostar da experiência de voar pelos céus, ou melhor, cair dos céus. Ele já está acostumado.

Nos últimos momentos da descida abro os olhos e curto um pouco mais o "passeio". A partir de certa altura, a visão da fábrica de zumbis é clara. É um prédio bem conservado e que fica próximo a um lago. É possível escutar os tiros e gritos. Creio que o número de zumbis é reduzido, porém, o perigo continua, uma vez que eles possuem inteligência e podem contra-atacar.

"Aterrizamos" em uma área pantanosa. A chuva causou um estrago nesta região. Solto das costas do Arthur e corro na direção da batalha. Eu só quero saber do meu pai. Saco a besta e dou um tiro na direção do primeiro zumbi que vejo, entretanto, preciso ser inteligente, pois as flechas estão acabando.

Nem preciso dizer que o meu namorado está em casa. O Arthur age de uma maneira única no meio da confusão. Ele desvia, bate e ajuda todos ao seu redor. Vejo o meu pai de longe. Ele luta ao lado de Beatriz, mas ambos são cercados por um grupo de zumbis. Os mortos-vivos usam armas brancas e conseguem ferir o meu pai no ombro.

Corro na direção deles e uso a última flecha expansiva. Os zumbis voltam a atenção para mim. Em seguida, uso um facão para cortar algumas cabeças. Ninguém mexe com o meu pai. O Coronel Afonso parece atordoado ao me ver. Ele levanta do chão e me dá um forte abraço.

— Filho, graças a Deus! — gritou meu pai me beijando no rosto.

— Er, pai. Meio que estamos em uma guerra. — soltei, um pouco sem graça.

— Foda-se. O meu filho é um herói. Eu nunca tive tanto orgulho de você. Agora que tal a gente esmagar algumas cabeças? — ele perguntou pegando sua fiel machadinha e levantando.

— Só se for agora. — respondi com um sorriso no rosto.

Pouco a pouco. Zumbi a zumbi. A batalha demorou mais do que o previsto, mas conseguimos derrotá-los. A Beatriz e o Arthur entraram no prédio, porque ainda havia algumas variantes vivas. Eles também queriam investigar a área, uma vez que o Adam poderia estar preso em algum lugar dentro das instalações.

Uma ambulância se aproximou e a enfermeira Lidiane que auxiliava no atendimento aos feridos. Realmente, todos se uniram em prol do bem maior. Até o estrupício do Eric estava ajudando na guerra contra os novos zumbis. Nunca pensei que veria uma cena tão emblemática. No chão, vários corpos de zumbis e nenhum humano morto na batalha.

Eu queria comemorar. Eu queria chorar. Eu precisava por para fora o que estava sentindo. Confesso que não ajudamos muito na luta, mas conseguimos um ato que salvou vidas. A essa altura, o navio já havia sido notificado e preparava um ataque surpresa contra os zumbis. Olhei em volta e não encontrei o Arthur.

De repente, a Beatriz aparece sendo carregada por alguns homens. Ela explica que encontrou o Adam e que o mesmo havia saído do controle. Uma grande explosão assusta todos nós. Alguém ativou o explosivo antes do tempo.

— O Arthur está lá. — disse Beatriz antes de desmaiar.

— Não. — soltei, ofegante e olhando para o prédio, que estava parcialmente destruído. — Arthur! — gritei correndo na direção das instalações do Dr. Hoff.

Como ele entrou sem me avisar? Droga. Eu corria contra o tempo. Eu não podia perder o Arthur. Ele é tudo na minha vida. Eu preciso correr. Eu preciso me superar. A entrada do prédio está toda destruída. Os soldados ficam ocupados com alguns zumbis que foram atraídos pelo som da explosão.

Uso todas as minhas habilidades de parkour para correr pelo interior do prédio. As escadas já estavam destruídas, uma fumaça cobria os corredores e o Arthur estava em algum lugar nessa confusão.

— Por favor, Arthur! Aguenta! — pedi em tom de oração.

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Comentários

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E começa a guerra e a busca por Adam...

Será que Arthur se machucou ou pior, foi contaminado nado pelo vírus????

Tomara que Cris o encontre bem!!!?

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